David Miranda: quando uma infecção gastrointestinal pode ter consequências graves?


Médicos relataram que a progressão da infecção para quadros mais preocupantes e até a morte, como o caso do ex-parlamentar, não é comum; entenda

Por Isabel Gomes

Doença que vitimou o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), a infecção generalizada no sistema gastrointestinal pode ter diferentes causas, e a evolução para quadros mais graves, como o vivido pelo ex-parlamentar, não é o habitual, segundo especialistas. Miranda faleceu aos 37 anos, após nove meses de internação na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, conforme anunciou seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, em rede social nesta terça-feira, 9.

“O sistema gastrointestinal é complexo. Podem ocorrer infecções em diferentes proporções, varia, por exemplo, infecções no intestino delgado ou grosso. Depende muito do tipo de paciente que estamos lidando”, explica o médico Fernando Ribas, coordenador de Qualidade Assistencial do Núcleo de Cardiologia da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A causa mais comum é pela ingestão de água contaminada ou alimentos mal armazenados, malcozidos ou fora do prazo de validade, mas também pode ocorrer com o contato com pessoas e objetos infectados ou pela via respiratória, por meio da contaminação por uma agente infeccioso, segundo o especialista.

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“Na maioria das vezes, a infecção gastrointestinal é por vírus ou bactérias”, afirma Débora Poli, médica gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês. Segundo a especialista, há a possibilidade de ocorrer por fungo ou parasitas, mas com menor frequência.

Casos mais leves incluem sintomas como vômito, diarreia e náusea, mas os sinais de alarme, quando se deve buscar um médico, incluem queda de pressão, presença de sangue nas fezes, temperatura elevada que não cessa com antitérmicos e dor intensa que não tem melhora com medicação analgésica, segundo os médicos.

Este último sintoma foi o sinal que levou o ex-deputado à internação, quando, no dia 6 de agosto de 2022, Miranda foi encaminhado ao hospital devido a dores abdominais intensas, as quais posteriormente levaram ao diagnóstico de infecção gastrointestinal.

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Necessidades fisiológicas como comer, hidratar-se, urinar e evacuar, se não estão ocorrendo de forma adequada, também chamam a atenção para a infecção, segundo Ribas.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

O ex-deputado federal David Miranda faleceu após passar nove meses internado em UTI devido a uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal  Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Quadro evoluiu para sepse

No caso de David Miranda, a infecção gastrointestinal que inicialmente motivou a internação do ex-parlamentar progrediu para um quadro de septicemia, popularmente conhecida como sepse. Caracterizado por uma infecção generalizada, o quadro atingiu outros órgãos de Miranda, representando uma piora no seu estado de saúde.

“Esse tipo de inflamação gastrointestinal pode cair na corrente sanguínea, gerando um estresse muito elevado”, alerta Ribas. “A sepse é quando um quadro de infecção acomete o organismo de uma maneira que temos uma piora na função dos órgãos”, explica.

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De acordo com Débora, o desenvolvimento de uma sepse ocorre quando uma infecção não está controlada. “Uma infecção urinaria boba pode gerar sepse”, exemplifica. A probabilidade, porém, é pequena, segundo a médica. “A grande maioria das infecções, mesmo bacterianas, se resolvem sozinhas. Um percentual razoavelmente grande melhora mesmo sem antibiótico, pelos próprios mecanismos de defesa do corpo.”

Ribas chama a atenção para a alteração no sistema cardiovascular, que se dá por meio da queda de pressão e piora do funcionamento do coração. Alterações nos rins, nos pulmões, na coagulação sanguínea e em outras partes do organismo também podem ocorrer com a sepse. No caso do ex-deputado, a evolução contou, ainda, com uma inflamação do pâncreas, glândula anexa ao sistema gastrointestinal.

“Uma vez que o paciente está internado por uma gastroenterite, o pâncreas pode ser afetado tanto pela própria alteração do quadro sistêmico quanto por remédios utilizados para tratar a sepse que causam efeito adverso”, diz Ribas. Outro causador de uma pancreatite é a passagem de um cálculo da vesícula biliar para a região do pâncreas, o que gera uma inflamação, conforme esclarecem os médicos.

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A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

A progressão do quadro de Miranda é avaliada pelos médicos como “não habitual”. “É difícil falar qualquer coisa sem o histórico do paciente. Esse não é habitual, mas pode acontecer”, explica Ribas. “Cada organismo reage de uma forma, as coisas escalam muito rápido, se a equipe não dá conta, a evolução acaba sendo desfavorável.” Isso porque, segundo o médico, as chances de reversão vão reduzindo com o passar do tempo.

“O que é mais comum são as complicações da própria UTI, pelo fato do paciente estar debilitado e ter outras complicações que podem fragilizá-lo, essa infecção generalizada pode surgir simplesmente por estar numa UTI”, complementa Débora.

Doença que vitimou o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), a infecção generalizada no sistema gastrointestinal pode ter diferentes causas, e a evolução para quadros mais graves, como o vivido pelo ex-parlamentar, não é o habitual, segundo especialistas. Miranda faleceu aos 37 anos, após nove meses de internação na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, conforme anunciou seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, em rede social nesta terça-feira, 9.

“O sistema gastrointestinal é complexo. Podem ocorrer infecções em diferentes proporções, varia, por exemplo, infecções no intestino delgado ou grosso. Depende muito do tipo de paciente que estamos lidando”, explica o médico Fernando Ribas, coordenador de Qualidade Assistencial do Núcleo de Cardiologia da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A causa mais comum é pela ingestão de água contaminada ou alimentos mal armazenados, malcozidos ou fora do prazo de validade, mas também pode ocorrer com o contato com pessoas e objetos infectados ou pela via respiratória, por meio da contaminação por uma agente infeccioso, segundo o especialista.

“Na maioria das vezes, a infecção gastrointestinal é por vírus ou bactérias”, afirma Débora Poli, médica gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês. Segundo a especialista, há a possibilidade de ocorrer por fungo ou parasitas, mas com menor frequência.

Casos mais leves incluem sintomas como vômito, diarreia e náusea, mas os sinais de alarme, quando se deve buscar um médico, incluem queda de pressão, presença de sangue nas fezes, temperatura elevada que não cessa com antitérmicos e dor intensa que não tem melhora com medicação analgésica, segundo os médicos.

Este último sintoma foi o sinal que levou o ex-deputado à internação, quando, no dia 6 de agosto de 2022, Miranda foi encaminhado ao hospital devido a dores abdominais intensas, as quais posteriormente levaram ao diagnóstico de infecção gastrointestinal.

Necessidades fisiológicas como comer, hidratar-se, urinar e evacuar, se não estão ocorrendo de forma adequada, também chamam a atenção para a infecção, segundo Ribas.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

O ex-deputado federal David Miranda faleceu após passar nove meses internado em UTI devido a uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Quadro evoluiu para sepse

No caso de David Miranda, a infecção gastrointestinal que inicialmente motivou a internação do ex-parlamentar progrediu para um quadro de septicemia, popularmente conhecida como sepse. Caracterizado por uma infecção generalizada, o quadro atingiu outros órgãos de Miranda, representando uma piora no seu estado de saúde.

“Esse tipo de inflamação gastrointestinal pode cair na corrente sanguínea, gerando um estresse muito elevado”, alerta Ribas. “A sepse é quando um quadro de infecção acomete o organismo de uma maneira que temos uma piora na função dos órgãos”, explica.

De acordo com Débora, o desenvolvimento de uma sepse ocorre quando uma infecção não está controlada. “Uma infecção urinaria boba pode gerar sepse”, exemplifica. A probabilidade, porém, é pequena, segundo a médica. “A grande maioria das infecções, mesmo bacterianas, se resolvem sozinhas. Um percentual razoavelmente grande melhora mesmo sem antibiótico, pelos próprios mecanismos de defesa do corpo.”

Ribas chama a atenção para a alteração no sistema cardiovascular, que se dá por meio da queda de pressão e piora do funcionamento do coração. Alterações nos rins, nos pulmões, na coagulação sanguínea e em outras partes do organismo também podem ocorrer com a sepse. No caso do ex-deputado, a evolução contou, ainda, com uma inflamação do pâncreas, glândula anexa ao sistema gastrointestinal.

“Uma vez que o paciente está internado por uma gastroenterite, o pâncreas pode ser afetado tanto pela própria alteração do quadro sistêmico quanto por remédios utilizados para tratar a sepse que causam efeito adverso”, diz Ribas. Outro causador de uma pancreatite é a passagem de um cálculo da vesícula biliar para a região do pâncreas, o que gera uma inflamação, conforme esclarecem os médicos.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

A progressão do quadro de Miranda é avaliada pelos médicos como “não habitual”. “É difícil falar qualquer coisa sem o histórico do paciente. Esse não é habitual, mas pode acontecer”, explica Ribas. “Cada organismo reage de uma forma, as coisas escalam muito rápido, se a equipe não dá conta, a evolução acaba sendo desfavorável.” Isso porque, segundo o médico, as chances de reversão vão reduzindo com o passar do tempo.

“O que é mais comum são as complicações da própria UTI, pelo fato do paciente estar debilitado e ter outras complicações que podem fragilizá-lo, essa infecção generalizada pode surgir simplesmente por estar numa UTI”, complementa Débora.

Doença que vitimou o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), a infecção generalizada no sistema gastrointestinal pode ter diferentes causas, e a evolução para quadros mais graves, como o vivido pelo ex-parlamentar, não é o habitual, segundo especialistas. Miranda faleceu aos 37 anos, após nove meses de internação na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, conforme anunciou seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, em rede social nesta terça-feira, 9.

“O sistema gastrointestinal é complexo. Podem ocorrer infecções em diferentes proporções, varia, por exemplo, infecções no intestino delgado ou grosso. Depende muito do tipo de paciente que estamos lidando”, explica o médico Fernando Ribas, coordenador de Qualidade Assistencial do Núcleo de Cardiologia da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A causa mais comum é pela ingestão de água contaminada ou alimentos mal armazenados, malcozidos ou fora do prazo de validade, mas também pode ocorrer com o contato com pessoas e objetos infectados ou pela via respiratória, por meio da contaminação por uma agente infeccioso, segundo o especialista.

“Na maioria das vezes, a infecção gastrointestinal é por vírus ou bactérias”, afirma Débora Poli, médica gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês. Segundo a especialista, há a possibilidade de ocorrer por fungo ou parasitas, mas com menor frequência.

Casos mais leves incluem sintomas como vômito, diarreia e náusea, mas os sinais de alarme, quando se deve buscar um médico, incluem queda de pressão, presença de sangue nas fezes, temperatura elevada que não cessa com antitérmicos e dor intensa que não tem melhora com medicação analgésica, segundo os médicos.

Este último sintoma foi o sinal que levou o ex-deputado à internação, quando, no dia 6 de agosto de 2022, Miranda foi encaminhado ao hospital devido a dores abdominais intensas, as quais posteriormente levaram ao diagnóstico de infecção gastrointestinal.

Necessidades fisiológicas como comer, hidratar-se, urinar e evacuar, se não estão ocorrendo de forma adequada, também chamam a atenção para a infecção, segundo Ribas.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

O ex-deputado federal David Miranda faleceu após passar nove meses internado em UTI devido a uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Quadro evoluiu para sepse

No caso de David Miranda, a infecção gastrointestinal que inicialmente motivou a internação do ex-parlamentar progrediu para um quadro de septicemia, popularmente conhecida como sepse. Caracterizado por uma infecção generalizada, o quadro atingiu outros órgãos de Miranda, representando uma piora no seu estado de saúde.

“Esse tipo de inflamação gastrointestinal pode cair na corrente sanguínea, gerando um estresse muito elevado”, alerta Ribas. “A sepse é quando um quadro de infecção acomete o organismo de uma maneira que temos uma piora na função dos órgãos”, explica.

De acordo com Débora, o desenvolvimento de uma sepse ocorre quando uma infecção não está controlada. “Uma infecção urinaria boba pode gerar sepse”, exemplifica. A probabilidade, porém, é pequena, segundo a médica. “A grande maioria das infecções, mesmo bacterianas, se resolvem sozinhas. Um percentual razoavelmente grande melhora mesmo sem antibiótico, pelos próprios mecanismos de defesa do corpo.”

Ribas chama a atenção para a alteração no sistema cardiovascular, que se dá por meio da queda de pressão e piora do funcionamento do coração. Alterações nos rins, nos pulmões, na coagulação sanguínea e em outras partes do organismo também podem ocorrer com a sepse. No caso do ex-deputado, a evolução contou, ainda, com uma inflamação do pâncreas, glândula anexa ao sistema gastrointestinal.

“Uma vez que o paciente está internado por uma gastroenterite, o pâncreas pode ser afetado tanto pela própria alteração do quadro sistêmico quanto por remédios utilizados para tratar a sepse que causam efeito adverso”, diz Ribas. Outro causador de uma pancreatite é a passagem de um cálculo da vesícula biliar para a região do pâncreas, o que gera uma inflamação, conforme esclarecem os médicos.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

A progressão do quadro de Miranda é avaliada pelos médicos como “não habitual”. “É difícil falar qualquer coisa sem o histórico do paciente. Esse não é habitual, mas pode acontecer”, explica Ribas. “Cada organismo reage de uma forma, as coisas escalam muito rápido, se a equipe não dá conta, a evolução acaba sendo desfavorável.” Isso porque, segundo o médico, as chances de reversão vão reduzindo com o passar do tempo.

“O que é mais comum são as complicações da própria UTI, pelo fato do paciente estar debilitado e ter outras complicações que podem fragilizá-lo, essa infecção generalizada pode surgir simplesmente por estar numa UTI”, complementa Débora.

Doença que vitimou o ex-deputado federal David Miranda (PDT-RJ), a infecção generalizada no sistema gastrointestinal pode ter diferentes causas, e a evolução para quadros mais graves, como o vivido pelo ex-parlamentar, não é o habitual, segundo especialistas. Miranda faleceu aos 37 anos, após nove meses de internação na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, conforme anunciou seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, em rede social nesta terça-feira, 9.

“O sistema gastrointestinal é complexo. Podem ocorrer infecções em diferentes proporções, varia, por exemplo, infecções no intestino delgado ou grosso. Depende muito do tipo de paciente que estamos lidando”, explica o médico Fernando Ribas, coordenador de Qualidade Assistencial do Núcleo de Cardiologia da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A causa mais comum é pela ingestão de água contaminada ou alimentos mal armazenados, malcozidos ou fora do prazo de validade, mas também pode ocorrer com o contato com pessoas e objetos infectados ou pela via respiratória, por meio da contaminação por uma agente infeccioso, segundo o especialista.

“Na maioria das vezes, a infecção gastrointestinal é por vírus ou bactérias”, afirma Débora Poli, médica gastroenterologista do Hospital Sírio-Libanês. Segundo a especialista, há a possibilidade de ocorrer por fungo ou parasitas, mas com menor frequência.

Casos mais leves incluem sintomas como vômito, diarreia e náusea, mas os sinais de alarme, quando se deve buscar um médico, incluem queda de pressão, presença de sangue nas fezes, temperatura elevada que não cessa com antitérmicos e dor intensa que não tem melhora com medicação analgésica, segundo os médicos.

Este último sintoma foi o sinal que levou o ex-deputado à internação, quando, no dia 6 de agosto de 2022, Miranda foi encaminhado ao hospital devido a dores abdominais intensas, as quais posteriormente levaram ao diagnóstico de infecção gastrointestinal.

Necessidades fisiológicas como comer, hidratar-se, urinar e evacuar, se não estão ocorrendo de forma adequada, também chamam a atenção para a infecção, segundo Ribas.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

O ex-deputado federal David Miranda faleceu após passar nove meses internado em UTI devido a uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Quadro evoluiu para sepse

No caso de David Miranda, a infecção gastrointestinal que inicialmente motivou a internação do ex-parlamentar progrediu para um quadro de septicemia, popularmente conhecida como sepse. Caracterizado por uma infecção generalizada, o quadro atingiu outros órgãos de Miranda, representando uma piora no seu estado de saúde.

“Esse tipo de inflamação gastrointestinal pode cair na corrente sanguínea, gerando um estresse muito elevado”, alerta Ribas. “A sepse é quando um quadro de infecção acomete o organismo de uma maneira que temos uma piora na função dos órgãos”, explica.

De acordo com Débora, o desenvolvimento de uma sepse ocorre quando uma infecção não está controlada. “Uma infecção urinaria boba pode gerar sepse”, exemplifica. A probabilidade, porém, é pequena, segundo a médica. “A grande maioria das infecções, mesmo bacterianas, se resolvem sozinhas. Um percentual razoavelmente grande melhora mesmo sem antibiótico, pelos próprios mecanismos de defesa do corpo.”

Ribas chama a atenção para a alteração no sistema cardiovascular, que se dá por meio da queda de pressão e piora do funcionamento do coração. Alterações nos rins, nos pulmões, na coagulação sanguínea e em outras partes do organismo também podem ocorrer com a sepse. No caso do ex-deputado, a evolução contou, ainda, com uma inflamação do pâncreas, glândula anexa ao sistema gastrointestinal.

“Uma vez que o paciente está internado por uma gastroenterite, o pâncreas pode ser afetado tanto pela própria alteração do quadro sistêmico quanto por remédios utilizados para tratar a sepse que causam efeito adverso”, diz Ribas. Outro causador de uma pancreatite é a passagem de um cálculo da vesícula biliar para a região do pâncreas, o que gera uma inflamação, conforme esclarecem os médicos.

A evolução da sepse, segundo eles, pode ser mais grave em pacientes com condições crônicas, como diabetes, câncer, hipertensão não controlada, doenças inflamatórias, imunossuprimidos e transplantados. “Nesses casos, se a gente vê a infecção e não começa logo com o antibiótico, isso pode se tornar numa coisa bastante grave”, alerta Débora.

A progressão do quadro de Miranda é avaliada pelos médicos como “não habitual”. “É difícil falar qualquer coisa sem o histórico do paciente. Esse não é habitual, mas pode acontecer”, explica Ribas. “Cada organismo reage de uma forma, as coisas escalam muito rápido, se a equipe não dá conta, a evolução acaba sendo desfavorável.” Isso porque, segundo o médico, as chances de reversão vão reduzindo com o passar do tempo.

“O que é mais comum são as complicações da própria UTI, pelo fato do paciente estar debilitado e ter outras complicações que podem fragilizá-lo, essa infecção generalizada pode surgir simplesmente por estar numa UTI”, complementa Débora.

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