Éris: nova variante da covid-19 é perigosa? Entenda riscos no Brasil e no mundo


Cepa é variação da Ômicron e já foi identificada em 51 países; vacinação é a melhor proteção contra casos graves

Por Marcio Dolzan e José Maria Tomazela
Atualização:

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

continua após a publicidade

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023
continua após a publicidade

“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

continua após a publicidade

A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

continua após a publicidade

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

continua após a publicidade

Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

continua após a publicidade

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023

“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023

“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

Uma nova cepa do vírus da covid-19 tem chamado a atenção nas últimas semanas. Conhecida popularmente por Éris, a EG.5 é uma subvariante da Ômicron, atualmente o tipo mais comum no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já registrou casos dessa cepa em 51 países.

Em nota informativa publicada nesta quinta-feira, 17, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) afirma que, embora não tenha sido identificada no País, é possível que a variante esteja circulando de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil. A SBI recomendou o uso de máscaras pela população de risco, como idosos, gestantes e imunodeprimidos, em ambientes fechados.

A cepa possui mutações que conferem maior capacidade de transmissão e de escape imune, tornando-a capaz de aumentar o número de casos mundialmente e se tornar a cepa predominante.

Apesar destas características, a OMS classificou a EG.5 como de baixo risco para a saúde pública em nível global uma vez que não apresentou mudanças no padrão de gravidade de doença (hospitalização e óbitos) comparada às demais.

“Importante salientar que a EG.5 ainda não foi identificada no Brasil, porém é possível que possa já estar circulando no país de forma silenciosa, devido ao baixo índice de coleta e análise genômica no Brasil”, disse a SBI.

Vacina contra a covid é aplicada em posto de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 27.02.2023

“Apesar disto, não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no Brasil no momento, não havendo necessidade de mudança das recomendações vigentes. Devemos estar atentos à possibilidade de uma nova onda de casos ocorrendo nas próximas semanas, com baixo potencial de casos graves, baseado no cenário epidemiológico nos países onde ela já circula”, disse a entidade médica.

A SBI recomendou às autoridades de saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal adoção de medidas para aumentar a coleta de testes diagnósticos e a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detecção precoce de mudança no cenário epidemiológico. Também recomendou “fortemente” que algumas medidas sejam seguidas pela população brasileira para reduzir o risco de impactos pela provável circulação da EG.5 e demais sub linhagens no território nacional.

Entre elas, manter o calendário vacinal para covid-19 atualizado com as doses de reforço recomendadas. “Todas as pessoas com 6 meses de idade ou mais devem ter pelo menos 3 doses de vacina realizada. Grupos de risco (pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde) devem ter doses de reforço realizadas com não mais de 1 ano de intervalo da dose anterior, preferencialmente com a vacina bivalente”, disse.

A entidade médica salientou que as vacinas se mantêm ativas na proteção de gravidade e morte para todas as variantes circulantes atualmente, incluindo a EG.5. 2. Também recomendou o uso de máscaras para populações de risco em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração caso haja futuramente aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil. E ainda a testagem dos casos de síndrome gripal para redução da transmissão em caso de Covid-19, com isolamento dos casos positivos.

“Ela só é menos perigosa se as pessoas se vacinarem. Já há dados sobre a Ômicron - não especificamente sobre a Éris - que demonstram que essa percepção de ela gerar doença menos grave não é por características dela, mas sim pela vacinação”, sustenta a biomédica Mellanie Fontes-Dutra, da Rede Análise Covid-19.

UFRJ recomendou volta das máscaras

O Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes (Needier) da UFRJ, coordenado pela pesquisadora Terezinha Castiñeiras, emitiu nota técnica nesta quarta-feira, 16, em que recomenda ao corpo social da Universidade o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados, bem como em aglomerações. O núcleo também orientou a higienização frequente das mãos.

Conforme o departamento, as recomendações se devem à preocupação com uma nova onda de covid-19, em razão da circulação de sub variantes como a EG.5 e Éris. Segundo a nota, no mundo, cerca de 1,5 milhão de novos casos de covid-19 foram registrados entre os dias 10 de julho e 6 de agosto, com base em dados da OMS.

“O aumento de casos de covid-19 que foram diagnosticados no Needier também é uma das motivações para as recomendações na UFRJ”, informou. A nota orienta ainda a testagem em casos de sintomas respiratórios ou contato próximo com alguém com covid-19.

Até esta quinta-feira, 17, segundo os dados da Rede Genômica Fiocruz, da Fundação Oswaldo Cruz, ainda não houve detecção da variante EG.5 de covid-19 no Brasil.

O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, disse que os dados mostraram manutenção de queda ou estabilização de casos positivos de covid no país. No entanto, ele ressaltou que é importante os Estados manterem fluxos de coleta e envio de amostras para manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-Cov-2 no território nacional.

Monitoramento

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que mantém o monitoramento do cenário epidemiológico em todo o território estadual e até o momento não há confirmação de novos casos das cepas Éris e da EG.5, variantes Ômicron, no Estado.

Segundo a pasta, o comportamento de um vírus pode ser diferente em locais distintos em virtude de fatores demográficos e climáticos, por exemplo. “As medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel), etiqueta respiratória (ao tossir e espirrar cobrir nariz e boa) e a vacinação contra a covid-19″, disse, em nota.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, apesar do alerta da OMS sobre a circulação da subvariante EG.5, que ainda não foi detectada no Brasil, não há indicação para recomendar o uso de máscara para toda a população. Segundo ela, a pasta monitora e avalia as evidências científicas mais atuais em níveis internacionais e o cenário epidemiológico da covid-19. “Até o momento, sabemos que nossas vacinas protegem contra essa variante (EG.5). Não há evidências contrárias a isso. Não temos ainda indicação de recomendação do uso da máscara para toda a população”, disse

Segundo ela, também não há informações de que essa variante pode ter grande impacto na gravidade da doença. “No atual contexto, as orientações continuam as mesmas. A vacinação é a melhor medida de combate à covid-19, com a atualização das doses de reforço para prevenção da doença, sobretudo para os grupos de risco, idosos e crianças. Tomar a dose adicional, preferencialmente as vacinas polivalentes, que o ministério colocou à disposição da população.”

Qual o risco da variante Éris em outros países?

Nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, a Éris já é a cepa dominante. Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.

Vale lembrar que, ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.