Endometriose: 7 coisas que você precisa saber sobre a doença


No Dia Internacional da Luta Contra a Endometriose, médicos alertam sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado

Por Layla Shasta

De um lado, muitas mulheres encaram a cólica menstrual forte como um sintoma normal. Do outro, médicos afirmam que ela é um sinal de alerta. É que, segundo especialistas, a dor é um dos principais sintomas associados à endometriose, doença que atinge uma em cada dez brasileiras, de acordo com o Ministério da Saúde.

Reconhecendo a relevância desse tema, o dia 7 de maio marca a luta internacional contra essa condição. Aproveitando a data, conheça sete fatos importantes sobre ela.

Cólica intensa é um dos principais sintomas da endometriose. Foto: Orawan/Adobe Stock
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1- A endometriose não tem causa definida nem cura, mas é tratável

A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio – o tecido que reveste o interior do útero e descama durante a menstruação – em locais fora da cavidade uterina, causando dores e inflamação.

Não se sabe exatamente por que as células do endométrio não são expelidas durante a menstruação e se movimentam no sentido oposto, caindo nos ovários ou na cavidade abdominal. Elas ainda podem aderir a órgãos da pelve, como trompas, intestino e bexiga.

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Acredita-se que a endometriose esteja associada a fatores como genética e desequilíbrios hormonais e no sistema imunológico. Crônica, a doença não tem cura, mas o tratamento adequado pode diminuir drasticamente os incômodos e sintomas.

2- Cólica intensa é o primeiro sinal de alerta

Os sintomas da endometriose envolvem, especialmente, a cólica menstrual forte e/ou incapacitante, ou seja, que dificulta a realização das atividades do dia a dia. Outros sinais comuns são dor na relação sexual, sangramentos intestinais e urinários durante a menstruação e dificuldade para engravidar.

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O médico Ricardo Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), explica que alguns pontos para se prestar atenção são a evolução das dores causadas pela cólica menstrual com o passar do tempo e a resposta às medicações analgésicas.

Na prática, a dor piora a cada ciclo menstrual e demanda um uso mais frequente de medicações. “É diferente de quem sente uma cólica e resolve com um remédio. Essa pessoa tem menos chances de ter endometriose”, diferencia.

Os especialistas são unânimes em relação ao tema: sentir dor não pode ser considerado normal. O médico José Maria Soares Júnior, chefe do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), acrescenta: “As mulheres que se acostumam com a dor podem ter uma evolução e, quando chegar ao médico, a doença pode estar mais avançada e difícil tratar”.

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3- Se o diagnóstico demorar muito, quadro pode se agravar

“Devemos fazer o diagnóstico precoce”, resume Quintairos. Segundo ele, a gravidade da doença e sua evolução varia muito de pessoa para pessoa. Ela pode se agravar com o tempo, com o tecido do endométrio se disseminando pelo interior do corpo, ou não manifestar mais sintomas. Mas descobrir o quanto antes e iniciar o tratamento é fundamental para garantir que não aconteça uma piora. Por isso, buscar atendimento médico ainda na adolescência é uma atitude essencial.

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Cabe reforçar que a endometriose é uma doença que tem uma relação direta com questões hormonais, especialmente ligadas ao estrogênio. Um dos principais tratamentos é justamente o bloqueio desse hormônio, que é mais presente no corpo na juventude. Se o diagnóstico é realizado precocemente, assim como o tratamento, é possível inibi-lo desde cedo, impedindo que as células do endométrio se disseminem para mais lugares.

Além disso, quando o quadro não é detectado em estágios iniciais, os sintomas tendem a ser persistentes, causando impactos na qualidade de vida da paciente.

4- Histórico familiar é fator de risco

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Se alguém da família tem endometriose, as chances de desenvolvê-la são de 6 a 8 vezes maiores do que para aquelas que não possuem esse histórico, alerta Quintairos.

Segundo Helizabet Salomão, presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), a probabilidade é maior sobretudo se forem familiares próximos. Isso significa que se a mãe e a irmã de uma menina têm endometriose, ela corre maior risco de desenvolver o problema.

5- Tratamento cirúrgico é exceção, e não regra

O tratamento para a endometriose pode ser clínico ou cirúrgico – neste caso, recomendado em situações mais específicas.

O tratamento clínico mais comum envolve o uso de anti-inflamatórios, contraceptivos ou hormônios. José Maria explica que as medidas dependem dos sintomas de cada paciente e do seu desejo.

“Quando uma endometriose é mais leve, a gente pode passar anti-inflamatórios, até contraceptivos ou só progestagênios [tratamento hormonal]. Quando é um grau mais avançado, precisamos da cirurgia, principalmente quando tem outros sintomas, como gastrointestinais, ou em caso de infertilidade que não tem sucesso com terapias anteriores”.

Segundo Helizabet, além do uso de medicamentos, é fundamental praticar atividade física e seguir uma alimentação equilibrada.

6- Endometriose pode dificultar a gravidez, mas nem sempre a impede

Os médicos explicam que a endometriose é capaz de levar a alterações na anatomia da pelve, o que pode afetar a fertilidade de diversas maneiras, como obstruindo trompas e dificultando a passagem dos óvulos e espermatozoides. A inflamação relacionada à doença também cria um ambiente hostil, dificultando a implantação do embrião.

De acordo com Helizabet, estima-se que mulheres com endometriose têm entre 25% a 30% maior risco de apresentar infertilidade. A médica destaca, porém, que isso não significa que todas as mulheres com endometriose terão dificuldades ou não conseguirão engravidar.

7- Endometriose não gera câncer

O presidente da Comissão de Endometriose da Febrasgo explica que, cientificamente, não há uma relação de causalidade entre endometriose e casos de câncer. “Não é possível dizer que a endometriose causa câncer”, reforça.

Segundo os médicos entrevistados, existem dois tipos de câncer que podem ser correlacionados com a endometriose: tumores de células claras e tumores endometrioides. Mas eles frisam: ter uma relação não significa que a endometriose seja a causa.

“Eu posso dizer que, entre pacientes com endometriose, há uma maior prevalência desses dois tipos de tumores, mas isso não quer dizer que mulheres com endometriose vão ter esses tumores”, raciocina Quintairos.

Sentir dor não é normal!

Os médicos fazem questão de reforçar essa mensagem. Afinal, apesar de não ter cura, a endometriose pode ser controlada e ter seus sintomas amenizados com o tratamento adequado. Segundo Helizabet, é imprescindível valorizar as queixas de cólica menstrual e incentivar a mulher a falar sobre dor na relação sexual. Tudo isso ajuda a direcionar o diagnóstico. “O mais importante é promover a escuta”, diz. Soares Júnior também destaca que a dor contínua não pode ser considerada normal.

Para Quintairos, pais e professores que trabalham com adolescentes precisam observar jovens que sofrem com cólicas menstruais fortes, mensalmente, encaminhando-as à avaliação especializada, de modo a possibilitar o diagnóstico precoce.

De um lado, muitas mulheres encaram a cólica menstrual forte como um sintoma normal. Do outro, médicos afirmam que ela é um sinal de alerta. É que, segundo especialistas, a dor é um dos principais sintomas associados à endometriose, doença que atinge uma em cada dez brasileiras, de acordo com o Ministério da Saúde.

Reconhecendo a relevância desse tema, o dia 7 de maio marca a luta internacional contra essa condição. Aproveitando a data, conheça sete fatos importantes sobre ela.

Cólica intensa é um dos principais sintomas da endometriose. Foto: Orawan/Adobe Stock

1- A endometriose não tem causa definida nem cura, mas é tratável

A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio – o tecido que reveste o interior do útero e descama durante a menstruação – em locais fora da cavidade uterina, causando dores e inflamação.

Não se sabe exatamente por que as células do endométrio não são expelidas durante a menstruação e se movimentam no sentido oposto, caindo nos ovários ou na cavidade abdominal. Elas ainda podem aderir a órgãos da pelve, como trompas, intestino e bexiga.

Acredita-se que a endometriose esteja associada a fatores como genética e desequilíbrios hormonais e no sistema imunológico. Crônica, a doença não tem cura, mas o tratamento adequado pode diminuir drasticamente os incômodos e sintomas.

2- Cólica intensa é o primeiro sinal de alerta

Os sintomas da endometriose envolvem, especialmente, a cólica menstrual forte e/ou incapacitante, ou seja, que dificulta a realização das atividades do dia a dia. Outros sinais comuns são dor na relação sexual, sangramentos intestinais e urinários durante a menstruação e dificuldade para engravidar.

O médico Ricardo Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), explica que alguns pontos para se prestar atenção são a evolução das dores causadas pela cólica menstrual com o passar do tempo e a resposta às medicações analgésicas.

Na prática, a dor piora a cada ciclo menstrual e demanda um uso mais frequente de medicações. “É diferente de quem sente uma cólica e resolve com um remédio. Essa pessoa tem menos chances de ter endometriose”, diferencia.

Os especialistas são unânimes em relação ao tema: sentir dor não pode ser considerado normal. O médico José Maria Soares Júnior, chefe do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), acrescenta: “As mulheres que se acostumam com a dor podem ter uma evolução e, quando chegar ao médico, a doença pode estar mais avançada e difícil tratar”.

3- Se o diagnóstico demorar muito, quadro pode se agravar

“Devemos fazer o diagnóstico precoce”, resume Quintairos. Segundo ele, a gravidade da doença e sua evolução varia muito de pessoa para pessoa. Ela pode se agravar com o tempo, com o tecido do endométrio se disseminando pelo interior do corpo, ou não manifestar mais sintomas. Mas descobrir o quanto antes e iniciar o tratamento é fundamental para garantir que não aconteça uma piora. Por isso, buscar atendimento médico ainda na adolescência é uma atitude essencial.

Cabe reforçar que a endometriose é uma doença que tem uma relação direta com questões hormonais, especialmente ligadas ao estrogênio. Um dos principais tratamentos é justamente o bloqueio desse hormônio, que é mais presente no corpo na juventude. Se o diagnóstico é realizado precocemente, assim como o tratamento, é possível inibi-lo desde cedo, impedindo que as células do endométrio se disseminem para mais lugares.

Além disso, quando o quadro não é detectado em estágios iniciais, os sintomas tendem a ser persistentes, causando impactos na qualidade de vida da paciente.

4- Histórico familiar é fator de risco

Se alguém da família tem endometriose, as chances de desenvolvê-la são de 6 a 8 vezes maiores do que para aquelas que não possuem esse histórico, alerta Quintairos.

Segundo Helizabet Salomão, presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), a probabilidade é maior sobretudo se forem familiares próximos. Isso significa que se a mãe e a irmã de uma menina têm endometriose, ela corre maior risco de desenvolver o problema.

5- Tratamento cirúrgico é exceção, e não regra

O tratamento para a endometriose pode ser clínico ou cirúrgico – neste caso, recomendado em situações mais específicas.

O tratamento clínico mais comum envolve o uso de anti-inflamatórios, contraceptivos ou hormônios. José Maria explica que as medidas dependem dos sintomas de cada paciente e do seu desejo.

“Quando uma endometriose é mais leve, a gente pode passar anti-inflamatórios, até contraceptivos ou só progestagênios [tratamento hormonal]. Quando é um grau mais avançado, precisamos da cirurgia, principalmente quando tem outros sintomas, como gastrointestinais, ou em caso de infertilidade que não tem sucesso com terapias anteriores”.

Segundo Helizabet, além do uso de medicamentos, é fundamental praticar atividade física e seguir uma alimentação equilibrada.

6- Endometriose pode dificultar a gravidez, mas nem sempre a impede

Os médicos explicam que a endometriose é capaz de levar a alterações na anatomia da pelve, o que pode afetar a fertilidade de diversas maneiras, como obstruindo trompas e dificultando a passagem dos óvulos e espermatozoides. A inflamação relacionada à doença também cria um ambiente hostil, dificultando a implantação do embrião.

De acordo com Helizabet, estima-se que mulheres com endometriose têm entre 25% a 30% maior risco de apresentar infertilidade. A médica destaca, porém, que isso não significa que todas as mulheres com endometriose terão dificuldades ou não conseguirão engravidar.

7- Endometriose não gera câncer

O presidente da Comissão de Endometriose da Febrasgo explica que, cientificamente, não há uma relação de causalidade entre endometriose e casos de câncer. “Não é possível dizer que a endometriose causa câncer”, reforça.

Segundo os médicos entrevistados, existem dois tipos de câncer que podem ser correlacionados com a endometriose: tumores de células claras e tumores endometrioides. Mas eles frisam: ter uma relação não significa que a endometriose seja a causa.

“Eu posso dizer que, entre pacientes com endometriose, há uma maior prevalência desses dois tipos de tumores, mas isso não quer dizer que mulheres com endometriose vão ter esses tumores”, raciocina Quintairos.

Sentir dor não é normal!

Os médicos fazem questão de reforçar essa mensagem. Afinal, apesar de não ter cura, a endometriose pode ser controlada e ter seus sintomas amenizados com o tratamento adequado. Segundo Helizabet, é imprescindível valorizar as queixas de cólica menstrual e incentivar a mulher a falar sobre dor na relação sexual. Tudo isso ajuda a direcionar o diagnóstico. “O mais importante é promover a escuta”, diz. Soares Júnior também destaca que a dor contínua não pode ser considerada normal.

Para Quintairos, pais e professores que trabalham com adolescentes precisam observar jovens que sofrem com cólicas menstruais fortes, mensalmente, encaminhando-as à avaliação especializada, de modo a possibilitar o diagnóstico precoce.

De um lado, muitas mulheres encaram a cólica menstrual forte como um sintoma normal. Do outro, médicos afirmam que ela é um sinal de alerta. É que, segundo especialistas, a dor é um dos principais sintomas associados à endometriose, doença que atinge uma em cada dez brasileiras, de acordo com o Ministério da Saúde.

Reconhecendo a relevância desse tema, o dia 7 de maio marca a luta internacional contra essa condição. Aproveitando a data, conheça sete fatos importantes sobre ela.

Cólica intensa é um dos principais sintomas da endometriose. Foto: Orawan/Adobe Stock

1- A endometriose não tem causa definida nem cura, mas é tratável

A endometriose é caracterizada pelo crescimento do endométrio – o tecido que reveste o interior do útero e descama durante a menstruação – em locais fora da cavidade uterina, causando dores e inflamação.

Não se sabe exatamente por que as células do endométrio não são expelidas durante a menstruação e se movimentam no sentido oposto, caindo nos ovários ou na cavidade abdominal. Elas ainda podem aderir a órgãos da pelve, como trompas, intestino e bexiga.

Acredita-se que a endometriose esteja associada a fatores como genética e desequilíbrios hormonais e no sistema imunológico. Crônica, a doença não tem cura, mas o tratamento adequado pode diminuir drasticamente os incômodos e sintomas.

2- Cólica intensa é o primeiro sinal de alerta

Os sintomas da endometriose envolvem, especialmente, a cólica menstrual forte e/ou incapacitante, ou seja, que dificulta a realização das atividades do dia a dia. Outros sinais comuns são dor na relação sexual, sangramentos intestinais e urinários durante a menstruação e dificuldade para engravidar.

O médico Ricardo Quintairos, presidente da Comissão de Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), explica que alguns pontos para se prestar atenção são a evolução das dores causadas pela cólica menstrual com o passar do tempo e a resposta às medicações analgésicas.

Na prática, a dor piora a cada ciclo menstrual e demanda um uso mais frequente de medicações. “É diferente de quem sente uma cólica e resolve com um remédio. Essa pessoa tem menos chances de ter endometriose”, diferencia.

Os especialistas são unânimes em relação ao tema: sentir dor não pode ser considerado normal. O médico José Maria Soares Júnior, chefe do departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), acrescenta: “As mulheres que se acostumam com a dor podem ter uma evolução e, quando chegar ao médico, a doença pode estar mais avançada e difícil tratar”.

3- Se o diagnóstico demorar muito, quadro pode se agravar

“Devemos fazer o diagnóstico precoce”, resume Quintairos. Segundo ele, a gravidade da doença e sua evolução varia muito de pessoa para pessoa. Ela pode se agravar com o tempo, com o tecido do endométrio se disseminando pelo interior do corpo, ou não manifestar mais sintomas. Mas descobrir o quanto antes e iniciar o tratamento é fundamental para garantir que não aconteça uma piora. Por isso, buscar atendimento médico ainda na adolescência é uma atitude essencial.

Cabe reforçar que a endometriose é uma doença que tem uma relação direta com questões hormonais, especialmente ligadas ao estrogênio. Um dos principais tratamentos é justamente o bloqueio desse hormônio, que é mais presente no corpo na juventude. Se o diagnóstico é realizado precocemente, assim como o tratamento, é possível inibi-lo desde cedo, impedindo que as células do endométrio se disseminem para mais lugares.

Além disso, quando o quadro não é detectado em estágios iniciais, os sintomas tendem a ser persistentes, causando impactos na qualidade de vida da paciente.

4- Histórico familiar é fator de risco

Se alguém da família tem endometriose, as chances de desenvolvê-la são de 6 a 8 vezes maiores do que para aquelas que não possuem esse histórico, alerta Quintairos.

Segundo Helizabet Salomão, presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), a probabilidade é maior sobretudo se forem familiares próximos. Isso significa que se a mãe e a irmã de uma menina têm endometriose, ela corre maior risco de desenvolver o problema.

5- Tratamento cirúrgico é exceção, e não regra

O tratamento para a endometriose pode ser clínico ou cirúrgico – neste caso, recomendado em situações mais específicas.

O tratamento clínico mais comum envolve o uso de anti-inflamatórios, contraceptivos ou hormônios. José Maria explica que as medidas dependem dos sintomas de cada paciente e do seu desejo.

“Quando uma endometriose é mais leve, a gente pode passar anti-inflamatórios, até contraceptivos ou só progestagênios [tratamento hormonal]. Quando é um grau mais avançado, precisamos da cirurgia, principalmente quando tem outros sintomas, como gastrointestinais, ou em caso de infertilidade que não tem sucesso com terapias anteriores”.

Segundo Helizabet, além do uso de medicamentos, é fundamental praticar atividade física e seguir uma alimentação equilibrada.

6- Endometriose pode dificultar a gravidez, mas nem sempre a impede

Os médicos explicam que a endometriose é capaz de levar a alterações na anatomia da pelve, o que pode afetar a fertilidade de diversas maneiras, como obstruindo trompas e dificultando a passagem dos óvulos e espermatozoides. A inflamação relacionada à doença também cria um ambiente hostil, dificultando a implantação do embrião.

De acordo com Helizabet, estima-se que mulheres com endometriose têm entre 25% a 30% maior risco de apresentar infertilidade. A médica destaca, porém, que isso não significa que todas as mulheres com endometriose terão dificuldades ou não conseguirão engravidar.

7- Endometriose não gera câncer

O presidente da Comissão de Endometriose da Febrasgo explica que, cientificamente, não há uma relação de causalidade entre endometriose e casos de câncer. “Não é possível dizer que a endometriose causa câncer”, reforça.

Segundo os médicos entrevistados, existem dois tipos de câncer que podem ser correlacionados com a endometriose: tumores de células claras e tumores endometrioides. Mas eles frisam: ter uma relação não significa que a endometriose seja a causa.

“Eu posso dizer que, entre pacientes com endometriose, há uma maior prevalência desses dois tipos de tumores, mas isso não quer dizer que mulheres com endometriose vão ter esses tumores”, raciocina Quintairos.

Sentir dor não é normal!

Os médicos fazem questão de reforçar essa mensagem. Afinal, apesar de não ter cura, a endometriose pode ser controlada e ter seus sintomas amenizados com o tratamento adequado. Segundo Helizabet, é imprescindível valorizar as queixas de cólica menstrual e incentivar a mulher a falar sobre dor na relação sexual. Tudo isso ajuda a direcionar o diagnóstico. “O mais importante é promover a escuta”, diz. Soares Júnior também destaca que a dor contínua não pode ser considerada normal.

Para Quintairos, pais e professores que trabalham com adolescentes precisam observar jovens que sofrem com cólicas menstruais fortes, mensalmente, encaminhando-as à avaliação especializada, de modo a possibilitar o diagnóstico precoce.

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