Pandemia se agrava no Brasil, mas podemos falar em terceira onda?


O número de pacientes internados com covid-19 voltou a subir em alguns Estados do Brasil nos últimos dias

Por Mariana Hallal

O número de pacientes internados com covid-19 voltou a subir em alguns Estados do Brasil nos últimos dias. O mais recente boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou que outros locais já apresentam forte sinal de piora da pandemia. Há também regiões onde os indicadores pararam de cair. Especialistas ouvidas pelo Estadão divergem sobre chamar esses sinais de agravamento da pandemia de terceira onda, mas concordam que os próximos meses devem ser muito piores que os anteriores.

Para a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, tudo indica que o País está, sim, entrando na terceira onda do coronavírus sem que a segunda tenha sido completamente superada. Ela fala que as ondas da pandemia no Brasil são diferentes das observadas na Europa, por exemplo, porque é difícil distinguir uma da outra.

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Em outros países, as ondas são bem delimitadas porque os governos implementaram medidas para barrar a circulação do vírus, o que não aconteceu no Brasil. Mas ela garante que o mecanismo que atua por trás da formação dessas ondas é o mesmo e já está sendo visto no País.

A primeira onda, lembra Denise, foi quase um platô, e os números se mantiveram estáveis por várias semanas. Nessa época, ainda havia uma tentativa conjunta, por parte dos governos estaduais, de diminuir a circulação de pessoas. “Nós ainda estamos na segunda onda. Não há controle, estratégia ou distanciamento. O uso de máscaras não é uma estratégia nacional. Não há nenhum esforço de controle. Não há vacinação adequada para barrar a transmissão”, fala.

Falta de cuidados sanitários na reabertura em São Paulo preocupa especialistas Foto: Alex Silva/Estadão
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Com a transmissão descontrolada, cenário que favorece o surgimento de novas variantes e faz o vírus recircular na população, a epidemiologista acredita que a terceira onda será ainda pior que a anterior. “A menos que algo seja feito imediatamente para bloquear a transmissão do vírus no País, eu vejo o pior. A terceira onda pode ser pior que a segunda”, diz.

Já a epidemiologista Isabel Leite, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acredita que é mais lógico falar sobre um agravamento da segunda onda. “Cogita-se uma terceira onda, mas quando é que nós saímos da segunda?”, questiona.

Isabel argumenta que o número de casos e óbitos no Brasil se mantém em patamares muito altos, o que dificulta a identificação de ondas. Ela acredita que a chegada de variantes, como a cepa B.1.617, originária da Índia, pode fazer esses índices aumentarem ainda mais. “Já temos a variante indiana no País e não sabemos como ela vai se comportar em nosso território”, diz.

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A epidemiologista também critica a falta de esforços, a nível nacional, na contenção da pandemia. “É inadmissível que nós tenhamos um ritmo de vacinação tão lento e uma falta de coordenação central tão grande. É um absurdo a gente continuar a questionar quem é prioridade, brigar por insumos. Se é primeira, segunda, terceira ou quarta onda, para mim é menos relevante”, declarou.

O número de pacientes internados com covid-19 voltou a subir em alguns Estados do Brasil nos últimos dias. O mais recente boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou que outros locais já apresentam forte sinal de piora da pandemia. Há também regiões onde os indicadores pararam de cair. Especialistas ouvidas pelo Estadão divergem sobre chamar esses sinais de agravamento da pandemia de terceira onda, mas concordam que os próximos meses devem ser muito piores que os anteriores.

Para a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, tudo indica que o País está, sim, entrando na terceira onda do coronavírus sem que a segunda tenha sido completamente superada. Ela fala que as ondas da pandemia no Brasil são diferentes das observadas na Europa, por exemplo, porque é difícil distinguir uma da outra.

Em outros países, as ondas são bem delimitadas porque os governos implementaram medidas para barrar a circulação do vírus, o que não aconteceu no Brasil. Mas ela garante que o mecanismo que atua por trás da formação dessas ondas é o mesmo e já está sendo visto no País.

A primeira onda, lembra Denise, foi quase um platô, e os números se mantiveram estáveis por várias semanas. Nessa época, ainda havia uma tentativa conjunta, por parte dos governos estaduais, de diminuir a circulação de pessoas. “Nós ainda estamos na segunda onda. Não há controle, estratégia ou distanciamento. O uso de máscaras não é uma estratégia nacional. Não há nenhum esforço de controle. Não há vacinação adequada para barrar a transmissão”, fala.

Falta de cuidados sanitários na reabertura em São Paulo preocupa especialistas Foto: Alex Silva/Estadão

Com a transmissão descontrolada, cenário que favorece o surgimento de novas variantes e faz o vírus recircular na população, a epidemiologista acredita que a terceira onda será ainda pior que a anterior. “A menos que algo seja feito imediatamente para bloquear a transmissão do vírus no País, eu vejo o pior. A terceira onda pode ser pior que a segunda”, diz.

Já a epidemiologista Isabel Leite, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acredita que é mais lógico falar sobre um agravamento da segunda onda. “Cogita-se uma terceira onda, mas quando é que nós saímos da segunda?”, questiona.

Isabel argumenta que o número de casos e óbitos no Brasil se mantém em patamares muito altos, o que dificulta a identificação de ondas. Ela acredita que a chegada de variantes, como a cepa B.1.617, originária da Índia, pode fazer esses índices aumentarem ainda mais. “Já temos a variante indiana no País e não sabemos como ela vai se comportar em nosso território”, diz.

A epidemiologista também critica a falta de esforços, a nível nacional, na contenção da pandemia. “É inadmissível que nós tenhamos um ritmo de vacinação tão lento e uma falta de coordenação central tão grande. É um absurdo a gente continuar a questionar quem é prioridade, brigar por insumos. Se é primeira, segunda, terceira ou quarta onda, para mim é menos relevante”, declarou.

O número de pacientes internados com covid-19 voltou a subir em alguns Estados do Brasil nos últimos dias. O mais recente boletim do InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou que outros locais já apresentam forte sinal de piora da pandemia. Há também regiões onde os indicadores pararam de cair. Especialistas ouvidas pelo Estadão divergem sobre chamar esses sinais de agravamento da pandemia de terceira onda, mas concordam que os próximos meses devem ser muito piores que os anteriores.

Para a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, tudo indica que o País está, sim, entrando na terceira onda do coronavírus sem que a segunda tenha sido completamente superada. Ela fala que as ondas da pandemia no Brasil são diferentes das observadas na Europa, por exemplo, porque é difícil distinguir uma da outra.

Em outros países, as ondas são bem delimitadas porque os governos implementaram medidas para barrar a circulação do vírus, o que não aconteceu no Brasil. Mas ela garante que o mecanismo que atua por trás da formação dessas ondas é o mesmo e já está sendo visto no País.

A primeira onda, lembra Denise, foi quase um platô, e os números se mantiveram estáveis por várias semanas. Nessa época, ainda havia uma tentativa conjunta, por parte dos governos estaduais, de diminuir a circulação de pessoas. “Nós ainda estamos na segunda onda. Não há controle, estratégia ou distanciamento. O uso de máscaras não é uma estratégia nacional. Não há nenhum esforço de controle. Não há vacinação adequada para barrar a transmissão”, fala.

Falta de cuidados sanitários na reabertura em São Paulo preocupa especialistas Foto: Alex Silva/Estadão

Com a transmissão descontrolada, cenário que favorece o surgimento de novas variantes e faz o vírus recircular na população, a epidemiologista acredita que a terceira onda será ainda pior que a anterior. “A menos que algo seja feito imediatamente para bloquear a transmissão do vírus no País, eu vejo o pior. A terceira onda pode ser pior que a segunda”, diz.

Já a epidemiologista Isabel Leite, professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), acredita que é mais lógico falar sobre um agravamento da segunda onda. “Cogita-se uma terceira onda, mas quando é que nós saímos da segunda?”, questiona.

Isabel argumenta que o número de casos e óbitos no Brasil se mantém em patamares muito altos, o que dificulta a identificação de ondas. Ela acredita que a chegada de variantes, como a cepa B.1.617, originária da Índia, pode fazer esses índices aumentarem ainda mais. “Já temos a variante indiana no País e não sabemos como ela vai se comportar em nosso território”, diz.

A epidemiologista também critica a falta de esforços, a nível nacional, na contenção da pandemia. “É inadmissível que nós tenhamos um ritmo de vacinação tão lento e uma falta de coordenação central tão grande. É um absurdo a gente continuar a questionar quem é prioridade, brigar por insumos. Se é primeira, segunda, terceira ou quarta onda, para mim é menos relevante”, declarou.

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