Éris: nova variante da covid-19 é perigosa? Entenda riscos no Brasil e no mundo


Cepa é variação da Ômicron e já foi identificada em 51 países; vacinação é a melhor proteção contra casos graves

Por Marcio Dolzan e José Maria Tomazela
Atualização:

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

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Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023
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“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

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A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

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O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

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Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

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A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023

“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023

“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

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