Fiocruz comprova relação entre zika e Síndrome Guillain


A exemplo da microcefalia, doença autoimune rara também apresentou alta atípica nos últimos meses nos Estados do Nordeste

Por Ligia Formenti

Atualizada às 22h33

BRASÍLIA - A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação entre zika vírus e a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença rara que também apresentou um aumento atípico nos últimos meses no Nordeste. O achado aumenta o alerta em torno do zika, principal suspeito de causar uma epidemia de microcefalia no País. 

A Síndrome de Guillain­Barré afeta em média uma pessoa a cada 100 mil habitantes. A reação geralmente ocorre depois de uma infecção provocada por bactéria ou vírus. Em alguns casos, terminada a infecção, o sistema imune do paciente sofre uma “pane” e identifica células do organismo como invasora e passa a atacá­las. 

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O ataque das células de defesa causa um processo inflamatório e a destruição da bainha de mielina, uma espécie de capa que recobre os nervos periféricos. O resultado é o bloqueio da passagem dos estímulos nos nervos, levando à paralisia.

O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor da zika, da dengue e da chikungunya Foto: USDA/Divulgação

O vírus, que chegou ao Brasil este ano, já está presente em 18 Estados, incluindo São Paulo e Rio.O ministro da Saúde, Marcelo Castro, discutirá com a Casa Civil o uso do Exército para ampliar o combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya.

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Reunidos em Brasília, secretários estaduais de saúde mostraram preocupação com o atual cenário. Wilson Modesto Pollara, secretário adjunto de Saúde de São Paulo, reconheceu ser necessário redobrar os cuidados para reduzir os criadouros do mosquito. Ele observa que o combate é a única estratégia possível neste momento. “Depositávamos esperanças no desenvolvimento de uma vacina para dengue”, afirmou. “Mas, diante da ameaça de chikungunya e zika, esse recurso terá uma eficácia limitada.”

Dicas para evitar o mosquito 'Aedes aegypti'

1 | 7

'Aedes aegypti'

Foto: James Gathany/CDC/AP
2 | 7

Lixo

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
3 | 7

Piscinas

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
4 | 7

Pneus

Foto: Fábio Motta/Estadão
5 | 7

Vasos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
6 | 7

Garrafas

Foto: HÉLVIO ROMERO/AE
7 | 7

Caixa d'água

Foto: Paulo Liebert/Estadão

Síndrome. Os resultados da pesquisa da Fiocruz foram obtidos em um trabalho feito pela pesquisadora Lúcia Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco. A análise identificou a presença do zika no líquido cefalorraquidiano (LCR) e no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. As suspeitas sobre a relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, quando pesquisadores identificaram um aumento do número de SGB logo depois de uma epidemia. “A ligação da SGB com o zika é inequívoca”, avaliou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pela identificação da chegada do vírus no Brasil, Kleber Luz. Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está “em investigação”.

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reference

O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do País entre abril e junho, pouco depois que os Estados apresentaram a epidemia de zika. No Rio Grande do Norte, foram 24 casos de SGB - quatro vezes mais do que a média histórica. Em Pernambuco, o registro alcançou 130 casos. Na Bahia, foram diagnosticados pelo menos 55 pacientes. A notificação aumentou ainda em Maranhão e Paraíba, com 14 e 6 casos, respectivamente. 

O fenômeno é semelhante ao que ocorreu com o aumento de microcefalia, doença rara que se tornou epidemia nos últimos três meses no Nordeste. Até agora, foram registrados 739 de bebês com a má-formação. Os nascimentos ocorrem nos Estados que apresentaram epidemia de zika. 

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Especialistas discutem agora com o governo estratégias para acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, os primeiros sinais da síndrome e encaminhar pacientes para tratamento.

Atualizada às 22h33

BRASÍLIA - A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação entre zika vírus e a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença rara que também apresentou um aumento atípico nos últimos meses no Nordeste. O achado aumenta o alerta em torno do zika, principal suspeito de causar uma epidemia de microcefalia no País. 

A Síndrome de Guillain­Barré afeta em média uma pessoa a cada 100 mil habitantes. A reação geralmente ocorre depois de uma infecção provocada por bactéria ou vírus. Em alguns casos, terminada a infecção, o sistema imune do paciente sofre uma “pane” e identifica células do organismo como invasora e passa a atacá­las. 

O ataque das células de defesa causa um processo inflamatório e a destruição da bainha de mielina, uma espécie de capa que recobre os nervos periféricos. O resultado é o bloqueio da passagem dos estímulos nos nervos, levando à paralisia.

O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor da zika, da dengue e da chikungunya Foto: USDA/Divulgação

O vírus, que chegou ao Brasil este ano, já está presente em 18 Estados, incluindo São Paulo e Rio.O ministro da Saúde, Marcelo Castro, discutirá com a Casa Civil o uso do Exército para ampliar o combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya.

Reunidos em Brasília, secretários estaduais de saúde mostraram preocupação com o atual cenário. Wilson Modesto Pollara, secretário adjunto de Saúde de São Paulo, reconheceu ser necessário redobrar os cuidados para reduzir os criadouros do mosquito. Ele observa que o combate é a única estratégia possível neste momento. “Depositávamos esperanças no desenvolvimento de uma vacina para dengue”, afirmou. “Mas, diante da ameaça de chikungunya e zika, esse recurso terá uma eficácia limitada.”

Dicas para evitar o mosquito 'Aedes aegypti'

1 | 7

'Aedes aegypti'

Foto: James Gathany/CDC/AP
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Lixo

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
3 | 7

Piscinas

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
4 | 7

Pneus

Foto: Fábio Motta/Estadão
5 | 7

Vasos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
6 | 7

Garrafas

Foto: HÉLVIO ROMERO/AE
7 | 7

Caixa d'água

Foto: Paulo Liebert/Estadão

Síndrome. Os resultados da pesquisa da Fiocruz foram obtidos em um trabalho feito pela pesquisadora Lúcia Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco. A análise identificou a presença do zika no líquido cefalorraquidiano (LCR) e no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. As suspeitas sobre a relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, quando pesquisadores identificaram um aumento do número de SGB logo depois de uma epidemia. “A ligação da SGB com o zika é inequívoca”, avaliou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pela identificação da chegada do vírus no Brasil, Kleber Luz. Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está “em investigação”.

reference

O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do País entre abril e junho, pouco depois que os Estados apresentaram a epidemia de zika. No Rio Grande do Norte, foram 24 casos de SGB - quatro vezes mais do que a média histórica. Em Pernambuco, o registro alcançou 130 casos. Na Bahia, foram diagnosticados pelo menos 55 pacientes. A notificação aumentou ainda em Maranhão e Paraíba, com 14 e 6 casos, respectivamente. 

O fenômeno é semelhante ao que ocorreu com o aumento de microcefalia, doença rara que se tornou epidemia nos últimos três meses no Nordeste. Até agora, foram registrados 739 de bebês com a má-formação. Os nascimentos ocorrem nos Estados que apresentaram epidemia de zika. 

Especialistas discutem agora com o governo estratégias para acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, os primeiros sinais da síndrome e encaminhar pacientes para tratamento.

Atualizada às 22h33

BRASÍLIA - A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação entre zika vírus e a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença rara que também apresentou um aumento atípico nos últimos meses no Nordeste. O achado aumenta o alerta em torno do zika, principal suspeito de causar uma epidemia de microcefalia no País. 

A Síndrome de Guillain­Barré afeta em média uma pessoa a cada 100 mil habitantes. A reação geralmente ocorre depois de uma infecção provocada por bactéria ou vírus. Em alguns casos, terminada a infecção, o sistema imune do paciente sofre uma “pane” e identifica células do organismo como invasora e passa a atacá­las. 

O ataque das células de defesa causa um processo inflamatório e a destruição da bainha de mielina, uma espécie de capa que recobre os nervos periféricos. O resultado é o bloqueio da passagem dos estímulos nos nervos, levando à paralisia.

O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor da zika, da dengue e da chikungunya Foto: USDA/Divulgação

O vírus, que chegou ao Brasil este ano, já está presente em 18 Estados, incluindo São Paulo e Rio.O ministro da Saúde, Marcelo Castro, discutirá com a Casa Civil o uso do Exército para ampliar o combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya.

Reunidos em Brasília, secretários estaduais de saúde mostraram preocupação com o atual cenário. Wilson Modesto Pollara, secretário adjunto de Saúde de São Paulo, reconheceu ser necessário redobrar os cuidados para reduzir os criadouros do mosquito. Ele observa que o combate é a única estratégia possível neste momento. “Depositávamos esperanças no desenvolvimento de uma vacina para dengue”, afirmou. “Mas, diante da ameaça de chikungunya e zika, esse recurso terá uma eficácia limitada.”

Dicas para evitar o mosquito 'Aedes aegypti'

1 | 7

'Aedes aegypti'

Foto: James Gathany/CDC/AP
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Lixo

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Piscinas

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Pneus

Foto: Fábio Motta/Estadão
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Vasos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
6 | 7

Garrafas

Foto: HÉLVIO ROMERO/AE
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Caixa d'água

Foto: Paulo Liebert/Estadão

Síndrome. Os resultados da pesquisa da Fiocruz foram obtidos em um trabalho feito pela pesquisadora Lúcia Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco. A análise identificou a presença do zika no líquido cefalorraquidiano (LCR) e no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. As suspeitas sobre a relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, quando pesquisadores identificaram um aumento do número de SGB logo depois de uma epidemia. “A ligação da SGB com o zika é inequívoca”, avaliou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pela identificação da chegada do vírus no Brasil, Kleber Luz. Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está “em investigação”.

reference

O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do País entre abril e junho, pouco depois que os Estados apresentaram a epidemia de zika. No Rio Grande do Norte, foram 24 casos de SGB - quatro vezes mais do que a média histórica. Em Pernambuco, o registro alcançou 130 casos. Na Bahia, foram diagnosticados pelo menos 55 pacientes. A notificação aumentou ainda em Maranhão e Paraíba, com 14 e 6 casos, respectivamente. 

O fenômeno é semelhante ao que ocorreu com o aumento de microcefalia, doença rara que se tornou epidemia nos últimos três meses no Nordeste. Até agora, foram registrados 739 de bebês com a má-formação. Os nascimentos ocorrem nos Estados que apresentaram epidemia de zika. 

Especialistas discutem agora com o governo estratégias para acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, os primeiros sinais da síndrome e encaminhar pacientes para tratamento.

Atualizada às 22h33

BRASÍLIA - A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação entre zika vírus e a Síndrome de Guillain-Barré (SGB), uma doença rara que também apresentou um aumento atípico nos últimos meses no Nordeste. O achado aumenta o alerta em torno do zika, principal suspeito de causar uma epidemia de microcefalia no País. 

A Síndrome de Guillain­Barré afeta em média uma pessoa a cada 100 mil habitantes. A reação geralmente ocorre depois de uma infecção provocada por bactéria ou vírus. Em alguns casos, terminada a infecção, o sistema imune do paciente sofre uma “pane” e identifica células do organismo como invasora e passa a atacá­las. 

O ataque das células de defesa causa um processo inflamatório e a destruição da bainha de mielina, uma espécie de capa que recobre os nervos periféricos. O resultado é o bloqueio da passagem dos estímulos nos nervos, levando à paralisia.

O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor da zika, da dengue e da chikungunya Foto: USDA/Divulgação

O vírus, que chegou ao Brasil este ano, já está presente em 18 Estados, incluindo São Paulo e Rio.O ministro da Saúde, Marcelo Castro, discutirá com a Casa Civil o uso do Exército para ampliar o combate aos focos do Aedes aegypti, mosquito que transmite zika, dengue e chikungunya.

Reunidos em Brasília, secretários estaduais de saúde mostraram preocupação com o atual cenário. Wilson Modesto Pollara, secretário adjunto de Saúde de São Paulo, reconheceu ser necessário redobrar os cuidados para reduzir os criadouros do mosquito. Ele observa que o combate é a única estratégia possível neste momento. “Depositávamos esperanças no desenvolvimento de uma vacina para dengue”, afirmou. “Mas, diante da ameaça de chikungunya e zika, esse recurso terá uma eficácia limitada.”

Dicas para evitar o mosquito 'Aedes aegypti'

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'Aedes aegypti'

Foto: James Gathany/CDC/AP
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Lixo

Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Piscinas

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Pneus

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Vasos

Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
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Garrafas

Foto: HÉLVIO ROMERO/AE
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Caixa d'água

Foto: Paulo Liebert/Estadão

Síndrome. Os resultados da pesquisa da Fiocruz foram obtidos em um trabalho feito pela pesquisadora Lúcia Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco. A análise identificou a presença do zika no líquido cefalorraquidiano (LCR) e no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. As suspeitas sobre a relação entre a infecção pelo zika e a síndrome surgiram na Polinésia, quando pesquisadores identificaram um aumento do número de SGB logo depois de uma epidemia. “A ligação da SGB com o zika é inequívoca”, avaliou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pela identificação da chegada do vírus no Brasil, Kleber Luz. Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está “em investigação”.

reference

O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do País entre abril e junho, pouco depois que os Estados apresentaram a epidemia de zika. No Rio Grande do Norte, foram 24 casos de SGB - quatro vezes mais do que a média histórica. Em Pernambuco, o registro alcançou 130 casos. Na Bahia, foram diagnosticados pelo menos 55 pacientes. A notificação aumentou ainda em Maranhão e Paraíba, com 14 e 6 casos, respectivamente. 

O fenômeno é semelhante ao que ocorreu com o aumento de microcefalia, doença rara que se tornou epidemia nos últimos três meses no Nordeste. Até agora, foram registrados 739 de bebês com a má-formação. Os nascimentos ocorrem nos Estados que apresentaram epidemia de zika. 

Especialistas discutem agora com o governo estratégias para acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, os primeiros sinais da síndrome e encaminhar pacientes para tratamento.

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