Doria diz que adotará quarta dose da vacina contra a covid-19 para toda a população de SP


Medida será implementada no Estado 'independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde', aponta governador; início não deve ocorrer de forma imediata

Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO – O governador João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 9, que São Paulo planeja administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado, mas posteriormente ponderou que isso não deve acontecer de forma imediata. “Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou em entrevista à Rádio Eldorado. Atualmente, a quarta dose é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.

Vacina contra a covid-19 é aplicada em posto de saúde na região central de São Paulo Foto: FELIPE RAU/ESTADAO 23/06/2021
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“A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo”, apontou o governador. Porém, ele destacou que, antes de iniciar esse novo momento da campanha de vacinação, que ainda não tem data definida, é necessário avançar nas etapas anteriores da imunização para aumentar a cobertura vacinal no Estado. A ampliação da quarta dose, desse modo, não ocorreria imediatamente.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Saúde informou que a recomendação é de que todos os Estados sigam as orientações do governo federal para o melhor andamento da campanha de vacinação. Até o início desta semana, o ministério indicava a administração de quarta dose apenas em imunossuprimidos acima de 18 anos. Desde esta quarta, no entanto, a pasta passou a recomendar também para adolescentes com comorbidades de 12 anos ou mais.

“Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço, mas fazendo um esforço ainda, antes de iniciar a quarta dose, para que as pessoas que não tomaram a segunda dose (vacinem-se)”, disse Doria. “Avançando na segunda dose, nós aí já podemos iniciar em São Paulo a dose de reforço e a quarta dose, seguindo também uma ordem de faixa etária. Como fizemos na terceira dose: nós começamos vacinando as pessoas de mais idade até chegar às pessoas com mais baixa idade”, disse Doria. No final de semana, a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, já havia indicado que o governo de São Paulo poderia "ir além do Ministério da Saúde”. 

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Em coletiva realizada no início da tarde, Doria ponderou, contudo, que não houve sinalização de que haveria ampliação da quarta dose de forma imediata. "O fato de considerar não significa que vai aplicar”, disse o governador, destacando que o desafio agora é completar o esquema vacinal dos faltosos. Conforme mostrou o Estadão, São Paulo ainda tem 2,1 milhões de pessoas em atraso com a 2ª dose da vacina da covid-19, a maioria (1,1 milhão) na faixa de 12 a 29 anos.

Com o avanço rápido da variante Ômicron pelo Brasil, que fez elevar o número de infecções e de mortes, autoridades correm atrás dos faltosos e médicos destacam a importância de avançar a imunização. Como parte desse esforço, a quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos.

Governo ainda não definiu qual vai ser a estratégia para ampliar aplicação da quarta dose

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O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, frisou que o governo paulista ainda não definiu qual vai ser a estratégia para administrar a quarta dose em outros públicos. “Em que momento isso vai acontecer? Com qual vacina que será feita? Qual será a população-alvo?", questionou. "Isso está sendo discutido e definido no nosso Programa Estadual de Imunização.”

Coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, Paulo Menezes apontou que, enquanto a necessidade da quarta dose "já é bastante clara", o que ainda precisa ser estabelecido é quando sua aplicação ocorreria. “Só faz sentido pensar na quarta dose na medida que tivermos uma boa cobertura na dose de reforço”, explicou Menezes.

“Então, eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”, continuou. Segundo ele, mais de um terço da população total do Estado, o equivalente a metade da população acima de 18 anos, recebeu dose de reforço. “Temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço”, apontou o coordenador do comitê científico. 

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Dados do governo de São Paulo indicam que, até esta quarta, 40,74 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra covid, o equivalente a 90,62% da população do Estado. Enquanto isso, 37,48 milhões receberam segunda dose ou aplicação única, o que corresponde a 80,99% do total. Com terceira dose, são 17,90 milhões, mais de um terço da população.

Para a infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, planejar a quarta dose neste momento não necessariamente tira o foco da busca por faltosos. “Sem dúvida nenhuma, a prioridade, em termos nacionais, estaduais e municipais, é nós conseguirmos uma maior adesão à aplicação da terceira dose da vacina”, aponta a médica. “O esquema básico de proteção para enfrentarmos a Ômicron, para diminuirmos a chance de uma evolução grave da covid-19 pela variante Ômicron, é através do esquema de três doses. Então, precisamos da terceira dose em todos acima de 18 anos.”

“Mas, simultaneamente, nós sabemos que os idosos têm uma resposta subótima à vacinação. Nossos idosos já foram vacinados com a terceira dose há quatro, cinco meses atrás, então já estão em um momento onde há uma diminuição expressiva da proteção garantida ou induzida pela vacinação”, continua. Nesse contexto, a infectologista acredita que é, sim, um momento propício para planejar a administração da quarta dose em idosos em um curto intervalo de tempo.

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Segundo ela, isso deveria ocorrer especialmente para os idosos do Estado de São Paulo. “Muitos deles receberam três doses da Coronavac, o que também leva a uma resposta inferior comparando caso eles tivessem feito uma vacinação heteróloga”, diz Stucchi, relembrando que, a despeito de orientação do Ministério da Saúde, o governo paulista administrou a Coronavac como terceira dose em idosos. A decisão foi criticada por cientistas.

“A quarta dose, na minha opinião, não é algo que deve ser implementado neste momento para todos, mas para os idosos. Todos aqueles acima de 60 anos devem, sim, já serem vacinados com a quarta dose”, complementou. “Acertadamente, nós já fazemos a quarta dose para os imunossuprimidos, então seria só incluir nesta indicação de quarta dose os idosos acima de 60 anos.”

SÃO PAULO – O governador João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 9, que São Paulo planeja administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado, mas posteriormente ponderou que isso não deve acontecer de forma imediata. “Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou em entrevista à Rádio Eldorado. Atualmente, a quarta dose é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.

Vacina contra a covid-19 é aplicada em posto de saúde na região central de São Paulo Foto: FELIPE RAU/ESTADAO 23/06/2021

“A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo”, apontou o governador. Porém, ele destacou que, antes de iniciar esse novo momento da campanha de vacinação, que ainda não tem data definida, é necessário avançar nas etapas anteriores da imunização para aumentar a cobertura vacinal no Estado. A ampliação da quarta dose, desse modo, não ocorreria imediatamente.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Saúde informou que a recomendação é de que todos os Estados sigam as orientações do governo federal para o melhor andamento da campanha de vacinação. Até o início desta semana, o ministério indicava a administração de quarta dose apenas em imunossuprimidos acima de 18 anos. Desde esta quarta, no entanto, a pasta passou a recomendar também para adolescentes com comorbidades de 12 anos ou mais.

“Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço, mas fazendo um esforço ainda, antes de iniciar a quarta dose, para que as pessoas que não tomaram a segunda dose (vacinem-se)”, disse Doria. “Avançando na segunda dose, nós aí já podemos iniciar em São Paulo a dose de reforço e a quarta dose, seguindo também uma ordem de faixa etária. Como fizemos na terceira dose: nós começamos vacinando as pessoas de mais idade até chegar às pessoas com mais baixa idade”, disse Doria. No final de semana, a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, já havia indicado que o governo de São Paulo poderia "ir além do Ministério da Saúde”. 

Em coletiva realizada no início da tarde, Doria ponderou, contudo, que não houve sinalização de que haveria ampliação da quarta dose de forma imediata. "O fato de considerar não significa que vai aplicar”, disse o governador, destacando que o desafio agora é completar o esquema vacinal dos faltosos. Conforme mostrou o Estadão, São Paulo ainda tem 2,1 milhões de pessoas em atraso com a 2ª dose da vacina da covid-19, a maioria (1,1 milhão) na faixa de 12 a 29 anos.

Com o avanço rápido da variante Ômicron pelo Brasil, que fez elevar o número de infecções e de mortes, autoridades correm atrás dos faltosos e médicos destacam a importância de avançar a imunização. Como parte desse esforço, a quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos.

Governo ainda não definiu qual vai ser a estratégia para ampliar aplicação da quarta dose

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, frisou que o governo paulista ainda não definiu qual vai ser a estratégia para administrar a quarta dose em outros públicos. “Em que momento isso vai acontecer? Com qual vacina que será feita? Qual será a população-alvo?", questionou. "Isso está sendo discutido e definido no nosso Programa Estadual de Imunização.”

Coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, Paulo Menezes apontou que, enquanto a necessidade da quarta dose "já é bastante clara", o que ainda precisa ser estabelecido é quando sua aplicação ocorreria. “Só faz sentido pensar na quarta dose na medida que tivermos uma boa cobertura na dose de reforço”, explicou Menezes.

“Então, eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”, continuou. Segundo ele, mais de um terço da população total do Estado, o equivalente a metade da população acima de 18 anos, recebeu dose de reforço. “Temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço”, apontou o coordenador do comitê científico. 

Dados do governo de São Paulo indicam que, até esta quarta, 40,74 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra covid, o equivalente a 90,62% da população do Estado. Enquanto isso, 37,48 milhões receberam segunda dose ou aplicação única, o que corresponde a 80,99% do total. Com terceira dose, são 17,90 milhões, mais de um terço da população.

Para a infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, planejar a quarta dose neste momento não necessariamente tira o foco da busca por faltosos. “Sem dúvida nenhuma, a prioridade, em termos nacionais, estaduais e municipais, é nós conseguirmos uma maior adesão à aplicação da terceira dose da vacina”, aponta a médica. “O esquema básico de proteção para enfrentarmos a Ômicron, para diminuirmos a chance de uma evolução grave da covid-19 pela variante Ômicron, é através do esquema de três doses. Então, precisamos da terceira dose em todos acima de 18 anos.”

“Mas, simultaneamente, nós sabemos que os idosos têm uma resposta subótima à vacinação. Nossos idosos já foram vacinados com a terceira dose há quatro, cinco meses atrás, então já estão em um momento onde há uma diminuição expressiva da proteção garantida ou induzida pela vacinação”, continua. Nesse contexto, a infectologista acredita que é, sim, um momento propício para planejar a administração da quarta dose em idosos em um curto intervalo de tempo.

Segundo ela, isso deveria ocorrer especialmente para os idosos do Estado de São Paulo. “Muitos deles receberam três doses da Coronavac, o que também leva a uma resposta inferior comparando caso eles tivessem feito uma vacinação heteróloga”, diz Stucchi, relembrando que, a despeito de orientação do Ministério da Saúde, o governo paulista administrou a Coronavac como terceira dose em idosos. A decisão foi criticada por cientistas.

“A quarta dose, na minha opinião, não é algo que deve ser implementado neste momento para todos, mas para os idosos. Todos aqueles acima de 60 anos devem, sim, já serem vacinados com a quarta dose”, complementou. “Acertadamente, nós já fazemos a quarta dose para os imunossuprimidos, então seria só incluir nesta indicação de quarta dose os idosos acima de 60 anos.”

SÃO PAULO – O governador João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 9, que São Paulo planeja administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado, mas posteriormente ponderou que isso não deve acontecer de forma imediata. “Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou em entrevista à Rádio Eldorado. Atualmente, a quarta dose é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.

Vacina contra a covid-19 é aplicada em posto de saúde na região central de São Paulo Foto: FELIPE RAU/ESTADAO 23/06/2021

“A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo”, apontou o governador. Porém, ele destacou que, antes de iniciar esse novo momento da campanha de vacinação, que ainda não tem data definida, é necessário avançar nas etapas anteriores da imunização para aumentar a cobertura vacinal no Estado. A ampliação da quarta dose, desse modo, não ocorreria imediatamente.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Saúde informou que a recomendação é de que todos os Estados sigam as orientações do governo federal para o melhor andamento da campanha de vacinação. Até o início desta semana, o ministério indicava a administração de quarta dose apenas em imunossuprimidos acima de 18 anos. Desde esta quarta, no entanto, a pasta passou a recomendar também para adolescentes com comorbidades de 12 anos ou mais.

“Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço, mas fazendo um esforço ainda, antes de iniciar a quarta dose, para que as pessoas que não tomaram a segunda dose (vacinem-se)”, disse Doria. “Avançando na segunda dose, nós aí já podemos iniciar em São Paulo a dose de reforço e a quarta dose, seguindo também uma ordem de faixa etária. Como fizemos na terceira dose: nós começamos vacinando as pessoas de mais idade até chegar às pessoas com mais baixa idade”, disse Doria. No final de semana, a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, já havia indicado que o governo de São Paulo poderia "ir além do Ministério da Saúde”. 

Em coletiva realizada no início da tarde, Doria ponderou, contudo, que não houve sinalização de que haveria ampliação da quarta dose de forma imediata. "O fato de considerar não significa que vai aplicar”, disse o governador, destacando que o desafio agora é completar o esquema vacinal dos faltosos. Conforme mostrou o Estadão, São Paulo ainda tem 2,1 milhões de pessoas em atraso com a 2ª dose da vacina da covid-19, a maioria (1,1 milhão) na faixa de 12 a 29 anos.

Com o avanço rápido da variante Ômicron pelo Brasil, que fez elevar o número de infecções e de mortes, autoridades correm atrás dos faltosos e médicos destacam a importância de avançar a imunização. Como parte desse esforço, a quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos.

Governo ainda não definiu qual vai ser a estratégia para ampliar aplicação da quarta dose

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, frisou que o governo paulista ainda não definiu qual vai ser a estratégia para administrar a quarta dose em outros públicos. “Em que momento isso vai acontecer? Com qual vacina que será feita? Qual será a população-alvo?", questionou. "Isso está sendo discutido e definido no nosso Programa Estadual de Imunização.”

Coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, Paulo Menezes apontou que, enquanto a necessidade da quarta dose "já é bastante clara", o que ainda precisa ser estabelecido é quando sua aplicação ocorreria. “Só faz sentido pensar na quarta dose na medida que tivermos uma boa cobertura na dose de reforço”, explicou Menezes.

“Então, eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”, continuou. Segundo ele, mais de um terço da população total do Estado, o equivalente a metade da população acima de 18 anos, recebeu dose de reforço. “Temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço”, apontou o coordenador do comitê científico. 

Dados do governo de São Paulo indicam que, até esta quarta, 40,74 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra covid, o equivalente a 90,62% da população do Estado. Enquanto isso, 37,48 milhões receberam segunda dose ou aplicação única, o que corresponde a 80,99% do total. Com terceira dose, são 17,90 milhões, mais de um terço da população.

Para a infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, planejar a quarta dose neste momento não necessariamente tira o foco da busca por faltosos. “Sem dúvida nenhuma, a prioridade, em termos nacionais, estaduais e municipais, é nós conseguirmos uma maior adesão à aplicação da terceira dose da vacina”, aponta a médica. “O esquema básico de proteção para enfrentarmos a Ômicron, para diminuirmos a chance de uma evolução grave da covid-19 pela variante Ômicron, é através do esquema de três doses. Então, precisamos da terceira dose em todos acima de 18 anos.”

“Mas, simultaneamente, nós sabemos que os idosos têm uma resposta subótima à vacinação. Nossos idosos já foram vacinados com a terceira dose há quatro, cinco meses atrás, então já estão em um momento onde há uma diminuição expressiva da proteção garantida ou induzida pela vacinação”, continua. Nesse contexto, a infectologista acredita que é, sim, um momento propício para planejar a administração da quarta dose em idosos em um curto intervalo de tempo.

Segundo ela, isso deveria ocorrer especialmente para os idosos do Estado de São Paulo. “Muitos deles receberam três doses da Coronavac, o que também leva a uma resposta inferior comparando caso eles tivessem feito uma vacinação heteróloga”, diz Stucchi, relembrando que, a despeito de orientação do Ministério da Saúde, o governo paulista administrou a Coronavac como terceira dose em idosos. A decisão foi criticada por cientistas.

“A quarta dose, na minha opinião, não é algo que deve ser implementado neste momento para todos, mas para os idosos. Todos aqueles acima de 60 anos devem, sim, já serem vacinados com a quarta dose”, complementou. “Acertadamente, nós já fazemos a quarta dose para os imunossuprimidos, então seria só incluir nesta indicação de quarta dose os idosos acima de 60 anos.”

SÃO PAULO – O governador João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 9, que São Paulo planeja administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado, mas posteriormente ponderou que isso não deve acontecer de forma imediata. “Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou em entrevista à Rádio Eldorado. Atualmente, a quarta dose é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.

Vacina contra a covid-19 é aplicada em posto de saúde na região central de São Paulo Foto: FELIPE RAU/ESTADAO 23/06/2021

“A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo”, apontou o governador. Porém, ele destacou que, antes de iniciar esse novo momento da campanha de vacinação, que ainda não tem data definida, é necessário avançar nas etapas anteriores da imunização para aumentar a cobertura vacinal no Estado. A ampliação da quarta dose, desse modo, não ocorreria imediatamente.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Saúde informou que a recomendação é de que todos os Estados sigam as orientações do governo federal para o melhor andamento da campanha de vacinação. Até o início desta semana, o ministério indicava a administração de quarta dose apenas em imunossuprimidos acima de 18 anos. Desde esta quarta, no entanto, a pasta passou a recomendar também para adolescentes com comorbidades de 12 anos ou mais.

“Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço, mas fazendo um esforço ainda, antes de iniciar a quarta dose, para que as pessoas que não tomaram a segunda dose (vacinem-se)”, disse Doria. “Avançando na segunda dose, nós aí já podemos iniciar em São Paulo a dose de reforço e a quarta dose, seguindo também uma ordem de faixa etária. Como fizemos na terceira dose: nós começamos vacinando as pessoas de mais idade até chegar às pessoas com mais baixa idade”, disse Doria. No final de semana, a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, já havia indicado que o governo de São Paulo poderia "ir além do Ministério da Saúde”. 

Em coletiva realizada no início da tarde, Doria ponderou, contudo, que não houve sinalização de que haveria ampliação da quarta dose de forma imediata. "O fato de considerar não significa que vai aplicar”, disse o governador, destacando que o desafio agora é completar o esquema vacinal dos faltosos. Conforme mostrou o Estadão, São Paulo ainda tem 2,1 milhões de pessoas em atraso com a 2ª dose da vacina da covid-19, a maioria (1,1 milhão) na faixa de 12 a 29 anos.

Com o avanço rápido da variante Ômicron pelo Brasil, que fez elevar o número de infecções e de mortes, autoridades correm atrás dos faltosos e médicos destacam a importância de avançar a imunização. Como parte desse esforço, a quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos.

Governo ainda não definiu qual vai ser a estratégia para ampliar aplicação da quarta dose

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, frisou que o governo paulista ainda não definiu qual vai ser a estratégia para administrar a quarta dose em outros públicos. “Em que momento isso vai acontecer? Com qual vacina que será feita? Qual será a população-alvo?", questionou. "Isso está sendo discutido e definido no nosso Programa Estadual de Imunização.”

Coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, Paulo Menezes apontou que, enquanto a necessidade da quarta dose "já é bastante clara", o que ainda precisa ser estabelecido é quando sua aplicação ocorreria. “Só faz sentido pensar na quarta dose na medida que tivermos uma boa cobertura na dose de reforço”, explicou Menezes.

“Então, eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”, continuou. Segundo ele, mais de um terço da população total do Estado, o equivalente a metade da população acima de 18 anos, recebeu dose de reforço. “Temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço”, apontou o coordenador do comitê científico. 

Dados do governo de São Paulo indicam que, até esta quarta, 40,74 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra covid, o equivalente a 90,62% da população do Estado. Enquanto isso, 37,48 milhões receberam segunda dose ou aplicação única, o que corresponde a 80,99% do total. Com terceira dose, são 17,90 milhões, mais de um terço da população.

Para a infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, planejar a quarta dose neste momento não necessariamente tira o foco da busca por faltosos. “Sem dúvida nenhuma, a prioridade, em termos nacionais, estaduais e municipais, é nós conseguirmos uma maior adesão à aplicação da terceira dose da vacina”, aponta a médica. “O esquema básico de proteção para enfrentarmos a Ômicron, para diminuirmos a chance de uma evolução grave da covid-19 pela variante Ômicron, é através do esquema de três doses. Então, precisamos da terceira dose em todos acima de 18 anos.”

“Mas, simultaneamente, nós sabemos que os idosos têm uma resposta subótima à vacinação. Nossos idosos já foram vacinados com a terceira dose há quatro, cinco meses atrás, então já estão em um momento onde há uma diminuição expressiva da proteção garantida ou induzida pela vacinação”, continua. Nesse contexto, a infectologista acredita que é, sim, um momento propício para planejar a administração da quarta dose em idosos em um curto intervalo de tempo.

Segundo ela, isso deveria ocorrer especialmente para os idosos do Estado de São Paulo. “Muitos deles receberam três doses da Coronavac, o que também leva a uma resposta inferior comparando caso eles tivessem feito uma vacinação heteróloga”, diz Stucchi, relembrando que, a despeito de orientação do Ministério da Saúde, o governo paulista administrou a Coronavac como terceira dose em idosos. A decisão foi criticada por cientistas.

“A quarta dose, na minha opinião, não é algo que deve ser implementado neste momento para todos, mas para os idosos. Todos aqueles acima de 60 anos devem, sim, já serem vacinados com a quarta dose”, complementou. “Acertadamente, nós já fazemos a quarta dose para os imunossuprimidos, então seria só incluir nesta indicação de quarta dose os idosos acima de 60 anos.”

SÃO PAULO – O governador João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 9, que São Paulo planeja administrar a quarta dose da vacina contra covid-19 em toda a população do Estado, mas posteriormente ponderou que isso não deve acontecer de forma imediata. “Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou em entrevista à Rádio Eldorado. Atualmente, a quarta dose é destinada apenas a imunossuprimidos, que, em geral, correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves.

Vacina contra a covid-19 é aplicada em posto de saúde na região central de São Paulo Foto: FELIPE RAU/ESTADAO 23/06/2021

“A hipótese (da quarta dose) já é avaliada pelo comitê científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo comitê científico aqui do governo de São Paulo”, apontou o governador. Porém, ele destacou que, antes de iniciar esse novo momento da campanha de vacinação, que ainda não tem data definida, é necessário avançar nas etapas anteriores da imunização para aumentar a cobertura vacinal no Estado. A ampliação da quarta dose, desse modo, não ocorreria imediatamente.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Saúde informou que a recomendação é de que todos os Estados sigam as orientações do governo federal para o melhor andamento da campanha de vacinação. Até o início desta semana, o ministério indicava a administração de quarta dose apenas em imunossuprimidos acima de 18 anos. Desde esta quarta, no entanto, a pasta passou a recomendar também para adolescentes com comorbidades de 12 anos ou mais.

“Nós estamos preparados para iniciar a quarta dose de reforço, mas fazendo um esforço ainda, antes de iniciar a quarta dose, para que as pessoas que não tomaram a segunda dose (vacinem-se)”, disse Doria. “Avançando na segunda dose, nós aí já podemos iniciar em São Paulo a dose de reforço e a quarta dose, seguindo também uma ordem de faixa etária. Como fizemos na terceira dose: nós começamos vacinando as pessoas de mais idade até chegar às pessoas com mais baixa idade”, disse Doria. No final de semana, a coordenadora do programa paulista de imunização, Regiane de Paula, já havia indicado que o governo de São Paulo poderia "ir além do Ministério da Saúde”. 

Em coletiva realizada no início da tarde, Doria ponderou, contudo, que não houve sinalização de que haveria ampliação da quarta dose de forma imediata. "O fato de considerar não significa que vai aplicar”, disse o governador, destacando que o desafio agora é completar o esquema vacinal dos faltosos. Conforme mostrou o Estadão, São Paulo ainda tem 2,1 milhões de pessoas em atraso com a 2ª dose da vacina da covid-19, a maioria (1,1 milhão) na faixa de 12 a 29 anos.

Com o avanço rápido da variante Ômicron pelo Brasil, que fez elevar o número de infecções e de mortes, autoridades correm atrás dos faltosos e médicos destacam a importância de avançar a imunização. Como parte desse esforço, a quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos.

Governo ainda não definiu qual vai ser a estratégia para ampliar aplicação da quarta dose

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, frisou que o governo paulista ainda não definiu qual vai ser a estratégia para administrar a quarta dose em outros públicos. “Em que momento isso vai acontecer? Com qual vacina que será feita? Qual será a população-alvo?", questionou. "Isso está sendo discutido e definido no nosso Programa Estadual de Imunização.”

Coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, Paulo Menezes apontou que, enquanto a necessidade da quarta dose "já é bastante clara", o que ainda precisa ser estabelecido é quando sua aplicação ocorreria. “Só faz sentido pensar na quarta dose na medida que tivermos uma boa cobertura na dose de reforço”, explicou Menezes.

“Então, eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”, continuou. Segundo ele, mais de um terço da população total do Estado, o equivalente a metade da população acima de 18 anos, recebeu dose de reforço. “Temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço”, apontou o coordenador do comitê científico. 

Dados do governo de São Paulo indicam que, até esta quarta, 40,74 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra covid, o equivalente a 90,62% da população do Estado. Enquanto isso, 37,48 milhões receberam segunda dose ou aplicação única, o que corresponde a 80,99% do total. Com terceira dose, são 17,90 milhões, mais de um terço da população.

Para a infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi, planejar a quarta dose neste momento não necessariamente tira o foco da busca por faltosos. “Sem dúvida nenhuma, a prioridade, em termos nacionais, estaduais e municipais, é nós conseguirmos uma maior adesão à aplicação da terceira dose da vacina”, aponta a médica. “O esquema básico de proteção para enfrentarmos a Ômicron, para diminuirmos a chance de uma evolução grave da covid-19 pela variante Ômicron, é através do esquema de três doses. Então, precisamos da terceira dose em todos acima de 18 anos.”

“Mas, simultaneamente, nós sabemos que os idosos têm uma resposta subótima à vacinação. Nossos idosos já foram vacinados com a terceira dose há quatro, cinco meses atrás, então já estão em um momento onde há uma diminuição expressiva da proteção garantida ou induzida pela vacinação”, continua. Nesse contexto, a infectologista acredita que é, sim, um momento propício para planejar a administração da quarta dose em idosos em um curto intervalo de tempo.

Segundo ela, isso deveria ocorrer especialmente para os idosos do Estado de São Paulo. “Muitos deles receberam três doses da Coronavac, o que também leva a uma resposta inferior comparando caso eles tivessem feito uma vacinação heteróloga”, diz Stucchi, relembrando que, a despeito de orientação do Ministério da Saúde, o governo paulista administrou a Coronavac como terceira dose em idosos. A decisão foi criticada por cientistas.

“A quarta dose, na minha opinião, não é algo que deve ser implementado neste momento para todos, mas para os idosos. Todos aqueles acima de 60 anos devem, sim, já serem vacinados com a quarta dose”, complementou. “Acertadamente, nós já fazemos a quarta dose para os imunossuprimidos, então seria só incluir nesta indicação de quarta dose os idosos acima de 60 anos.”

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