Especialista em doenças negligenciadas celebra resultado do Nobel


'Nobel é reconhecimento de que pesquisa em parasitologia tem impacto na saúde global', disse o economista Eric Stobbaerts

Por Clarissa Thomé

Atualizada às 21h58

Diretor executivo da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas América Latina (DNDi, na sigla em inglês), o economista Eric Stobbaerts saudou a concessão do Prêmio Nobel de Medicina a cientistas que estudam verminoses e malária, doenças que afetam pessoas em condição de pobreza. 

“É muito importante o reconhecimento de que a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos em parasitologia têm impacto importante sobre a saúde global. E é uma inspiração para que novas descobertas sejam feitas”, afirmou Stobbaerts. 

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O pesquisador ressaltou, no entanto, que não se pode “abaixar os braços”. “Só o reconhecimento não é suficiente. É preciso haver mais atenção dos financiadores para medicamentos que envolvam a parasitologia.”

Stobbaerts lembra que as doenças negligenciadas, como malária, Chagas e filariose, recebem menos de 3% do investimento de laboratórios em pesquisa e desenvolvimento. Apesar disso, afetam 90% da população mundial.

Conheça os ganhadores do Nobel de Medicina das últimas 12 edições

1 | 12

Nobel de Medicina 2016

Foto: A. Mahamoud / Instituto Karolinska
2 | 12

Nobel de Medicina 2015

Foto: A. Mahamoud / Instituto Karolinska
3 | 12

Nobel de Medicina 2014

Foto: A. Mahmoud / Instituto Karolinska
4 | 12

Nobel de Medicina 2013

Foto: A. Mahmoud / Instituto Karolinska
5 | 12

Nobel da Medicina 2012

Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
6 | 12

Nobel de Medicina 2009

Foto: U. Montan / instituto Karolinska
7 | 12

Nobel de Medicina 2008

Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
8 | 12

Nobel da Medicina 2006

Foto: L. Cicero e J. Mottern / Instituto Karolinska
9 | 12

Nobel de Medicina 2011

Foto: Rockefeller University e U. Montan / Instituto Karolinska
10 | 12

Nobel da Medicina 2010

Foto: Bourn Hall / Instituto Karolinska
11 | 12

Prêmio de Medicina 2007

Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
12 | 12

Nobel da Medicina 2005

Foto: C. Northcott e U. Montan / Instituto Karolinska
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A DNDi, instituição fundada com o dinheiro do Prêmio Nobel de Medicina de 1999, conferido à organização Médicos Sem Fronteiras, dedica-se a fomentar pesquisa para remédios contra doenças negligenciadas em todo o mundo. Seis medicamentos já foram criados com a participação da DNDi. Entre eles está o ASMQ, contra a malária, que combina as substâncias artesunato e mefloquina. A bioquímica Youyou Tu, uma das ganhadoras do Nobel de Medicina anunciado nesta segunda-feira, 5, foi a cientista que isolou a substância artemisina. Trata-se do princípio ativo contra a malária, que deu origem ao artesunato.

Produtos naturais. Além do reconhecimento dado pelo prêmio às doenças negligenciadas, cientistas também comemoraram o destaque dado a uma descoberta que envolve substâncias extraídas de plantas, no caso da pesquisa realizada por Youyou Tu. “Achei a escolha muito boa. Finalmente a área de pesquisa em produtos naturais foi reconhecida”, disse Mary Ann Foglio, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que liderou, na década de 1990, o grupo de cientistas que aclimatou a artemísia ao Brasil e desenvolveu a patente para produção no País de medicamentos com base em artemisina.

Segundo Foglio, o fato de ter origem em produtos naturais, torna o prêmio para Youyou Tu ainda mais justo. “O desafio nessa área é muito grande. Por vezes o cientista testa um extrato, tenta identificar os compostos e, à medida que os purifica, eles perdem todo o poder de ação.” 

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Essas dificuldades indicam, segundo ela, que além de muito trabalho, a pesquisadora chinesa teve muita perspicácia em suas abordagens. “Ela identificou e isolou o composto em 1970, quando as técnicas não eram tão sensíveis como hoje. E a aplicação foi incrivelmente rápida: na década de 1980 os chineses já produziam o medicamento em larga escala”, disse. / COLABOROU FÁBIO DE CASTRO

Atualizada às 21h58

Diretor executivo da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas América Latina (DNDi, na sigla em inglês), o economista Eric Stobbaerts saudou a concessão do Prêmio Nobel de Medicina a cientistas que estudam verminoses e malária, doenças que afetam pessoas em condição de pobreza. 

“É muito importante o reconhecimento de que a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos em parasitologia têm impacto importante sobre a saúde global. E é uma inspiração para que novas descobertas sejam feitas”, afirmou Stobbaerts. 

O pesquisador ressaltou, no entanto, que não se pode “abaixar os braços”. “Só o reconhecimento não é suficiente. É preciso haver mais atenção dos financiadores para medicamentos que envolvam a parasitologia.”

Stobbaerts lembra que as doenças negligenciadas, como malária, Chagas e filariose, recebem menos de 3% do investimento de laboratórios em pesquisa e desenvolvimento. Apesar disso, afetam 90% da população mundial.

Conheça os ganhadores do Nobel de Medicina das últimas 12 edições

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Nobel da Medicina 2012

Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
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Nobel de Medicina 2008

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Nobel da Medicina 2006

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Foto: Rockefeller University e U. Montan / Instituto Karolinska
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Prêmio de Medicina 2007

Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
12 | 12

Nobel da Medicina 2005

Foto: C. Northcott e U. Montan / Instituto Karolinska

A DNDi, instituição fundada com o dinheiro do Prêmio Nobel de Medicina de 1999, conferido à organização Médicos Sem Fronteiras, dedica-se a fomentar pesquisa para remédios contra doenças negligenciadas em todo o mundo. Seis medicamentos já foram criados com a participação da DNDi. Entre eles está o ASMQ, contra a malária, que combina as substâncias artesunato e mefloquina. A bioquímica Youyou Tu, uma das ganhadoras do Nobel de Medicina anunciado nesta segunda-feira, 5, foi a cientista que isolou a substância artemisina. Trata-se do princípio ativo contra a malária, que deu origem ao artesunato.

Produtos naturais. Além do reconhecimento dado pelo prêmio às doenças negligenciadas, cientistas também comemoraram o destaque dado a uma descoberta que envolve substâncias extraídas de plantas, no caso da pesquisa realizada por Youyou Tu. “Achei a escolha muito boa. Finalmente a área de pesquisa em produtos naturais foi reconhecida”, disse Mary Ann Foglio, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que liderou, na década de 1990, o grupo de cientistas que aclimatou a artemísia ao Brasil e desenvolveu a patente para produção no País de medicamentos com base em artemisina.

Segundo Foglio, o fato de ter origem em produtos naturais, torna o prêmio para Youyou Tu ainda mais justo. “O desafio nessa área é muito grande. Por vezes o cientista testa um extrato, tenta identificar os compostos e, à medida que os purifica, eles perdem todo o poder de ação.” 

Essas dificuldades indicam, segundo ela, que além de muito trabalho, a pesquisadora chinesa teve muita perspicácia em suas abordagens. “Ela identificou e isolou o composto em 1970, quando as técnicas não eram tão sensíveis como hoje. E a aplicação foi incrivelmente rápida: na década de 1980 os chineses já produziam o medicamento em larga escala”, disse. / COLABOROU FÁBIO DE CASTRO

Atualizada às 21h58

Diretor executivo da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas América Latina (DNDi, na sigla em inglês), o economista Eric Stobbaerts saudou a concessão do Prêmio Nobel de Medicina a cientistas que estudam verminoses e malária, doenças que afetam pessoas em condição de pobreza. 

“É muito importante o reconhecimento de que a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos em parasitologia têm impacto importante sobre a saúde global. E é uma inspiração para que novas descobertas sejam feitas”, afirmou Stobbaerts. 

O pesquisador ressaltou, no entanto, que não se pode “abaixar os braços”. “Só o reconhecimento não é suficiente. É preciso haver mais atenção dos financiadores para medicamentos que envolvam a parasitologia.”

Stobbaerts lembra que as doenças negligenciadas, como malária, Chagas e filariose, recebem menos de 3% do investimento de laboratórios em pesquisa e desenvolvimento. Apesar disso, afetam 90% da população mundial.

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Nobel de Medicina 2014

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5 | 12

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Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
6 | 12

Nobel de Medicina 2009

Foto: U. Montan / instituto Karolinska
7 | 12

Nobel de Medicina 2008

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8 | 12

Nobel da Medicina 2006

Foto: L. Cicero e J. Mottern / Instituto Karolinska
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Nobel de Medicina 2011

Foto: Rockefeller University e U. Montan / Instituto Karolinska
10 | 12

Nobel da Medicina 2010

Foto: Bourn Hall / Instituto Karolinska
11 | 12

Prêmio de Medicina 2007

Foto: U. Montan / Instituto Karolinska
12 | 12

Nobel da Medicina 2005

Foto: C. Northcott e U. Montan / Instituto Karolinska

A DNDi, instituição fundada com o dinheiro do Prêmio Nobel de Medicina de 1999, conferido à organização Médicos Sem Fronteiras, dedica-se a fomentar pesquisa para remédios contra doenças negligenciadas em todo o mundo. Seis medicamentos já foram criados com a participação da DNDi. Entre eles está o ASMQ, contra a malária, que combina as substâncias artesunato e mefloquina. A bioquímica Youyou Tu, uma das ganhadoras do Nobel de Medicina anunciado nesta segunda-feira, 5, foi a cientista que isolou a substância artemisina. Trata-se do princípio ativo contra a malária, que deu origem ao artesunato.

Produtos naturais. Além do reconhecimento dado pelo prêmio às doenças negligenciadas, cientistas também comemoraram o destaque dado a uma descoberta que envolve substâncias extraídas de plantas, no caso da pesquisa realizada por Youyou Tu. “Achei a escolha muito boa. Finalmente a área de pesquisa em produtos naturais foi reconhecida”, disse Mary Ann Foglio, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que liderou, na década de 1990, o grupo de cientistas que aclimatou a artemísia ao Brasil e desenvolveu a patente para produção no País de medicamentos com base em artemisina.

Segundo Foglio, o fato de ter origem em produtos naturais, torna o prêmio para Youyou Tu ainda mais justo. “O desafio nessa área é muito grande. Por vezes o cientista testa um extrato, tenta identificar os compostos e, à medida que os purifica, eles perdem todo o poder de ação.” 

Essas dificuldades indicam, segundo ela, que além de muito trabalho, a pesquisadora chinesa teve muita perspicácia em suas abordagens. “Ela identificou e isolou o composto em 1970, quando as técnicas não eram tão sensíveis como hoje. E a aplicação foi incrivelmente rápida: na década de 1980 os chineses já produziam o medicamento em larga escala”, disse. / COLABOROU FÁBIO DE CASTRO

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