Devemos usar enxaguante bucal? Entenda quando o produto é indicado


Investigamos se fazer bochechos com esse item é essencial para a higiene do dia a dia

Por Ana Lourenço
Atualização:

Não faltam opções de marcas de enxaguantes bucais nas prateleiras dos mercados e das farmácias. A grande maioria promete remover até 99% dos germes, tratar o mau hálito e reduzir a placa bacteriana. Mas será que o produto é tão essencial assim para nossa higiene bucal diária?

Segundo o cirurgião-dentista Ricardo Schmitutz Jahn, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), a principal forma de preservar a saúde bucal é focando na prevenção. “Em odontologia, significa basicamente evitar a formação de placa bacteriana, o chamado biofilme dentário. E, para isso, a remoção mecânica é mais do que eficiente”, diz o especialista, citando a escova dentária e o fio dental. A recomendação é que esse tipo de higiene aconteça três vezes ao dia.

O enxaguatório seria um coadjuvante em um tratamento conduzido por um profissional”, acrescenta. Ou seja, ele não é parte imprescindível na rotina de higiene bucal e, embora seja vendido sem prescrição, deveria ser recomendado por um especialista.

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Apesar de prometer o combate às cáries, enxaguante bucal sozinho não resolve muita coisa Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

Dois tipos de enxaguantes

É importante destacar que esses produtos podem ser divididos em dois grupos diferentes. Há aqueles conhecidos como cosméticos, que são os itens mais populares, que prometem sobretudo hálito fresco e refrescante, além de eliminação de germes.

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E existe uma segunda categoria, que é formada por produtos que concentram substâncias específicas para a manutenção da saúde bucal – esses devem ser encarados quase como medicamentos. Eles podem ser recomendados após cirurgias, por exemplo, e costumam ser chamados de terapêuticos.

Um elemento comum de ser encontrado nesses enxaguantes terapêuticos é a clorexidina. Ela tem ação antimicrobiana, mas seu uso contínuo pode causar redução do paladar e manchas nos dentes de alguns pacientes. “É claro que, na maioria das vezes, essa perda é apenas transitória. Ou seja, o paciente retoma o paladar assim que suspende o uso”, pondera o dentista. Mas isso reforça a importância de contar com a orientação de um profissional ao usar essas versões de enxaguantes.

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Mesmo os enxaguantes mais voltados ao dia a dia, que não se propõem a tratar questões de saúde bucal, exigem cuidados. Afinal, a maior parte concentra flúor, e é importante entender a forma ideal de uso para cada indivíduo. Também é essencial confirmar se a fórmula não leva álcool. “Dificilmente encontraremos produtos com álcool no mercado, mas, de qualquer forma, é bom lembrar de evitá-lo”, indica Jahn. É que o álcool deixa os dentes mais fracos, o que pode danificar o esmalte e assim, facilitar o aparecimento de manchas e o amarelamento. Além disso, a substância pode causar ressecamento na boca, uma vez que tem propriedades secantes.

Uso de escova e fio dental é suficiente para a limpeza bucal. Os enxaguantes, por sua vez, não são imprescindíveis, a não ser que o dentista recomende.  Foto:

Enxaguante bucal realmente combate o mau hálito?

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Não. Momentaneamente, ele até pode mascarar um problema de halitose, mas não é eficiente de forma isolada em longo prazo.

De acordo com Jahn, se um indivíduo está fazendo um tratamento completo, e recebe informações sobre como controlar a dieta, higienizar corretamente a boca, língua e bochecha, além de evitar doenças periodontais e a presença de cárie, o enxaguante entra nesse cenário como um complemento. “Só que o peso das outras medidas é muito mais impactante do que a aplicação do produto em si”, explica.

Pode usar todos os dias?

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Uma vez que os enxaguantes terapêuticos devem ser usados sob indicação odontológica, o profissional deixará claro por quanto tempo eles devem fazer parte da rotina. Aqueles mais populares, por sua vez, podem ser utilizados de acordo com a vontade de cada pessoa. Não existem estudos mostrando ocorrência de desgaste e/ou abrasão de superfície dentária por causa desses itens.

“O maior risco em relação a esse hábito é ele mascarar uma doença que pode estar em evolução”, alerta o especialista. Um hálito ruim, por exemplo, pode ser sintoma de quadros mais sérios, como uma doença periodontal até um câncer bucal. A melhor maneira de evitar sustos é fazer um acompanhamento periódico com o dentista.

Como o enxaguante deve ser utilizado?

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O mais comum é utilizar o enxaguante após a escovação. Em hipótese alguma o líquido deve substituir a escova e o fio dental. Normalmente, indica-se bochechá-lo por 30 segundos e cuspi-lo na sequência. Ele nunca deve ser ingerido – justamente por isso não é recomendado para crianças abaixo de 6 anos.

Não faltam opções de marcas de enxaguantes bucais nas prateleiras dos mercados e das farmácias. A grande maioria promete remover até 99% dos germes, tratar o mau hálito e reduzir a placa bacteriana. Mas será que o produto é tão essencial assim para nossa higiene bucal diária?

Segundo o cirurgião-dentista Ricardo Schmitutz Jahn, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), a principal forma de preservar a saúde bucal é focando na prevenção. “Em odontologia, significa basicamente evitar a formação de placa bacteriana, o chamado biofilme dentário. E, para isso, a remoção mecânica é mais do que eficiente”, diz o especialista, citando a escova dentária e o fio dental. A recomendação é que esse tipo de higiene aconteça três vezes ao dia.

O enxaguatório seria um coadjuvante em um tratamento conduzido por um profissional”, acrescenta. Ou seja, ele não é parte imprescindível na rotina de higiene bucal e, embora seja vendido sem prescrição, deveria ser recomendado por um especialista.

Apesar de prometer o combate às cáries, enxaguante bucal sozinho não resolve muita coisa Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

Dois tipos de enxaguantes

É importante destacar que esses produtos podem ser divididos em dois grupos diferentes. Há aqueles conhecidos como cosméticos, que são os itens mais populares, que prometem sobretudo hálito fresco e refrescante, além de eliminação de germes.

E existe uma segunda categoria, que é formada por produtos que concentram substâncias específicas para a manutenção da saúde bucal – esses devem ser encarados quase como medicamentos. Eles podem ser recomendados após cirurgias, por exemplo, e costumam ser chamados de terapêuticos.

Um elemento comum de ser encontrado nesses enxaguantes terapêuticos é a clorexidina. Ela tem ação antimicrobiana, mas seu uso contínuo pode causar redução do paladar e manchas nos dentes de alguns pacientes. “É claro que, na maioria das vezes, essa perda é apenas transitória. Ou seja, o paciente retoma o paladar assim que suspende o uso”, pondera o dentista. Mas isso reforça a importância de contar com a orientação de um profissional ao usar essas versões de enxaguantes.

Mesmo os enxaguantes mais voltados ao dia a dia, que não se propõem a tratar questões de saúde bucal, exigem cuidados. Afinal, a maior parte concentra flúor, e é importante entender a forma ideal de uso para cada indivíduo. Também é essencial confirmar se a fórmula não leva álcool. “Dificilmente encontraremos produtos com álcool no mercado, mas, de qualquer forma, é bom lembrar de evitá-lo”, indica Jahn. É que o álcool deixa os dentes mais fracos, o que pode danificar o esmalte e assim, facilitar o aparecimento de manchas e o amarelamento. Além disso, a substância pode causar ressecamento na boca, uma vez que tem propriedades secantes.

Uso de escova e fio dental é suficiente para a limpeza bucal. Os enxaguantes, por sua vez, não são imprescindíveis, a não ser que o dentista recomende.  Foto:

Enxaguante bucal realmente combate o mau hálito?

Não. Momentaneamente, ele até pode mascarar um problema de halitose, mas não é eficiente de forma isolada em longo prazo.

De acordo com Jahn, se um indivíduo está fazendo um tratamento completo, e recebe informações sobre como controlar a dieta, higienizar corretamente a boca, língua e bochecha, além de evitar doenças periodontais e a presença de cárie, o enxaguante entra nesse cenário como um complemento. “Só que o peso das outras medidas é muito mais impactante do que a aplicação do produto em si”, explica.

Pode usar todos os dias?

Uma vez que os enxaguantes terapêuticos devem ser usados sob indicação odontológica, o profissional deixará claro por quanto tempo eles devem fazer parte da rotina. Aqueles mais populares, por sua vez, podem ser utilizados de acordo com a vontade de cada pessoa. Não existem estudos mostrando ocorrência de desgaste e/ou abrasão de superfície dentária por causa desses itens.

“O maior risco em relação a esse hábito é ele mascarar uma doença que pode estar em evolução”, alerta o especialista. Um hálito ruim, por exemplo, pode ser sintoma de quadros mais sérios, como uma doença periodontal até um câncer bucal. A melhor maneira de evitar sustos é fazer um acompanhamento periódico com o dentista.

Como o enxaguante deve ser utilizado?

O mais comum é utilizar o enxaguante após a escovação. Em hipótese alguma o líquido deve substituir a escova e o fio dental. Normalmente, indica-se bochechá-lo por 30 segundos e cuspi-lo na sequência. Ele nunca deve ser ingerido – justamente por isso não é recomendado para crianças abaixo de 6 anos.

Não faltam opções de marcas de enxaguantes bucais nas prateleiras dos mercados e das farmácias. A grande maioria promete remover até 99% dos germes, tratar o mau hálito e reduzir a placa bacteriana. Mas será que o produto é tão essencial assim para nossa higiene bucal diária?

Segundo o cirurgião-dentista Ricardo Schmitutz Jahn, membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), a principal forma de preservar a saúde bucal é focando na prevenção. “Em odontologia, significa basicamente evitar a formação de placa bacteriana, o chamado biofilme dentário. E, para isso, a remoção mecânica é mais do que eficiente”, diz o especialista, citando a escova dentária e o fio dental. A recomendação é que esse tipo de higiene aconteça três vezes ao dia.

O enxaguatório seria um coadjuvante em um tratamento conduzido por um profissional”, acrescenta. Ou seja, ele não é parte imprescindível na rotina de higiene bucal e, embora seja vendido sem prescrição, deveria ser recomendado por um especialista.

Apesar de prometer o combate às cáries, enxaguante bucal sozinho não resolve muita coisa Foto: Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

Dois tipos de enxaguantes

É importante destacar que esses produtos podem ser divididos em dois grupos diferentes. Há aqueles conhecidos como cosméticos, que são os itens mais populares, que prometem sobretudo hálito fresco e refrescante, além de eliminação de germes.

E existe uma segunda categoria, que é formada por produtos que concentram substâncias específicas para a manutenção da saúde bucal – esses devem ser encarados quase como medicamentos. Eles podem ser recomendados após cirurgias, por exemplo, e costumam ser chamados de terapêuticos.

Um elemento comum de ser encontrado nesses enxaguantes terapêuticos é a clorexidina. Ela tem ação antimicrobiana, mas seu uso contínuo pode causar redução do paladar e manchas nos dentes de alguns pacientes. “É claro que, na maioria das vezes, essa perda é apenas transitória. Ou seja, o paciente retoma o paladar assim que suspende o uso”, pondera o dentista. Mas isso reforça a importância de contar com a orientação de um profissional ao usar essas versões de enxaguantes.

Mesmo os enxaguantes mais voltados ao dia a dia, que não se propõem a tratar questões de saúde bucal, exigem cuidados. Afinal, a maior parte concentra flúor, e é importante entender a forma ideal de uso para cada indivíduo. Também é essencial confirmar se a fórmula não leva álcool. “Dificilmente encontraremos produtos com álcool no mercado, mas, de qualquer forma, é bom lembrar de evitá-lo”, indica Jahn. É que o álcool deixa os dentes mais fracos, o que pode danificar o esmalte e assim, facilitar o aparecimento de manchas e o amarelamento. Além disso, a substância pode causar ressecamento na boca, uma vez que tem propriedades secantes.

Uso de escova e fio dental é suficiente para a limpeza bucal. Os enxaguantes, por sua vez, não são imprescindíveis, a não ser que o dentista recomende.  Foto:

Enxaguante bucal realmente combate o mau hálito?

Não. Momentaneamente, ele até pode mascarar um problema de halitose, mas não é eficiente de forma isolada em longo prazo.

De acordo com Jahn, se um indivíduo está fazendo um tratamento completo, e recebe informações sobre como controlar a dieta, higienizar corretamente a boca, língua e bochecha, além de evitar doenças periodontais e a presença de cárie, o enxaguante entra nesse cenário como um complemento. “Só que o peso das outras medidas é muito mais impactante do que a aplicação do produto em si”, explica.

Pode usar todos os dias?

Uma vez que os enxaguantes terapêuticos devem ser usados sob indicação odontológica, o profissional deixará claro por quanto tempo eles devem fazer parte da rotina. Aqueles mais populares, por sua vez, podem ser utilizados de acordo com a vontade de cada pessoa. Não existem estudos mostrando ocorrência de desgaste e/ou abrasão de superfície dentária por causa desses itens.

“O maior risco em relação a esse hábito é ele mascarar uma doença que pode estar em evolução”, alerta o especialista. Um hálito ruim, por exemplo, pode ser sintoma de quadros mais sérios, como uma doença periodontal até um câncer bucal. A melhor maneira de evitar sustos é fazer um acompanhamento periódico com o dentista.

Como o enxaguante deve ser utilizado?

O mais comum é utilizar o enxaguante após a escovação. Em hipótese alguma o líquido deve substituir a escova e o fio dental. Normalmente, indica-se bochechá-lo por 30 segundos e cuspi-lo na sequência. Ele nunca deve ser ingerido – justamente por isso não é recomendado para crianças abaixo de 6 anos.

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