Febre maculosa: Para quem vai a área de risco, todo cuidado é pouco, diz coordenadora da secretaria


Regiane de Paula, líder da coordenadoria de controle de doenças do Estado, diz que órgão acionou plano de contingência após três mortes e acendeu alerta para festas em áreas endêmicas

Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Embora não haja indicativo de que o cenário epidemiológico da febre maculosa vá ser pior em 2023 do que nos anos anteriores, a morte de três pessoas pela doença no interior paulista na última semana acendeu um alerta na Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O maior foco de preocupação são os sítios e espaços de eventos localizados em áreas endêmicas para a doença, como a fazenda em Campinas onde as três vítimas estiveram em uma festa no final de maio e que vem sendo apontado como provável local de infecção.

Em entrevista ao Estadão, a coordenadora de controle de doenças da secretaria, Regiane Cardoso de Paula, disse que o governo não pode impedir que as pessoas frequentem esses locais, mas adverte que, para quem decidir ir, “todo cuidado é pouco”.

“As pessoas têm que saber que (esses locais de eventos) estão em áreas de risco e avaliar os riscos e benefícios. É uma decisão de cada um. Estamos ampliando a comunicação de risco na região. Já há placas no local, mas a prefeitura de Campinas vai instalar mais 2 mil placas alertando. Para quem decidir ir, tem que usar roupas compridas. Todo cuidado é pouco”, disse a epidemiologista.

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Fazenda Santa Margarida - Febre Maculosa | Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos

Ela afirmou que, pelo mapeamento que está sendo feito pelas autoridades sanitárias municipais e estaduais, o distrito de Joaquim Egídio, área de Campinas onde ocorreu o evento, possui diversos sítios e fazendas que promovem festas, shows e outras celebrações. Toda a área, diz ela, tem uma circulação de capivaras, hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença.

“A pessoa não precisa entrar em mata fechada para estar em risco nessas áreas. Pelo que observamos, esses locais de eventos têm longos percursos entre os espaços de estacionamento e o tablado onde ocorre o evento, por exemplo. Então as pessoas ficam sujeitas ao risco quando fazem esse trajeto”, explicou Regiane.

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A Prefeitura de Campinas decidiu nesta terça, 13, interditar a Fazenda Santa Margarida, onde ocorreu a festa onde estavam as vítimas. Regiane disse que a secretaria estadual continua monitorando a situação e que outras interdições não estão descartadas.

Ela afirmou ainda que a pasta acionou um plano de contingência para ampliar os alertas de risco na região e o monitoramento de casos e vetores. Além dos óbitos ocorridos na última semana, é motivo de atenção o alto número de festas juninas marcadas para acontecer nesses espaços nas próximas semanas. O período de maior ocorrência da doença, segundo o Ministério da Saúde, é de maio a setembro.

Espaços de eventos nessa região, disse Regiane, chegam a ter capacidade para 20 mil pessoas. A Fazenda Santa Margarida, por exemplo, já recebeu artistas de renome como Ivete Sangalo e Seu Jorge. Em julho, está marcado show com Gusttavo Lima.

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A coordenadora estadual diz que os municípios em maior risco são Campinas, Piracicaba e Assis (veja mapa abaixo). Há também áreas endêmicas de transmissão na região metropolitana de São Paulo e no litoral do Estado, mas, nestes locais, diz a epidemiologista, os casos costumam ser mais brandos porque o carrapato transmissor é de espécie diferente.

Apesar da preocupação, Regiane diz que não houve aumento do número de casos e óbitos em comparação com os anos anteriores nem há sinais de que a temporada atual vá ser mais grave do que as anteriores. Até agora, foram registrados 12 casos de febre maculosa com seis óbitos, incluindo os três confirmados na última semana. Em 2022, foram registrados 53 infectados, dos quais 37 morreram. Em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.

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“A gente não pode causar pânico, mas o alerta serve para que a gente possa monitorar e avisar as pessoas que frequentaram ou pretendem frequentar essas áreas. Estamos fazendo uma comunicação de risco antecipada para que a gente não tenha mais óbitos e casos”, diz.

Ela afirmou que parte do trabalho de comunicação de risco está direcionado a médicos, que podem ter dificuldades para diagnosticar a doença por ela não ser tão comum.

“Os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, como dengue. Então é importante que os médicos fiquem atentos a esses sintomas e levante essa hipótese diagnóstica. E em caso de sintomas, o paciente precisa procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível e comunicar que esteve em área de risco”, alerta a epidemiologista.

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O que é a febre maculosa

Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda. Ela pode causar quadros críticos, com alta probabilidade de morte. A doença recebe esse nome porque provoca febre no paciente, além de ser caracterizada pela presença de manchas vermelhas na pele – as máculas.

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O carrapato-estrela, uma vez infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, é o responsável por transmitir a febre maculosa. Ele tem como principal hospedeiro a capivara, animal que vive em áreas de banhados e beiras de rios.

Bois e cavalos também podem ser portadores de carrapato-estrela infectado. Para ocorrer a transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele da pessoa, segundo o Ministério da Saúde. O problema é que os micuins – carrapatos jovens e pequenos – também são transmissores e são difíceis de serem vistos a olho nu.

Embora não haja indicativo de que o cenário epidemiológico da febre maculosa vá ser pior em 2023 do que nos anos anteriores, a morte de três pessoas pela doença no interior paulista na última semana acendeu um alerta na Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O maior foco de preocupação são os sítios e espaços de eventos localizados em áreas endêmicas para a doença, como a fazenda em Campinas onde as três vítimas estiveram em uma festa no final de maio e que vem sendo apontado como provável local de infecção.

Em entrevista ao Estadão, a coordenadora de controle de doenças da secretaria, Regiane Cardoso de Paula, disse que o governo não pode impedir que as pessoas frequentem esses locais, mas adverte que, para quem decidir ir, “todo cuidado é pouco”.

“As pessoas têm que saber que (esses locais de eventos) estão em áreas de risco e avaliar os riscos e benefícios. É uma decisão de cada um. Estamos ampliando a comunicação de risco na região. Já há placas no local, mas a prefeitura de Campinas vai instalar mais 2 mil placas alertando. Para quem decidir ir, tem que usar roupas compridas. Todo cuidado é pouco”, disse a epidemiologista.

Fazenda Santa Margarida - Febre Maculosa | Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos

Ela afirmou que, pelo mapeamento que está sendo feito pelas autoridades sanitárias municipais e estaduais, o distrito de Joaquim Egídio, área de Campinas onde ocorreu o evento, possui diversos sítios e fazendas que promovem festas, shows e outras celebrações. Toda a área, diz ela, tem uma circulação de capivaras, hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença.

“A pessoa não precisa entrar em mata fechada para estar em risco nessas áreas. Pelo que observamos, esses locais de eventos têm longos percursos entre os espaços de estacionamento e o tablado onde ocorre o evento, por exemplo. Então as pessoas ficam sujeitas ao risco quando fazem esse trajeto”, explicou Regiane.

A Prefeitura de Campinas decidiu nesta terça, 13, interditar a Fazenda Santa Margarida, onde ocorreu a festa onde estavam as vítimas. Regiane disse que a secretaria estadual continua monitorando a situação e que outras interdições não estão descartadas.

Ela afirmou ainda que a pasta acionou um plano de contingência para ampliar os alertas de risco na região e o monitoramento de casos e vetores. Além dos óbitos ocorridos na última semana, é motivo de atenção o alto número de festas juninas marcadas para acontecer nesses espaços nas próximas semanas. O período de maior ocorrência da doença, segundo o Ministério da Saúde, é de maio a setembro.

Espaços de eventos nessa região, disse Regiane, chegam a ter capacidade para 20 mil pessoas. A Fazenda Santa Margarida, por exemplo, já recebeu artistas de renome como Ivete Sangalo e Seu Jorge. Em julho, está marcado show com Gusttavo Lima.

A coordenadora estadual diz que os municípios em maior risco são Campinas, Piracicaba e Assis (veja mapa abaixo). Há também áreas endêmicas de transmissão na região metropolitana de São Paulo e no litoral do Estado, mas, nestes locais, diz a epidemiologista, os casos costumam ser mais brandos porque o carrapato transmissor é de espécie diferente.

Apesar da preocupação, Regiane diz que não houve aumento do número de casos e óbitos em comparação com os anos anteriores nem há sinais de que a temporada atual vá ser mais grave do que as anteriores. Até agora, foram registrados 12 casos de febre maculosa com seis óbitos, incluindo os três confirmados na última semana. Em 2022, foram registrados 53 infectados, dos quais 37 morreram. Em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.

“A gente não pode causar pânico, mas o alerta serve para que a gente possa monitorar e avisar as pessoas que frequentaram ou pretendem frequentar essas áreas. Estamos fazendo uma comunicação de risco antecipada para que a gente não tenha mais óbitos e casos”, diz.

Ela afirmou que parte do trabalho de comunicação de risco está direcionado a médicos, que podem ter dificuldades para diagnosticar a doença por ela não ser tão comum.

“Os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, como dengue. Então é importante que os médicos fiquem atentos a esses sintomas e levante essa hipótese diagnóstica. E em caso de sintomas, o paciente precisa procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível e comunicar que esteve em área de risco”, alerta a epidemiologista.

O que é a febre maculosa

Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda. Ela pode causar quadros críticos, com alta probabilidade de morte. A doença recebe esse nome porque provoca febre no paciente, além de ser caracterizada pela presença de manchas vermelhas na pele – as máculas.

O carrapato-estrela, uma vez infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, é o responsável por transmitir a febre maculosa. Ele tem como principal hospedeiro a capivara, animal que vive em áreas de banhados e beiras de rios.

Bois e cavalos também podem ser portadores de carrapato-estrela infectado. Para ocorrer a transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele da pessoa, segundo o Ministério da Saúde. O problema é que os micuins – carrapatos jovens e pequenos – também são transmissores e são difíceis de serem vistos a olho nu.

Embora não haja indicativo de que o cenário epidemiológico da febre maculosa vá ser pior em 2023 do que nos anos anteriores, a morte de três pessoas pela doença no interior paulista na última semana acendeu um alerta na Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O maior foco de preocupação são os sítios e espaços de eventos localizados em áreas endêmicas para a doença, como a fazenda em Campinas onde as três vítimas estiveram em uma festa no final de maio e que vem sendo apontado como provável local de infecção.

Em entrevista ao Estadão, a coordenadora de controle de doenças da secretaria, Regiane Cardoso de Paula, disse que o governo não pode impedir que as pessoas frequentem esses locais, mas adverte que, para quem decidir ir, “todo cuidado é pouco”.

“As pessoas têm que saber que (esses locais de eventos) estão em áreas de risco e avaliar os riscos e benefícios. É uma decisão de cada um. Estamos ampliando a comunicação de risco na região. Já há placas no local, mas a prefeitura de Campinas vai instalar mais 2 mil placas alertando. Para quem decidir ir, tem que usar roupas compridas. Todo cuidado é pouco”, disse a epidemiologista.

Fazenda Santa Margarida - Febre Maculosa | Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos

Ela afirmou que, pelo mapeamento que está sendo feito pelas autoridades sanitárias municipais e estaduais, o distrito de Joaquim Egídio, área de Campinas onde ocorreu o evento, possui diversos sítios e fazendas que promovem festas, shows e outras celebrações. Toda a área, diz ela, tem uma circulação de capivaras, hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença.

“A pessoa não precisa entrar em mata fechada para estar em risco nessas áreas. Pelo que observamos, esses locais de eventos têm longos percursos entre os espaços de estacionamento e o tablado onde ocorre o evento, por exemplo. Então as pessoas ficam sujeitas ao risco quando fazem esse trajeto”, explicou Regiane.

A Prefeitura de Campinas decidiu nesta terça, 13, interditar a Fazenda Santa Margarida, onde ocorreu a festa onde estavam as vítimas. Regiane disse que a secretaria estadual continua monitorando a situação e que outras interdições não estão descartadas.

Ela afirmou ainda que a pasta acionou um plano de contingência para ampliar os alertas de risco na região e o monitoramento de casos e vetores. Além dos óbitos ocorridos na última semana, é motivo de atenção o alto número de festas juninas marcadas para acontecer nesses espaços nas próximas semanas. O período de maior ocorrência da doença, segundo o Ministério da Saúde, é de maio a setembro.

Espaços de eventos nessa região, disse Regiane, chegam a ter capacidade para 20 mil pessoas. A Fazenda Santa Margarida, por exemplo, já recebeu artistas de renome como Ivete Sangalo e Seu Jorge. Em julho, está marcado show com Gusttavo Lima.

A coordenadora estadual diz que os municípios em maior risco são Campinas, Piracicaba e Assis (veja mapa abaixo). Há também áreas endêmicas de transmissão na região metropolitana de São Paulo e no litoral do Estado, mas, nestes locais, diz a epidemiologista, os casos costumam ser mais brandos porque o carrapato transmissor é de espécie diferente.

Apesar da preocupação, Regiane diz que não houve aumento do número de casos e óbitos em comparação com os anos anteriores nem há sinais de que a temporada atual vá ser mais grave do que as anteriores. Até agora, foram registrados 12 casos de febre maculosa com seis óbitos, incluindo os três confirmados na última semana. Em 2022, foram registrados 53 infectados, dos quais 37 morreram. Em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.

“A gente não pode causar pânico, mas o alerta serve para que a gente possa monitorar e avisar as pessoas que frequentaram ou pretendem frequentar essas áreas. Estamos fazendo uma comunicação de risco antecipada para que a gente não tenha mais óbitos e casos”, diz.

Ela afirmou que parte do trabalho de comunicação de risco está direcionado a médicos, que podem ter dificuldades para diagnosticar a doença por ela não ser tão comum.

“Os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, como dengue. Então é importante que os médicos fiquem atentos a esses sintomas e levante essa hipótese diagnóstica. E em caso de sintomas, o paciente precisa procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível e comunicar que esteve em área de risco”, alerta a epidemiologista.

O que é a febre maculosa

Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda. Ela pode causar quadros críticos, com alta probabilidade de morte. A doença recebe esse nome porque provoca febre no paciente, além de ser caracterizada pela presença de manchas vermelhas na pele – as máculas.

O carrapato-estrela, uma vez infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, é o responsável por transmitir a febre maculosa. Ele tem como principal hospedeiro a capivara, animal que vive em áreas de banhados e beiras de rios.

Bois e cavalos também podem ser portadores de carrapato-estrela infectado. Para ocorrer a transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele da pessoa, segundo o Ministério da Saúde. O problema é que os micuins – carrapatos jovens e pequenos – também são transmissores e são difíceis de serem vistos a olho nu.

Embora não haja indicativo de que o cenário epidemiológico da febre maculosa vá ser pior em 2023 do que nos anos anteriores, a morte de três pessoas pela doença no interior paulista na última semana acendeu um alerta na Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. O maior foco de preocupação são os sítios e espaços de eventos localizados em áreas endêmicas para a doença, como a fazenda em Campinas onde as três vítimas estiveram em uma festa no final de maio e que vem sendo apontado como provável local de infecção.

Em entrevista ao Estadão, a coordenadora de controle de doenças da secretaria, Regiane Cardoso de Paula, disse que o governo não pode impedir que as pessoas frequentem esses locais, mas adverte que, para quem decidir ir, “todo cuidado é pouco”.

“As pessoas têm que saber que (esses locais de eventos) estão em áreas de risco e avaliar os riscos e benefícios. É uma decisão de cada um. Estamos ampliando a comunicação de risco na região. Já há placas no local, mas a prefeitura de Campinas vai instalar mais 2 mil placas alertando. Para quem decidir ir, tem que usar roupas compridas. Todo cuidado é pouco”, disse a epidemiologista.

Fazenda Santa Margarida - Febre Maculosa | Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos Foto: Reprodução/Instagram/@santamargaridaeventos

Ela afirmou que, pelo mapeamento que está sendo feito pelas autoridades sanitárias municipais e estaduais, o distrito de Joaquim Egídio, área de Campinas onde ocorreu o evento, possui diversos sítios e fazendas que promovem festas, shows e outras celebrações. Toda a área, diz ela, tem uma circulação de capivaras, hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença.

“A pessoa não precisa entrar em mata fechada para estar em risco nessas áreas. Pelo que observamos, esses locais de eventos têm longos percursos entre os espaços de estacionamento e o tablado onde ocorre o evento, por exemplo. Então as pessoas ficam sujeitas ao risco quando fazem esse trajeto”, explicou Regiane.

A Prefeitura de Campinas decidiu nesta terça, 13, interditar a Fazenda Santa Margarida, onde ocorreu a festa onde estavam as vítimas. Regiane disse que a secretaria estadual continua monitorando a situação e que outras interdições não estão descartadas.

Ela afirmou ainda que a pasta acionou um plano de contingência para ampliar os alertas de risco na região e o monitoramento de casos e vetores. Além dos óbitos ocorridos na última semana, é motivo de atenção o alto número de festas juninas marcadas para acontecer nesses espaços nas próximas semanas. O período de maior ocorrência da doença, segundo o Ministério da Saúde, é de maio a setembro.

Espaços de eventos nessa região, disse Regiane, chegam a ter capacidade para 20 mil pessoas. A Fazenda Santa Margarida, por exemplo, já recebeu artistas de renome como Ivete Sangalo e Seu Jorge. Em julho, está marcado show com Gusttavo Lima.

A coordenadora estadual diz que os municípios em maior risco são Campinas, Piracicaba e Assis (veja mapa abaixo). Há também áreas endêmicas de transmissão na região metropolitana de São Paulo e no litoral do Estado, mas, nestes locais, diz a epidemiologista, os casos costumam ser mais brandos porque o carrapato transmissor é de espécie diferente.

Apesar da preocupação, Regiane diz que não houve aumento do número de casos e óbitos em comparação com os anos anteriores nem há sinais de que a temporada atual vá ser mais grave do que as anteriores. Até agora, foram registrados 12 casos de febre maculosa com seis óbitos, incluindo os três confirmados na última semana. Em 2022, foram registrados 53 infectados, dos quais 37 morreram. Em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.

“A gente não pode causar pânico, mas o alerta serve para que a gente possa monitorar e avisar as pessoas que frequentaram ou pretendem frequentar essas áreas. Estamos fazendo uma comunicação de risco antecipada para que a gente não tenha mais óbitos e casos”, diz.

Ela afirmou que parte do trabalho de comunicação de risco está direcionado a médicos, que podem ter dificuldades para diagnosticar a doença por ela não ser tão comum.

“Os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças, como dengue. Então é importante que os médicos fiquem atentos a esses sintomas e levante essa hipótese diagnóstica. E em caso de sintomas, o paciente precisa procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível e comunicar que esteve em área de risco”, alerta a epidemiologista.

O que é a febre maculosa

Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda. Ela pode causar quadros críticos, com alta probabilidade de morte. A doença recebe esse nome porque provoca febre no paciente, além de ser caracterizada pela presença de manchas vermelhas na pele – as máculas.

O carrapato-estrela, uma vez infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, é o responsável por transmitir a febre maculosa. Ele tem como principal hospedeiro a capivara, animal que vive em áreas de banhados e beiras de rios.

Bois e cavalos também podem ser portadores de carrapato-estrela infectado. Para ocorrer a transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele da pessoa, segundo o Ministério da Saúde. O problema é que os micuins – carrapatos jovens e pequenos – também são transmissores e são difíceis de serem vistos a olho nu.

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