Influenza A: Brasil registra alta de casos; sintomas podem ser confundidos com os da gripe comum


Índice de testes positivos se mantém acima de 20% há cinco semanas em laboratórios privados, segundo instituto; especialistas reforçam a importância da vacina da gripe

Por Giovanna Castro
Atualização:

Há cinco semanas, a positividade para testes de Influenza A em laboratórios privados do Brasil tem se mantido acima de 20%, com um pico de 34%. A taxa é considerada alta (normalmente fica abaixo de 5%) e se aproxima do registrado em janeiro deste ano, quando o País enfrentou um surto da doença, com 44% de positividade nos testes. Os dados são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisou 458.514 testes de 1.º de fevereiro a 15 de outubro. A vacinação contra a gripe, principal medida de prevenção, está abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde.

Para Marcelo Bragatte, pesquisador científico do ITpS, um dos principais fatores que podem estar influenciando para o aumento dos casos de gripe é o relaxamento dos cuidados contra o contágio, como a flexibilização do uso de máscaras em decorrência da baixa nos casos de covid-19. “As pessoas estão saindo mais, se aglomerando mais e, com isso, o vírus da Influenza A também circula mais”, explica o especialista. Apesar de provocarem doenças diferentes, o coronavírus e a Influenza A, que inclui os subtipos mais comuns H1N1 e H3N3, têm semelhanças em relação à disseminação e contágio.

continua após a publicidade

O clima também pode ter levado ao aumento no número de casos da doença. Segundo o infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, o tempo frio e chuvoso que atingiu algumas regiões do Brasil nos últimos meses contribuiu para o aumento da procura por testes e também para o número de resultados positivos.

A cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza,  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A gente já tem notado, há mais ou menos dois meses, um aumento muito importante da positividade dos testes feitos no laboratório. Nós saímos de cerca de 100 notificações (de testes positivos) por semana e chegamos a 1.500″, afirma ele, citando dados do Estado de São Paulo. Nas últimas duas semanas, o número teve uma queda, mas continua alto – cerca de mil notificações por semana.

continua após a publicidade

Quem está no pronto-atendimento de hospitais vê esses aumentos na prática, mas tranquiliza ao relatar que a maioria dos casos não é grave. “A percepção que a gente tem tido é de uma busca maior pelo atendimento médico de pacientes com sintomas respiratórios, mas não vemos um aumento de internações por causa de influenza”, explica o médico infectologista João Prats, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O perigo é maior para idosos e crianças, que são mais suscetíveis à doença.

Sintomas de influenza

continua após a publicidade

Tanto o resfriado comum quanto a gripe por influenza têm sintomas respiratórios e por isso podem ser confundidos. Nesse sentido, vale se atentar à intensidade dos sintomas: a influenza tem reflexos mais intensos, tende a refletir no corpo inteiro e provocar apresentar quadros de febre.

“É comum que, na influenza, a gente sinta dor no corpo, tenha febre e fique mais derrubado do que em um resfriado comum. No resfriado comum, a gente costuma ter tosse, coriza, um pouquinho de dor de garganta, mas costuma ser leve. Já na influenza não, é um quadro geralmente mais agudo”, explica Prats.

Em relação à covid, é possível diferenciá-la da influenza pelo tempo de aparecimento e duração dos sintomas nos casos graves das doenças. “A influenza é mais rápida. Em casos mais graves da doença, a gente começa a ver uma piora do quadro clínico do paciente, como falta de ar, em 24 horas. Na covid, demora cerca de dez dias até o paciente começar a ter falta de ar e apresentar piora significativa.”

continua após a publicidade

Contaminação

Hoje, a influenza contamina mais pessoas que a covid. Considerando a totalidade dos testes positivos analisados pelo Instituto Todos pela Saúde – dos laboratórios privados parceiros do instituto –, 62,6% detectaram Influenza A; 26,5%, vírus sincicial respiratório (VSR); e 10,5%, SARS-CoV-2.

Os números são alarmantes, segundo Bragatte, porque, mesmo antes da pandemia do coronavírus, as porcentagens de positividade da influenza colhidas pelo instituto sempre foram relativamente baixas. Isso significa que, mesmo antes de as pessoas passarem a circular menos e utilizar máscaras, a gripe não atingia picos tão altos de disseminação como agora.

continua após a publicidade

Como agravante, a cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Até o momento, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2022 imunizou completamente – com duas doses ou dose única da vacina – cerca de 60 milhões de pessoas. A expectativa era de que 77 milhões de pessoas fossem imunizadas contra a doença.

Reforço na imunização

Tanto para Bragatte, quanto para Prats, o melhor caminho para se proteger contra a gripe é a vacinação, que deve ser feita de forma correta, com as doses de reforço. Como o vírus da Influenza A é um vírus de RNA, ele tem uma estrutura mais simples e suscetível a mutações do que um vírus que tem material genético de DNA. E quanto mais mutações um vírus é propenso a sofrer, maior deve ser o reforço vacinal contra ele. Por isso, a Influenza A, assim como o coronavírus, demanda vacinação anual.

continua após a publicidade

“Todos os anos são mapeadas as novas cepas do vírus da Influenza, as mais encontradas. Então, é feito um reforço na vacina para que as pessoas, ao serem novamente vacinadas, fiquem mais protegidas contra as principais variantes em circulação”, explica Bragatte.

A imunização contra Influenza deve ser feita nos postos de saúde nos períodos de campanha, divulgados pelas prefeituras. Ela é administrada para grupos elegíveis e indicada para proteger principalmente contra as complicações da doença, como pneumonias bacterianas secundárias. Idosos, gestantes, crianças e alguns profissionais têm prioridade, mas todos os cidadãos têm direito à vacina, que é gratuita.

O número de doses da vacina contra influenza e o volume são estabelecidos de acordo com a faixa etária da seguinte maneira (As informações são do portal Gov.br e da FrioCruz):

  • Crianças de 6 meses a 2 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças de 3 a 8 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos, dose única.

Dicas para prevenir infecções respiratórias causadas por vírus

  • Garantir que ambientes em que há aglomeração de pessoas contem com uma boa ventilação, mantendo portas e janelas abertas sempre que possível;
  • Principalmente para pessoas que têm mais risco de desenvolver formas mais graves de gripes e demais doenças causadas por vírus respiratórios, utilizar máscara em ambientes movimentados;
  • Higienizar as mãos sempre depois de ter contato com outras pessoas e usar o transporte público;
  • Evitar ao máximo tocar o rosto com as mãos;
  • Colocar a vacina da gripe em dia, já que o imunizante impede o desenvolvimento de episódios mais graves da doença.

Há cinco semanas, a positividade para testes de Influenza A em laboratórios privados do Brasil tem se mantido acima de 20%, com um pico de 34%. A taxa é considerada alta (normalmente fica abaixo de 5%) e se aproxima do registrado em janeiro deste ano, quando o País enfrentou um surto da doença, com 44% de positividade nos testes. Os dados são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisou 458.514 testes de 1.º de fevereiro a 15 de outubro. A vacinação contra a gripe, principal medida de prevenção, está abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde.

Para Marcelo Bragatte, pesquisador científico do ITpS, um dos principais fatores que podem estar influenciando para o aumento dos casos de gripe é o relaxamento dos cuidados contra o contágio, como a flexibilização do uso de máscaras em decorrência da baixa nos casos de covid-19. “As pessoas estão saindo mais, se aglomerando mais e, com isso, o vírus da Influenza A também circula mais”, explica o especialista. Apesar de provocarem doenças diferentes, o coronavírus e a Influenza A, que inclui os subtipos mais comuns H1N1 e H3N3, têm semelhanças em relação à disseminação e contágio.

O clima também pode ter levado ao aumento no número de casos da doença. Segundo o infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, o tempo frio e chuvoso que atingiu algumas regiões do Brasil nos últimos meses contribuiu para o aumento da procura por testes e também para o número de resultados positivos.

A cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza,  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A gente já tem notado, há mais ou menos dois meses, um aumento muito importante da positividade dos testes feitos no laboratório. Nós saímos de cerca de 100 notificações (de testes positivos) por semana e chegamos a 1.500″, afirma ele, citando dados do Estado de São Paulo. Nas últimas duas semanas, o número teve uma queda, mas continua alto – cerca de mil notificações por semana.

Quem está no pronto-atendimento de hospitais vê esses aumentos na prática, mas tranquiliza ao relatar que a maioria dos casos não é grave. “A percepção que a gente tem tido é de uma busca maior pelo atendimento médico de pacientes com sintomas respiratórios, mas não vemos um aumento de internações por causa de influenza”, explica o médico infectologista João Prats, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O perigo é maior para idosos e crianças, que são mais suscetíveis à doença.

Sintomas de influenza

Tanto o resfriado comum quanto a gripe por influenza têm sintomas respiratórios e por isso podem ser confundidos. Nesse sentido, vale se atentar à intensidade dos sintomas: a influenza tem reflexos mais intensos, tende a refletir no corpo inteiro e provocar apresentar quadros de febre.

“É comum que, na influenza, a gente sinta dor no corpo, tenha febre e fique mais derrubado do que em um resfriado comum. No resfriado comum, a gente costuma ter tosse, coriza, um pouquinho de dor de garganta, mas costuma ser leve. Já na influenza não, é um quadro geralmente mais agudo”, explica Prats.

Em relação à covid, é possível diferenciá-la da influenza pelo tempo de aparecimento e duração dos sintomas nos casos graves das doenças. “A influenza é mais rápida. Em casos mais graves da doença, a gente começa a ver uma piora do quadro clínico do paciente, como falta de ar, em 24 horas. Na covid, demora cerca de dez dias até o paciente começar a ter falta de ar e apresentar piora significativa.”

Contaminação

Hoje, a influenza contamina mais pessoas que a covid. Considerando a totalidade dos testes positivos analisados pelo Instituto Todos pela Saúde – dos laboratórios privados parceiros do instituto –, 62,6% detectaram Influenza A; 26,5%, vírus sincicial respiratório (VSR); e 10,5%, SARS-CoV-2.

Os números são alarmantes, segundo Bragatte, porque, mesmo antes da pandemia do coronavírus, as porcentagens de positividade da influenza colhidas pelo instituto sempre foram relativamente baixas. Isso significa que, mesmo antes de as pessoas passarem a circular menos e utilizar máscaras, a gripe não atingia picos tão altos de disseminação como agora.

Como agravante, a cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Até o momento, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2022 imunizou completamente – com duas doses ou dose única da vacina – cerca de 60 milhões de pessoas. A expectativa era de que 77 milhões de pessoas fossem imunizadas contra a doença.

Reforço na imunização

Tanto para Bragatte, quanto para Prats, o melhor caminho para se proteger contra a gripe é a vacinação, que deve ser feita de forma correta, com as doses de reforço. Como o vírus da Influenza A é um vírus de RNA, ele tem uma estrutura mais simples e suscetível a mutações do que um vírus que tem material genético de DNA. E quanto mais mutações um vírus é propenso a sofrer, maior deve ser o reforço vacinal contra ele. Por isso, a Influenza A, assim como o coronavírus, demanda vacinação anual.

“Todos os anos são mapeadas as novas cepas do vírus da Influenza, as mais encontradas. Então, é feito um reforço na vacina para que as pessoas, ao serem novamente vacinadas, fiquem mais protegidas contra as principais variantes em circulação”, explica Bragatte.

A imunização contra Influenza deve ser feita nos postos de saúde nos períodos de campanha, divulgados pelas prefeituras. Ela é administrada para grupos elegíveis e indicada para proteger principalmente contra as complicações da doença, como pneumonias bacterianas secundárias. Idosos, gestantes, crianças e alguns profissionais têm prioridade, mas todos os cidadãos têm direito à vacina, que é gratuita.

O número de doses da vacina contra influenza e o volume são estabelecidos de acordo com a faixa etária da seguinte maneira (As informações são do portal Gov.br e da FrioCruz):

  • Crianças de 6 meses a 2 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças de 3 a 8 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos, dose única.

Dicas para prevenir infecções respiratórias causadas por vírus

  • Garantir que ambientes em que há aglomeração de pessoas contem com uma boa ventilação, mantendo portas e janelas abertas sempre que possível;
  • Principalmente para pessoas que têm mais risco de desenvolver formas mais graves de gripes e demais doenças causadas por vírus respiratórios, utilizar máscara em ambientes movimentados;
  • Higienizar as mãos sempre depois de ter contato com outras pessoas e usar o transporte público;
  • Evitar ao máximo tocar o rosto com as mãos;
  • Colocar a vacina da gripe em dia, já que o imunizante impede o desenvolvimento de episódios mais graves da doença.

Há cinco semanas, a positividade para testes de Influenza A em laboratórios privados do Brasil tem se mantido acima de 20%, com um pico de 34%. A taxa é considerada alta (normalmente fica abaixo de 5%) e se aproxima do registrado em janeiro deste ano, quando o País enfrentou um surto da doença, com 44% de positividade nos testes. Os dados são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisou 458.514 testes de 1.º de fevereiro a 15 de outubro. A vacinação contra a gripe, principal medida de prevenção, está abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde.

Para Marcelo Bragatte, pesquisador científico do ITpS, um dos principais fatores que podem estar influenciando para o aumento dos casos de gripe é o relaxamento dos cuidados contra o contágio, como a flexibilização do uso de máscaras em decorrência da baixa nos casos de covid-19. “As pessoas estão saindo mais, se aglomerando mais e, com isso, o vírus da Influenza A também circula mais”, explica o especialista. Apesar de provocarem doenças diferentes, o coronavírus e a Influenza A, que inclui os subtipos mais comuns H1N1 e H3N3, têm semelhanças em relação à disseminação e contágio.

O clima também pode ter levado ao aumento no número de casos da doença. Segundo o infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, o tempo frio e chuvoso que atingiu algumas regiões do Brasil nos últimos meses contribuiu para o aumento da procura por testes e também para o número de resultados positivos.

A cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza,  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A gente já tem notado, há mais ou menos dois meses, um aumento muito importante da positividade dos testes feitos no laboratório. Nós saímos de cerca de 100 notificações (de testes positivos) por semana e chegamos a 1.500″, afirma ele, citando dados do Estado de São Paulo. Nas últimas duas semanas, o número teve uma queda, mas continua alto – cerca de mil notificações por semana.

Quem está no pronto-atendimento de hospitais vê esses aumentos na prática, mas tranquiliza ao relatar que a maioria dos casos não é grave. “A percepção que a gente tem tido é de uma busca maior pelo atendimento médico de pacientes com sintomas respiratórios, mas não vemos um aumento de internações por causa de influenza”, explica o médico infectologista João Prats, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O perigo é maior para idosos e crianças, que são mais suscetíveis à doença.

Sintomas de influenza

Tanto o resfriado comum quanto a gripe por influenza têm sintomas respiratórios e por isso podem ser confundidos. Nesse sentido, vale se atentar à intensidade dos sintomas: a influenza tem reflexos mais intensos, tende a refletir no corpo inteiro e provocar apresentar quadros de febre.

“É comum que, na influenza, a gente sinta dor no corpo, tenha febre e fique mais derrubado do que em um resfriado comum. No resfriado comum, a gente costuma ter tosse, coriza, um pouquinho de dor de garganta, mas costuma ser leve. Já na influenza não, é um quadro geralmente mais agudo”, explica Prats.

Em relação à covid, é possível diferenciá-la da influenza pelo tempo de aparecimento e duração dos sintomas nos casos graves das doenças. “A influenza é mais rápida. Em casos mais graves da doença, a gente começa a ver uma piora do quadro clínico do paciente, como falta de ar, em 24 horas. Na covid, demora cerca de dez dias até o paciente começar a ter falta de ar e apresentar piora significativa.”

Contaminação

Hoje, a influenza contamina mais pessoas que a covid. Considerando a totalidade dos testes positivos analisados pelo Instituto Todos pela Saúde – dos laboratórios privados parceiros do instituto –, 62,6% detectaram Influenza A; 26,5%, vírus sincicial respiratório (VSR); e 10,5%, SARS-CoV-2.

Os números são alarmantes, segundo Bragatte, porque, mesmo antes da pandemia do coronavírus, as porcentagens de positividade da influenza colhidas pelo instituto sempre foram relativamente baixas. Isso significa que, mesmo antes de as pessoas passarem a circular menos e utilizar máscaras, a gripe não atingia picos tão altos de disseminação como agora.

Como agravante, a cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Até o momento, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2022 imunizou completamente – com duas doses ou dose única da vacina – cerca de 60 milhões de pessoas. A expectativa era de que 77 milhões de pessoas fossem imunizadas contra a doença.

Reforço na imunização

Tanto para Bragatte, quanto para Prats, o melhor caminho para se proteger contra a gripe é a vacinação, que deve ser feita de forma correta, com as doses de reforço. Como o vírus da Influenza A é um vírus de RNA, ele tem uma estrutura mais simples e suscetível a mutações do que um vírus que tem material genético de DNA. E quanto mais mutações um vírus é propenso a sofrer, maior deve ser o reforço vacinal contra ele. Por isso, a Influenza A, assim como o coronavírus, demanda vacinação anual.

“Todos os anos são mapeadas as novas cepas do vírus da Influenza, as mais encontradas. Então, é feito um reforço na vacina para que as pessoas, ao serem novamente vacinadas, fiquem mais protegidas contra as principais variantes em circulação”, explica Bragatte.

A imunização contra Influenza deve ser feita nos postos de saúde nos períodos de campanha, divulgados pelas prefeituras. Ela é administrada para grupos elegíveis e indicada para proteger principalmente contra as complicações da doença, como pneumonias bacterianas secundárias. Idosos, gestantes, crianças e alguns profissionais têm prioridade, mas todos os cidadãos têm direito à vacina, que é gratuita.

O número de doses da vacina contra influenza e o volume são estabelecidos de acordo com a faixa etária da seguinte maneira (As informações são do portal Gov.br e da FrioCruz):

  • Crianças de 6 meses a 2 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças de 3 a 8 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos, dose única.

Dicas para prevenir infecções respiratórias causadas por vírus

  • Garantir que ambientes em que há aglomeração de pessoas contem com uma boa ventilação, mantendo portas e janelas abertas sempre que possível;
  • Principalmente para pessoas que têm mais risco de desenvolver formas mais graves de gripes e demais doenças causadas por vírus respiratórios, utilizar máscara em ambientes movimentados;
  • Higienizar as mãos sempre depois de ter contato com outras pessoas e usar o transporte público;
  • Evitar ao máximo tocar o rosto com as mãos;
  • Colocar a vacina da gripe em dia, já que o imunizante impede o desenvolvimento de episódios mais graves da doença.

Há cinco semanas, a positividade para testes de Influenza A em laboratórios privados do Brasil tem se mantido acima de 20%, com um pico de 34%. A taxa é considerada alta (normalmente fica abaixo de 5%) e se aproxima do registrado em janeiro deste ano, quando o País enfrentou um surto da doença, com 44% de positividade nos testes. Os dados são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que analisou 458.514 testes de 1.º de fevereiro a 15 de outubro. A vacinação contra a gripe, principal medida de prevenção, está abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde.

Para Marcelo Bragatte, pesquisador científico do ITpS, um dos principais fatores que podem estar influenciando para o aumento dos casos de gripe é o relaxamento dos cuidados contra o contágio, como a flexibilização do uso de máscaras em decorrência da baixa nos casos de covid-19. “As pessoas estão saindo mais, se aglomerando mais e, com isso, o vírus da Influenza A também circula mais”, explica o especialista. Apesar de provocarem doenças diferentes, o coronavírus e a Influenza A, que inclui os subtipos mais comuns H1N1 e H3N3, têm semelhanças em relação à disseminação e contágio.

O clima também pode ter levado ao aumento no número de casos da doença. Segundo o infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, Celso Granato, o tempo frio e chuvoso que atingiu algumas regiões do Brasil nos últimos meses contribuiu para o aumento da procura por testes e também para o número de resultados positivos.

A cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza,  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A gente já tem notado, há mais ou menos dois meses, um aumento muito importante da positividade dos testes feitos no laboratório. Nós saímos de cerca de 100 notificações (de testes positivos) por semana e chegamos a 1.500″, afirma ele, citando dados do Estado de São Paulo. Nas últimas duas semanas, o número teve uma queda, mas continua alto – cerca de mil notificações por semana.

Quem está no pronto-atendimento de hospitais vê esses aumentos na prática, mas tranquiliza ao relatar que a maioria dos casos não é grave. “A percepção que a gente tem tido é de uma busca maior pelo atendimento médico de pacientes com sintomas respiratórios, mas não vemos um aumento de internações por causa de influenza”, explica o médico infectologista João Prats, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo. O perigo é maior para idosos e crianças, que são mais suscetíveis à doença.

Sintomas de influenza

Tanto o resfriado comum quanto a gripe por influenza têm sintomas respiratórios e por isso podem ser confundidos. Nesse sentido, vale se atentar à intensidade dos sintomas: a influenza tem reflexos mais intensos, tende a refletir no corpo inteiro e provocar apresentar quadros de febre.

“É comum que, na influenza, a gente sinta dor no corpo, tenha febre e fique mais derrubado do que em um resfriado comum. No resfriado comum, a gente costuma ter tosse, coriza, um pouquinho de dor de garganta, mas costuma ser leve. Já na influenza não, é um quadro geralmente mais agudo”, explica Prats.

Em relação à covid, é possível diferenciá-la da influenza pelo tempo de aparecimento e duração dos sintomas nos casos graves das doenças. “A influenza é mais rápida. Em casos mais graves da doença, a gente começa a ver uma piora do quadro clínico do paciente, como falta de ar, em 24 horas. Na covid, demora cerca de dez dias até o paciente começar a ter falta de ar e apresentar piora significativa.”

Contaminação

Hoje, a influenza contamina mais pessoas que a covid. Considerando a totalidade dos testes positivos analisados pelo Instituto Todos pela Saúde – dos laboratórios privados parceiros do instituto –, 62,6% detectaram Influenza A; 26,5%, vírus sincicial respiratório (VSR); e 10,5%, SARS-CoV-2.

Os números são alarmantes, segundo Bragatte, porque, mesmo antes da pandemia do coronavírus, as porcentagens de positividade da influenza colhidas pelo instituto sempre foram relativamente baixas. Isso significa que, mesmo antes de as pessoas passarem a circular menos e utilizar máscaras, a gripe não atingia picos tão altos de disseminação como agora.

Como agravante, a cobertura vacinal contra a gripe está em baixa, de acordo com o Painel Influenza, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Até o momento, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza 2022 imunizou completamente – com duas doses ou dose única da vacina – cerca de 60 milhões de pessoas. A expectativa era de que 77 milhões de pessoas fossem imunizadas contra a doença.

Reforço na imunização

Tanto para Bragatte, quanto para Prats, o melhor caminho para se proteger contra a gripe é a vacinação, que deve ser feita de forma correta, com as doses de reforço. Como o vírus da Influenza A é um vírus de RNA, ele tem uma estrutura mais simples e suscetível a mutações do que um vírus que tem material genético de DNA. E quanto mais mutações um vírus é propenso a sofrer, maior deve ser o reforço vacinal contra ele. Por isso, a Influenza A, assim como o coronavírus, demanda vacinação anual.

“Todos os anos são mapeadas as novas cepas do vírus da Influenza, as mais encontradas. Então, é feito um reforço na vacina para que as pessoas, ao serem novamente vacinadas, fiquem mais protegidas contra as principais variantes em circulação”, explica Bragatte.

A imunização contra Influenza deve ser feita nos postos de saúde nos períodos de campanha, divulgados pelas prefeituras. Ela é administrada para grupos elegíveis e indicada para proteger principalmente contra as complicações da doença, como pneumonias bacterianas secundárias. Idosos, gestantes, crianças e alguns profissionais têm prioridade, mas todos os cidadãos têm direito à vacina, que é gratuita.

O número de doses da vacina contra influenza e o volume são estabelecidos de acordo com a faixa etária da seguinte maneira (As informações são do portal Gov.br e da FrioCruz):

  • Crianças de 6 meses a 2 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças de 3 a 8 anos de idade, 2 doses com intervalo mínimo de 3 semanas;
  • Crianças a partir de 9 anos de idade e adultos, dose única.

Dicas para prevenir infecções respiratórias causadas por vírus

  • Garantir que ambientes em que há aglomeração de pessoas contem com uma boa ventilação, mantendo portas e janelas abertas sempre que possível;
  • Principalmente para pessoas que têm mais risco de desenvolver formas mais graves de gripes e demais doenças causadas por vírus respiratórios, utilizar máscara em ambientes movimentados;
  • Higienizar as mãos sempre depois de ter contato com outras pessoas e usar o transporte público;
  • Evitar ao máximo tocar o rosto com as mãos;
  • Colocar a vacina da gripe em dia, já que o imunizante impede o desenvolvimento de episódios mais graves da doença.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.