O Ministério da Saúde e a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo divulgaram nota neste domingo, 26, esclarecendo que não há o registro, até o momento, de pacientes com gripe suína no Estado e que o quadro das duas pessoas procedentes do México, que estão internadas no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, não se encaixa na "definição de caso suspeito de influenza suína".
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A Secretária confirmou a entrada de um homem de 24 anos, na noite de sábado, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas com quadro de tosse e dores no corpo. "Seu quadro clínico não cumpre os critérios do Ministério da Saúde para a definição de caso suspeito de gripe suína, uma vez que ele não apresenta febre", consta na nota. O paciente, morador de Osasco (SP), relatou às autoridades que regressou do México no último dia 16 de abril.
De acordo com nota, o paciente está internado no Instituto por precaução, uma vez que está consciente e tem bom estado geral. As suspeitas são de que esteja com dengue. "Amostras de sangue e secreção nasal serão encaminhadas para análise do Instituto Adolfo Lutz", segundo o comunicado. A Secretaria da Saúde também confirmou a ocorrência do segundo caso de suspeita de uma pessoa com a doença. Neste domingo, uma mulher, que esteve no México entre os dias 12 e 21 e passou pelos Estados Unidos, procurou o serviço da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Aeroporto de Congonhas (SP) com sintomas de tosse.
Novamente, a paciente foi encaminhada ao Instituto Emílio Ribas para avaliação e a principal suspeita é de que tenha sinusite. "Como ela não apresenta febre, também não cumpre a definição de caso suspeito de gripe suína, conforme os critérios do Ministério da Saúde", segundo a secretaria, que acrescentou que a rede de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo está em alerta por conta dos casos registrados no México e nos Estados Unidos. "Por causa disso é natural que haja uma atenção maior, mesmo em relação a casos não suspeitos."
O Ministério da Saúde informou que "até o momento, não há evidências da circulação do vírus da influenza suína em humanos no Brasil". O comunicado diz ainda que "com relação à sanidade animal, no Brasil, não há suspeita ou registro de gripe suína causada pelo mesmo agente identificado nas áreas afetadas. Além disso, o consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas".
A partir deste domingo, os aeroportos em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador (BA), Manaus (AM) e Fortaleza (CE) passaram a transmitir avisos sonoros sobre o sintomas da doença e com orientações aos viajantes.
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória provocada pelo vírus influenza tipo A e variantes. Segundo a OMS a doença que atinge o ser humano é causada por formas não conhecidas de uma dessas variedades (H1N1), mas que é geneticamente diferente do original e contém DNA associado ao vírus que causam as gripes aviária, suína e humana. O infectologista André Lomar, defende que a vacinação habitual contra gripe (influenza) não combate o vírus suíno, mas pode amenizar muito discretamente os sintomas. "Ainda não há vacina específica e para ser feita levaria no mínimo seis meses", disse o infectologista numa previsão positiva da comunidade científica.
O médico garantiu que o vírus não se pega pelo consumo de carne suína, porque a transmissão é aeróbica, está no ar. Os sintomas são parecidos com o da gripe, que ao contrário do resfriado, se instala de forma súbita, com tosse, coriza e dor de garganta, além de febre alta e congestão nasal. André Lomar, explica que a doença foi chamada de gripe suína porque o porco é um receptor tanto do vírus humano quanto das aves e houve uma fusão que provocou o surgimento desse novo vírus. "No México o governo já fechou bares de grande movimento e suspendeu as aulas", comentou ao recomendar que as pessoas evitem aglomerações. O tratamento para a doença seria com um remédio antiviral específico e que o governo brasileiro tem estoque em hipótese de um surto.
(Com Simone Menocchi, de O Estado de S. Paulo)