Diante das dietas ‘low-carb’, estudo mostra que pouco carboidrato pode reduzir expectativa de vida


Por outro lado, uma ingestão igual ou superior a 70% desse tipo de alimento também é prejudicial à saúde

Por Redação
Atualização:

PARIS - Um estudo publicado nesta sexta-feira, 17, na revista científica sobre medicina The Lancet colocou em dúvida a moda das chamadas dietas “low-carb”, que evitam a ingestão de carboidratos e reforçam a de proteínas e gorduras animais, ao apontar que essa escolha pode reduzir a expectativa de vida.

"Uma dieta com base em produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada", disse acoordenadora do estudo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

A pesquisa concluiu que as pessoas de meia-idade que obtêm quase metade de suas calorias diárias de carboidratos vivem em média vários anos a mais do que aquelas que seguem dietas com muita carne e pouco carboidrato.

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Os defensores das "dietas paleolíticas" alegam que a mudança rápida, há 10 mil anos com o surgimento da agricultura, dos grãos, dos laticínios e dos legumes, não deu tempo suficiente ao corpo humano para se adaptar a estes alimentos ricos em carboidratos.

Uma alimentação com poucos carboidratos fornece menos de 40% do total de energia, embora muitas dietas deste tipo diminuam esta proporção a 20% ou menos, de acordo com o estudo.

No lado oposto, um porcentual igual ou superior a 70% de energia procedente dos carboidratos - massa, arroz, entre outros - também pode reduzir a longevidade, mas de maneira menos intensa, segundo os cientistas.

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Veja abaixo: o que tem nas barras de proteínas?

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Queridinhas das dietas e academias, as barras de proteína podem conter tanto açucar quanto uma barra de chocolate, ou até o número de calorias equivalente ao de uma refeição

"As dietas com poucos carboidratos que os substituem por proteínas ou gorduras são cada vez mais populares como estratégia saudável ou de perda de peso", destaca Sara Seidelmann, coordenadora do estudo e pesquisadora no Brigham and Women's Hospital de Boston. "Nossos dados, no entanto, sugerem, que uma dieta com base em produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada.”

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Método

Sara e outros cientistas examinaram os históricos médicos de 15,5 mil pessoas com idades entre 45 e 64 anos quando iniciaram uma pesquisa sobre saúde - entre 1987 e 1989 - em quatro pontos diferentes dos EUA.

Os participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos alimentares. Ao longo de 25 anos, mais de 6 mil deles morreram.

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Os homens e mulheres que obtinham entre 50% e 55% de suas calorias dos carboidratos viveram em média quatro anos a mais do que as pessoas com dietas reduzidas nesses alimentos, e um ano a mais do que aquelas cuja alimentação tinha índice elevado de carboidratos. / AFP

PARIS - Um estudo publicado nesta sexta-feira, 17, na revista científica sobre medicina The Lancet colocou em dúvida a moda das chamadas dietas “low-carb”, que evitam a ingestão de carboidratos e reforçam a de proteínas e gorduras animais, ao apontar que essa escolha pode reduzir a expectativa de vida.

"Uma dieta com base em produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada", disse acoordenadora do estudo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

A pesquisa concluiu que as pessoas de meia-idade que obtêm quase metade de suas calorias diárias de carboidratos vivem em média vários anos a mais do que aquelas que seguem dietas com muita carne e pouco carboidrato.

Os defensores das "dietas paleolíticas" alegam que a mudança rápida, há 10 mil anos com o surgimento da agricultura, dos grãos, dos laticínios e dos legumes, não deu tempo suficiente ao corpo humano para se adaptar a estes alimentos ricos em carboidratos.

Uma alimentação com poucos carboidratos fornece menos de 40% do total de energia, embora muitas dietas deste tipo diminuam esta proporção a 20% ou menos, de acordo com o estudo.

No lado oposto, um porcentual igual ou superior a 70% de energia procedente dos carboidratos - massa, arroz, entre outros - também pode reduzir a longevidade, mas de maneira menos intensa, segundo os cientistas.

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Queridinhas das dietas e academias, as barras de proteína podem conter tanto açucar quanto uma barra de chocolate, ou até o número de calorias equivalente ao de uma refeição

"As dietas com poucos carboidratos que os substituem por proteínas ou gorduras são cada vez mais populares como estratégia saudável ou de perda de peso", destaca Sara Seidelmann, coordenadora do estudo e pesquisadora no Brigham and Women's Hospital de Boston. "Nossos dados, no entanto, sugerem, que uma dieta com base em produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada.”

Método

Sara e outros cientistas examinaram os históricos médicos de 15,5 mil pessoas com idades entre 45 e 64 anos quando iniciaram uma pesquisa sobre saúde - entre 1987 e 1989 - em quatro pontos diferentes dos EUA.

Os participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos alimentares. Ao longo de 25 anos, mais de 6 mil deles morreram.

Os homens e mulheres que obtinham entre 50% e 55% de suas calorias dos carboidratos viveram em média quatro anos a mais do que as pessoas com dietas reduzidas nesses alimentos, e um ano a mais do que aquelas cuja alimentação tinha índice elevado de carboidratos. / AFP

PARIS - Um estudo publicado nesta sexta-feira, 17, na revista científica sobre medicina The Lancet colocou em dúvida a moda das chamadas dietas “low-carb”, que evitam a ingestão de carboidratos e reforçam a de proteínas e gorduras animais, ao apontar que essa escolha pode reduzir a expectativa de vida.

"Uma dieta com base em produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada", disse acoordenadora do estudo Foto: Daniel Teixeira / Estadão

A pesquisa concluiu que as pessoas de meia-idade que obtêm quase metade de suas calorias diárias de carboidratos vivem em média vários anos a mais do que aquelas que seguem dietas com muita carne e pouco carboidrato.

Os defensores das "dietas paleolíticas" alegam que a mudança rápida, há 10 mil anos com o surgimento da agricultura, dos grãos, dos laticínios e dos legumes, não deu tempo suficiente ao corpo humano para se adaptar a estes alimentos ricos em carboidratos.

Uma alimentação com poucos carboidratos fornece menos de 40% do total de energia, embora muitas dietas deste tipo diminuam esta proporção a 20% ou menos, de acordo com o estudo.

No lado oposto, um porcentual igual ou superior a 70% de energia procedente dos carboidratos - massa, arroz, entre outros - também pode reduzir a longevidade, mas de maneira menos intensa, segundo os cientistas.

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"As dietas com poucos carboidratos que os substituem por proteínas ou gorduras são cada vez mais populares como estratégia saudável ou de perda de peso", destaca Sara Seidelmann, coordenadora do estudo e pesquisadora no Brigham and Women's Hospital de Boston. "Nossos dados, no entanto, sugerem, que uma dieta com base em produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada.”

Método

Sara e outros cientistas examinaram os históricos médicos de 15,5 mil pessoas com idades entre 45 e 64 anos quando iniciaram uma pesquisa sobre saúde - entre 1987 e 1989 - em quatro pontos diferentes dos EUA.

Os participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos alimentares. Ao longo de 25 anos, mais de 6 mil deles morreram.

Os homens e mulheres que obtinham entre 50% e 55% de suas calorias dos carboidratos viveram em média quatro anos a mais do que as pessoas com dietas reduzidas nesses alimentos, e um ano a mais do que aquelas cuja alimentação tinha índice elevado de carboidratos. / AFP

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