Nutrição, exercício e comportamento

Opinião|Você quer emagrecer ou ser emagrecido? Descubra as diferenças e como isso impacta na perda de peso


Para que uma mudança ocorra, é preciso reconhecer a importância da autorresponsabilidade e também das expectativas em relação ao processo

Por Desire Coelho

Já ouviu falar da síndrome de Rocky Balboa? Se você tem mais de 35 anos, provavelmente assistiu a esse clássico de Hollywood. Nele, há uma dinâmica conhecida como a jornada do herói – e que caracteriza com maestria o que as pessoas esperam quando se trata de dietas e emagrecimento. O protagonista, interpretado por Sylvester Stallone, passa a primeira parte do filme na derrocada. Sem dinheiro, sem apoio, sem companheira, enfim, tudo vai de mal a pior.

Chega um determinado momento em que ele decide mudar sua história e, nesse ponto, inicia-se a virada.

Ele convence o técnico a aceitá-lo, volta a treinar intensamente – quem não se recorda das cenas dele comendo ovo cru, fazendo treinos pesadíssimos, correndo e subindo uma escadaria da Philadelphia? Um parêntese: quando estive na cidade, não perdi a oportunidade de repetir a cena! Logo depois, ele volta a competir e a ganhar – não apenas as lutas, mas o amor da sua vida e muito, muito dinheiro.

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Essas cenas de grande sofrimento seguidas de um processo de mudança intenso – mas curto – e que culminam nos louros da vitória tendem a ficar no imaginário das pessoas.

Quantas vezes você já se pegou clicando em algum artigo ou vídeo sobre um novo protocolo, uma dieta da moda ou um suplemento/medicamento que promete um emagrecimento rápido e fácil? Como se fosse uma fase de investimento e, depois, basta esperar para colher os resultados. Aposto que muitas.

Embora muita gente busque atalhos para emagrecer, uma perda de peso sustentável exige tempo e persistência.  Foto: Nomad_Soul/Adobe Stock
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Intervenções e respostas variáveis

Um erro comum que muita gente comete é comparar seu resultado com o de outra pessoa – pode ser alguém conhecido, como um amigo, ou uma personalidade nas redes sociais. Basta esse indivíduo falar sobre o resultado “incrível” que teve com determinado profissional ou dieta e você decide testar. Mas o efeito é diferente. Por que isso acontece? A ciência explica.

Estudos mostram que participantes que recebem o mesmo protocolo de intervenção (uma dieta, por exemplo) respondem de modos muito distintos: enquanto alguns perdem peso, outros não apresentam nenhuma mudança – tem até quem ganhe peso. Isso acontece independentemente do tipo de dieta, pode dar o nome que quiser: low carb, jejum intermitente, Atkins, hipolipídica, etc. As respostas às intervenções sempre variam.

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Uma recente pesquisa foi além dos experimentos e, ao final, entrevistou os participantes para entender o que fez a diferença. Afinal, por que alguns obtiveram bons resultados, enquanto outros não tiveram sucesso? A resposta não estava no tipo de dieta, mas no contexto de vida.

Uma pessoa, por exemplo, trocou de emprego, o que permitiu organizar melhor sua alimentação e ter mais tempo para atividades. Outra contou com o apoio do companheiro, que também mudou seus hábitos. Um voluntário teve uma irmã diagnosticada com câncer, o que foi um despertar para ele sobre a necessidade de se cuidar.

Esses exemplos mostram que o sucesso muitas vezes depende mais do contexto e das condições de vida do que de uma intervenção isolada.

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O mesmo acontece com as novas medicações para o tratamento da obesidade, como os agonistas de GLP-1: nem todo mundo responde da mesma forma a eles. Alguns pacientes colocam uma expectativa muito grande nesses medicamentos, esperando que sejam a solução de todos os seus problemas. Entretanto, há variações na resposta: a maioria responde bem, perdendo de 5 a 15% do peso corporal. Mas, para uma parcela, não há nenhum impacto. Há até quem ganhe peso.

Autorresponsabilização e persistência

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No consultório, é comum o paciente esperar que o profissional simplesmente diga o que ele deve fazer. Afinal, emagrecer alguns quilos não é tão difícil assim. O verdadeiro desafio é conseguir manter o novo e tão desejado peso.

No entanto, nem sempre o indivíduo está pronto para ouvir a verdade: o que o corpo mais precisa é de um estilo de vida coerente com os objetivos estabelecidos. Por isso, vale a pena refletir: quão alinhados estão seus desejos de emagrecimento com o estilo de vida que você está disposto a ter?

Mudanças rápidas geram resultados rápidos, mas também passageiros. Mudanças graduais e sustentáveis tendem a ser mais eficazes do que transformações radicais e temporárias. É a consistência nas mudanças que traz resultados duradouros. Como profissional da saúde, afirmo que não existem atalhos: o emagrecimento exige tempo, esforço e consistência.

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Não se engane: enquanto o Rocky estava ganhando as lutas, ele continuava comendo ovo cru, treinando intensamente, correndo e, ainda, lutando.

Quando o objetivo é atingir uma meta difícil – seja ela qual for –, é óbvio que queremos encontrar atalhos. Mas, tratando-se de emagrecimento, é preciso assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas e também entender que o processo envolve etapas, persistência e uma boa dose de paciência.

No fim das contas, o verdadeiro sucesso está em encontrar um equilíbrio entre o corpo desejado e o estilo de vida que você quer e é capaz de sustentar.

Já ouviu falar da síndrome de Rocky Balboa? Se você tem mais de 35 anos, provavelmente assistiu a esse clássico de Hollywood. Nele, há uma dinâmica conhecida como a jornada do herói – e que caracteriza com maestria o que as pessoas esperam quando se trata de dietas e emagrecimento. O protagonista, interpretado por Sylvester Stallone, passa a primeira parte do filme na derrocada. Sem dinheiro, sem apoio, sem companheira, enfim, tudo vai de mal a pior.

Chega um determinado momento em que ele decide mudar sua história e, nesse ponto, inicia-se a virada.

Ele convence o técnico a aceitá-lo, volta a treinar intensamente – quem não se recorda das cenas dele comendo ovo cru, fazendo treinos pesadíssimos, correndo e subindo uma escadaria da Philadelphia? Um parêntese: quando estive na cidade, não perdi a oportunidade de repetir a cena! Logo depois, ele volta a competir e a ganhar – não apenas as lutas, mas o amor da sua vida e muito, muito dinheiro.

Essas cenas de grande sofrimento seguidas de um processo de mudança intenso – mas curto – e que culminam nos louros da vitória tendem a ficar no imaginário das pessoas.

Quantas vezes você já se pegou clicando em algum artigo ou vídeo sobre um novo protocolo, uma dieta da moda ou um suplemento/medicamento que promete um emagrecimento rápido e fácil? Como se fosse uma fase de investimento e, depois, basta esperar para colher os resultados. Aposto que muitas.

Embora muita gente busque atalhos para emagrecer, uma perda de peso sustentável exige tempo e persistência.  Foto: Nomad_Soul/Adobe Stock

Intervenções e respostas variáveis

Um erro comum que muita gente comete é comparar seu resultado com o de outra pessoa – pode ser alguém conhecido, como um amigo, ou uma personalidade nas redes sociais. Basta esse indivíduo falar sobre o resultado “incrível” que teve com determinado profissional ou dieta e você decide testar. Mas o efeito é diferente. Por que isso acontece? A ciência explica.

Estudos mostram que participantes que recebem o mesmo protocolo de intervenção (uma dieta, por exemplo) respondem de modos muito distintos: enquanto alguns perdem peso, outros não apresentam nenhuma mudança – tem até quem ganhe peso. Isso acontece independentemente do tipo de dieta, pode dar o nome que quiser: low carb, jejum intermitente, Atkins, hipolipídica, etc. As respostas às intervenções sempre variam.

Uma recente pesquisa foi além dos experimentos e, ao final, entrevistou os participantes para entender o que fez a diferença. Afinal, por que alguns obtiveram bons resultados, enquanto outros não tiveram sucesso? A resposta não estava no tipo de dieta, mas no contexto de vida.

Uma pessoa, por exemplo, trocou de emprego, o que permitiu organizar melhor sua alimentação e ter mais tempo para atividades. Outra contou com o apoio do companheiro, que também mudou seus hábitos. Um voluntário teve uma irmã diagnosticada com câncer, o que foi um despertar para ele sobre a necessidade de se cuidar.

Esses exemplos mostram que o sucesso muitas vezes depende mais do contexto e das condições de vida do que de uma intervenção isolada.

O mesmo acontece com as novas medicações para o tratamento da obesidade, como os agonistas de GLP-1: nem todo mundo responde da mesma forma a eles. Alguns pacientes colocam uma expectativa muito grande nesses medicamentos, esperando que sejam a solução de todos os seus problemas. Entretanto, há variações na resposta: a maioria responde bem, perdendo de 5 a 15% do peso corporal. Mas, para uma parcela, não há nenhum impacto. Há até quem ganhe peso.

Autorresponsabilização e persistência

No consultório, é comum o paciente esperar que o profissional simplesmente diga o que ele deve fazer. Afinal, emagrecer alguns quilos não é tão difícil assim. O verdadeiro desafio é conseguir manter o novo e tão desejado peso.

No entanto, nem sempre o indivíduo está pronto para ouvir a verdade: o que o corpo mais precisa é de um estilo de vida coerente com os objetivos estabelecidos. Por isso, vale a pena refletir: quão alinhados estão seus desejos de emagrecimento com o estilo de vida que você está disposto a ter?

Mudanças rápidas geram resultados rápidos, mas também passageiros. Mudanças graduais e sustentáveis tendem a ser mais eficazes do que transformações radicais e temporárias. É a consistência nas mudanças que traz resultados duradouros. Como profissional da saúde, afirmo que não existem atalhos: o emagrecimento exige tempo, esforço e consistência.

Não se engane: enquanto o Rocky estava ganhando as lutas, ele continuava comendo ovo cru, treinando intensamente, correndo e, ainda, lutando.

Quando o objetivo é atingir uma meta difícil – seja ela qual for –, é óbvio que queremos encontrar atalhos. Mas, tratando-se de emagrecimento, é preciso assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas e também entender que o processo envolve etapas, persistência e uma boa dose de paciência.

No fim das contas, o verdadeiro sucesso está em encontrar um equilíbrio entre o corpo desejado e o estilo de vida que você quer e é capaz de sustentar.

Já ouviu falar da síndrome de Rocky Balboa? Se você tem mais de 35 anos, provavelmente assistiu a esse clássico de Hollywood. Nele, há uma dinâmica conhecida como a jornada do herói – e que caracteriza com maestria o que as pessoas esperam quando se trata de dietas e emagrecimento. O protagonista, interpretado por Sylvester Stallone, passa a primeira parte do filme na derrocada. Sem dinheiro, sem apoio, sem companheira, enfim, tudo vai de mal a pior.

Chega um determinado momento em que ele decide mudar sua história e, nesse ponto, inicia-se a virada.

Ele convence o técnico a aceitá-lo, volta a treinar intensamente – quem não se recorda das cenas dele comendo ovo cru, fazendo treinos pesadíssimos, correndo e subindo uma escadaria da Philadelphia? Um parêntese: quando estive na cidade, não perdi a oportunidade de repetir a cena! Logo depois, ele volta a competir e a ganhar – não apenas as lutas, mas o amor da sua vida e muito, muito dinheiro.

Essas cenas de grande sofrimento seguidas de um processo de mudança intenso – mas curto – e que culminam nos louros da vitória tendem a ficar no imaginário das pessoas.

Quantas vezes você já se pegou clicando em algum artigo ou vídeo sobre um novo protocolo, uma dieta da moda ou um suplemento/medicamento que promete um emagrecimento rápido e fácil? Como se fosse uma fase de investimento e, depois, basta esperar para colher os resultados. Aposto que muitas.

Embora muita gente busque atalhos para emagrecer, uma perda de peso sustentável exige tempo e persistência.  Foto: Nomad_Soul/Adobe Stock

Intervenções e respostas variáveis

Um erro comum que muita gente comete é comparar seu resultado com o de outra pessoa – pode ser alguém conhecido, como um amigo, ou uma personalidade nas redes sociais. Basta esse indivíduo falar sobre o resultado “incrível” que teve com determinado profissional ou dieta e você decide testar. Mas o efeito é diferente. Por que isso acontece? A ciência explica.

Estudos mostram que participantes que recebem o mesmo protocolo de intervenção (uma dieta, por exemplo) respondem de modos muito distintos: enquanto alguns perdem peso, outros não apresentam nenhuma mudança – tem até quem ganhe peso. Isso acontece independentemente do tipo de dieta, pode dar o nome que quiser: low carb, jejum intermitente, Atkins, hipolipídica, etc. As respostas às intervenções sempre variam.

Uma recente pesquisa foi além dos experimentos e, ao final, entrevistou os participantes para entender o que fez a diferença. Afinal, por que alguns obtiveram bons resultados, enquanto outros não tiveram sucesso? A resposta não estava no tipo de dieta, mas no contexto de vida.

Uma pessoa, por exemplo, trocou de emprego, o que permitiu organizar melhor sua alimentação e ter mais tempo para atividades. Outra contou com o apoio do companheiro, que também mudou seus hábitos. Um voluntário teve uma irmã diagnosticada com câncer, o que foi um despertar para ele sobre a necessidade de se cuidar.

Esses exemplos mostram que o sucesso muitas vezes depende mais do contexto e das condições de vida do que de uma intervenção isolada.

O mesmo acontece com as novas medicações para o tratamento da obesidade, como os agonistas de GLP-1: nem todo mundo responde da mesma forma a eles. Alguns pacientes colocam uma expectativa muito grande nesses medicamentos, esperando que sejam a solução de todos os seus problemas. Entretanto, há variações na resposta: a maioria responde bem, perdendo de 5 a 15% do peso corporal. Mas, para uma parcela, não há nenhum impacto. Há até quem ganhe peso.

Autorresponsabilização e persistência

No consultório, é comum o paciente esperar que o profissional simplesmente diga o que ele deve fazer. Afinal, emagrecer alguns quilos não é tão difícil assim. O verdadeiro desafio é conseguir manter o novo e tão desejado peso.

No entanto, nem sempre o indivíduo está pronto para ouvir a verdade: o que o corpo mais precisa é de um estilo de vida coerente com os objetivos estabelecidos. Por isso, vale a pena refletir: quão alinhados estão seus desejos de emagrecimento com o estilo de vida que você está disposto a ter?

Mudanças rápidas geram resultados rápidos, mas também passageiros. Mudanças graduais e sustentáveis tendem a ser mais eficazes do que transformações radicais e temporárias. É a consistência nas mudanças que traz resultados duradouros. Como profissional da saúde, afirmo que não existem atalhos: o emagrecimento exige tempo, esforço e consistência.

Não se engane: enquanto o Rocky estava ganhando as lutas, ele continuava comendo ovo cru, treinando intensamente, correndo e, ainda, lutando.

Quando o objetivo é atingir uma meta difícil – seja ela qual for –, é óbvio que queremos encontrar atalhos. Mas, tratando-se de emagrecimento, é preciso assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas e também entender que o processo envolve etapas, persistência e uma boa dose de paciência.

No fim das contas, o verdadeiro sucesso está em encontrar um equilíbrio entre o corpo desejado e o estilo de vida que você quer e é capaz de sustentar.

Já ouviu falar da síndrome de Rocky Balboa? Se você tem mais de 35 anos, provavelmente assistiu a esse clássico de Hollywood. Nele, há uma dinâmica conhecida como a jornada do herói – e que caracteriza com maestria o que as pessoas esperam quando se trata de dietas e emagrecimento. O protagonista, interpretado por Sylvester Stallone, passa a primeira parte do filme na derrocada. Sem dinheiro, sem apoio, sem companheira, enfim, tudo vai de mal a pior.

Chega um determinado momento em que ele decide mudar sua história e, nesse ponto, inicia-se a virada.

Ele convence o técnico a aceitá-lo, volta a treinar intensamente – quem não se recorda das cenas dele comendo ovo cru, fazendo treinos pesadíssimos, correndo e subindo uma escadaria da Philadelphia? Um parêntese: quando estive na cidade, não perdi a oportunidade de repetir a cena! Logo depois, ele volta a competir e a ganhar – não apenas as lutas, mas o amor da sua vida e muito, muito dinheiro.

Essas cenas de grande sofrimento seguidas de um processo de mudança intenso – mas curto – e que culminam nos louros da vitória tendem a ficar no imaginário das pessoas.

Quantas vezes você já se pegou clicando em algum artigo ou vídeo sobre um novo protocolo, uma dieta da moda ou um suplemento/medicamento que promete um emagrecimento rápido e fácil? Como se fosse uma fase de investimento e, depois, basta esperar para colher os resultados. Aposto que muitas.

Embora muita gente busque atalhos para emagrecer, uma perda de peso sustentável exige tempo e persistência.  Foto: Nomad_Soul/Adobe Stock

Intervenções e respostas variáveis

Um erro comum que muita gente comete é comparar seu resultado com o de outra pessoa – pode ser alguém conhecido, como um amigo, ou uma personalidade nas redes sociais. Basta esse indivíduo falar sobre o resultado “incrível” que teve com determinado profissional ou dieta e você decide testar. Mas o efeito é diferente. Por que isso acontece? A ciência explica.

Estudos mostram que participantes que recebem o mesmo protocolo de intervenção (uma dieta, por exemplo) respondem de modos muito distintos: enquanto alguns perdem peso, outros não apresentam nenhuma mudança – tem até quem ganhe peso. Isso acontece independentemente do tipo de dieta, pode dar o nome que quiser: low carb, jejum intermitente, Atkins, hipolipídica, etc. As respostas às intervenções sempre variam.

Uma recente pesquisa foi além dos experimentos e, ao final, entrevistou os participantes para entender o que fez a diferença. Afinal, por que alguns obtiveram bons resultados, enquanto outros não tiveram sucesso? A resposta não estava no tipo de dieta, mas no contexto de vida.

Uma pessoa, por exemplo, trocou de emprego, o que permitiu organizar melhor sua alimentação e ter mais tempo para atividades. Outra contou com o apoio do companheiro, que também mudou seus hábitos. Um voluntário teve uma irmã diagnosticada com câncer, o que foi um despertar para ele sobre a necessidade de se cuidar.

Esses exemplos mostram que o sucesso muitas vezes depende mais do contexto e das condições de vida do que de uma intervenção isolada.

O mesmo acontece com as novas medicações para o tratamento da obesidade, como os agonistas de GLP-1: nem todo mundo responde da mesma forma a eles. Alguns pacientes colocam uma expectativa muito grande nesses medicamentos, esperando que sejam a solução de todos os seus problemas. Entretanto, há variações na resposta: a maioria responde bem, perdendo de 5 a 15% do peso corporal. Mas, para uma parcela, não há nenhum impacto. Há até quem ganhe peso.

Autorresponsabilização e persistência

No consultório, é comum o paciente esperar que o profissional simplesmente diga o que ele deve fazer. Afinal, emagrecer alguns quilos não é tão difícil assim. O verdadeiro desafio é conseguir manter o novo e tão desejado peso.

No entanto, nem sempre o indivíduo está pronto para ouvir a verdade: o que o corpo mais precisa é de um estilo de vida coerente com os objetivos estabelecidos. Por isso, vale a pena refletir: quão alinhados estão seus desejos de emagrecimento com o estilo de vida que você está disposto a ter?

Mudanças rápidas geram resultados rápidos, mas também passageiros. Mudanças graduais e sustentáveis tendem a ser mais eficazes do que transformações radicais e temporárias. É a consistência nas mudanças que traz resultados duradouros. Como profissional da saúde, afirmo que não existem atalhos: o emagrecimento exige tempo, esforço e consistência.

Não se engane: enquanto o Rocky estava ganhando as lutas, ele continuava comendo ovo cru, treinando intensamente, correndo e, ainda, lutando.

Quando o objetivo é atingir uma meta difícil – seja ela qual for –, é óbvio que queremos encontrar atalhos. Mas, tratando-se de emagrecimento, é preciso assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas e também entender que o processo envolve etapas, persistência e uma boa dose de paciência.

No fim das contas, o verdadeiro sucesso está em encontrar um equilíbrio entre o corpo desejado e o estilo de vida que você quer e é capaz de sustentar.

Já ouviu falar da síndrome de Rocky Balboa? Se você tem mais de 35 anos, provavelmente assistiu a esse clássico de Hollywood. Nele, há uma dinâmica conhecida como a jornada do herói – e que caracteriza com maestria o que as pessoas esperam quando se trata de dietas e emagrecimento. O protagonista, interpretado por Sylvester Stallone, passa a primeira parte do filme na derrocada. Sem dinheiro, sem apoio, sem companheira, enfim, tudo vai de mal a pior.

Chega um determinado momento em que ele decide mudar sua história e, nesse ponto, inicia-se a virada.

Ele convence o técnico a aceitá-lo, volta a treinar intensamente – quem não se recorda das cenas dele comendo ovo cru, fazendo treinos pesadíssimos, correndo e subindo uma escadaria da Philadelphia? Um parêntese: quando estive na cidade, não perdi a oportunidade de repetir a cena! Logo depois, ele volta a competir e a ganhar – não apenas as lutas, mas o amor da sua vida e muito, muito dinheiro.

Essas cenas de grande sofrimento seguidas de um processo de mudança intenso – mas curto – e que culminam nos louros da vitória tendem a ficar no imaginário das pessoas.

Quantas vezes você já se pegou clicando em algum artigo ou vídeo sobre um novo protocolo, uma dieta da moda ou um suplemento/medicamento que promete um emagrecimento rápido e fácil? Como se fosse uma fase de investimento e, depois, basta esperar para colher os resultados. Aposto que muitas.

Embora muita gente busque atalhos para emagrecer, uma perda de peso sustentável exige tempo e persistência.  Foto: Nomad_Soul/Adobe Stock

Intervenções e respostas variáveis

Um erro comum que muita gente comete é comparar seu resultado com o de outra pessoa – pode ser alguém conhecido, como um amigo, ou uma personalidade nas redes sociais. Basta esse indivíduo falar sobre o resultado “incrível” que teve com determinado profissional ou dieta e você decide testar. Mas o efeito é diferente. Por que isso acontece? A ciência explica.

Estudos mostram que participantes que recebem o mesmo protocolo de intervenção (uma dieta, por exemplo) respondem de modos muito distintos: enquanto alguns perdem peso, outros não apresentam nenhuma mudança – tem até quem ganhe peso. Isso acontece independentemente do tipo de dieta, pode dar o nome que quiser: low carb, jejum intermitente, Atkins, hipolipídica, etc. As respostas às intervenções sempre variam.

Uma recente pesquisa foi além dos experimentos e, ao final, entrevistou os participantes para entender o que fez a diferença. Afinal, por que alguns obtiveram bons resultados, enquanto outros não tiveram sucesso? A resposta não estava no tipo de dieta, mas no contexto de vida.

Uma pessoa, por exemplo, trocou de emprego, o que permitiu organizar melhor sua alimentação e ter mais tempo para atividades. Outra contou com o apoio do companheiro, que também mudou seus hábitos. Um voluntário teve uma irmã diagnosticada com câncer, o que foi um despertar para ele sobre a necessidade de se cuidar.

Esses exemplos mostram que o sucesso muitas vezes depende mais do contexto e das condições de vida do que de uma intervenção isolada.

O mesmo acontece com as novas medicações para o tratamento da obesidade, como os agonistas de GLP-1: nem todo mundo responde da mesma forma a eles. Alguns pacientes colocam uma expectativa muito grande nesses medicamentos, esperando que sejam a solução de todos os seus problemas. Entretanto, há variações na resposta: a maioria responde bem, perdendo de 5 a 15% do peso corporal. Mas, para uma parcela, não há nenhum impacto. Há até quem ganhe peso.

Autorresponsabilização e persistência

No consultório, é comum o paciente esperar que o profissional simplesmente diga o que ele deve fazer. Afinal, emagrecer alguns quilos não é tão difícil assim. O verdadeiro desafio é conseguir manter o novo e tão desejado peso.

No entanto, nem sempre o indivíduo está pronto para ouvir a verdade: o que o corpo mais precisa é de um estilo de vida coerente com os objetivos estabelecidos. Por isso, vale a pena refletir: quão alinhados estão seus desejos de emagrecimento com o estilo de vida que você está disposto a ter?

Mudanças rápidas geram resultados rápidos, mas também passageiros. Mudanças graduais e sustentáveis tendem a ser mais eficazes do que transformações radicais e temporárias. É a consistência nas mudanças que traz resultados duradouros. Como profissional da saúde, afirmo que não existem atalhos: o emagrecimento exige tempo, esforço e consistência.

Não se engane: enquanto o Rocky estava ganhando as lutas, ele continuava comendo ovo cru, treinando intensamente, correndo e, ainda, lutando.

Quando o objetivo é atingir uma meta difícil – seja ela qual for –, é óbvio que queremos encontrar atalhos. Mas, tratando-se de emagrecimento, é preciso assumir a responsabilidade pelas próprias escolhas e também entender que o processo envolve etapas, persistência e uma boa dose de paciência.

No fim das contas, o verdadeiro sucesso está em encontrar um equilíbrio entre o corpo desejado e o estilo de vida que você quer e é capaz de sustentar.

Opinião por Desire Coelho

Nutricionista e bacharel em esporte, doutora e mestre em Ciências pela USP, especialista em transtornos alimentares e em análise do comportamento. É autora do livro “Por que não consigo emagrecer?” e coautora do livro “A Dieta Ideal”

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