Nesta semana, o apresentador Silvio Santos, de 93 anos, foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por um quadro de H1N1. A doença é um tipo de gripe, ou seja, uma infecção do sistema respiratório causada pelo vírus influenza, mas sua gravidade tende a ser maior em idosos e outros grupos vulneráveis tanto na manifestação dos sintomas quanto nos riscos de complicação.
No total, existem quatro tipos de vírus influenza conhecidos até hoje: A, B, C e D. As gripes comuns, que aparecem sazonalmente, são causadas pelos tipos A e B. Entre as variações do vírus influenza tipo A, está a H1N1. Em 2009, uma variante desse vírus potencialmente mais transmissível e letal causou uma pandemia, colocando o mundo em alerta.
Desde então, no entanto, foram desenvolvidos vacina e medicamento (Tamiflu) contra o H1N1, o que reduziu o potencial de dano da doença. “Já foi há 15 anos e o vírus ficou endêmico, indistinguível clinicamente de qualquer outro vírus de influenza”, explica Renato Kfouri, pediatra infectologista.
Mas isso não quer dizer que ela não desperte preocupação nem possa levar a quadros graves e óbitos. Assim como “a gripe comum”, causada por outros vírus do tipo A e B, a H1N1 causa febre, tosse, dor no corpo, dor de cabeça, dor de garganta, coriza, mal-estar e calafrios. Em crianças, também pode se manifestar com náuseas e vômitos. Esses sintomas podem durar entre três e sete dias.
Além das crianças, outros grupos de risco que estão mais vulneráveis à hospitalização pela doença são gestantes, idosos, imunocomprometidos e pessoas com doenças crônicas, como obesidade, doenças cardíacas, diabetes e asma, por exemplo.
No geral, as complicações que a H1N1 pode desencadear são pneumonia viral ou bacteriana, sinusite, otite ou piora de condições pré-existentes, como doenças cardíaca ou pulmonar.
A maioria das pessoas pode se recuperar da gripe em casa, sem necessidade de tratamento médico. Mas aqueles que fazem parte dos grupos de risco devem procurar atendimento precocemente, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas. “O influenza é um vírus que faz bastante quadros graves, especialmente nos grupos de risco”, alerta Kfouri.
Vacina é a melhor prevenção
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir casos graves e complicações da gripe, segundo o Ministério da Saúde. Como o vírus influenza é altamente mutável, a vacina é atualizada anualmente para que possa proteger contra os três subtipos do microrganismo que mais circularam durante o último ano - incluindo a cepa mais recente do H1N1.
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Por isso, é importante se imunizar anualmente. O SUS disponibiliza a vacina gratuitamente para os grupos prioritários. Quando sobram vacinas, como foi neste ano, a campanha é aberta para toda a população. Para se vacinar, basta procurar a Unidade Básica de Saúde mais perto da sua casa. Vale lembrar que, na cidade de São Paulo, a campanha de vacinação contra a gripe foi estendida por tempo indeterminado.
Mas Kfouri ressalta que, mesmo vacinado, ainda é possível contrair a gripe. Nesses casos, o imunizante reduz o risco de complicações. Além da vacina, há outras medidas para prevenção tanto dos diferentes tipos de gripe:
- Evite aglomerações e ambientes fechados, mantendo esses locais sempre ventilados;
- Evite contato próximo com pessoas que estão com sintomas de gripe;
- Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel depois de tocar em superfícies e objetos;
- Não toque mucosas de olhos, nariz e boca com as mãos sujas - e evite fazer isso de modo geral;
- Não compartilhe talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Mantenha uma vida saudável, com alimentação balanceada e hidratação adequada.
Caso você apresente algum dos sintomas da doença, siga também as orientações abaixo para evitar a propagação da H1N1.
- Evite sair de casa;
- Se o fizer, utiliza máscara;
- Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir;
- Utilize lenço descartável para higiene nasal.