Dislexia: o que é e como lidar com esse transtorno de aprendizagem?


Essa condição é marcada pela dificuldade de ler, escrever e soletrar; diagnóstico correto é essencial para definir uma metodologia educacional adequada

Por Layla Shasta

A dislexia é uma condição de origem neurobiológica que afeta a habilidade de ler, escrever e soletrar. As pessoas com esse transtorno costumam ter dificuldade em associar a grafia das letras aos seus sons. Isso pode fazer com que o ato de ler seja lento e difícil para elas, mesmo que apresentem habilidades cognitivas normais e tenham acesso adequado à educação. Essa situação pode prejudicar não só a fluência na leitura, mas também a compreensão de textos, desenvolvimento do vocabulário e aquisição de conhecimentos gerais.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. Além disso, ainda de acordo com a ABD, ela é mais frequente no sexo masculino, que representa 60% dos casos identificados.

Crianças com dislexia têm maior dificuldade para ler, escrever e soletrar. Foto: S.Kobold/Adobe Stock
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Quais são as principais características da dislexia?

Por afetar habilidades como reconhecer palavras, ler e soletrar rapidamente, além de atrapalhar a compreensão dos textos, a dislexia costuma ser identificada durante o processo de alfabetização.

Em alguns casos, no entanto, as crianças já mostram sinais de dificuldades bem cedo, com atraso na fala e problemas para identificar ou criar rimas.

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Conforme indicado pelo Ministério da Saúde e também no livro “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”, da psicopedagoga Patrícia Gonçalves e da neuropsicóloga Amanda Peixoto, os sinais de alerta estão relacionados à linguagem, leitura e escrita, e incluem:

  • Linguagem: vocabulário reduzido, troca de sons na fala, dificuldade para organizar sequencialmente uma história e dificuldade em diferenciar esquerda e direita;
  • Leitura: dificuldade na automação da leitura, tentativa de adivinhar ou inventar as palavras que estão sendo “lidas”, dificuldade em separar sílabas, confusão na ordem dos sons na fala e as crianças podem ler de trás para frente;
  • Escrita: dificuldade em identificar e diferenciar letras que são semelhantes (como “b” e “d”; “m” e “n”), lentidão para escrever, dificuldade em copiar o que está escrito na lousa da escola para o caderno, dificuldade em se expressar por meio da escrita e redação de histórias sem começo, meio e fim, além de erros ortográficos como omissões, adições e trocas de letras.

O neuropediatra Júlio Koneski, da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), esclarece que uma das características da dislexia é que as habilidades em outras áreas, para além da leitura, costumam permanecer normais. “A gente só consegue definir que alguém tem dislexia depois de alguns anos na escola e quando o rendimento acadêmico está abaixo do esperado para a idade, sobretudo no que diz respeito à leitura e escrita”, descreve. “Em contrapartida, o desenvolvimento em outras áreas permanece bom”, acrescenta.

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Quais as diferenças entre dislexia e TDAH?

Koneski afirma que o transtorno do déficit de atenção (TDAH) e a dislexia são muito diferentes entre si. O neuropediatra diz que o TDAH é uma alteração no neurodesenvolvimento na qual o indivíduo tem dificuldade em lidar com três aspectos principais em seu dia a dia: atenção, hiperatividade e impulsividade. Assim, agitação, inquietação, desatenção e esquecimento são alguns dos principais sintomas.

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Já a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem (TEAp) e está relacionada especialmente à linguagem. Ou seja, a criança enfrenta desafios nesse âmbito em particular, mesmo que consiga administrar bem a sua atenção e seu foco. “São pacientes que têm dificuldade muito grande em processar as palavras. Eles desenvolvem uma leitura muito silábica, mesmo com boa capacidade, empenho e suporte”, explica.

Os transtornos, porém, podem estar associados, ou seja, uma mesma pessoa pode ter os dois, dificultando o diagnóstico correto.

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Quais são as causas da dislexia?

O Ministério da Saúde aponta que a dislexia tem origem neurobiológica e as diferenças no funcionamento do cérebro e dos processos cognitivos são herdadas geneticamente. De acordo com informações do Grupo de Estudos e Pesquisa em Escrita e Leitura (GREPEL) da Universidade de São Paulo (USP), essa disfunção ocorre no sistema nervoso central, onde acontece uma falha na aquisição, processamento e armazenamento das informações. É importante ressaltar que o transtorno não tem relação com o nível de inteligência.

Assim, não existe a possibilidade de uma criança desenvolver o transtorno em decorrência de fatores externos. Como explica Koneski, a dislexia se trata de uma condição do próprio indivíduo, com forte fator hereditário, e seu diagnóstico deve sempre ser feito por meio da exclusão de outras possíveis causas para as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças e pelos adolescentes.

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Quais são os tipos de dislexia?

As dificuldades causadas pela dislexia podem se manifestar de formas diferentes em cada pessoa. Por isso, alguns especialistas, especialmente na área de fonoaudiologia, dividem a condição em alguns subtipos. O médico da SBNI explica que, entre eles, os principais são:

  • Dislexia auditiva: é a mais comum e está relacionada à falta de familiaridade com os sons e fonemas e à dificuldade na leitura e no aprendizado de palavras desconhecidas, decorrente de um déficit no processamento fonológico, ou seja, na conversão “letra-som”;
  • Dislexia visual: é a dificuldade em reconhecer os símbolos gráficos (como palavras) e executar tarefas que envolvam essa percepção e diferenciação visual;
  • Dislexia mista: é definida como uma união de prejuízos presentes nos subtipos anteriores.

Como o diagnóstico é feito?

Segundo o Ministério da Saúde, ele deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo clínico. A confirmação, então, é feita por exclusão. Em primeiro lugar, é preciso averiguar se as dificuldades escolares estão relacionadas a habilidades cognitivas e linguísticas ou a questões de outras origens, como socioeconômica, representada por falta de estímulo à leitura em casa e/ou nutrição inadequada, ou pedagógica, devido à baixa qualidade de ensino. Fatores emocionais também devem ser levados em conta.

É necessário ainda investigar outros quadros clínicos, como deficiência intelectual ou problemas sensoriais, que afetam visão e audição.

O diagnóstico preciso só é possível a partir do momento em que a escrita e a leitura são apresentadas formalmente à criança. Ao entender as dificuldades e habilidades de cada um, é possível elaborar intervenções personalizadas, que envolvem a colaboração entre escola, pais e especialistas.

Como é o tratamento?

A identificação precoce da dislexia é necessária para a criação de metodologias educacionais e o encaminhamento de um plano psicopedagógico, psicológico e/ou fonoaudiológico.

Segundo a psicopedagoga Patrícia Gonçalves e a neuropsicóloga Amanda Peixoto, a dislexia não tem cura, já que não se trata de uma doença – mas tem tratamentos. “É possível planejar e direcionar intervenções e adaptações personalizadas, envolvendo tanto a escola, como os pais e outros profissionais para minimizar as dificuldades de aprendizagem e sociais que poderão surgir”, escrevem as especialistas no “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”.

Koneski também reforça o papel da intervenção multidisciplinar. “O ‘tratamento’ vai ser um treinamento. Há várias propostas de trabalhos integrativos: de fonoaudiologia e processamento da audição, leitura e escrita, além de técnicas especiais de aprendizado e de leitura”, explica.

Ainda segundo o médico, lidar com a dislexia deve envolver a compreensão de que ela é uma condição que requer acolhimento e muita atenção. “Entender e acolher essa criança é a coisa mais importante. Ter a consciência de que ela precisa de um cuidado especial é fundamental”, conclui.

A dislexia é uma condição de origem neurobiológica que afeta a habilidade de ler, escrever e soletrar. As pessoas com esse transtorno costumam ter dificuldade em associar a grafia das letras aos seus sons. Isso pode fazer com que o ato de ler seja lento e difícil para elas, mesmo que apresentem habilidades cognitivas normais e tenham acesso adequado à educação. Essa situação pode prejudicar não só a fluência na leitura, mas também a compreensão de textos, desenvolvimento do vocabulário e aquisição de conhecimentos gerais.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. Além disso, ainda de acordo com a ABD, ela é mais frequente no sexo masculino, que representa 60% dos casos identificados.

Crianças com dislexia têm maior dificuldade para ler, escrever e soletrar. Foto: S.Kobold/Adobe Stock

Quais são as principais características da dislexia?

Por afetar habilidades como reconhecer palavras, ler e soletrar rapidamente, além de atrapalhar a compreensão dos textos, a dislexia costuma ser identificada durante o processo de alfabetização.

Em alguns casos, no entanto, as crianças já mostram sinais de dificuldades bem cedo, com atraso na fala e problemas para identificar ou criar rimas.

Conforme indicado pelo Ministério da Saúde e também no livro “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”, da psicopedagoga Patrícia Gonçalves e da neuropsicóloga Amanda Peixoto, os sinais de alerta estão relacionados à linguagem, leitura e escrita, e incluem:

  • Linguagem: vocabulário reduzido, troca de sons na fala, dificuldade para organizar sequencialmente uma história e dificuldade em diferenciar esquerda e direita;
  • Leitura: dificuldade na automação da leitura, tentativa de adivinhar ou inventar as palavras que estão sendo “lidas”, dificuldade em separar sílabas, confusão na ordem dos sons na fala e as crianças podem ler de trás para frente;
  • Escrita: dificuldade em identificar e diferenciar letras que são semelhantes (como “b” e “d”; “m” e “n”), lentidão para escrever, dificuldade em copiar o que está escrito na lousa da escola para o caderno, dificuldade em se expressar por meio da escrita e redação de histórias sem começo, meio e fim, além de erros ortográficos como omissões, adições e trocas de letras.

O neuropediatra Júlio Koneski, da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), esclarece que uma das características da dislexia é que as habilidades em outras áreas, para além da leitura, costumam permanecer normais. “A gente só consegue definir que alguém tem dislexia depois de alguns anos na escola e quando o rendimento acadêmico está abaixo do esperado para a idade, sobretudo no que diz respeito à leitura e escrita”, descreve. “Em contrapartida, o desenvolvimento em outras áreas permanece bom”, acrescenta.

Quais as diferenças entre dislexia e TDAH?

Koneski afirma que o transtorno do déficit de atenção (TDAH) e a dislexia são muito diferentes entre si. O neuropediatra diz que o TDAH é uma alteração no neurodesenvolvimento na qual o indivíduo tem dificuldade em lidar com três aspectos principais em seu dia a dia: atenção, hiperatividade e impulsividade. Assim, agitação, inquietação, desatenção e esquecimento são alguns dos principais sintomas.

Já a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem (TEAp) e está relacionada especialmente à linguagem. Ou seja, a criança enfrenta desafios nesse âmbito em particular, mesmo que consiga administrar bem a sua atenção e seu foco. “São pacientes que têm dificuldade muito grande em processar as palavras. Eles desenvolvem uma leitura muito silábica, mesmo com boa capacidade, empenho e suporte”, explica.

Os transtornos, porém, podem estar associados, ou seja, uma mesma pessoa pode ter os dois, dificultando o diagnóstico correto.

Quais são as causas da dislexia?

O Ministério da Saúde aponta que a dislexia tem origem neurobiológica e as diferenças no funcionamento do cérebro e dos processos cognitivos são herdadas geneticamente. De acordo com informações do Grupo de Estudos e Pesquisa em Escrita e Leitura (GREPEL) da Universidade de São Paulo (USP), essa disfunção ocorre no sistema nervoso central, onde acontece uma falha na aquisição, processamento e armazenamento das informações. É importante ressaltar que o transtorno não tem relação com o nível de inteligência.

Assim, não existe a possibilidade de uma criança desenvolver o transtorno em decorrência de fatores externos. Como explica Koneski, a dislexia se trata de uma condição do próprio indivíduo, com forte fator hereditário, e seu diagnóstico deve sempre ser feito por meio da exclusão de outras possíveis causas para as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças e pelos adolescentes.

Quais são os tipos de dislexia?

As dificuldades causadas pela dislexia podem se manifestar de formas diferentes em cada pessoa. Por isso, alguns especialistas, especialmente na área de fonoaudiologia, dividem a condição em alguns subtipos. O médico da SBNI explica que, entre eles, os principais são:

  • Dislexia auditiva: é a mais comum e está relacionada à falta de familiaridade com os sons e fonemas e à dificuldade na leitura e no aprendizado de palavras desconhecidas, decorrente de um déficit no processamento fonológico, ou seja, na conversão “letra-som”;
  • Dislexia visual: é a dificuldade em reconhecer os símbolos gráficos (como palavras) e executar tarefas que envolvam essa percepção e diferenciação visual;
  • Dislexia mista: é definida como uma união de prejuízos presentes nos subtipos anteriores.

Como o diagnóstico é feito?

Segundo o Ministério da Saúde, ele deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo clínico. A confirmação, então, é feita por exclusão. Em primeiro lugar, é preciso averiguar se as dificuldades escolares estão relacionadas a habilidades cognitivas e linguísticas ou a questões de outras origens, como socioeconômica, representada por falta de estímulo à leitura em casa e/ou nutrição inadequada, ou pedagógica, devido à baixa qualidade de ensino. Fatores emocionais também devem ser levados em conta.

É necessário ainda investigar outros quadros clínicos, como deficiência intelectual ou problemas sensoriais, que afetam visão e audição.

O diagnóstico preciso só é possível a partir do momento em que a escrita e a leitura são apresentadas formalmente à criança. Ao entender as dificuldades e habilidades de cada um, é possível elaborar intervenções personalizadas, que envolvem a colaboração entre escola, pais e especialistas.

Como é o tratamento?

A identificação precoce da dislexia é necessária para a criação de metodologias educacionais e o encaminhamento de um plano psicopedagógico, psicológico e/ou fonoaudiológico.

Segundo a psicopedagoga Patrícia Gonçalves e a neuropsicóloga Amanda Peixoto, a dislexia não tem cura, já que não se trata de uma doença – mas tem tratamentos. “É possível planejar e direcionar intervenções e adaptações personalizadas, envolvendo tanto a escola, como os pais e outros profissionais para minimizar as dificuldades de aprendizagem e sociais que poderão surgir”, escrevem as especialistas no “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”.

Koneski também reforça o papel da intervenção multidisciplinar. “O ‘tratamento’ vai ser um treinamento. Há várias propostas de trabalhos integrativos: de fonoaudiologia e processamento da audição, leitura e escrita, além de técnicas especiais de aprendizado e de leitura”, explica.

Ainda segundo o médico, lidar com a dislexia deve envolver a compreensão de que ela é uma condição que requer acolhimento e muita atenção. “Entender e acolher essa criança é a coisa mais importante. Ter a consciência de que ela precisa de um cuidado especial é fundamental”, conclui.

A dislexia é uma condição de origem neurobiológica que afeta a habilidade de ler, escrever e soletrar. As pessoas com esse transtorno costumam ter dificuldade em associar a grafia das letras aos seus sons. Isso pode fazer com que o ato de ler seja lento e difícil para elas, mesmo que apresentem habilidades cognitivas normais e tenham acesso adequado à educação. Essa situação pode prejudicar não só a fluência na leitura, mas também a compreensão de textos, desenvolvimento do vocabulário e aquisição de conhecimentos gerais.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. Além disso, ainda de acordo com a ABD, ela é mais frequente no sexo masculino, que representa 60% dos casos identificados.

Crianças com dislexia têm maior dificuldade para ler, escrever e soletrar. Foto: S.Kobold/Adobe Stock

Quais são as principais características da dislexia?

Por afetar habilidades como reconhecer palavras, ler e soletrar rapidamente, além de atrapalhar a compreensão dos textos, a dislexia costuma ser identificada durante o processo de alfabetização.

Em alguns casos, no entanto, as crianças já mostram sinais de dificuldades bem cedo, com atraso na fala e problemas para identificar ou criar rimas.

Conforme indicado pelo Ministério da Saúde e também no livro “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”, da psicopedagoga Patrícia Gonçalves e da neuropsicóloga Amanda Peixoto, os sinais de alerta estão relacionados à linguagem, leitura e escrita, e incluem:

  • Linguagem: vocabulário reduzido, troca de sons na fala, dificuldade para organizar sequencialmente uma história e dificuldade em diferenciar esquerda e direita;
  • Leitura: dificuldade na automação da leitura, tentativa de adivinhar ou inventar as palavras que estão sendo “lidas”, dificuldade em separar sílabas, confusão na ordem dos sons na fala e as crianças podem ler de trás para frente;
  • Escrita: dificuldade em identificar e diferenciar letras que são semelhantes (como “b” e “d”; “m” e “n”), lentidão para escrever, dificuldade em copiar o que está escrito na lousa da escola para o caderno, dificuldade em se expressar por meio da escrita e redação de histórias sem começo, meio e fim, além de erros ortográficos como omissões, adições e trocas de letras.

O neuropediatra Júlio Koneski, da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), esclarece que uma das características da dislexia é que as habilidades em outras áreas, para além da leitura, costumam permanecer normais. “A gente só consegue definir que alguém tem dislexia depois de alguns anos na escola e quando o rendimento acadêmico está abaixo do esperado para a idade, sobretudo no que diz respeito à leitura e escrita”, descreve. “Em contrapartida, o desenvolvimento em outras áreas permanece bom”, acrescenta.

Quais as diferenças entre dislexia e TDAH?

Koneski afirma que o transtorno do déficit de atenção (TDAH) e a dislexia são muito diferentes entre si. O neuropediatra diz que o TDAH é uma alteração no neurodesenvolvimento na qual o indivíduo tem dificuldade em lidar com três aspectos principais em seu dia a dia: atenção, hiperatividade e impulsividade. Assim, agitação, inquietação, desatenção e esquecimento são alguns dos principais sintomas.

Já a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem (TEAp) e está relacionada especialmente à linguagem. Ou seja, a criança enfrenta desafios nesse âmbito em particular, mesmo que consiga administrar bem a sua atenção e seu foco. “São pacientes que têm dificuldade muito grande em processar as palavras. Eles desenvolvem uma leitura muito silábica, mesmo com boa capacidade, empenho e suporte”, explica.

Os transtornos, porém, podem estar associados, ou seja, uma mesma pessoa pode ter os dois, dificultando o diagnóstico correto.

Quais são as causas da dislexia?

O Ministério da Saúde aponta que a dislexia tem origem neurobiológica e as diferenças no funcionamento do cérebro e dos processos cognitivos são herdadas geneticamente. De acordo com informações do Grupo de Estudos e Pesquisa em Escrita e Leitura (GREPEL) da Universidade de São Paulo (USP), essa disfunção ocorre no sistema nervoso central, onde acontece uma falha na aquisição, processamento e armazenamento das informações. É importante ressaltar que o transtorno não tem relação com o nível de inteligência.

Assim, não existe a possibilidade de uma criança desenvolver o transtorno em decorrência de fatores externos. Como explica Koneski, a dislexia se trata de uma condição do próprio indivíduo, com forte fator hereditário, e seu diagnóstico deve sempre ser feito por meio da exclusão de outras possíveis causas para as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças e pelos adolescentes.

Quais são os tipos de dislexia?

As dificuldades causadas pela dislexia podem se manifestar de formas diferentes em cada pessoa. Por isso, alguns especialistas, especialmente na área de fonoaudiologia, dividem a condição em alguns subtipos. O médico da SBNI explica que, entre eles, os principais são:

  • Dislexia auditiva: é a mais comum e está relacionada à falta de familiaridade com os sons e fonemas e à dificuldade na leitura e no aprendizado de palavras desconhecidas, decorrente de um déficit no processamento fonológico, ou seja, na conversão “letra-som”;
  • Dislexia visual: é a dificuldade em reconhecer os símbolos gráficos (como palavras) e executar tarefas que envolvam essa percepção e diferenciação visual;
  • Dislexia mista: é definida como uma união de prejuízos presentes nos subtipos anteriores.

Como o diagnóstico é feito?

Segundo o Ministério da Saúde, ele deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo clínico. A confirmação, então, é feita por exclusão. Em primeiro lugar, é preciso averiguar se as dificuldades escolares estão relacionadas a habilidades cognitivas e linguísticas ou a questões de outras origens, como socioeconômica, representada por falta de estímulo à leitura em casa e/ou nutrição inadequada, ou pedagógica, devido à baixa qualidade de ensino. Fatores emocionais também devem ser levados em conta.

É necessário ainda investigar outros quadros clínicos, como deficiência intelectual ou problemas sensoriais, que afetam visão e audição.

O diagnóstico preciso só é possível a partir do momento em que a escrita e a leitura são apresentadas formalmente à criança. Ao entender as dificuldades e habilidades de cada um, é possível elaborar intervenções personalizadas, que envolvem a colaboração entre escola, pais e especialistas.

Como é o tratamento?

A identificação precoce da dislexia é necessária para a criação de metodologias educacionais e o encaminhamento de um plano psicopedagógico, psicológico e/ou fonoaudiológico.

Segundo a psicopedagoga Patrícia Gonçalves e a neuropsicóloga Amanda Peixoto, a dislexia não tem cura, já que não se trata de uma doença – mas tem tratamentos. “É possível planejar e direcionar intervenções e adaptações personalizadas, envolvendo tanto a escola, como os pais e outros profissionais para minimizar as dificuldades de aprendizagem e sociais que poderão surgir”, escrevem as especialistas no “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”.

Koneski também reforça o papel da intervenção multidisciplinar. “O ‘tratamento’ vai ser um treinamento. Há várias propostas de trabalhos integrativos: de fonoaudiologia e processamento da audição, leitura e escrita, além de técnicas especiais de aprendizado e de leitura”, explica.

Ainda segundo o médico, lidar com a dislexia deve envolver a compreensão de que ela é uma condição que requer acolhimento e muita atenção. “Entender e acolher essa criança é a coisa mais importante. Ter a consciência de que ela precisa de um cuidado especial é fundamental”, conclui.

A dislexia é uma condição de origem neurobiológica que afeta a habilidade de ler, escrever e soletrar. As pessoas com esse transtorno costumam ter dificuldade em associar a grafia das letras aos seus sons. Isso pode fazer com que o ato de ler seja lento e difícil para elas, mesmo que apresentem habilidades cognitivas normais e tenham acesso adequado à educação. Essa situação pode prejudicar não só a fluência na leitura, mas também a compreensão de textos, desenvolvimento do vocabulário e aquisição de conhecimentos gerais.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. Além disso, ainda de acordo com a ABD, ela é mais frequente no sexo masculino, que representa 60% dos casos identificados.

Crianças com dislexia têm maior dificuldade para ler, escrever e soletrar. Foto: S.Kobold/Adobe Stock

Quais são as principais características da dislexia?

Por afetar habilidades como reconhecer palavras, ler e soletrar rapidamente, além de atrapalhar a compreensão dos textos, a dislexia costuma ser identificada durante o processo de alfabetização.

Em alguns casos, no entanto, as crianças já mostram sinais de dificuldades bem cedo, com atraso na fala e problemas para identificar ou criar rimas.

Conforme indicado pelo Ministério da Saúde e também no livro “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”, da psicopedagoga Patrícia Gonçalves e da neuropsicóloga Amanda Peixoto, os sinais de alerta estão relacionados à linguagem, leitura e escrita, e incluem:

  • Linguagem: vocabulário reduzido, troca de sons na fala, dificuldade para organizar sequencialmente uma história e dificuldade em diferenciar esquerda e direita;
  • Leitura: dificuldade na automação da leitura, tentativa de adivinhar ou inventar as palavras que estão sendo “lidas”, dificuldade em separar sílabas, confusão na ordem dos sons na fala e as crianças podem ler de trás para frente;
  • Escrita: dificuldade em identificar e diferenciar letras que são semelhantes (como “b” e “d”; “m” e “n”), lentidão para escrever, dificuldade em copiar o que está escrito na lousa da escola para o caderno, dificuldade em se expressar por meio da escrita e redação de histórias sem começo, meio e fim, além de erros ortográficos como omissões, adições e trocas de letras.

O neuropediatra Júlio Koneski, da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), esclarece que uma das características da dislexia é que as habilidades em outras áreas, para além da leitura, costumam permanecer normais. “A gente só consegue definir que alguém tem dislexia depois de alguns anos na escola e quando o rendimento acadêmico está abaixo do esperado para a idade, sobretudo no que diz respeito à leitura e escrita”, descreve. “Em contrapartida, o desenvolvimento em outras áreas permanece bom”, acrescenta.

Quais as diferenças entre dislexia e TDAH?

Koneski afirma que o transtorno do déficit de atenção (TDAH) e a dislexia são muito diferentes entre si. O neuropediatra diz que o TDAH é uma alteração no neurodesenvolvimento na qual o indivíduo tem dificuldade em lidar com três aspectos principais em seu dia a dia: atenção, hiperatividade e impulsividade. Assim, agitação, inquietação, desatenção e esquecimento são alguns dos principais sintomas.

Já a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem (TEAp) e está relacionada especialmente à linguagem. Ou seja, a criança enfrenta desafios nesse âmbito em particular, mesmo que consiga administrar bem a sua atenção e seu foco. “São pacientes que têm dificuldade muito grande em processar as palavras. Eles desenvolvem uma leitura muito silábica, mesmo com boa capacidade, empenho e suporte”, explica.

Os transtornos, porém, podem estar associados, ou seja, uma mesma pessoa pode ter os dois, dificultando o diagnóstico correto.

Quais são as causas da dislexia?

O Ministério da Saúde aponta que a dislexia tem origem neurobiológica e as diferenças no funcionamento do cérebro e dos processos cognitivos são herdadas geneticamente. De acordo com informações do Grupo de Estudos e Pesquisa em Escrita e Leitura (GREPEL) da Universidade de São Paulo (USP), essa disfunção ocorre no sistema nervoso central, onde acontece uma falha na aquisição, processamento e armazenamento das informações. É importante ressaltar que o transtorno não tem relação com o nível de inteligência.

Assim, não existe a possibilidade de uma criança desenvolver o transtorno em decorrência de fatores externos. Como explica Koneski, a dislexia se trata de uma condição do próprio indivíduo, com forte fator hereditário, e seu diagnóstico deve sempre ser feito por meio da exclusão de outras possíveis causas para as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças e pelos adolescentes.

Quais são os tipos de dislexia?

As dificuldades causadas pela dislexia podem se manifestar de formas diferentes em cada pessoa. Por isso, alguns especialistas, especialmente na área de fonoaudiologia, dividem a condição em alguns subtipos. O médico da SBNI explica que, entre eles, os principais são:

  • Dislexia auditiva: é a mais comum e está relacionada à falta de familiaridade com os sons e fonemas e à dificuldade na leitura e no aprendizado de palavras desconhecidas, decorrente de um déficit no processamento fonológico, ou seja, na conversão “letra-som”;
  • Dislexia visual: é a dificuldade em reconhecer os símbolos gráficos (como palavras) e executar tarefas que envolvam essa percepção e diferenciação visual;
  • Dislexia mista: é definida como uma união de prejuízos presentes nos subtipos anteriores.

Como o diagnóstico é feito?

Segundo o Ministério da Saúde, ele deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo clínico. A confirmação, então, é feita por exclusão. Em primeiro lugar, é preciso averiguar se as dificuldades escolares estão relacionadas a habilidades cognitivas e linguísticas ou a questões de outras origens, como socioeconômica, representada por falta de estímulo à leitura em casa e/ou nutrição inadequada, ou pedagógica, devido à baixa qualidade de ensino. Fatores emocionais também devem ser levados em conta.

É necessário ainda investigar outros quadros clínicos, como deficiência intelectual ou problemas sensoriais, que afetam visão e audição.

O diagnóstico preciso só é possível a partir do momento em que a escrita e a leitura são apresentadas formalmente à criança. Ao entender as dificuldades e habilidades de cada um, é possível elaborar intervenções personalizadas, que envolvem a colaboração entre escola, pais e especialistas.

Como é o tratamento?

A identificação precoce da dislexia é necessária para a criação de metodologias educacionais e o encaminhamento de um plano psicopedagógico, psicológico e/ou fonoaudiológico.

Segundo a psicopedagoga Patrícia Gonçalves e a neuropsicóloga Amanda Peixoto, a dislexia não tem cura, já que não se trata de uma doença – mas tem tratamentos. “É possível planejar e direcionar intervenções e adaptações personalizadas, envolvendo tanto a escola, como os pais e outros profissionais para minimizar as dificuldades de aprendizagem e sociais que poderão surgir”, escrevem as especialistas no “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”.

Koneski também reforça o papel da intervenção multidisciplinar. “O ‘tratamento’ vai ser um treinamento. Há várias propostas de trabalhos integrativos: de fonoaudiologia e processamento da audição, leitura e escrita, além de técnicas especiais de aprendizado e de leitura”, explica.

Ainda segundo o médico, lidar com a dislexia deve envolver a compreensão de que ela é uma condição que requer acolhimento e muita atenção. “Entender e acolher essa criança é a coisa mais importante. Ter a consciência de que ela precisa de um cuidado especial é fundamental”, conclui.

A dislexia é uma condição de origem neurobiológica que afeta a habilidade de ler, escrever e soletrar. As pessoas com esse transtorno costumam ter dificuldade em associar a grafia das letras aos seus sons. Isso pode fazer com que o ato de ler seja lento e difícil para elas, mesmo que apresentem habilidades cognitivas normais e tenham acesso adequado à educação. Essa situação pode prejudicar não só a fluência na leitura, mas também a compreensão de textos, desenvolvimento do vocabulário e aquisição de conhecimentos gerais.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), esse é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula e atinge entre 5% e 17% da população mundial. Além disso, ainda de acordo com a ABD, ela é mais frequente no sexo masculino, que representa 60% dos casos identificados.

Crianças com dislexia têm maior dificuldade para ler, escrever e soletrar. Foto: S.Kobold/Adobe Stock

Quais são as principais características da dislexia?

Por afetar habilidades como reconhecer palavras, ler e soletrar rapidamente, além de atrapalhar a compreensão dos textos, a dislexia costuma ser identificada durante o processo de alfabetização.

Em alguns casos, no entanto, as crianças já mostram sinais de dificuldades bem cedo, com atraso na fala e problemas para identificar ou criar rimas.

Conforme indicado pelo Ministério da Saúde e também no livro “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”, da psicopedagoga Patrícia Gonçalves e da neuropsicóloga Amanda Peixoto, os sinais de alerta estão relacionados à linguagem, leitura e escrita, e incluem:

  • Linguagem: vocabulário reduzido, troca de sons na fala, dificuldade para organizar sequencialmente uma história e dificuldade em diferenciar esquerda e direita;
  • Leitura: dificuldade na automação da leitura, tentativa de adivinhar ou inventar as palavras que estão sendo “lidas”, dificuldade em separar sílabas, confusão na ordem dos sons na fala e as crianças podem ler de trás para frente;
  • Escrita: dificuldade em identificar e diferenciar letras que são semelhantes (como “b” e “d”; “m” e “n”), lentidão para escrever, dificuldade em copiar o que está escrito na lousa da escola para o caderno, dificuldade em se expressar por meio da escrita e redação de histórias sem começo, meio e fim, além de erros ortográficos como omissões, adições e trocas de letras.

O neuropediatra Júlio Koneski, da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), esclarece que uma das características da dislexia é que as habilidades em outras áreas, para além da leitura, costumam permanecer normais. “A gente só consegue definir que alguém tem dislexia depois de alguns anos na escola e quando o rendimento acadêmico está abaixo do esperado para a idade, sobretudo no que diz respeito à leitura e escrita”, descreve. “Em contrapartida, o desenvolvimento em outras áreas permanece bom”, acrescenta.

Quais as diferenças entre dislexia e TDAH?

Koneski afirma que o transtorno do déficit de atenção (TDAH) e a dislexia são muito diferentes entre si. O neuropediatra diz que o TDAH é uma alteração no neurodesenvolvimento na qual o indivíduo tem dificuldade em lidar com três aspectos principais em seu dia a dia: atenção, hiperatividade e impulsividade. Assim, agitação, inquietação, desatenção e esquecimento são alguns dos principais sintomas.

Já a dislexia é um transtorno específico de aprendizagem (TEAp) e está relacionada especialmente à linguagem. Ou seja, a criança enfrenta desafios nesse âmbito em particular, mesmo que consiga administrar bem a sua atenção e seu foco. “São pacientes que têm dificuldade muito grande em processar as palavras. Eles desenvolvem uma leitura muito silábica, mesmo com boa capacidade, empenho e suporte”, explica.

Os transtornos, porém, podem estar associados, ou seja, uma mesma pessoa pode ter os dois, dificultando o diagnóstico correto.

Quais são as causas da dislexia?

O Ministério da Saúde aponta que a dislexia tem origem neurobiológica e as diferenças no funcionamento do cérebro e dos processos cognitivos são herdadas geneticamente. De acordo com informações do Grupo de Estudos e Pesquisa em Escrita e Leitura (GREPEL) da Universidade de São Paulo (USP), essa disfunção ocorre no sistema nervoso central, onde acontece uma falha na aquisição, processamento e armazenamento das informações. É importante ressaltar que o transtorno não tem relação com o nível de inteligência.

Assim, não existe a possibilidade de uma criança desenvolver o transtorno em decorrência de fatores externos. Como explica Koneski, a dislexia se trata de uma condição do próprio indivíduo, com forte fator hereditário, e seu diagnóstico deve sempre ser feito por meio da exclusão de outras possíveis causas para as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelas crianças e pelos adolescentes.

Quais são os tipos de dislexia?

As dificuldades causadas pela dislexia podem se manifestar de formas diferentes em cada pessoa. Por isso, alguns especialistas, especialmente na área de fonoaudiologia, dividem a condição em alguns subtipos. O médico da SBNI explica que, entre eles, os principais são:

  • Dislexia auditiva: é a mais comum e está relacionada à falta de familiaridade com os sons e fonemas e à dificuldade na leitura e no aprendizado de palavras desconhecidas, decorrente de um déficit no processamento fonológico, ou seja, na conversão “letra-som”;
  • Dislexia visual: é a dificuldade em reconhecer os símbolos gráficos (como palavras) e executar tarefas que envolvam essa percepção e diferenciação visual;
  • Dislexia mista: é definida como uma união de prejuízos presentes nos subtipos anteriores.

Como o diagnóstico é feito?

Segundo o Ministério da Saúde, ele deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo clínico. A confirmação, então, é feita por exclusão. Em primeiro lugar, é preciso averiguar se as dificuldades escolares estão relacionadas a habilidades cognitivas e linguísticas ou a questões de outras origens, como socioeconômica, representada por falta de estímulo à leitura em casa e/ou nutrição inadequada, ou pedagógica, devido à baixa qualidade de ensino. Fatores emocionais também devem ser levados em conta.

É necessário ainda investigar outros quadros clínicos, como deficiência intelectual ou problemas sensoriais, que afetam visão e audição.

O diagnóstico preciso só é possível a partir do momento em que a escrita e a leitura são apresentadas formalmente à criança. Ao entender as dificuldades e habilidades de cada um, é possível elaborar intervenções personalizadas, que envolvem a colaboração entre escola, pais e especialistas.

Como é o tratamento?

A identificação precoce da dislexia é necessária para a criação de metodologias educacionais e o encaminhamento de um plano psicopedagógico, psicológico e/ou fonoaudiológico.

Segundo a psicopedagoga Patrícia Gonçalves e a neuropsicóloga Amanda Peixoto, a dislexia não tem cura, já que não se trata de uma doença – mas tem tratamentos. “É possível planejar e direcionar intervenções e adaptações personalizadas, envolvendo tanto a escola, como os pais e outros profissionais para minimizar as dificuldades de aprendizagem e sociais que poderão surgir”, escrevem as especialistas no “10 perguntas e respostas para compreender a dislexia”.

Koneski também reforça o papel da intervenção multidisciplinar. “O ‘tratamento’ vai ser um treinamento. Há várias propostas de trabalhos integrativos: de fonoaudiologia e processamento da audição, leitura e escrita, além de técnicas especiais de aprendizado e de leitura”, explica.

Ainda segundo o médico, lidar com a dislexia deve envolver a compreensão de que ela é uma condição que requer acolhimento e muita atenção. “Entender e acolher essa criança é a coisa mais importante. Ter a consciência de que ela precisa de um cuidado especial é fundamental”, conclui.

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