Entenda por que o zolpidem e outros remédios não podem ser combinados com bebida alcoólica


Cantor Fernando, da dupla com Sorocaba, fez alerta sobre ‘combinação caótica’ após passar seis dias no hospital

Por Isabel Gomes

Recentemente, o cantor sertanejo Fernando Zor, da dupla Fernando e Sorocaba, usou as redes sociais para fazer um alerta aos fãs. Em transmissão ao vivo em seu Instagram na quinta-feira, 5, o músico relatou que esteve hospitalizado durante seis dias, em função do uso abusivo de um medicamento para dormir combinado com o consumo de álcool.

Segundo o cantor, o medicamento em questão era o zolpidem, remédio de uso controlado da classe terapêutica dos hipnóticos, indicado para indução do sono como tratamento de curta duração para a insônia. Em uso contínuo da medicação, Fernando teve uma crise de ansiedade durante um voo com destino final ao Canadá, após ingerir bebida alcoólica, e não conseguiu seguir viagem, interrompendo o trajeto nos Estados Unidos, onde faria conexão. “Tive uma crise bem forte. Não consegui entrar no (segundo) voo. Não sou de chorar, então foi uma coisa que me espantou muito”, relatou o cantor, que descreveu a mistura como uma “combinação caótica”.

De acordo com Fernando Stelzer, médico neurologista e coordenador do Laboratório do Sono da Santa Casa de Porto Alegre, a crise de ansiedade a partir da mistura de álcool e do fármaco pode ter sido causada pela ação potencializadora que a combinação causa na inibição do paciente. “O zolpidem age em um neurotransmissor chamado ‘gaba’, que acaba induzindo o sono por ser uma substância inibitória e não excitatória. É uma atividade parecida com a do álcool, mas em outro local do corpo. Talvez ele já estivesse ansioso, angustiado, e a mistura das duas coisas intensificou isso”, afirma.

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O neurologista alerta que esse efeito potencializador no uso combinado pode afetar o paciente de diversas maneiras. O zolpidem tem como efeito colateral sintomas como amnésia anterógrada, confusão mental, tontura e dificuldade de concentração, e o consumo de álcool durante o período de administração do remédio pode intensificar esses sintomas. “A pessoa pode tomar atitudes que não teria. Pode fazer alguma coisa e não lembrar ou não reconhecer que fez”, diz Stelzer.

Aos fãs, Fernando advertiu: “As pessoas que fazem uso do remédio fiquem bem atentas. É um problema, e misturado com álcool é um problema muito grande.”

O cantor Fernando diz ter sido internado para fazer "detox" de medicamento. Foto: Reprodução/Instagram/@fernando
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A recomendação para não consumir álcool durante o período de uso do medicamento não é exclusiva do zolpidem. A interação entre bebida e remédios pode levar a consequências diversas, como prejudicar sua eficácia ou provocar toxicidades graves. Em anti-inflamatórios, por exemplo, o álcool diminui o efeito e pode sobrecarregar o fígado, com risco de úlcera.

Tratando-se de antibióticos, a combinação pode produzir efeitos graves, como taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Já álcool ingerido de forma simultânea a antialérgico aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas e desequilíbrio. Em caso de corticoides, pode levar à hipertensão, aumentar o nível de glicose no sangue, piorar alguma situação inflamatória e alterar a resistência imunológica. Em todos os casos, a recomendação médica é que o paciente sempre siga o que está indicado bula.

Medicamento exige cautela

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Não é somente com a combinação de álcool que o zolpidem precisa de cuidado. Há relatos de uso desenfreado e sem supervisão médica no Brasil, especialmente após a pandemia, embora seja de uso controlado e vendido sob prescrição. A bula do zolpidem descreve que ele é destinado a tratamentos de curta duração, e que o período de administração deve ser o menor possível, não devendo ultrapassar quatro semanas, o que nem sempre é feito.

Segundo Stelzer, o prolongamento do tratamento só pode ocorrer com orientação médica, a depender do tipo de insônia e do estado clínico do paciente, uma vez que o risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento. “A pessoa não vai mais ter mais o mesmo efeito que ela tinha e vai querer aumentar a dose, e quando não toma sente abstinência. A longo prazo, problemas de memória, parassonias e alucinações podem ser causadas pelo uso crônico”, alerta o médico.

Quanto ao uso sem supervisão, o especialista ainda ressalta que algumas pessoas, ao perceberem o efeito inibitório do zolpidem, erroneamente tomam o medicamento durante o dia – forma de uso relatada pelo cantor Fernando. O músico foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para fazer um “detox” com o objetivo de se livrar da dependência química do remédio.

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Aos pacientes que desejam tratar insônia, a recomendação do neurologista é que, antes de tomar o remédio, primeiro se questione sobre a real necessidade de tomar. Segundo o especialista, o tratamento da insônia crônica não envolve como fator principal o uso de fármacos, mas sim a psicoterapia, a partir da abordagem Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

“A terapia sim é algo que vai ser indicado a médio e a longo prazo. Ela pode vir associada a um período curto de medicação, para induzir o sono em um primeiro momento, mas se a pessoa está buscando uso de medicação a longo prazo, ela não está tratando a raiz do problema, está tratando somente a queixa”, finaliza.

Recentemente, o cantor sertanejo Fernando Zor, da dupla Fernando e Sorocaba, usou as redes sociais para fazer um alerta aos fãs. Em transmissão ao vivo em seu Instagram na quinta-feira, 5, o músico relatou que esteve hospitalizado durante seis dias, em função do uso abusivo de um medicamento para dormir combinado com o consumo de álcool.

Segundo o cantor, o medicamento em questão era o zolpidem, remédio de uso controlado da classe terapêutica dos hipnóticos, indicado para indução do sono como tratamento de curta duração para a insônia. Em uso contínuo da medicação, Fernando teve uma crise de ansiedade durante um voo com destino final ao Canadá, após ingerir bebida alcoólica, e não conseguiu seguir viagem, interrompendo o trajeto nos Estados Unidos, onde faria conexão. “Tive uma crise bem forte. Não consegui entrar no (segundo) voo. Não sou de chorar, então foi uma coisa que me espantou muito”, relatou o cantor, que descreveu a mistura como uma “combinação caótica”.

De acordo com Fernando Stelzer, médico neurologista e coordenador do Laboratório do Sono da Santa Casa de Porto Alegre, a crise de ansiedade a partir da mistura de álcool e do fármaco pode ter sido causada pela ação potencializadora que a combinação causa na inibição do paciente. “O zolpidem age em um neurotransmissor chamado ‘gaba’, que acaba induzindo o sono por ser uma substância inibitória e não excitatória. É uma atividade parecida com a do álcool, mas em outro local do corpo. Talvez ele já estivesse ansioso, angustiado, e a mistura das duas coisas intensificou isso”, afirma.

O neurologista alerta que esse efeito potencializador no uso combinado pode afetar o paciente de diversas maneiras. O zolpidem tem como efeito colateral sintomas como amnésia anterógrada, confusão mental, tontura e dificuldade de concentração, e o consumo de álcool durante o período de administração do remédio pode intensificar esses sintomas. “A pessoa pode tomar atitudes que não teria. Pode fazer alguma coisa e não lembrar ou não reconhecer que fez”, diz Stelzer.

Aos fãs, Fernando advertiu: “As pessoas que fazem uso do remédio fiquem bem atentas. É um problema, e misturado com álcool é um problema muito grande.”

O cantor Fernando diz ter sido internado para fazer "detox" de medicamento. Foto: Reprodução/Instagram/@fernando

A recomendação para não consumir álcool durante o período de uso do medicamento não é exclusiva do zolpidem. A interação entre bebida e remédios pode levar a consequências diversas, como prejudicar sua eficácia ou provocar toxicidades graves. Em anti-inflamatórios, por exemplo, o álcool diminui o efeito e pode sobrecarregar o fígado, com risco de úlcera.

Tratando-se de antibióticos, a combinação pode produzir efeitos graves, como taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Já álcool ingerido de forma simultânea a antialérgico aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas e desequilíbrio. Em caso de corticoides, pode levar à hipertensão, aumentar o nível de glicose no sangue, piorar alguma situação inflamatória e alterar a resistência imunológica. Em todos os casos, a recomendação médica é que o paciente sempre siga o que está indicado bula.

Medicamento exige cautela

Não é somente com a combinação de álcool que o zolpidem precisa de cuidado. Há relatos de uso desenfreado e sem supervisão médica no Brasil, especialmente após a pandemia, embora seja de uso controlado e vendido sob prescrição. A bula do zolpidem descreve que ele é destinado a tratamentos de curta duração, e que o período de administração deve ser o menor possível, não devendo ultrapassar quatro semanas, o que nem sempre é feito.

Segundo Stelzer, o prolongamento do tratamento só pode ocorrer com orientação médica, a depender do tipo de insônia e do estado clínico do paciente, uma vez que o risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento. “A pessoa não vai mais ter mais o mesmo efeito que ela tinha e vai querer aumentar a dose, e quando não toma sente abstinência. A longo prazo, problemas de memória, parassonias e alucinações podem ser causadas pelo uso crônico”, alerta o médico.

Quanto ao uso sem supervisão, o especialista ainda ressalta que algumas pessoas, ao perceberem o efeito inibitório do zolpidem, erroneamente tomam o medicamento durante o dia – forma de uso relatada pelo cantor Fernando. O músico foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para fazer um “detox” com o objetivo de se livrar da dependência química do remédio.

Aos pacientes que desejam tratar insônia, a recomendação do neurologista é que, antes de tomar o remédio, primeiro se questione sobre a real necessidade de tomar. Segundo o especialista, o tratamento da insônia crônica não envolve como fator principal o uso de fármacos, mas sim a psicoterapia, a partir da abordagem Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

“A terapia sim é algo que vai ser indicado a médio e a longo prazo. Ela pode vir associada a um período curto de medicação, para induzir o sono em um primeiro momento, mas se a pessoa está buscando uso de medicação a longo prazo, ela não está tratando a raiz do problema, está tratando somente a queixa”, finaliza.

Recentemente, o cantor sertanejo Fernando Zor, da dupla Fernando e Sorocaba, usou as redes sociais para fazer um alerta aos fãs. Em transmissão ao vivo em seu Instagram na quinta-feira, 5, o músico relatou que esteve hospitalizado durante seis dias, em função do uso abusivo de um medicamento para dormir combinado com o consumo de álcool.

Segundo o cantor, o medicamento em questão era o zolpidem, remédio de uso controlado da classe terapêutica dos hipnóticos, indicado para indução do sono como tratamento de curta duração para a insônia. Em uso contínuo da medicação, Fernando teve uma crise de ansiedade durante um voo com destino final ao Canadá, após ingerir bebida alcoólica, e não conseguiu seguir viagem, interrompendo o trajeto nos Estados Unidos, onde faria conexão. “Tive uma crise bem forte. Não consegui entrar no (segundo) voo. Não sou de chorar, então foi uma coisa que me espantou muito”, relatou o cantor, que descreveu a mistura como uma “combinação caótica”.

De acordo com Fernando Stelzer, médico neurologista e coordenador do Laboratório do Sono da Santa Casa de Porto Alegre, a crise de ansiedade a partir da mistura de álcool e do fármaco pode ter sido causada pela ação potencializadora que a combinação causa na inibição do paciente. “O zolpidem age em um neurotransmissor chamado ‘gaba’, que acaba induzindo o sono por ser uma substância inibitória e não excitatória. É uma atividade parecida com a do álcool, mas em outro local do corpo. Talvez ele já estivesse ansioso, angustiado, e a mistura das duas coisas intensificou isso”, afirma.

O neurologista alerta que esse efeito potencializador no uso combinado pode afetar o paciente de diversas maneiras. O zolpidem tem como efeito colateral sintomas como amnésia anterógrada, confusão mental, tontura e dificuldade de concentração, e o consumo de álcool durante o período de administração do remédio pode intensificar esses sintomas. “A pessoa pode tomar atitudes que não teria. Pode fazer alguma coisa e não lembrar ou não reconhecer que fez”, diz Stelzer.

Aos fãs, Fernando advertiu: “As pessoas que fazem uso do remédio fiquem bem atentas. É um problema, e misturado com álcool é um problema muito grande.”

O cantor Fernando diz ter sido internado para fazer "detox" de medicamento. Foto: Reprodução/Instagram/@fernando

A recomendação para não consumir álcool durante o período de uso do medicamento não é exclusiva do zolpidem. A interação entre bebida e remédios pode levar a consequências diversas, como prejudicar sua eficácia ou provocar toxicidades graves. Em anti-inflamatórios, por exemplo, o álcool diminui o efeito e pode sobrecarregar o fígado, com risco de úlcera.

Tratando-se de antibióticos, a combinação pode produzir efeitos graves, como taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Já álcool ingerido de forma simultânea a antialérgico aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas e desequilíbrio. Em caso de corticoides, pode levar à hipertensão, aumentar o nível de glicose no sangue, piorar alguma situação inflamatória e alterar a resistência imunológica. Em todos os casos, a recomendação médica é que o paciente sempre siga o que está indicado bula.

Medicamento exige cautela

Não é somente com a combinação de álcool que o zolpidem precisa de cuidado. Há relatos de uso desenfreado e sem supervisão médica no Brasil, especialmente após a pandemia, embora seja de uso controlado e vendido sob prescrição. A bula do zolpidem descreve que ele é destinado a tratamentos de curta duração, e que o período de administração deve ser o menor possível, não devendo ultrapassar quatro semanas, o que nem sempre é feito.

Segundo Stelzer, o prolongamento do tratamento só pode ocorrer com orientação médica, a depender do tipo de insônia e do estado clínico do paciente, uma vez que o risco de dependência aumenta com a dose e a duração do tratamento. “A pessoa não vai mais ter mais o mesmo efeito que ela tinha e vai querer aumentar a dose, e quando não toma sente abstinência. A longo prazo, problemas de memória, parassonias e alucinações podem ser causadas pelo uso crônico”, alerta o médico.

Quanto ao uso sem supervisão, o especialista ainda ressalta que algumas pessoas, ao perceberem o efeito inibitório do zolpidem, erroneamente tomam o medicamento durante o dia – forma de uso relatada pelo cantor Fernando. O músico foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para fazer um “detox” com o objetivo de se livrar da dependência química do remédio.

Aos pacientes que desejam tratar insônia, a recomendação do neurologista é que, antes de tomar o remédio, primeiro se questione sobre a real necessidade de tomar. Segundo o especialista, o tratamento da insônia crônica não envolve como fator principal o uso de fármacos, mas sim a psicoterapia, a partir da abordagem Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

“A terapia sim é algo que vai ser indicado a médio e a longo prazo. Ela pode vir associada a um período curto de medicação, para induzir o sono em um primeiro momento, mas se a pessoa está buscando uso de medicação a longo prazo, ela não está tratando a raiz do problema, está tratando somente a queixa”, finaliza.

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