De acordo com dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o Brasil atingiu um total de 3.809.060 casos de dengue, o que representa um aumento de 2,30 vezes em relação aos 1.649.144 casos confirmados no ano passado. O valor também é 2,25 vezes superior ao recorde anterior de casos da doença, estabelecido em 2015.
Em relação aos óbitos em decorrência da dengue, a pasta havia registrado 1.725 até a última terça-feira, 23. Esse valor representa um aumento 46,31% maior em comparação com 2023, quando foram confirmadas 1.179 mortes. Em comparação com 2015, que registrou 986 óbitos, o aumento é de 74,94%.
Segundo informações fornecidas pelo MS, o coeficiente de incidência atual da dengue é de 1.875,8 casos para cada 100 mil habitantes. O índice ultrapassa significativamente o limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para considerar uma situação como epidêmica, que é de 300 casos por 100 mil habitantes.
Motivos por trás da escalada da dengue
Segundo especialistas, o aumento considerável de casos de dengue pode ser atribuído a medidas pouco eficazes de controle do mosquito Aedes Aegypti, o vetor da doença. As ações clássicas incluem a conscientização sobre a eliminação dos criadouros, que, em sua maioria, estão dentro das residências, e o uso de repelentes e inseticidas.
Além disso, especialistas atribuem o ritmo atípico da epidemia ao fenômeno El Niño e às mudanças climáticas, que resultam em temperaturas elevadas e chuvas irregulares – condições ideais para a reprodução do mosquito e, consequentemente, a disseminação da doença.
Outro fator preocupante, segundo o Ministério da Saúde, é que os quatro sorotipos da dengue estão circulando simultaneamente – há anos isso não acontecia. Observa-se também uma interiorização da doença, com cidades pequenas e médias contribuindo para o aumento da curva de casos.
Formas de prevenção
A eliminação de criadouros de mosquitos segue sendo uma das melhores maneiras de evitar a doença. Além disso, vale apostar em métodos físicos, como uso de roupas claras, mosquiteiros e repelentes, especialmente aqueles à base de icaridina, DEET e IR3535, que possuem duração superior em comparação a outros tipos.
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A Qdenga, vacina contra a dengue fabricada pela farmacêutica japonesa Takeda, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Trata-se do primeiro imunizante de uso amplo contra a doença liberado no País.
Outra medida importante é a vacinação. Desde julho de 2023, a Qdenga está disponível na rede privada brasileira e, em dezembro do mesmo ano, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil tornou-se o primeiro país a disponibilizar essa vacina gratuitamente no sistema público. Inicialmente, devido à disponibilidade limitada de doses, apenas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos estão sendo vacinados.