Diagnosticada com autismo nível 1, conhecido como autismo leve, a jornalista Renata Simões vai debater abertamente sobre o tema

Opinião|Começar uma jornada


O culto ao pensamento é exaustivo, se permita descansar a cabeça

Por Renata Simões

Desde que abrimos nossa conversa, penso sobre você, leitor. O que te mantém aqui? Uma resposta científica ou a subjetividade? Fica porque tem próximo alguém no espectro, para lidar melhor com a diversidade ou consigo mesmo? As mensagens que chegam procuram fontes confiáveis sobre o assunto, ou são mães e pais processando a descoberta sobre de seus filhos. Pessoas trilhando o caminho do diagnóstico e, de uns tempos para cá, pessoas com interesse em saúde mental, além do TEA.

Seria possível, ao compartilhar os processos, aliviar um centímetro do sofrimento que já experimentamos? É um desejo humano, comprovado por cartas abertas sobre autismo.

No espectro, os diagnósticos se sobrepõem: um autista nível um de suporte pode ter Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e alto nível de ansiedade. Buscar a melhora na relação com a sua mente é uma chave para abrir a jaula. Se falamos de burnout, ansiedade e depressão na mesa do bar, precisamos falar também que, dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente. Cada estímulo que vem do mundo abre um caminho de pensamentos. E o papo de que “é só você se esforçar que vai controlar” é falácia da sociedade do desempenho. Não tem fórmula, é gente.

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Dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente Foto: Unsplash/Christopher Lemercier

A crise é como deslizar num lago de gelo em velocidade. Se parar abruptamente, você vai quebrar o nariz ou afundar no gelo quebrado. Ou terminar sem nariz, molhada e gelada. Adquirir a percepção que se está deslizando, ou seja, reagindo e não experimentando. Compreender o lago, a velocidade dos patins, a margem ficando distante. Alcançar uma tranquilidade para deslizar e voltar. É uma exploração pessoal, no espectro ou em outros transtornos.

Pode ser reconfortante descobrir que pessoas às vezes falam alto, ou ficam quietas, por uma descompensação na audição. Que repetir palavras e sons se chama ecolalia. Que movimentos como estalar os dedos ou se balançar servem para regular as emoções.

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Vai doer rever memórias, a leitura das situações muda pós-diagnóstico. Alguns se afastam, ou você se afasta deles. Seus familiares vão se sentir culpados, ou serão culpados pela sociedade. Estereótipos existem, e vão achar que você é um gênio esquisito que não faz contato visual, sem empatia ou habilidade social. Não é assim. 

Talvez ouça que nem parece autista. Vão te infantilizar em vez de se relacionar. Pessoas falam o que querem, e se ofendem quando você responde de um jeito direto e as limitações delas são expostas. Por fim, abra espaço para a dúvida… do excesso de identificação com o que escrevi, de verdades absolutas. O culto ao pensamento é exaustivo, deve haver uma lei que permita descansar a cabeça. Meu abraço, de perto, mesmo longe, porque é o começo de uma jornada extensa. Em compensação, ela só melhora.

Desde que abrimos nossa conversa, penso sobre você, leitor. O que te mantém aqui? Uma resposta científica ou a subjetividade? Fica porque tem próximo alguém no espectro, para lidar melhor com a diversidade ou consigo mesmo? As mensagens que chegam procuram fontes confiáveis sobre o assunto, ou são mães e pais processando a descoberta sobre de seus filhos. Pessoas trilhando o caminho do diagnóstico e, de uns tempos para cá, pessoas com interesse em saúde mental, além do TEA.

Seria possível, ao compartilhar os processos, aliviar um centímetro do sofrimento que já experimentamos? É um desejo humano, comprovado por cartas abertas sobre autismo.

No espectro, os diagnósticos se sobrepõem: um autista nível um de suporte pode ter Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e alto nível de ansiedade. Buscar a melhora na relação com a sua mente é uma chave para abrir a jaula. Se falamos de burnout, ansiedade e depressão na mesa do bar, precisamos falar também que, dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente. Cada estímulo que vem do mundo abre um caminho de pensamentos. E o papo de que “é só você se esforçar que vai controlar” é falácia da sociedade do desempenho. Não tem fórmula, é gente.

Dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente Foto: Unsplash/Christopher Lemercier

A crise é como deslizar num lago de gelo em velocidade. Se parar abruptamente, você vai quebrar o nariz ou afundar no gelo quebrado. Ou terminar sem nariz, molhada e gelada. Adquirir a percepção que se está deslizando, ou seja, reagindo e não experimentando. Compreender o lago, a velocidade dos patins, a margem ficando distante. Alcançar uma tranquilidade para deslizar e voltar. É uma exploração pessoal, no espectro ou em outros transtornos.

Pode ser reconfortante descobrir que pessoas às vezes falam alto, ou ficam quietas, por uma descompensação na audição. Que repetir palavras e sons se chama ecolalia. Que movimentos como estalar os dedos ou se balançar servem para regular as emoções.

Vai doer rever memórias, a leitura das situações muda pós-diagnóstico. Alguns se afastam, ou você se afasta deles. Seus familiares vão se sentir culpados, ou serão culpados pela sociedade. Estereótipos existem, e vão achar que você é um gênio esquisito que não faz contato visual, sem empatia ou habilidade social. Não é assim. 

Talvez ouça que nem parece autista. Vão te infantilizar em vez de se relacionar. Pessoas falam o que querem, e se ofendem quando você responde de um jeito direto e as limitações delas são expostas. Por fim, abra espaço para a dúvida… do excesso de identificação com o que escrevi, de verdades absolutas. O culto ao pensamento é exaustivo, deve haver uma lei que permita descansar a cabeça. Meu abraço, de perto, mesmo longe, porque é o começo de uma jornada extensa. Em compensação, ela só melhora.

Desde que abrimos nossa conversa, penso sobre você, leitor. O que te mantém aqui? Uma resposta científica ou a subjetividade? Fica porque tem próximo alguém no espectro, para lidar melhor com a diversidade ou consigo mesmo? As mensagens que chegam procuram fontes confiáveis sobre o assunto, ou são mães e pais processando a descoberta sobre de seus filhos. Pessoas trilhando o caminho do diagnóstico e, de uns tempos para cá, pessoas com interesse em saúde mental, além do TEA.

Seria possível, ao compartilhar os processos, aliviar um centímetro do sofrimento que já experimentamos? É um desejo humano, comprovado por cartas abertas sobre autismo.

No espectro, os diagnósticos se sobrepõem: um autista nível um de suporte pode ter Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e alto nível de ansiedade. Buscar a melhora na relação com a sua mente é uma chave para abrir a jaula. Se falamos de burnout, ansiedade e depressão na mesa do bar, precisamos falar também que, dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente. Cada estímulo que vem do mundo abre um caminho de pensamentos. E o papo de que “é só você se esforçar que vai controlar” é falácia da sociedade do desempenho. Não tem fórmula, é gente.

Dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente Foto: Unsplash/Christopher Lemercier

A crise é como deslizar num lago de gelo em velocidade. Se parar abruptamente, você vai quebrar o nariz ou afundar no gelo quebrado. Ou terminar sem nariz, molhada e gelada. Adquirir a percepção que se está deslizando, ou seja, reagindo e não experimentando. Compreender o lago, a velocidade dos patins, a margem ficando distante. Alcançar uma tranquilidade para deslizar e voltar. É uma exploração pessoal, no espectro ou em outros transtornos.

Pode ser reconfortante descobrir que pessoas às vezes falam alto, ou ficam quietas, por uma descompensação na audição. Que repetir palavras e sons se chama ecolalia. Que movimentos como estalar os dedos ou se balançar servem para regular as emoções.

Vai doer rever memórias, a leitura das situações muda pós-diagnóstico. Alguns se afastam, ou você se afasta deles. Seus familiares vão se sentir culpados, ou serão culpados pela sociedade. Estereótipos existem, e vão achar que você é um gênio esquisito que não faz contato visual, sem empatia ou habilidade social. Não é assim. 

Talvez ouça que nem parece autista. Vão te infantilizar em vez de se relacionar. Pessoas falam o que querem, e se ofendem quando você responde de um jeito direto e as limitações delas são expostas. Por fim, abra espaço para a dúvida… do excesso de identificação com o que escrevi, de verdades absolutas. O culto ao pensamento é exaustivo, deve haver uma lei que permita descansar a cabeça. Meu abraço, de perto, mesmo longe, porque é o começo de uma jornada extensa. Em compensação, ela só melhora.

Desde que abrimos nossa conversa, penso sobre você, leitor. O que te mantém aqui? Uma resposta científica ou a subjetividade? Fica porque tem próximo alguém no espectro, para lidar melhor com a diversidade ou consigo mesmo? As mensagens que chegam procuram fontes confiáveis sobre o assunto, ou são mães e pais processando a descoberta sobre de seus filhos. Pessoas trilhando o caminho do diagnóstico e, de uns tempos para cá, pessoas com interesse em saúde mental, além do TEA.

Seria possível, ao compartilhar os processos, aliviar um centímetro do sofrimento que já experimentamos? É um desejo humano, comprovado por cartas abertas sobre autismo.

No espectro, os diagnósticos se sobrepõem: um autista nível um de suporte pode ter Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e alto nível de ansiedade. Buscar a melhora na relação com a sua mente é uma chave para abrir a jaula. Se falamos de burnout, ansiedade e depressão na mesa do bar, precisamos falar também que, dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente. Cada estímulo que vem do mundo abre um caminho de pensamentos. E o papo de que “é só você se esforçar que vai controlar” é falácia da sociedade do desempenho. Não tem fórmula, é gente.

Dentro ou fora do espectro, é normal ter efeitos físicos desencadeados pela mente Foto: Unsplash/Christopher Lemercier

A crise é como deslizar num lago de gelo em velocidade. Se parar abruptamente, você vai quebrar o nariz ou afundar no gelo quebrado. Ou terminar sem nariz, molhada e gelada. Adquirir a percepção que se está deslizando, ou seja, reagindo e não experimentando. Compreender o lago, a velocidade dos patins, a margem ficando distante. Alcançar uma tranquilidade para deslizar e voltar. É uma exploração pessoal, no espectro ou em outros transtornos.

Pode ser reconfortante descobrir que pessoas às vezes falam alto, ou ficam quietas, por uma descompensação na audição. Que repetir palavras e sons se chama ecolalia. Que movimentos como estalar os dedos ou se balançar servem para regular as emoções.

Vai doer rever memórias, a leitura das situações muda pós-diagnóstico. Alguns se afastam, ou você se afasta deles. Seus familiares vão se sentir culpados, ou serão culpados pela sociedade. Estereótipos existem, e vão achar que você é um gênio esquisito que não faz contato visual, sem empatia ou habilidade social. Não é assim. 

Talvez ouça que nem parece autista. Vão te infantilizar em vez de se relacionar. Pessoas falam o que querem, e se ofendem quando você responde de um jeito direto e as limitações delas são expostas. Por fim, abra espaço para a dúvida… do excesso de identificação com o que escrevi, de verdades absolutas. O culto ao pensamento é exaustivo, deve haver uma lei que permita descansar a cabeça. Meu abraço, de perto, mesmo longe, porque é o começo de uma jornada extensa. Em compensação, ela só melhora.

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