Ritalina: Pacientes relatam falta do medicamento em farmácias; entenda o uso e veja alternativas


Remédio é usado para tratamento do transtorno do déficit de atenção (TDAH). Fabricante relata restabelecimento da comercialização, mas ainda há período logístico para normalização

Por Renata Okumura
Atualização:

Utilizada para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a Ritalina é um medicamento cujo o princípio ativo é o cloridrato de metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio, fabricado pela Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrá-lo nas farmácias.

O laboratório disse nesta segunda-feira, 30, que a sua comercialização já foi restabelecida. No entanto, ainda há um período do processo logístico para que o remédio chegue aos pontos de vendas dos consumidores nos próximos dias.

Com a volta do período letivo nesta semana, a analista de DP Andreia Faganello Rodrigues Vieira, de 49 anos, está preocupada com o rendimento escolar da filha, de 14, pois não consegue encontrar a medicação. Desde os 10 anos, quando foi diagnosticada com TDAH, a menina faz uso da Ritalina de forma contínua.

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“Esta semana ela retorna para a escola e não sei o que faremos, pois ela precisa do remédio para manter a concentração e atenção durante as aulas. Está, desde o fim do ano passado, sem tomá-lo. Estamos procurando, mas ainda não encontramos nas farmácias”, afirma a mãe, que enfrenta essa falta de medicamento pela primeira vez.

Embora a família tenha buscado orientação médica para auxiliar no tratamento neste período sem o uso de Ritalina, a medicação faz diferença. “Sem a Ritalina, os sintomas permanecem e no momento o que temos feito é tentar administrar a situação por nós mesmos, fazendo terapias com o apoio da psicóloga. Infelizmente, no caso dela, não existe medicamento substituto. Mas, além da terapia, também fazemos acompanhamento com o neurologista que administra, em conjunto, medicamento homeopático”, diz a mãe.

A falta do medicamento no mercado desde o fim do ano passado também preocupa o comerciante Cleber Alves, de 46 anos. A filha, que hoje tem 12 anos, faz uso da medicação desde os 9, sob orientação do neurologista.

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“Minha filha usa o medicamento Ritalina da Novartis para tratamento de TDAH. Desde dezembro do ano passado, não consigo encontrar o medicamento nas farmácias. Ela depende do remédio para ficar bem. Já procurei em vários estabelecimentos e todos afirmaram que está em falta. Já o laboratório disse que logo deve chegar às farmácias. Enquanto isso, tentamos ampliar o número de sessões de terapia”, afirma o pai.

Desde dezembro, pessoas de diversos Estados brasileiros estão preocupadas com o desabastecimento da medicação no mercado. No site Reclame Aqui, há queixa de pacientes do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e de outras cidades do Estado de São Paulo.

“Meu filho faz uso contínuo do medicamento Ritalina 20 mg. Não estamos encontrando em lugar algum para comprar. As farmácias nos informam que está em falta há meses. E meu filho não pode ficar sem o medicamento”, diz uma das postagens.

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O que é TDAH?

O TDAH é transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida, conforme informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

“Ele atinge entre 3 e 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos”, afirma a entidade.

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Enquanto na infância está associado com dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores, o transtorno na vida adulta está associado a problemas de desatenção para atividades do cotidiano e do trabalho.

Segundo a ABDA, o tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador da doença.

A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento. Desta forma, caso esteja em falta no mercado, o profissional de saúde deve ser imediatamente procurado para que possa auxiliar com alternativas temporárias a fim de evitar o agravamento do quadro clínico.

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Em nota, o Grupo Novartis e a Sandoz do Brasil, sua divisão de medicamentos genéricos e biossimilares, disseram que houve um atraso na liberação de novos lotes do produto Ritalina, nas apresentações de 10 mg, 20 mg e 30 mg.

Imagem ilustrativa. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio Ritalina, fabricado pelo laboratório Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrar o medicamento nas farmácias. Foto: Mariana Machado/Estadão

“Devido a alta demanda pelo medicamento em 2022, a companhia teve seu estoque de segurança zerado, e subsequentemente, enfrentou um atraso na liberação de novos lotes. O produto em questão é importado dos Estados Unidos, e o processo de desembaraço e liberação dos lotes para comercialização é complexo e demorado”, afirmaram.

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Em linha com seu compromisso com pacientes e cuidadores, o Grupo Novartis disse ainda que já está trabalhando para restabelecer a disponibilização do medicamento. “Ressalta que a indisponibilidade do produto não trata de problemas de qualidade, mas se dá exclusivamente pelo trâmite na liberação de novos lotes, importados dos Estados Unidos, e, portanto, não acarreta risco à saúde do paciente em uso da medicação.”

Nesta segunda-feira, o Serviço de Informações ao Cliente (SIC) da Novartis disse que a comercialização da Ritalina já foi retomada. No entanto, os pacientes podem ter dificuldade para encontrar o medicamento porque existe o período logístico para que o remédio chegue até os pontos de venda e a situação seja normalizada nos próximos dias.

Segundo a Novartis, o cenário de desabastecimento foi notificado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e comunicado aos profissionais de saúde.

Para mais informações, o consumidor pode entrar em contato com o SIC pelo telefone 0800 888 3003 (opção 3) de 2ª a 6ª feira das 8 às 17 horas ou pelo e-mail.

Para quais tipos de tratamento a Ritalina é indicada?

A Ritalina é um metilfenidato de liberação prolongada. É um medicamento, que consta em bula, usado no tratamento de TDAH.

“Nós também costumamos utilizar esta medicação em off label, ou seja, não conforme a prescrição oficial, para outros tipos de transtornos em que a literatura científica também mostra que é possível ter resultados positivos, como é o caso do espectro autista”, afirma Sônia Palma, médica psiquiatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Na bula do medicamento da Novartis, a Ritalina consta como uso oral adulto e pediátrico acima de 6 anos. É indicada, segundo informações técnicas, para o TDAH.

“A Ritalina tem sido usada há mais de 50 anos no tratamento de TDAH. A sua eficácia no tratamento está bem estabelecida. Além de melhorar os sintomas principais, o metilfenidato também melhora os comportamentos associados com TDAH, tais como desempenho escolar prejudicado e função social”, consta no impresso que acompanha o medicamento.

De que forma a interrupção do tratamento pode afetar os pacientes, principalmente as crianças?

A interrupção de qualquer medicação ou tratamento é sempre prejudicial. “No caso específico do TDAH, há impacto não somente no rendimento escolar, como também na relação das crianças com sua família e a sociedade”, diz a psiquiatra.

O TDAH, geralmente, traz muitos prejuízos escolares, como a dificuldade específica de prestar atenção e de cumprir a agenda escolar.

“Desta forma, essas crianças são tratadas como crianças de inclusão. Muitas vezes, elas também têm o currículo adaptado, assim como locais com menos barulho para que possam realizar a prova. Então, a falta da medicação traz um importante prejuízo, levando a lacunas de aprendizados que vão pesar ao longo da vida da criança”, afirma a médica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Quais as alternativas para lidar com a falta do medicamento?

Ainda de acordo com a especialista, o ideal é que o paciente tome as medicações que são eficazes para o seu quadro clínico. No caso, na falta da Ritalina, é possível fazer algumas alterações temporárias.

“Pode ser utilizada o próprio metilfenidato, de liberação imediata, que tem quatro horas de duração, sendo necessário fazer um ajuste da posologia para suprir a necessidade. Há ainda no mercado outras medicações como a Lis-dexanfetamina que poderia ser usada temporariamente, embora não tenha uma ação tão longa quanto a Ritalina, desde que o paciente se adaptasse a essa troca de medicação”, diz a psiquiatra.

Outra alternativa também é reforçar o número de sessões de terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia indicada para minimizar os efeitos da falta de medicação.

Só é vendida com receita médica?

Por ser uma medicação controlada, a Ritalina é vendida com receituário amarelo, que é próprio para essa indicação. “Sua venda é bastante rígida. É um medicamento que não faz parte da lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns pacientes pedem a medicação judicialmente, enquanto outros tentam um pedido de liberação especial junto ao governo. Não é algo tão simples. É preciso provar a necessidade do medicamento”, afirma Sônia, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por ser de uso contínuo, a Ritalina tem um custo elevado, em torno de R$ 300 cada caixa com 30 comprimidos, sendo tomado um por dia.

Medicamento não deve ser usado sem recomendação médica

É uma medicação que deve ser usada apenas após o diagnóstico e a prescrição médica. “São medicações controladas que devem sempre ser indicadas pelo médico, assim como a orientação sobre qual substituição pode ser feita quando há falta temporária da Ritalina no mercado”, diz a psiquiatra.

Utilizada para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a Ritalina é um medicamento cujo o princípio ativo é o cloridrato de metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio, fabricado pela Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrá-lo nas farmácias.

O laboratório disse nesta segunda-feira, 30, que a sua comercialização já foi restabelecida. No entanto, ainda há um período do processo logístico para que o remédio chegue aos pontos de vendas dos consumidores nos próximos dias.

Com a volta do período letivo nesta semana, a analista de DP Andreia Faganello Rodrigues Vieira, de 49 anos, está preocupada com o rendimento escolar da filha, de 14, pois não consegue encontrar a medicação. Desde os 10 anos, quando foi diagnosticada com TDAH, a menina faz uso da Ritalina de forma contínua.

“Esta semana ela retorna para a escola e não sei o que faremos, pois ela precisa do remédio para manter a concentração e atenção durante as aulas. Está, desde o fim do ano passado, sem tomá-lo. Estamos procurando, mas ainda não encontramos nas farmácias”, afirma a mãe, que enfrenta essa falta de medicamento pela primeira vez.

Embora a família tenha buscado orientação médica para auxiliar no tratamento neste período sem o uso de Ritalina, a medicação faz diferença. “Sem a Ritalina, os sintomas permanecem e no momento o que temos feito é tentar administrar a situação por nós mesmos, fazendo terapias com o apoio da psicóloga. Infelizmente, no caso dela, não existe medicamento substituto. Mas, além da terapia, também fazemos acompanhamento com o neurologista que administra, em conjunto, medicamento homeopático”, diz a mãe.

A falta do medicamento no mercado desde o fim do ano passado também preocupa o comerciante Cleber Alves, de 46 anos. A filha, que hoje tem 12 anos, faz uso da medicação desde os 9, sob orientação do neurologista.

“Minha filha usa o medicamento Ritalina da Novartis para tratamento de TDAH. Desde dezembro do ano passado, não consigo encontrar o medicamento nas farmácias. Ela depende do remédio para ficar bem. Já procurei em vários estabelecimentos e todos afirmaram que está em falta. Já o laboratório disse que logo deve chegar às farmácias. Enquanto isso, tentamos ampliar o número de sessões de terapia”, afirma o pai.

Desde dezembro, pessoas de diversos Estados brasileiros estão preocupadas com o desabastecimento da medicação no mercado. No site Reclame Aqui, há queixa de pacientes do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e de outras cidades do Estado de São Paulo.

“Meu filho faz uso contínuo do medicamento Ritalina 20 mg. Não estamos encontrando em lugar algum para comprar. As farmácias nos informam que está em falta há meses. E meu filho não pode ficar sem o medicamento”, diz uma das postagens.

O que é TDAH?

O TDAH é transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida, conforme informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

“Ele atinge entre 3 e 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos”, afirma a entidade.

Enquanto na infância está associado com dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores, o transtorno na vida adulta está associado a problemas de desatenção para atividades do cotidiano e do trabalho.

Segundo a ABDA, o tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador da doença.

A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento. Desta forma, caso esteja em falta no mercado, o profissional de saúde deve ser imediatamente procurado para que possa auxiliar com alternativas temporárias a fim de evitar o agravamento do quadro clínico.

Em nota, o Grupo Novartis e a Sandoz do Brasil, sua divisão de medicamentos genéricos e biossimilares, disseram que houve um atraso na liberação de novos lotes do produto Ritalina, nas apresentações de 10 mg, 20 mg e 30 mg.

Imagem ilustrativa. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio Ritalina, fabricado pelo laboratório Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrar o medicamento nas farmácias. Foto: Mariana Machado/Estadão

“Devido a alta demanda pelo medicamento em 2022, a companhia teve seu estoque de segurança zerado, e subsequentemente, enfrentou um atraso na liberação de novos lotes. O produto em questão é importado dos Estados Unidos, e o processo de desembaraço e liberação dos lotes para comercialização é complexo e demorado”, afirmaram.

Em linha com seu compromisso com pacientes e cuidadores, o Grupo Novartis disse ainda que já está trabalhando para restabelecer a disponibilização do medicamento. “Ressalta que a indisponibilidade do produto não trata de problemas de qualidade, mas se dá exclusivamente pelo trâmite na liberação de novos lotes, importados dos Estados Unidos, e, portanto, não acarreta risco à saúde do paciente em uso da medicação.”

Nesta segunda-feira, o Serviço de Informações ao Cliente (SIC) da Novartis disse que a comercialização da Ritalina já foi retomada. No entanto, os pacientes podem ter dificuldade para encontrar o medicamento porque existe o período logístico para que o remédio chegue até os pontos de venda e a situação seja normalizada nos próximos dias.

Segundo a Novartis, o cenário de desabastecimento foi notificado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e comunicado aos profissionais de saúde.

Para mais informações, o consumidor pode entrar em contato com o SIC pelo telefone 0800 888 3003 (opção 3) de 2ª a 6ª feira das 8 às 17 horas ou pelo e-mail.

Para quais tipos de tratamento a Ritalina é indicada?

A Ritalina é um metilfenidato de liberação prolongada. É um medicamento, que consta em bula, usado no tratamento de TDAH.

“Nós também costumamos utilizar esta medicação em off label, ou seja, não conforme a prescrição oficial, para outros tipos de transtornos em que a literatura científica também mostra que é possível ter resultados positivos, como é o caso do espectro autista”, afirma Sônia Palma, médica psiquiatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Na bula do medicamento da Novartis, a Ritalina consta como uso oral adulto e pediátrico acima de 6 anos. É indicada, segundo informações técnicas, para o TDAH.

“A Ritalina tem sido usada há mais de 50 anos no tratamento de TDAH. A sua eficácia no tratamento está bem estabelecida. Além de melhorar os sintomas principais, o metilfenidato também melhora os comportamentos associados com TDAH, tais como desempenho escolar prejudicado e função social”, consta no impresso que acompanha o medicamento.

De que forma a interrupção do tratamento pode afetar os pacientes, principalmente as crianças?

A interrupção de qualquer medicação ou tratamento é sempre prejudicial. “No caso específico do TDAH, há impacto não somente no rendimento escolar, como também na relação das crianças com sua família e a sociedade”, diz a psiquiatra.

O TDAH, geralmente, traz muitos prejuízos escolares, como a dificuldade específica de prestar atenção e de cumprir a agenda escolar.

“Desta forma, essas crianças são tratadas como crianças de inclusão. Muitas vezes, elas também têm o currículo adaptado, assim como locais com menos barulho para que possam realizar a prova. Então, a falta da medicação traz um importante prejuízo, levando a lacunas de aprendizados que vão pesar ao longo da vida da criança”, afirma a médica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Quais as alternativas para lidar com a falta do medicamento?

Ainda de acordo com a especialista, o ideal é que o paciente tome as medicações que são eficazes para o seu quadro clínico. No caso, na falta da Ritalina, é possível fazer algumas alterações temporárias.

“Pode ser utilizada o próprio metilfenidato, de liberação imediata, que tem quatro horas de duração, sendo necessário fazer um ajuste da posologia para suprir a necessidade. Há ainda no mercado outras medicações como a Lis-dexanfetamina que poderia ser usada temporariamente, embora não tenha uma ação tão longa quanto a Ritalina, desde que o paciente se adaptasse a essa troca de medicação”, diz a psiquiatra.

Outra alternativa também é reforçar o número de sessões de terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia indicada para minimizar os efeitos da falta de medicação.

Só é vendida com receita médica?

Por ser uma medicação controlada, a Ritalina é vendida com receituário amarelo, que é próprio para essa indicação. “Sua venda é bastante rígida. É um medicamento que não faz parte da lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns pacientes pedem a medicação judicialmente, enquanto outros tentam um pedido de liberação especial junto ao governo. Não é algo tão simples. É preciso provar a necessidade do medicamento”, afirma Sônia, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por ser de uso contínuo, a Ritalina tem um custo elevado, em torno de R$ 300 cada caixa com 30 comprimidos, sendo tomado um por dia.

Medicamento não deve ser usado sem recomendação médica

É uma medicação que deve ser usada apenas após o diagnóstico e a prescrição médica. “São medicações controladas que devem sempre ser indicadas pelo médico, assim como a orientação sobre qual substituição pode ser feita quando há falta temporária da Ritalina no mercado”, diz a psiquiatra.

Utilizada para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a Ritalina é um medicamento cujo o princípio ativo é o cloridrato de metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio, fabricado pela Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrá-lo nas farmácias.

O laboratório disse nesta segunda-feira, 30, que a sua comercialização já foi restabelecida. No entanto, ainda há um período do processo logístico para que o remédio chegue aos pontos de vendas dos consumidores nos próximos dias.

Com a volta do período letivo nesta semana, a analista de DP Andreia Faganello Rodrigues Vieira, de 49 anos, está preocupada com o rendimento escolar da filha, de 14, pois não consegue encontrar a medicação. Desde os 10 anos, quando foi diagnosticada com TDAH, a menina faz uso da Ritalina de forma contínua.

“Esta semana ela retorna para a escola e não sei o que faremos, pois ela precisa do remédio para manter a concentração e atenção durante as aulas. Está, desde o fim do ano passado, sem tomá-lo. Estamos procurando, mas ainda não encontramos nas farmácias”, afirma a mãe, que enfrenta essa falta de medicamento pela primeira vez.

Embora a família tenha buscado orientação médica para auxiliar no tratamento neste período sem o uso de Ritalina, a medicação faz diferença. “Sem a Ritalina, os sintomas permanecem e no momento o que temos feito é tentar administrar a situação por nós mesmos, fazendo terapias com o apoio da psicóloga. Infelizmente, no caso dela, não existe medicamento substituto. Mas, além da terapia, também fazemos acompanhamento com o neurologista que administra, em conjunto, medicamento homeopático”, diz a mãe.

A falta do medicamento no mercado desde o fim do ano passado também preocupa o comerciante Cleber Alves, de 46 anos. A filha, que hoje tem 12 anos, faz uso da medicação desde os 9, sob orientação do neurologista.

“Minha filha usa o medicamento Ritalina da Novartis para tratamento de TDAH. Desde dezembro do ano passado, não consigo encontrar o medicamento nas farmácias. Ela depende do remédio para ficar bem. Já procurei em vários estabelecimentos e todos afirmaram que está em falta. Já o laboratório disse que logo deve chegar às farmácias. Enquanto isso, tentamos ampliar o número de sessões de terapia”, afirma o pai.

Desde dezembro, pessoas de diversos Estados brasileiros estão preocupadas com o desabastecimento da medicação no mercado. No site Reclame Aqui, há queixa de pacientes do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e de outras cidades do Estado de São Paulo.

“Meu filho faz uso contínuo do medicamento Ritalina 20 mg. Não estamos encontrando em lugar algum para comprar. As farmácias nos informam que está em falta há meses. E meu filho não pode ficar sem o medicamento”, diz uma das postagens.

O que é TDAH?

O TDAH é transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida, conforme informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

“Ele atinge entre 3 e 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos”, afirma a entidade.

Enquanto na infância está associado com dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores, o transtorno na vida adulta está associado a problemas de desatenção para atividades do cotidiano e do trabalho.

Segundo a ABDA, o tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador da doença.

A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento. Desta forma, caso esteja em falta no mercado, o profissional de saúde deve ser imediatamente procurado para que possa auxiliar com alternativas temporárias a fim de evitar o agravamento do quadro clínico.

Em nota, o Grupo Novartis e a Sandoz do Brasil, sua divisão de medicamentos genéricos e biossimilares, disseram que houve um atraso na liberação de novos lotes do produto Ritalina, nas apresentações de 10 mg, 20 mg e 30 mg.

Imagem ilustrativa. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio Ritalina, fabricado pelo laboratório Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrar o medicamento nas farmácias. Foto: Mariana Machado/Estadão

“Devido a alta demanda pelo medicamento em 2022, a companhia teve seu estoque de segurança zerado, e subsequentemente, enfrentou um atraso na liberação de novos lotes. O produto em questão é importado dos Estados Unidos, e o processo de desembaraço e liberação dos lotes para comercialização é complexo e demorado”, afirmaram.

Em linha com seu compromisso com pacientes e cuidadores, o Grupo Novartis disse ainda que já está trabalhando para restabelecer a disponibilização do medicamento. “Ressalta que a indisponibilidade do produto não trata de problemas de qualidade, mas se dá exclusivamente pelo trâmite na liberação de novos lotes, importados dos Estados Unidos, e, portanto, não acarreta risco à saúde do paciente em uso da medicação.”

Nesta segunda-feira, o Serviço de Informações ao Cliente (SIC) da Novartis disse que a comercialização da Ritalina já foi retomada. No entanto, os pacientes podem ter dificuldade para encontrar o medicamento porque existe o período logístico para que o remédio chegue até os pontos de venda e a situação seja normalizada nos próximos dias.

Segundo a Novartis, o cenário de desabastecimento foi notificado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e comunicado aos profissionais de saúde.

Para mais informações, o consumidor pode entrar em contato com o SIC pelo telefone 0800 888 3003 (opção 3) de 2ª a 6ª feira das 8 às 17 horas ou pelo e-mail.

Para quais tipos de tratamento a Ritalina é indicada?

A Ritalina é um metilfenidato de liberação prolongada. É um medicamento, que consta em bula, usado no tratamento de TDAH.

“Nós também costumamos utilizar esta medicação em off label, ou seja, não conforme a prescrição oficial, para outros tipos de transtornos em que a literatura científica também mostra que é possível ter resultados positivos, como é o caso do espectro autista”, afirma Sônia Palma, médica psiquiatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Na bula do medicamento da Novartis, a Ritalina consta como uso oral adulto e pediátrico acima de 6 anos. É indicada, segundo informações técnicas, para o TDAH.

“A Ritalina tem sido usada há mais de 50 anos no tratamento de TDAH. A sua eficácia no tratamento está bem estabelecida. Além de melhorar os sintomas principais, o metilfenidato também melhora os comportamentos associados com TDAH, tais como desempenho escolar prejudicado e função social”, consta no impresso que acompanha o medicamento.

De que forma a interrupção do tratamento pode afetar os pacientes, principalmente as crianças?

A interrupção de qualquer medicação ou tratamento é sempre prejudicial. “No caso específico do TDAH, há impacto não somente no rendimento escolar, como também na relação das crianças com sua família e a sociedade”, diz a psiquiatra.

O TDAH, geralmente, traz muitos prejuízos escolares, como a dificuldade específica de prestar atenção e de cumprir a agenda escolar.

“Desta forma, essas crianças são tratadas como crianças de inclusão. Muitas vezes, elas também têm o currículo adaptado, assim como locais com menos barulho para que possam realizar a prova. Então, a falta da medicação traz um importante prejuízo, levando a lacunas de aprendizados que vão pesar ao longo da vida da criança”, afirma a médica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Quais as alternativas para lidar com a falta do medicamento?

Ainda de acordo com a especialista, o ideal é que o paciente tome as medicações que são eficazes para o seu quadro clínico. No caso, na falta da Ritalina, é possível fazer algumas alterações temporárias.

“Pode ser utilizada o próprio metilfenidato, de liberação imediata, que tem quatro horas de duração, sendo necessário fazer um ajuste da posologia para suprir a necessidade. Há ainda no mercado outras medicações como a Lis-dexanfetamina que poderia ser usada temporariamente, embora não tenha uma ação tão longa quanto a Ritalina, desde que o paciente se adaptasse a essa troca de medicação”, diz a psiquiatra.

Outra alternativa também é reforçar o número de sessões de terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia indicada para minimizar os efeitos da falta de medicação.

Só é vendida com receita médica?

Por ser uma medicação controlada, a Ritalina é vendida com receituário amarelo, que é próprio para essa indicação. “Sua venda é bastante rígida. É um medicamento que não faz parte da lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns pacientes pedem a medicação judicialmente, enquanto outros tentam um pedido de liberação especial junto ao governo. Não é algo tão simples. É preciso provar a necessidade do medicamento”, afirma Sônia, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por ser de uso contínuo, a Ritalina tem um custo elevado, em torno de R$ 300 cada caixa com 30 comprimidos, sendo tomado um por dia.

Medicamento não deve ser usado sem recomendação médica

É uma medicação que deve ser usada apenas após o diagnóstico e a prescrição médica. “São medicações controladas que devem sempre ser indicadas pelo médico, assim como a orientação sobre qual substituição pode ser feita quando há falta temporária da Ritalina no mercado”, diz a psiquiatra.

Utilizada para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a Ritalina é um medicamento cujo o princípio ativo é o cloridrato de metilfenidato, um estimulante do sistema nervoso central. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio, fabricado pela Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrá-lo nas farmácias.

O laboratório disse nesta segunda-feira, 30, que a sua comercialização já foi restabelecida. No entanto, ainda há um período do processo logístico para que o remédio chegue aos pontos de vendas dos consumidores nos próximos dias.

Com a volta do período letivo nesta semana, a analista de DP Andreia Faganello Rodrigues Vieira, de 49 anos, está preocupada com o rendimento escolar da filha, de 14, pois não consegue encontrar a medicação. Desde os 10 anos, quando foi diagnosticada com TDAH, a menina faz uso da Ritalina de forma contínua.

“Esta semana ela retorna para a escola e não sei o que faremos, pois ela precisa do remédio para manter a concentração e atenção durante as aulas. Está, desde o fim do ano passado, sem tomá-lo. Estamos procurando, mas ainda não encontramos nas farmácias”, afirma a mãe, que enfrenta essa falta de medicamento pela primeira vez.

Embora a família tenha buscado orientação médica para auxiliar no tratamento neste período sem o uso de Ritalina, a medicação faz diferença. “Sem a Ritalina, os sintomas permanecem e no momento o que temos feito é tentar administrar a situação por nós mesmos, fazendo terapias com o apoio da psicóloga. Infelizmente, no caso dela, não existe medicamento substituto. Mas, além da terapia, também fazemos acompanhamento com o neurologista que administra, em conjunto, medicamento homeopático”, diz a mãe.

A falta do medicamento no mercado desde o fim do ano passado também preocupa o comerciante Cleber Alves, de 46 anos. A filha, que hoje tem 12 anos, faz uso da medicação desde os 9, sob orientação do neurologista.

“Minha filha usa o medicamento Ritalina da Novartis para tratamento de TDAH. Desde dezembro do ano passado, não consigo encontrar o medicamento nas farmácias. Ela depende do remédio para ficar bem. Já procurei em vários estabelecimentos e todos afirmaram que está em falta. Já o laboratório disse que logo deve chegar às farmácias. Enquanto isso, tentamos ampliar o número de sessões de terapia”, afirma o pai.

Desde dezembro, pessoas de diversos Estados brasileiros estão preocupadas com o desabastecimento da medicação no mercado. No site Reclame Aqui, há queixa de pacientes do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás e de outras cidades do Estado de São Paulo.

“Meu filho faz uso contínuo do medicamento Ritalina 20 mg. Não estamos encontrando em lugar algum para comprar. As farmácias nos informam que está em falta há meses. E meu filho não pode ficar sem o medicamento”, diz uma das postagens.

O que é TDAH?

O TDAH é transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida, conforme informações da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA).

“Ele atinge entre 3 e 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos”, afirma a entidade.

Enquanto na infância está associado com dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores, o transtorno na vida adulta está associado a problemas de desatenção para atividades do cotidiano e do trabalho.

Segundo a ABDA, o tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador da doença.

A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento. Desta forma, caso esteja em falta no mercado, o profissional de saúde deve ser imediatamente procurado para que possa auxiliar com alternativas temporárias a fim de evitar o agravamento do quadro clínico.

Em nota, o Grupo Novartis e a Sandoz do Brasil, sua divisão de medicamentos genéricos e biossimilares, disseram que houve um atraso na liberação de novos lotes do produto Ritalina, nas apresentações de 10 mg, 20 mg e 30 mg.

Imagem ilustrativa. Desde o mês passado, pacientes que fazem uso do remédio Ritalina, fabricado pelo laboratório Novartis, têm reclamado de dificuldade para encontrar o medicamento nas farmácias. Foto: Mariana Machado/Estadão

“Devido a alta demanda pelo medicamento em 2022, a companhia teve seu estoque de segurança zerado, e subsequentemente, enfrentou um atraso na liberação de novos lotes. O produto em questão é importado dos Estados Unidos, e o processo de desembaraço e liberação dos lotes para comercialização é complexo e demorado”, afirmaram.

Em linha com seu compromisso com pacientes e cuidadores, o Grupo Novartis disse ainda que já está trabalhando para restabelecer a disponibilização do medicamento. “Ressalta que a indisponibilidade do produto não trata de problemas de qualidade, mas se dá exclusivamente pelo trâmite na liberação de novos lotes, importados dos Estados Unidos, e, portanto, não acarreta risco à saúde do paciente em uso da medicação.”

Nesta segunda-feira, o Serviço de Informações ao Cliente (SIC) da Novartis disse que a comercialização da Ritalina já foi retomada. No entanto, os pacientes podem ter dificuldade para encontrar o medicamento porque existe o período logístico para que o remédio chegue até os pontos de venda e a situação seja normalizada nos próximos dias.

Segundo a Novartis, o cenário de desabastecimento foi notificado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e comunicado aos profissionais de saúde.

Para mais informações, o consumidor pode entrar em contato com o SIC pelo telefone 0800 888 3003 (opção 3) de 2ª a 6ª feira das 8 às 17 horas ou pelo e-mail.

Para quais tipos de tratamento a Ritalina é indicada?

A Ritalina é um metilfenidato de liberação prolongada. É um medicamento, que consta em bula, usado no tratamento de TDAH.

“Nós também costumamos utilizar esta medicação em off label, ou seja, não conforme a prescrição oficial, para outros tipos de transtornos em que a literatura científica também mostra que é possível ter resultados positivos, como é o caso do espectro autista”, afirma Sônia Palma, médica psiquiatra da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Na bula do medicamento da Novartis, a Ritalina consta como uso oral adulto e pediátrico acima de 6 anos. É indicada, segundo informações técnicas, para o TDAH.

“A Ritalina tem sido usada há mais de 50 anos no tratamento de TDAH. A sua eficácia no tratamento está bem estabelecida. Além de melhorar os sintomas principais, o metilfenidato também melhora os comportamentos associados com TDAH, tais como desempenho escolar prejudicado e função social”, consta no impresso que acompanha o medicamento.

De que forma a interrupção do tratamento pode afetar os pacientes, principalmente as crianças?

A interrupção de qualquer medicação ou tratamento é sempre prejudicial. “No caso específico do TDAH, há impacto não somente no rendimento escolar, como também na relação das crianças com sua família e a sociedade”, diz a psiquiatra.

O TDAH, geralmente, traz muitos prejuízos escolares, como a dificuldade específica de prestar atenção e de cumprir a agenda escolar.

“Desta forma, essas crianças são tratadas como crianças de inclusão. Muitas vezes, elas também têm o currículo adaptado, assim como locais com menos barulho para que possam realizar a prova. Então, a falta da medicação traz um importante prejuízo, levando a lacunas de aprendizados que vão pesar ao longo da vida da criança”, afirma a médica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Quais as alternativas para lidar com a falta do medicamento?

Ainda de acordo com a especialista, o ideal é que o paciente tome as medicações que são eficazes para o seu quadro clínico. No caso, na falta da Ritalina, é possível fazer algumas alterações temporárias.

“Pode ser utilizada o próprio metilfenidato, de liberação imediata, que tem quatro horas de duração, sendo necessário fazer um ajuste da posologia para suprir a necessidade. Há ainda no mercado outras medicações como a Lis-dexanfetamina que poderia ser usada temporariamente, embora não tenha uma ação tão longa quanto a Ritalina, desde que o paciente se adaptasse a essa troca de medicação”, diz a psiquiatra.

Outra alternativa também é reforçar o número de sessões de terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia indicada para minimizar os efeitos da falta de medicação.

Só é vendida com receita médica?

Por ser uma medicação controlada, a Ritalina é vendida com receituário amarelo, que é próprio para essa indicação. “Sua venda é bastante rígida. É um medicamento que não faz parte da lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns pacientes pedem a medicação judicialmente, enquanto outros tentam um pedido de liberação especial junto ao governo. Não é algo tão simples. É preciso provar a necessidade do medicamento”, afirma Sônia, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Por ser de uso contínuo, a Ritalina tem um custo elevado, em torno de R$ 300 cada caixa com 30 comprimidos, sendo tomado um por dia.

Medicamento não deve ser usado sem recomendação médica

É uma medicação que deve ser usada apenas após o diagnóstico e a prescrição médica. “São medicações controladas que devem sempre ser indicadas pelo médico, assim como a orientação sobre qual substituição pode ser feita quando há falta temporária da Ritalina no mercado”, diz a psiquiatra.

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