Nutrição, exercício e comportamento

Opinião|Ano novo, metas novas, mas somos os mesmos. Afinal, como mudar?


Resoluções de estilo de vida são comuns nessa época. Veja estratégias que facilitam a manutenção de hábitos saudáveis

Por Desire Coelho
Atualização:

A virada do ano costuma trazer a vontade de modificar os hábitos e recalcular a rota. Essa é inclusive uma época em que a demanda por consultas nutricionais aumenta consideravelmente. Pessoas desejam mudar, pelo menos em parte, sua vida e sua saúde.

Mas, para uma intervenção ser efetiva, a consulta não deve tratar apenas da comida e do comer, e sim trabalhar a mudança de comportamento – tema de tantos livros, palestras, vídeos e posts nas redes sociais. Apesar do vastíssimo conteúdo disponível sobre o assunto na internet, esse ainda é um tópico ainda pouco compreendido. Por isso, trarei alguns pontos que podem ajudá-lo a se aproximar de sua meta de estilo de vida.

O ano mudou, mas você ainda é o mesmo

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Uma das coisas que percebo é a ilusão das pessoas em achar que “hoje não, mas amanhã” elas terão sucesso em algum objetivo que definem: “Hoje eu não vou treinar/comer bem/dormir cedo. Amanhã me organizo melhor”. Porém, no dia seguinte tudo se repete.

Temos a tendência a escolher o que é mais gostoso, ou confortável, porque existe um neurotransmissor, a dopamina, que afeta essa nossa capacidade. E, quanto mais próxima está a decisão (como a de comer um alimento prazeroso), maior é o efeito da dopamina – e menor a nossa capacidade de dizer “não”.

Um hormônio chamado dopamina afeta a nossa capacidade de escolha. Por isso, diante de uma alimento gostoso, fica difícil se negar a comê-lo. Foto: Freepik/Adobe Stock
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A dopamina normalmente é associada ao prazer e à recompensa – mas está diretamente relacionada com a busca e o aprendizado. E quando fazemos algo de que gostamos, nosso corpo aprende e quer repetir esse processo. Por isso, na iminência da decisão, sentimos certa agitação para “querer” escolher o mais prazeroso.

Então, como lidar com isso? Existem diversas possibilidades, mas uma das principais é: não se colocar na situação de escolha.

O primeiro passo é organizar com antecedência sua vida, rotina e casa para que o seu “eu de amanhã” não tenha que fazer tantas escolhas. O nosso “eu de amanhã” não é tão evoluído como gostaríamos – na verdade, ele é igual ao de hoje. O ano mudou, mas nossas preferências, não.

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Motivação depende de quão bem você se sente ao buscar sua meta

Mais do que pensar na meta, pense no estilo de vida que você deseja. A partir daí, reflita se eles são coerentes. Mudar é desconfortável, já que implica dizer “não” para alguns prazeres imediatos. As chances de conseguirmos aumentam se o estilo de vida proporcionado pela mudança nos faz sentir bem e felizes durante o percurso.

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Pensar em um estilo de vida coerente com seus valores é fundamental para o sucesso da mudança.

Outro erro comum é achar que as outras pessoas que fazem aquilo que você almeja estão sempre motivadas para isso. Pois saiba que nem mesmo um atleta olímpico que ama a sua modalidade quer treinar todos os dias. Muitas vezes ele precisa se forçar a isso, porque sabe que é importante.

É que a dopamina (olha ela de novo), responsável por governar nossos comportamentos de antecipação, também está relacionada com novidade. Imagine algo que você queria muito comprar. Os momentos de maior êxtase foram aqueles imediatamente antes e depois da compra. Com o comer, acontece a mesma coisa: depois que aquilo passou, já não é mais novidade, a animação diminui.

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Tem uma frase bastante emblemática do autor americano James Clear que vale citar: You do not rise to the level of your goals, you fall to level of your systems. Em tradução livre, significa “você não sobe ao nível dos seus objetivos, você cai ao nível dos seus sistemas”. Ela indica que manter a mudança do comportamento depende muito dos sistemas que estabelecemos para isso. Já se perguntou de que modo o seu “eu do passado” está criando um ambiente que facilite as escolhas do seu “eu do futuro”?

Algumas dicas para criar (e manter) novos hábitos

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  • Vai treinar depois do trabalho? Não volte para casa para se trocar: vá direto, mesmo que você treine em seu prédio.
  • Não gosta de treinar sozinho? Busque uma companhia ou marque uma assessoria com um personal, por exemplo.
  • Quer comer melhor? Delete o aplicativo de delivery. Em casa, diminua a oferta de alimentos que considera mais irresistíveis. Procure deixar a geladeira cheia de opções práticas, saudáveis e saborosas.
  • Quer dormir mais cedo? Coloque um alarme para te lembrar disso.
  • Quer diminuir o tempo nas redes sociais? Coloque bloqueio de limite te tempo de uso no celular (todos vêm com essa opção).

Uma das atitudes mais inteligentes que podemos ter é criar processos para mudança de comportamento. Na prática, significa que é importante saber como funcionamos e, assim, criar estratégias que facilitem as escolhas que desejamos implementar.

Ao contrário de pensar “hoje não farei isso, vou deixar para amanhã”, que tal se perguntar o que é possível fazer hoje para facilitar a vida mais tarde ou amanhã? Trata-se de um questionamento simples e poderoso. Experimente!

A virada do ano costuma trazer a vontade de modificar os hábitos e recalcular a rota. Essa é inclusive uma época em que a demanda por consultas nutricionais aumenta consideravelmente. Pessoas desejam mudar, pelo menos em parte, sua vida e sua saúde.

Mas, para uma intervenção ser efetiva, a consulta não deve tratar apenas da comida e do comer, e sim trabalhar a mudança de comportamento – tema de tantos livros, palestras, vídeos e posts nas redes sociais. Apesar do vastíssimo conteúdo disponível sobre o assunto na internet, esse ainda é um tópico ainda pouco compreendido. Por isso, trarei alguns pontos que podem ajudá-lo a se aproximar de sua meta de estilo de vida.

O ano mudou, mas você ainda é o mesmo

Uma das coisas que percebo é a ilusão das pessoas em achar que “hoje não, mas amanhã” elas terão sucesso em algum objetivo que definem: “Hoje eu não vou treinar/comer bem/dormir cedo. Amanhã me organizo melhor”. Porém, no dia seguinte tudo se repete.

Temos a tendência a escolher o que é mais gostoso, ou confortável, porque existe um neurotransmissor, a dopamina, que afeta essa nossa capacidade. E, quanto mais próxima está a decisão (como a de comer um alimento prazeroso), maior é o efeito da dopamina – e menor a nossa capacidade de dizer “não”.

Um hormônio chamado dopamina afeta a nossa capacidade de escolha. Por isso, diante de uma alimento gostoso, fica difícil se negar a comê-lo. Foto: Freepik/Adobe Stock

A dopamina normalmente é associada ao prazer e à recompensa – mas está diretamente relacionada com a busca e o aprendizado. E quando fazemos algo de que gostamos, nosso corpo aprende e quer repetir esse processo. Por isso, na iminência da decisão, sentimos certa agitação para “querer” escolher o mais prazeroso.

Então, como lidar com isso? Existem diversas possibilidades, mas uma das principais é: não se colocar na situação de escolha.

O primeiro passo é organizar com antecedência sua vida, rotina e casa para que o seu “eu de amanhã” não tenha que fazer tantas escolhas. O nosso “eu de amanhã” não é tão evoluído como gostaríamos – na verdade, ele é igual ao de hoje. O ano mudou, mas nossas preferências, não.

Motivação depende de quão bem você se sente ao buscar sua meta

Mais do que pensar na meta, pense no estilo de vida que você deseja. A partir daí, reflita se eles são coerentes. Mudar é desconfortável, já que implica dizer “não” para alguns prazeres imediatos. As chances de conseguirmos aumentam se o estilo de vida proporcionado pela mudança nos faz sentir bem e felizes durante o percurso.

Pensar em um estilo de vida coerente com seus valores é fundamental para o sucesso da mudança.

Outro erro comum é achar que as outras pessoas que fazem aquilo que você almeja estão sempre motivadas para isso. Pois saiba que nem mesmo um atleta olímpico que ama a sua modalidade quer treinar todos os dias. Muitas vezes ele precisa se forçar a isso, porque sabe que é importante.

É que a dopamina (olha ela de novo), responsável por governar nossos comportamentos de antecipação, também está relacionada com novidade. Imagine algo que você queria muito comprar. Os momentos de maior êxtase foram aqueles imediatamente antes e depois da compra. Com o comer, acontece a mesma coisa: depois que aquilo passou, já não é mais novidade, a animação diminui.

Tem uma frase bastante emblemática do autor americano James Clear que vale citar: You do not rise to the level of your goals, you fall to level of your systems. Em tradução livre, significa “você não sobe ao nível dos seus objetivos, você cai ao nível dos seus sistemas”. Ela indica que manter a mudança do comportamento depende muito dos sistemas que estabelecemos para isso. Já se perguntou de que modo o seu “eu do passado” está criando um ambiente que facilite as escolhas do seu “eu do futuro”?

Algumas dicas para criar (e manter) novos hábitos

  • Vai treinar depois do trabalho? Não volte para casa para se trocar: vá direto, mesmo que você treine em seu prédio.
  • Não gosta de treinar sozinho? Busque uma companhia ou marque uma assessoria com um personal, por exemplo.
  • Quer comer melhor? Delete o aplicativo de delivery. Em casa, diminua a oferta de alimentos que considera mais irresistíveis. Procure deixar a geladeira cheia de opções práticas, saudáveis e saborosas.
  • Quer dormir mais cedo? Coloque um alarme para te lembrar disso.
  • Quer diminuir o tempo nas redes sociais? Coloque bloqueio de limite te tempo de uso no celular (todos vêm com essa opção).

Uma das atitudes mais inteligentes que podemos ter é criar processos para mudança de comportamento. Na prática, significa que é importante saber como funcionamos e, assim, criar estratégias que facilitem as escolhas que desejamos implementar.

Ao contrário de pensar “hoje não farei isso, vou deixar para amanhã”, que tal se perguntar o que é possível fazer hoje para facilitar a vida mais tarde ou amanhã? Trata-se de um questionamento simples e poderoso. Experimente!

A virada do ano costuma trazer a vontade de modificar os hábitos e recalcular a rota. Essa é inclusive uma época em que a demanda por consultas nutricionais aumenta consideravelmente. Pessoas desejam mudar, pelo menos em parte, sua vida e sua saúde.

Mas, para uma intervenção ser efetiva, a consulta não deve tratar apenas da comida e do comer, e sim trabalhar a mudança de comportamento – tema de tantos livros, palestras, vídeos e posts nas redes sociais. Apesar do vastíssimo conteúdo disponível sobre o assunto na internet, esse ainda é um tópico ainda pouco compreendido. Por isso, trarei alguns pontos que podem ajudá-lo a se aproximar de sua meta de estilo de vida.

O ano mudou, mas você ainda é o mesmo

Uma das coisas que percebo é a ilusão das pessoas em achar que “hoje não, mas amanhã” elas terão sucesso em algum objetivo que definem: “Hoje eu não vou treinar/comer bem/dormir cedo. Amanhã me organizo melhor”. Porém, no dia seguinte tudo se repete.

Temos a tendência a escolher o que é mais gostoso, ou confortável, porque existe um neurotransmissor, a dopamina, que afeta essa nossa capacidade. E, quanto mais próxima está a decisão (como a de comer um alimento prazeroso), maior é o efeito da dopamina – e menor a nossa capacidade de dizer “não”.

Um hormônio chamado dopamina afeta a nossa capacidade de escolha. Por isso, diante de uma alimento gostoso, fica difícil se negar a comê-lo. Foto: Freepik/Adobe Stock

A dopamina normalmente é associada ao prazer e à recompensa – mas está diretamente relacionada com a busca e o aprendizado. E quando fazemos algo de que gostamos, nosso corpo aprende e quer repetir esse processo. Por isso, na iminência da decisão, sentimos certa agitação para “querer” escolher o mais prazeroso.

Então, como lidar com isso? Existem diversas possibilidades, mas uma das principais é: não se colocar na situação de escolha.

O primeiro passo é organizar com antecedência sua vida, rotina e casa para que o seu “eu de amanhã” não tenha que fazer tantas escolhas. O nosso “eu de amanhã” não é tão evoluído como gostaríamos – na verdade, ele é igual ao de hoje. O ano mudou, mas nossas preferências, não.

Motivação depende de quão bem você se sente ao buscar sua meta

Mais do que pensar na meta, pense no estilo de vida que você deseja. A partir daí, reflita se eles são coerentes. Mudar é desconfortável, já que implica dizer “não” para alguns prazeres imediatos. As chances de conseguirmos aumentam se o estilo de vida proporcionado pela mudança nos faz sentir bem e felizes durante o percurso.

Pensar em um estilo de vida coerente com seus valores é fundamental para o sucesso da mudança.

Outro erro comum é achar que as outras pessoas que fazem aquilo que você almeja estão sempre motivadas para isso. Pois saiba que nem mesmo um atleta olímpico que ama a sua modalidade quer treinar todos os dias. Muitas vezes ele precisa se forçar a isso, porque sabe que é importante.

É que a dopamina (olha ela de novo), responsável por governar nossos comportamentos de antecipação, também está relacionada com novidade. Imagine algo que você queria muito comprar. Os momentos de maior êxtase foram aqueles imediatamente antes e depois da compra. Com o comer, acontece a mesma coisa: depois que aquilo passou, já não é mais novidade, a animação diminui.

Tem uma frase bastante emblemática do autor americano James Clear que vale citar: You do not rise to the level of your goals, you fall to level of your systems. Em tradução livre, significa “você não sobe ao nível dos seus objetivos, você cai ao nível dos seus sistemas”. Ela indica que manter a mudança do comportamento depende muito dos sistemas que estabelecemos para isso. Já se perguntou de que modo o seu “eu do passado” está criando um ambiente que facilite as escolhas do seu “eu do futuro”?

Algumas dicas para criar (e manter) novos hábitos

  • Vai treinar depois do trabalho? Não volte para casa para se trocar: vá direto, mesmo que você treine em seu prédio.
  • Não gosta de treinar sozinho? Busque uma companhia ou marque uma assessoria com um personal, por exemplo.
  • Quer comer melhor? Delete o aplicativo de delivery. Em casa, diminua a oferta de alimentos que considera mais irresistíveis. Procure deixar a geladeira cheia de opções práticas, saudáveis e saborosas.
  • Quer dormir mais cedo? Coloque um alarme para te lembrar disso.
  • Quer diminuir o tempo nas redes sociais? Coloque bloqueio de limite te tempo de uso no celular (todos vêm com essa opção).

Uma das atitudes mais inteligentes que podemos ter é criar processos para mudança de comportamento. Na prática, significa que é importante saber como funcionamos e, assim, criar estratégias que facilitem as escolhas que desejamos implementar.

Ao contrário de pensar “hoje não farei isso, vou deixar para amanhã”, que tal se perguntar o que é possível fazer hoje para facilitar a vida mais tarde ou amanhã? Trata-se de um questionamento simples e poderoso. Experimente!

A virada do ano costuma trazer a vontade de modificar os hábitos e recalcular a rota. Essa é inclusive uma época em que a demanda por consultas nutricionais aumenta consideravelmente. Pessoas desejam mudar, pelo menos em parte, sua vida e sua saúde.

Mas, para uma intervenção ser efetiva, a consulta não deve tratar apenas da comida e do comer, e sim trabalhar a mudança de comportamento – tema de tantos livros, palestras, vídeos e posts nas redes sociais. Apesar do vastíssimo conteúdo disponível sobre o assunto na internet, esse ainda é um tópico ainda pouco compreendido. Por isso, trarei alguns pontos que podem ajudá-lo a se aproximar de sua meta de estilo de vida.

O ano mudou, mas você ainda é o mesmo

Uma das coisas que percebo é a ilusão das pessoas em achar que “hoje não, mas amanhã” elas terão sucesso em algum objetivo que definem: “Hoje eu não vou treinar/comer bem/dormir cedo. Amanhã me organizo melhor”. Porém, no dia seguinte tudo se repete.

Temos a tendência a escolher o que é mais gostoso, ou confortável, porque existe um neurotransmissor, a dopamina, que afeta essa nossa capacidade. E, quanto mais próxima está a decisão (como a de comer um alimento prazeroso), maior é o efeito da dopamina – e menor a nossa capacidade de dizer “não”.

Um hormônio chamado dopamina afeta a nossa capacidade de escolha. Por isso, diante de uma alimento gostoso, fica difícil se negar a comê-lo. Foto: Freepik/Adobe Stock

A dopamina normalmente é associada ao prazer e à recompensa – mas está diretamente relacionada com a busca e o aprendizado. E quando fazemos algo de que gostamos, nosso corpo aprende e quer repetir esse processo. Por isso, na iminência da decisão, sentimos certa agitação para “querer” escolher o mais prazeroso.

Então, como lidar com isso? Existem diversas possibilidades, mas uma das principais é: não se colocar na situação de escolha.

O primeiro passo é organizar com antecedência sua vida, rotina e casa para que o seu “eu de amanhã” não tenha que fazer tantas escolhas. O nosso “eu de amanhã” não é tão evoluído como gostaríamos – na verdade, ele é igual ao de hoje. O ano mudou, mas nossas preferências, não.

Motivação depende de quão bem você se sente ao buscar sua meta

Mais do que pensar na meta, pense no estilo de vida que você deseja. A partir daí, reflita se eles são coerentes. Mudar é desconfortável, já que implica dizer “não” para alguns prazeres imediatos. As chances de conseguirmos aumentam se o estilo de vida proporcionado pela mudança nos faz sentir bem e felizes durante o percurso.

Pensar em um estilo de vida coerente com seus valores é fundamental para o sucesso da mudança.

Outro erro comum é achar que as outras pessoas que fazem aquilo que você almeja estão sempre motivadas para isso. Pois saiba que nem mesmo um atleta olímpico que ama a sua modalidade quer treinar todos os dias. Muitas vezes ele precisa se forçar a isso, porque sabe que é importante.

É que a dopamina (olha ela de novo), responsável por governar nossos comportamentos de antecipação, também está relacionada com novidade. Imagine algo que você queria muito comprar. Os momentos de maior êxtase foram aqueles imediatamente antes e depois da compra. Com o comer, acontece a mesma coisa: depois que aquilo passou, já não é mais novidade, a animação diminui.

Tem uma frase bastante emblemática do autor americano James Clear que vale citar: You do not rise to the level of your goals, you fall to level of your systems. Em tradução livre, significa “você não sobe ao nível dos seus objetivos, você cai ao nível dos seus sistemas”. Ela indica que manter a mudança do comportamento depende muito dos sistemas que estabelecemos para isso. Já se perguntou de que modo o seu “eu do passado” está criando um ambiente que facilite as escolhas do seu “eu do futuro”?

Algumas dicas para criar (e manter) novos hábitos

  • Vai treinar depois do trabalho? Não volte para casa para se trocar: vá direto, mesmo que você treine em seu prédio.
  • Não gosta de treinar sozinho? Busque uma companhia ou marque uma assessoria com um personal, por exemplo.
  • Quer comer melhor? Delete o aplicativo de delivery. Em casa, diminua a oferta de alimentos que considera mais irresistíveis. Procure deixar a geladeira cheia de opções práticas, saudáveis e saborosas.
  • Quer dormir mais cedo? Coloque um alarme para te lembrar disso.
  • Quer diminuir o tempo nas redes sociais? Coloque bloqueio de limite te tempo de uso no celular (todos vêm com essa opção).

Uma das atitudes mais inteligentes que podemos ter é criar processos para mudança de comportamento. Na prática, significa que é importante saber como funcionamos e, assim, criar estratégias que facilitem as escolhas que desejamos implementar.

Ao contrário de pensar “hoje não farei isso, vou deixar para amanhã”, que tal se perguntar o que é possível fazer hoje para facilitar a vida mais tarde ou amanhã? Trata-se de um questionamento simples e poderoso. Experimente!

A virada do ano costuma trazer a vontade de modificar os hábitos e recalcular a rota. Essa é inclusive uma época em que a demanda por consultas nutricionais aumenta consideravelmente. Pessoas desejam mudar, pelo menos em parte, sua vida e sua saúde.

Mas, para uma intervenção ser efetiva, a consulta não deve tratar apenas da comida e do comer, e sim trabalhar a mudança de comportamento – tema de tantos livros, palestras, vídeos e posts nas redes sociais. Apesar do vastíssimo conteúdo disponível sobre o assunto na internet, esse ainda é um tópico ainda pouco compreendido. Por isso, trarei alguns pontos que podem ajudá-lo a se aproximar de sua meta de estilo de vida.

O ano mudou, mas você ainda é o mesmo

Uma das coisas que percebo é a ilusão das pessoas em achar que “hoje não, mas amanhã” elas terão sucesso em algum objetivo que definem: “Hoje eu não vou treinar/comer bem/dormir cedo. Amanhã me organizo melhor”. Porém, no dia seguinte tudo se repete.

Temos a tendência a escolher o que é mais gostoso, ou confortável, porque existe um neurotransmissor, a dopamina, que afeta essa nossa capacidade. E, quanto mais próxima está a decisão (como a de comer um alimento prazeroso), maior é o efeito da dopamina – e menor a nossa capacidade de dizer “não”.

Um hormônio chamado dopamina afeta a nossa capacidade de escolha. Por isso, diante de uma alimento gostoso, fica difícil se negar a comê-lo. Foto: Freepik/Adobe Stock

A dopamina normalmente é associada ao prazer e à recompensa – mas está diretamente relacionada com a busca e o aprendizado. E quando fazemos algo de que gostamos, nosso corpo aprende e quer repetir esse processo. Por isso, na iminência da decisão, sentimos certa agitação para “querer” escolher o mais prazeroso.

Então, como lidar com isso? Existem diversas possibilidades, mas uma das principais é: não se colocar na situação de escolha.

O primeiro passo é organizar com antecedência sua vida, rotina e casa para que o seu “eu de amanhã” não tenha que fazer tantas escolhas. O nosso “eu de amanhã” não é tão evoluído como gostaríamos – na verdade, ele é igual ao de hoje. O ano mudou, mas nossas preferências, não.

Motivação depende de quão bem você se sente ao buscar sua meta

Mais do que pensar na meta, pense no estilo de vida que você deseja. A partir daí, reflita se eles são coerentes. Mudar é desconfortável, já que implica dizer “não” para alguns prazeres imediatos. As chances de conseguirmos aumentam se o estilo de vida proporcionado pela mudança nos faz sentir bem e felizes durante o percurso.

Pensar em um estilo de vida coerente com seus valores é fundamental para o sucesso da mudança.

Outro erro comum é achar que as outras pessoas que fazem aquilo que você almeja estão sempre motivadas para isso. Pois saiba que nem mesmo um atleta olímpico que ama a sua modalidade quer treinar todos os dias. Muitas vezes ele precisa se forçar a isso, porque sabe que é importante.

É que a dopamina (olha ela de novo), responsável por governar nossos comportamentos de antecipação, também está relacionada com novidade. Imagine algo que você queria muito comprar. Os momentos de maior êxtase foram aqueles imediatamente antes e depois da compra. Com o comer, acontece a mesma coisa: depois que aquilo passou, já não é mais novidade, a animação diminui.

Tem uma frase bastante emblemática do autor americano James Clear que vale citar: You do not rise to the level of your goals, you fall to level of your systems. Em tradução livre, significa “você não sobe ao nível dos seus objetivos, você cai ao nível dos seus sistemas”. Ela indica que manter a mudança do comportamento depende muito dos sistemas que estabelecemos para isso. Já se perguntou de que modo o seu “eu do passado” está criando um ambiente que facilite as escolhas do seu “eu do futuro”?

Algumas dicas para criar (e manter) novos hábitos

  • Vai treinar depois do trabalho? Não volte para casa para se trocar: vá direto, mesmo que você treine em seu prédio.
  • Não gosta de treinar sozinho? Busque uma companhia ou marque uma assessoria com um personal, por exemplo.
  • Quer comer melhor? Delete o aplicativo de delivery. Em casa, diminua a oferta de alimentos que considera mais irresistíveis. Procure deixar a geladeira cheia de opções práticas, saudáveis e saborosas.
  • Quer dormir mais cedo? Coloque um alarme para te lembrar disso.
  • Quer diminuir o tempo nas redes sociais? Coloque bloqueio de limite te tempo de uso no celular (todos vêm com essa opção).

Uma das atitudes mais inteligentes que podemos ter é criar processos para mudança de comportamento. Na prática, significa que é importante saber como funcionamos e, assim, criar estratégias que facilitem as escolhas que desejamos implementar.

Ao contrário de pensar “hoje não farei isso, vou deixar para amanhã”, que tal se perguntar o que é possível fazer hoje para facilitar a vida mais tarde ou amanhã? Trata-se de um questionamento simples e poderoso. Experimente!

Opinião por Desire Coelho

Nutricionista e bacharel em esporte, doutora e mestre em Ciências pela USP, especialista em transtornos alimentares e em análise do comportamento. É autora do livro “Por que não consigo emagrecer?” e coautora do livro “A Dieta Ideal”

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