Gripe forte, herpes-zóster e outras infecções graves são ligadas a um maior risco de demência


Dos 15 tipos de infecções investigadas, seis foram associadas à perda acelerada do volume cerebral; os dados foram obtidos de pacientes que tinham um registro hospitalar de suas infecções

Por Richard Sima
Atualização:

Ficar doente é ruim na hora e pode afetar seu cérebro no longo prazo.

Um novo estudo publicado na revista científica Nature Aging traz evidências de que infecções graves, como gripe, herpes e infecções do trato respiratório, estão ligadas à atrofia cerebral acelerada e ao aumento do risco de demência anos depois. O artigo também aponta os fatores biológicos que podem contribuir para a doença neurodegenerativa.

A pesquisa é um “salto para além dos estudos que já haviam associado a infecção à suscetibilidade à doença de Alzheimer” e apresenta um “conjunto de dados útil”, comenta Rudy Tanzi, professor de neurologia da Harvard Medical School e diretor do Centro McCance para a Saúde Cerebral do Massachusetts General Hospital.

continua após a publicidade

Outros estudos recentes descobriram que a vacina contra a gripe e a vacina contra herpes-zóster reduzem o risco de demência nas pessoas que as tomam. Infecções graves também foram associadas a derrames e ataques cardíacos subsequentes.

“As vacinas serão a melhor proteção tanto contra a infecção aguda quanto contra os efeitos pós-infecciosos”, avisa Kristen Funk, professora assistente de ciências biológicas da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, que estuda a neuroinflamação em doenças neuroinfecciosas e neurodegenerativas.

Pandemia de coronavírus e evidências dos custos cognitivos da covid longa impulsionaram os estudos sobre infecções e demência Foto: Ursula Page/Adobe Stock
continua após a publicidade

Infecções graves associadas à atrofia cerebral e à demência

“A ideia de que as infecções podem influenciar a saúde do cérebro de algumas pessoas é óbvia, especialmente para aquelas que sofreram infecções”, diz Keenan Walker, pesquisador titular e diretor da Unidade de Imagens Multimodais de Doenças Neurodegenerativas do Instituto Nacional do Envelhecimento.

Até mesmo pequenas infecções podem mudar a maneira como pensamos e nos comportamos. Infecções mais graves podem, no curto prazo, resultar em delirium (síndrome causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral e caracterizada, entre outros sinais e sintomas, por desorientação em relação ao ambiente e confusão mental), que pode estar associado a problemas cognitivos de longo prazo, explica Walker. “Grande infecção, grande resposta imunológica – e isso não é bom para o cérebro”, acrescenta.

continua após a publicidade

A hipótese de que as infecções podem ter um papel nas doenças neurodegenerativas já existia, embora de forma mais marginal, conta Walker. Isso mudou com a pandemia de coronavírus e as evidências dos custos cognitivos da covid longa, o que revigorou o interesse na área.

Evidências crescentes sugerem que a ligação “não parece ser específica a nenhum tipo de infecção, seja ela bacteriana ou viral”, descreve Walker, que foi um dos autores do estudo.

Walker e seus colegas se basearam em dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento de Baltimore, um dos mais antigos sobre envelhecimento humano nos Estados Unidos. Eles também acompanharam como o volume do cérebro mudou em 982 adultos cognitivamente normais, com ou sem histórico de infecção, fazendo neuroimagens sucessivas a partir de 2009. Cerca de 43% dos participantes não tinham histórico de infecções.

continua após a publicidade

Dos 15 tipos de infecções investigados, seis – entre eles gripe, herpes, infecções do trato respiratório e infecções de pele – foram associados à perda acelerada do volume cerebral. A atrofia cerebral foi particularmente acentuada no lobo temporal, área onde se encontra o hipocampo, que é importante para a memória e está implicado na doença de Alzheimer.

“Eles realmente descobriram que há uma série de infecções associadas à atrofia cerebral, associadas ao declínio cognitivo”, avalia Kristen, que não participou do estudo.

Por sua vez, a maioria dessas infecções associadas à atrofia cerebral parecem ser fatores de risco para demência, de acordo com as análises dos dados do UK Biobank, que estudou 495.896 indivíduos, e de um conjunto de dados finlandês de 273.132 indivíduos.

continua após a publicidade

Eles descobriram que ter um histórico de infecções estava associado a um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer anos depois. O aumento do risco foi ainda maior para a demência vascular, que é o segundo diagnóstico mais comum de demência depois da doença de Alzheimer e é causado pela restrição de sangue no cérebro.

Ligações biológicas entre o cérebro e as infecções

continua após a publicidade

Os cientistas ainda não entendem como as infecções estão biologicamente ligadas ao aumento do risco de demência. Mas há indícios no sistema imunológico.

No estudo, as pessoas com histórico de infecções também apresentaram alterações em 260 proteínas relacionadas ao sistema imunológico entre as 942 que os pesquisadores testaram em amostras de sangue. Um subconjunto de 35 proteínas também foi associado a alterações no volume cerebral. Algumas proteínas pareciam patogênicas e ligadas à redução do volume cerebral, enquanto outras eram protetoras.

Em geral, as infecções foram associadas ao aumento das proteínas patogênicas e à diminuição das proteínas protetoras.

“Podemos estar vendo uma perda de proteção ou alguma neuroproteção que nunca existiu”, explica Walker.

Esse estudo “lança luz sobre as possíveis vias biológicas que realmente levam ao aumento do risco de demência após infecções graves”, analisa Charlotte Warren-Gash, professora de epidemiologia da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que não participou do estudo.

Uma melhor compreensão das proteínas envolvidas pode, um dia, levar a um melhor direcionamento do sistema imunológico.

No entanto, os pesquisadores advertiram que esse estudo é apenas mais uma peça no quebra-cabeça da demência e mostra algumas correlações entre infecções, proteínas relacionadas ao sistema imunológico e efeitos neurológicos, mas não uma causalidade.

O estudo também não aborda adequadamente como as placas beta amiloides e os emaranhados de tau, principais marcas biológicas da doença de Alzheimer, influenciam a ligação entre infecções e demência, disse Tanzi.

Infecções mais leves não são motivo de alarme, pois os dados foram obtidos de pacientes que tinham um registro hospitalar de suas infecções, indicando casos mais graves, ressaltam os especialistas.

Pesquisas anteriores conduzidas por Charlotte e seus colegas sugerem que infecções mais fracas aumentam o risco de demência subsequente em cerca de 2%, enquanto as infecções que exigem hospitalizações quase dobram o risco de demência.

“Todos nós temos infecções o tempo todo”, comenta Kristen. “Não é necessariamente o fim do mundo”.

Recomendações para reduzir infecções graves e o risco de demência

O relatório da Comissão Lancet de 2024 sobre demência apresenta 14 fatores de risco modificáveis que, juntos, são responsáveis por 45% dos casos de demência. Para reduzir o risco de demência e prolongar a saúde cognitiva, os estudos sugerem medidas como manter-se socialmente conectado, moderar a ingestão de álcool e tratar a perda auditiva.

A redução do risco de infecções graves continua sendo importante para a saúde no curto e longo prazos, segundo os especialistas.

As vacinas são a melhor maneira de prevenir infecções graves. Tomar as vacinas contra a gripe e a covid-19 pode reduzir as complicações, as hospitalizações e o número de mortes causadas por infecções virais. (Também há vacinas disponíveis contra vírus sincicial respiratório e herpes-zóster.)

Outras práticas de saúde, como o uso de máscara e a lavagem adequada das mãos, também ajudam a reduzir o risco de infecção.

“A melhor coisa que você pode fazer, além de responder a uma infecção com cuidados sintomáticos depois que ela ocorre, é preveni-la”, afirma Walker./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Este texto foi originalmente publicado no The Washington Post.

Ficar doente é ruim na hora e pode afetar seu cérebro no longo prazo.

Um novo estudo publicado na revista científica Nature Aging traz evidências de que infecções graves, como gripe, herpes e infecções do trato respiratório, estão ligadas à atrofia cerebral acelerada e ao aumento do risco de demência anos depois. O artigo também aponta os fatores biológicos que podem contribuir para a doença neurodegenerativa.

A pesquisa é um “salto para além dos estudos que já haviam associado a infecção à suscetibilidade à doença de Alzheimer” e apresenta um “conjunto de dados útil”, comenta Rudy Tanzi, professor de neurologia da Harvard Medical School e diretor do Centro McCance para a Saúde Cerebral do Massachusetts General Hospital.

Outros estudos recentes descobriram que a vacina contra a gripe e a vacina contra herpes-zóster reduzem o risco de demência nas pessoas que as tomam. Infecções graves também foram associadas a derrames e ataques cardíacos subsequentes.

“As vacinas serão a melhor proteção tanto contra a infecção aguda quanto contra os efeitos pós-infecciosos”, avisa Kristen Funk, professora assistente de ciências biológicas da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, que estuda a neuroinflamação em doenças neuroinfecciosas e neurodegenerativas.

Pandemia de coronavírus e evidências dos custos cognitivos da covid longa impulsionaram os estudos sobre infecções e demência Foto: Ursula Page/Adobe Stock

Infecções graves associadas à atrofia cerebral e à demência

“A ideia de que as infecções podem influenciar a saúde do cérebro de algumas pessoas é óbvia, especialmente para aquelas que sofreram infecções”, diz Keenan Walker, pesquisador titular e diretor da Unidade de Imagens Multimodais de Doenças Neurodegenerativas do Instituto Nacional do Envelhecimento.

Até mesmo pequenas infecções podem mudar a maneira como pensamos e nos comportamos. Infecções mais graves podem, no curto prazo, resultar em delirium (síndrome causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral e caracterizada, entre outros sinais e sintomas, por desorientação em relação ao ambiente e confusão mental), que pode estar associado a problemas cognitivos de longo prazo, explica Walker. “Grande infecção, grande resposta imunológica – e isso não é bom para o cérebro”, acrescenta.

A hipótese de que as infecções podem ter um papel nas doenças neurodegenerativas já existia, embora de forma mais marginal, conta Walker. Isso mudou com a pandemia de coronavírus e as evidências dos custos cognitivos da covid longa, o que revigorou o interesse na área.

Evidências crescentes sugerem que a ligação “não parece ser específica a nenhum tipo de infecção, seja ela bacteriana ou viral”, descreve Walker, que foi um dos autores do estudo.

Walker e seus colegas se basearam em dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento de Baltimore, um dos mais antigos sobre envelhecimento humano nos Estados Unidos. Eles também acompanharam como o volume do cérebro mudou em 982 adultos cognitivamente normais, com ou sem histórico de infecção, fazendo neuroimagens sucessivas a partir de 2009. Cerca de 43% dos participantes não tinham histórico de infecções.

Dos 15 tipos de infecções investigados, seis – entre eles gripe, herpes, infecções do trato respiratório e infecções de pele – foram associados à perda acelerada do volume cerebral. A atrofia cerebral foi particularmente acentuada no lobo temporal, área onde se encontra o hipocampo, que é importante para a memória e está implicado na doença de Alzheimer.

“Eles realmente descobriram que há uma série de infecções associadas à atrofia cerebral, associadas ao declínio cognitivo”, avalia Kristen, que não participou do estudo.

Por sua vez, a maioria dessas infecções associadas à atrofia cerebral parecem ser fatores de risco para demência, de acordo com as análises dos dados do UK Biobank, que estudou 495.896 indivíduos, e de um conjunto de dados finlandês de 273.132 indivíduos.

Eles descobriram que ter um histórico de infecções estava associado a um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer anos depois. O aumento do risco foi ainda maior para a demência vascular, que é o segundo diagnóstico mais comum de demência depois da doença de Alzheimer e é causado pela restrição de sangue no cérebro.

Ligações biológicas entre o cérebro e as infecções

Os cientistas ainda não entendem como as infecções estão biologicamente ligadas ao aumento do risco de demência. Mas há indícios no sistema imunológico.

No estudo, as pessoas com histórico de infecções também apresentaram alterações em 260 proteínas relacionadas ao sistema imunológico entre as 942 que os pesquisadores testaram em amostras de sangue. Um subconjunto de 35 proteínas também foi associado a alterações no volume cerebral. Algumas proteínas pareciam patogênicas e ligadas à redução do volume cerebral, enquanto outras eram protetoras.

Em geral, as infecções foram associadas ao aumento das proteínas patogênicas e à diminuição das proteínas protetoras.

“Podemos estar vendo uma perda de proteção ou alguma neuroproteção que nunca existiu”, explica Walker.

Esse estudo “lança luz sobre as possíveis vias biológicas que realmente levam ao aumento do risco de demência após infecções graves”, analisa Charlotte Warren-Gash, professora de epidemiologia da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que não participou do estudo.

Uma melhor compreensão das proteínas envolvidas pode, um dia, levar a um melhor direcionamento do sistema imunológico.

No entanto, os pesquisadores advertiram que esse estudo é apenas mais uma peça no quebra-cabeça da demência e mostra algumas correlações entre infecções, proteínas relacionadas ao sistema imunológico e efeitos neurológicos, mas não uma causalidade.

O estudo também não aborda adequadamente como as placas beta amiloides e os emaranhados de tau, principais marcas biológicas da doença de Alzheimer, influenciam a ligação entre infecções e demência, disse Tanzi.

Infecções mais leves não são motivo de alarme, pois os dados foram obtidos de pacientes que tinham um registro hospitalar de suas infecções, indicando casos mais graves, ressaltam os especialistas.

Pesquisas anteriores conduzidas por Charlotte e seus colegas sugerem que infecções mais fracas aumentam o risco de demência subsequente em cerca de 2%, enquanto as infecções que exigem hospitalizações quase dobram o risco de demência.

“Todos nós temos infecções o tempo todo”, comenta Kristen. “Não é necessariamente o fim do mundo”.

Recomendações para reduzir infecções graves e o risco de demência

O relatório da Comissão Lancet de 2024 sobre demência apresenta 14 fatores de risco modificáveis que, juntos, são responsáveis por 45% dos casos de demência. Para reduzir o risco de demência e prolongar a saúde cognitiva, os estudos sugerem medidas como manter-se socialmente conectado, moderar a ingestão de álcool e tratar a perda auditiva.

A redução do risco de infecções graves continua sendo importante para a saúde no curto e longo prazos, segundo os especialistas.

As vacinas são a melhor maneira de prevenir infecções graves. Tomar as vacinas contra a gripe e a covid-19 pode reduzir as complicações, as hospitalizações e o número de mortes causadas por infecções virais. (Também há vacinas disponíveis contra vírus sincicial respiratório e herpes-zóster.)

Outras práticas de saúde, como o uso de máscara e a lavagem adequada das mãos, também ajudam a reduzir o risco de infecção.

“A melhor coisa que você pode fazer, além de responder a uma infecção com cuidados sintomáticos depois que ela ocorre, é preveni-la”, afirma Walker./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Este texto foi originalmente publicado no The Washington Post.

Ficar doente é ruim na hora e pode afetar seu cérebro no longo prazo.

Um novo estudo publicado na revista científica Nature Aging traz evidências de que infecções graves, como gripe, herpes e infecções do trato respiratório, estão ligadas à atrofia cerebral acelerada e ao aumento do risco de demência anos depois. O artigo também aponta os fatores biológicos que podem contribuir para a doença neurodegenerativa.

A pesquisa é um “salto para além dos estudos que já haviam associado a infecção à suscetibilidade à doença de Alzheimer” e apresenta um “conjunto de dados útil”, comenta Rudy Tanzi, professor de neurologia da Harvard Medical School e diretor do Centro McCance para a Saúde Cerebral do Massachusetts General Hospital.

Outros estudos recentes descobriram que a vacina contra a gripe e a vacina contra herpes-zóster reduzem o risco de demência nas pessoas que as tomam. Infecções graves também foram associadas a derrames e ataques cardíacos subsequentes.

“As vacinas serão a melhor proteção tanto contra a infecção aguda quanto contra os efeitos pós-infecciosos”, avisa Kristen Funk, professora assistente de ciências biológicas da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, que estuda a neuroinflamação em doenças neuroinfecciosas e neurodegenerativas.

Pandemia de coronavírus e evidências dos custos cognitivos da covid longa impulsionaram os estudos sobre infecções e demência Foto: Ursula Page/Adobe Stock

Infecções graves associadas à atrofia cerebral e à demência

“A ideia de que as infecções podem influenciar a saúde do cérebro de algumas pessoas é óbvia, especialmente para aquelas que sofreram infecções”, diz Keenan Walker, pesquisador titular e diretor da Unidade de Imagens Multimodais de Doenças Neurodegenerativas do Instituto Nacional do Envelhecimento.

Até mesmo pequenas infecções podem mudar a maneira como pensamos e nos comportamos. Infecções mais graves podem, no curto prazo, resultar em delirium (síndrome causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral e caracterizada, entre outros sinais e sintomas, por desorientação em relação ao ambiente e confusão mental), que pode estar associado a problemas cognitivos de longo prazo, explica Walker. “Grande infecção, grande resposta imunológica – e isso não é bom para o cérebro”, acrescenta.

A hipótese de que as infecções podem ter um papel nas doenças neurodegenerativas já existia, embora de forma mais marginal, conta Walker. Isso mudou com a pandemia de coronavírus e as evidências dos custos cognitivos da covid longa, o que revigorou o interesse na área.

Evidências crescentes sugerem que a ligação “não parece ser específica a nenhum tipo de infecção, seja ela bacteriana ou viral”, descreve Walker, que foi um dos autores do estudo.

Walker e seus colegas se basearam em dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento de Baltimore, um dos mais antigos sobre envelhecimento humano nos Estados Unidos. Eles também acompanharam como o volume do cérebro mudou em 982 adultos cognitivamente normais, com ou sem histórico de infecção, fazendo neuroimagens sucessivas a partir de 2009. Cerca de 43% dos participantes não tinham histórico de infecções.

Dos 15 tipos de infecções investigados, seis – entre eles gripe, herpes, infecções do trato respiratório e infecções de pele – foram associados à perda acelerada do volume cerebral. A atrofia cerebral foi particularmente acentuada no lobo temporal, área onde se encontra o hipocampo, que é importante para a memória e está implicado na doença de Alzheimer.

“Eles realmente descobriram que há uma série de infecções associadas à atrofia cerebral, associadas ao declínio cognitivo”, avalia Kristen, que não participou do estudo.

Por sua vez, a maioria dessas infecções associadas à atrofia cerebral parecem ser fatores de risco para demência, de acordo com as análises dos dados do UK Biobank, que estudou 495.896 indivíduos, e de um conjunto de dados finlandês de 273.132 indivíduos.

Eles descobriram que ter um histórico de infecções estava associado a um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer anos depois. O aumento do risco foi ainda maior para a demência vascular, que é o segundo diagnóstico mais comum de demência depois da doença de Alzheimer e é causado pela restrição de sangue no cérebro.

Ligações biológicas entre o cérebro e as infecções

Os cientistas ainda não entendem como as infecções estão biologicamente ligadas ao aumento do risco de demência. Mas há indícios no sistema imunológico.

No estudo, as pessoas com histórico de infecções também apresentaram alterações em 260 proteínas relacionadas ao sistema imunológico entre as 942 que os pesquisadores testaram em amostras de sangue. Um subconjunto de 35 proteínas também foi associado a alterações no volume cerebral. Algumas proteínas pareciam patogênicas e ligadas à redução do volume cerebral, enquanto outras eram protetoras.

Em geral, as infecções foram associadas ao aumento das proteínas patogênicas e à diminuição das proteínas protetoras.

“Podemos estar vendo uma perda de proteção ou alguma neuroproteção que nunca existiu”, explica Walker.

Esse estudo “lança luz sobre as possíveis vias biológicas que realmente levam ao aumento do risco de demência após infecções graves”, analisa Charlotte Warren-Gash, professora de epidemiologia da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que não participou do estudo.

Uma melhor compreensão das proteínas envolvidas pode, um dia, levar a um melhor direcionamento do sistema imunológico.

No entanto, os pesquisadores advertiram que esse estudo é apenas mais uma peça no quebra-cabeça da demência e mostra algumas correlações entre infecções, proteínas relacionadas ao sistema imunológico e efeitos neurológicos, mas não uma causalidade.

O estudo também não aborda adequadamente como as placas beta amiloides e os emaranhados de tau, principais marcas biológicas da doença de Alzheimer, influenciam a ligação entre infecções e demência, disse Tanzi.

Infecções mais leves não são motivo de alarme, pois os dados foram obtidos de pacientes que tinham um registro hospitalar de suas infecções, indicando casos mais graves, ressaltam os especialistas.

Pesquisas anteriores conduzidas por Charlotte e seus colegas sugerem que infecções mais fracas aumentam o risco de demência subsequente em cerca de 2%, enquanto as infecções que exigem hospitalizações quase dobram o risco de demência.

“Todos nós temos infecções o tempo todo”, comenta Kristen. “Não é necessariamente o fim do mundo”.

Recomendações para reduzir infecções graves e o risco de demência

O relatório da Comissão Lancet de 2024 sobre demência apresenta 14 fatores de risco modificáveis que, juntos, são responsáveis por 45% dos casos de demência. Para reduzir o risco de demência e prolongar a saúde cognitiva, os estudos sugerem medidas como manter-se socialmente conectado, moderar a ingestão de álcool e tratar a perda auditiva.

A redução do risco de infecções graves continua sendo importante para a saúde no curto e longo prazos, segundo os especialistas.

As vacinas são a melhor maneira de prevenir infecções graves. Tomar as vacinas contra a gripe e a covid-19 pode reduzir as complicações, as hospitalizações e o número de mortes causadas por infecções virais. (Também há vacinas disponíveis contra vírus sincicial respiratório e herpes-zóster.)

Outras práticas de saúde, como o uso de máscara e a lavagem adequada das mãos, também ajudam a reduzir o risco de infecção.

“A melhor coisa que você pode fazer, além de responder a uma infecção com cuidados sintomáticos depois que ela ocorre, é preveni-la”, afirma Walker./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Este texto foi originalmente publicado no The Washington Post.

Ficar doente é ruim na hora e pode afetar seu cérebro no longo prazo.

Um novo estudo publicado na revista científica Nature Aging traz evidências de que infecções graves, como gripe, herpes e infecções do trato respiratório, estão ligadas à atrofia cerebral acelerada e ao aumento do risco de demência anos depois. O artigo também aponta os fatores biológicos que podem contribuir para a doença neurodegenerativa.

A pesquisa é um “salto para além dos estudos que já haviam associado a infecção à suscetibilidade à doença de Alzheimer” e apresenta um “conjunto de dados útil”, comenta Rudy Tanzi, professor de neurologia da Harvard Medical School e diretor do Centro McCance para a Saúde Cerebral do Massachusetts General Hospital.

Outros estudos recentes descobriram que a vacina contra a gripe e a vacina contra herpes-zóster reduzem o risco de demência nas pessoas que as tomam. Infecções graves também foram associadas a derrames e ataques cardíacos subsequentes.

“As vacinas serão a melhor proteção tanto contra a infecção aguda quanto contra os efeitos pós-infecciosos”, avisa Kristen Funk, professora assistente de ciências biológicas da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, que estuda a neuroinflamação em doenças neuroinfecciosas e neurodegenerativas.

Pandemia de coronavírus e evidências dos custos cognitivos da covid longa impulsionaram os estudos sobre infecções e demência Foto: Ursula Page/Adobe Stock

Infecções graves associadas à atrofia cerebral e à demência

“A ideia de que as infecções podem influenciar a saúde do cérebro de algumas pessoas é óbvia, especialmente para aquelas que sofreram infecções”, diz Keenan Walker, pesquisador titular e diretor da Unidade de Imagens Multimodais de Doenças Neurodegenerativas do Instituto Nacional do Envelhecimento.

Até mesmo pequenas infecções podem mudar a maneira como pensamos e nos comportamos. Infecções mais graves podem, no curto prazo, resultar em delirium (síndrome causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral e caracterizada, entre outros sinais e sintomas, por desorientação em relação ao ambiente e confusão mental), que pode estar associado a problemas cognitivos de longo prazo, explica Walker. “Grande infecção, grande resposta imunológica – e isso não é bom para o cérebro”, acrescenta.

A hipótese de que as infecções podem ter um papel nas doenças neurodegenerativas já existia, embora de forma mais marginal, conta Walker. Isso mudou com a pandemia de coronavírus e as evidências dos custos cognitivos da covid longa, o que revigorou o interesse na área.

Evidências crescentes sugerem que a ligação “não parece ser específica a nenhum tipo de infecção, seja ela bacteriana ou viral”, descreve Walker, que foi um dos autores do estudo.

Walker e seus colegas se basearam em dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento de Baltimore, um dos mais antigos sobre envelhecimento humano nos Estados Unidos. Eles também acompanharam como o volume do cérebro mudou em 982 adultos cognitivamente normais, com ou sem histórico de infecção, fazendo neuroimagens sucessivas a partir de 2009. Cerca de 43% dos participantes não tinham histórico de infecções.

Dos 15 tipos de infecções investigados, seis – entre eles gripe, herpes, infecções do trato respiratório e infecções de pele – foram associados à perda acelerada do volume cerebral. A atrofia cerebral foi particularmente acentuada no lobo temporal, área onde se encontra o hipocampo, que é importante para a memória e está implicado na doença de Alzheimer.

“Eles realmente descobriram que há uma série de infecções associadas à atrofia cerebral, associadas ao declínio cognitivo”, avalia Kristen, que não participou do estudo.

Por sua vez, a maioria dessas infecções associadas à atrofia cerebral parecem ser fatores de risco para demência, de acordo com as análises dos dados do UK Biobank, que estudou 495.896 indivíduos, e de um conjunto de dados finlandês de 273.132 indivíduos.

Eles descobriram que ter um histórico de infecções estava associado a um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer anos depois. O aumento do risco foi ainda maior para a demência vascular, que é o segundo diagnóstico mais comum de demência depois da doença de Alzheimer e é causado pela restrição de sangue no cérebro.

Ligações biológicas entre o cérebro e as infecções

Os cientistas ainda não entendem como as infecções estão biologicamente ligadas ao aumento do risco de demência. Mas há indícios no sistema imunológico.

No estudo, as pessoas com histórico de infecções também apresentaram alterações em 260 proteínas relacionadas ao sistema imunológico entre as 942 que os pesquisadores testaram em amostras de sangue. Um subconjunto de 35 proteínas também foi associado a alterações no volume cerebral. Algumas proteínas pareciam patogênicas e ligadas à redução do volume cerebral, enquanto outras eram protetoras.

Em geral, as infecções foram associadas ao aumento das proteínas patogênicas e à diminuição das proteínas protetoras.

“Podemos estar vendo uma perda de proteção ou alguma neuroproteção que nunca existiu”, explica Walker.

Esse estudo “lança luz sobre as possíveis vias biológicas que realmente levam ao aumento do risco de demência após infecções graves”, analisa Charlotte Warren-Gash, professora de epidemiologia da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que não participou do estudo.

Uma melhor compreensão das proteínas envolvidas pode, um dia, levar a um melhor direcionamento do sistema imunológico.

No entanto, os pesquisadores advertiram que esse estudo é apenas mais uma peça no quebra-cabeça da demência e mostra algumas correlações entre infecções, proteínas relacionadas ao sistema imunológico e efeitos neurológicos, mas não uma causalidade.

O estudo também não aborda adequadamente como as placas beta amiloides e os emaranhados de tau, principais marcas biológicas da doença de Alzheimer, influenciam a ligação entre infecções e demência, disse Tanzi.

Infecções mais leves não são motivo de alarme, pois os dados foram obtidos de pacientes que tinham um registro hospitalar de suas infecções, indicando casos mais graves, ressaltam os especialistas.

Pesquisas anteriores conduzidas por Charlotte e seus colegas sugerem que infecções mais fracas aumentam o risco de demência subsequente em cerca de 2%, enquanto as infecções que exigem hospitalizações quase dobram o risco de demência.

“Todos nós temos infecções o tempo todo”, comenta Kristen. “Não é necessariamente o fim do mundo”.

Recomendações para reduzir infecções graves e o risco de demência

O relatório da Comissão Lancet de 2024 sobre demência apresenta 14 fatores de risco modificáveis que, juntos, são responsáveis por 45% dos casos de demência. Para reduzir o risco de demência e prolongar a saúde cognitiva, os estudos sugerem medidas como manter-se socialmente conectado, moderar a ingestão de álcool e tratar a perda auditiva.

A redução do risco de infecções graves continua sendo importante para a saúde no curto e longo prazos, segundo os especialistas.

As vacinas são a melhor maneira de prevenir infecções graves. Tomar as vacinas contra a gripe e a covid-19 pode reduzir as complicações, as hospitalizações e o número de mortes causadas por infecções virais. (Também há vacinas disponíveis contra vírus sincicial respiratório e herpes-zóster.)

Outras práticas de saúde, como o uso de máscara e a lavagem adequada das mãos, também ajudam a reduzir o risco de infecção.

“A melhor coisa que você pode fazer, além de responder a uma infecção com cuidados sintomáticos depois que ela ocorre, é preveni-la”, afirma Walker./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Este texto foi originalmente publicado no The Washington Post.

Ficar doente é ruim na hora e pode afetar seu cérebro no longo prazo.

Um novo estudo publicado na revista científica Nature Aging traz evidências de que infecções graves, como gripe, herpes e infecções do trato respiratório, estão ligadas à atrofia cerebral acelerada e ao aumento do risco de demência anos depois. O artigo também aponta os fatores biológicos que podem contribuir para a doença neurodegenerativa.

A pesquisa é um “salto para além dos estudos que já haviam associado a infecção à suscetibilidade à doença de Alzheimer” e apresenta um “conjunto de dados útil”, comenta Rudy Tanzi, professor de neurologia da Harvard Medical School e diretor do Centro McCance para a Saúde Cerebral do Massachusetts General Hospital.

Outros estudos recentes descobriram que a vacina contra a gripe e a vacina contra herpes-zóster reduzem o risco de demência nas pessoas que as tomam. Infecções graves também foram associadas a derrames e ataques cardíacos subsequentes.

“As vacinas serão a melhor proteção tanto contra a infecção aguda quanto contra os efeitos pós-infecciosos”, avisa Kristen Funk, professora assistente de ciências biológicas da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, que estuda a neuroinflamação em doenças neuroinfecciosas e neurodegenerativas.

Pandemia de coronavírus e evidências dos custos cognitivos da covid longa impulsionaram os estudos sobre infecções e demência Foto: Ursula Page/Adobe Stock

Infecções graves associadas à atrofia cerebral e à demência

“A ideia de que as infecções podem influenciar a saúde do cérebro de algumas pessoas é óbvia, especialmente para aquelas que sofreram infecções”, diz Keenan Walker, pesquisador titular e diretor da Unidade de Imagens Multimodais de Doenças Neurodegenerativas do Instituto Nacional do Envelhecimento.

Até mesmo pequenas infecções podem mudar a maneira como pensamos e nos comportamos. Infecções mais graves podem, no curto prazo, resultar em delirium (síndrome causada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral e caracterizada, entre outros sinais e sintomas, por desorientação em relação ao ambiente e confusão mental), que pode estar associado a problemas cognitivos de longo prazo, explica Walker. “Grande infecção, grande resposta imunológica – e isso não é bom para o cérebro”, acrescenta.

A hipótese de que as infecções podem ter um papel nas doenças neurodegenerativas já existia, embora de forma mais marginal, conta Walker. Isso mudou com a pandemia de coronavírus e as evidências dos custos cognitivos da covid longa, o que revigorou o interesse na área.

Evidências crescentes sugerem que a ligação “não parece ser específica a nenhum tipo de infecção, seja ela bacteriana ou viral”, descreve Walker, que foi um dos autores do estudo.

Walker e seus colegas se basearam em dados do Estudo Longitudinal de Envelhecimento de Baltimore, um dos mais antigos sobre envelhecimento humano nos Estados Unidos. Eles também acompanharam como o volume do cérebro mudou em 982 adultos cognitivamente normais, com ou sem histórico de infecção, fazendo neuroimagens sucessivas a partir de 2009. Cerca de 43% dos participantes não tinham histórico de infecções.

Dos 15 tipos de infecções investigados, seis – entre eles gripe, herpes, infecções do trato respiratório e infecções de pele – foram associados à perda acelerada do volume cerebral. A atrofia cerebral foi particularmente acentuada no lobo temporal, área onde se encontra o hipocampo, que é importante para a memória e está implicado na doença de Alzheimer.

“Eles realmente descobriram que há uma série de infecções associadas à atrofia cerebral, associadas ao declínio cognitivo”, avalia Kristen, que não participou do estudo.

Por sua vez, a maioria dessas infecções associadas à atrofia cerebral parecem ser fatores de risco para demência, de acordo com as análises dos dados do UK Biobank, que estudou 495.896 indivíduos, e de um conjunto de dados finlandês de 273.132 indivíduos.

Eles descobriram que ter um histórico de infecções estava associado a um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer anos depois. O aumento do risco foi ainda maior para a demência vascular, que é o segundo diagnóstico mais comum de demência depois da doença de Alzheimer e é causado pela restrição de sangue no cérebro.

Ligações biológicas entre o cérebro e as infecções

Os cientistas ainda não entendem como as infecções estão biologicamente ligadas ao aumento do risco de demência. Mas há indícios no sistema imunológico.

No estudo, as pessoas com histórico de infecções também apresentaram alterações em 260 proteínas relacionadas ao sistema imunológico entre as 942 que os pesquisadores testaram em amostras de sangue. Um subconjunto de 35 proteínas também foi associado a alterações no volume cerebral. Algumas proteínas pareciam patogênicas e ligadas à redução do volume cerebral, enquanto outras eram protetoras.

Em geral, as infecções foram associadas ao aumento das proteínas patogênicas e à diminuição das proteínas protetoras.

“Podemos estar vendo uma perda de proteção ou alguma neuroproteção que nunca existiu”, explica Walker.

Esse estudo “lança luz sobre as possíveis vias biológicas que realmente levam ao aumento do risco de demência após infecções graves”, analisa Charlotte Warren-Gash, professora de epidemiologia da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que não participou do estudo.

Uma melhor compreensão das proteínas envolvidas pode, um dia, levar a um melhor direcionamento do sistema imunológico.

No entanto, os pesquisadores advertiram que esse estudo é apenas mais uma peça no quebra-cabeça da demência e mostra algumas correlações entre infecções, proteínas relacionadas ao sistema imunológico e efeitos neurológicos, mas não uma causalidade.

O estudo também não aborda adequadamente como as placas beta amiloides e os emaranhados de tau, principais marcas biológicas da doença de Alzheimer, influenciam a ligação entre infecções e demência, disse Tanzi.

Infecções mais leves não são motivo de alarme, pois os dados foram obtidos de pacientes que tinham um registro hospitalar de suas infecções, indicando casos mais graves, ressaltam os especialistas.

Pesquisas anteriores conduzidas por Charlotte e seus colegas sugerem que infecções mais fracas aumentam o risco de demência subsequente em cerca de 2%, enquanto as infecções que exigem hospitalizações quase dobram o risco de demência.

“Todos nós temos infecções o tempo todo”, comenta Kristen. “Não é necessariamente o fim do mundo”.

Recomendações para reduzir infecções graves e o risco de demência

O relatório da Comissão Lancet de 2024 sobre demência apresenta 14 fatores de risco modificáveis que, juntos, são responsáveis por 45% dos casos de demência. Para reduzir o risco de demência e prolongar a saúde cognitiva, os estudos sugerem medidas como manter-se socialmente conectado, moderar a ingestão de álcool e tratar a perda auditiva.

A redução do risco de infecções graves continua sendo importante para a saúde no curto e longo prazos, segundo os especialistas.

As vacinas são a melhor maneira de prevenir infecções graves. Tomar as vacinas contra a gripe e a covid-19 pode reduzir as complicações, as hospitalizações e o número de mortes causadas por infecções virais. (Também há vacinas disponíveis contra vírus sincicial respiratório e herpes-zóster.)

Outras práticas de saúde, como o uso de máscara e a lavagem adequada das mãos, também ajudam a reduzir o risco de infecção.

“A melhor coisa que você pode fazer, além de responder a uma infecção com cuidados sintomáticos depois que ela ocorre, é preveni-la”, afirma Walker./ TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Este texto foi originalmente publicado no The Washington Post.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.