No último sábado, eu estava coberta de terra, minhas costas doíam, o grito de um trilhão de cigarras soava em meus ouvidos, e, apesar dos meus melhores esforços, um queimadura de sol estava se formando na parte de trás do meu pescoço.
Eu estava no paraíso.
Ao longo do dia, plantei minha colheita de verão (uma explosão de vermelhos, roxos e amarelos), transplantei algumas mudas que florescem no outono e arranquei uma margarida que tinha crescido demais. Um vizinho ficou com a margarida e, em troca, me presenteou com alguns íris e orelha-de-cordeiro que ele precisava tirar de seu quintal.
Para mim, jardinagem é um exercício físico, meditação e oportunidade de socializar com meus vizinhos, tudo em uma atividade só. E embora eu admita estar enviesada, pesquisas apoiam algumas das minhas observações de que a jardinagem pode trazer benefícios reais para a mente e o corpo.
Jardinagem faz você se mexer
Revolver a terra, arrancar ervas daninhas e carregar um regador qualificam-se como atividades físicas de intensidade moderada. E jardineiros tendem a relatar níveis mais altos de atividade física no geral, comparados com não jardineiros.
Em um estudo recente conduzido no Colorado, por exemplo, pessoas que se juntaram a um jardim comunitário registraram quase seis minutos extras por dia de atividade física moderada a vigorosa comparadas com pessoas que estavam na lista de espera por um lote. Pode não parecer muito, mas somou cerca de 42 minutos extras por semana, conta Jill Litt, professora de saúde ambiental na Universidade do Colorado em Boulder, que liderou o estudo.
“Isso é quase 30% do caminho para atender as recomendações” de 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana, nota Litt. “As pessoas falam sobre isso como uma maneira de atender a esses objetivos e ser mais ativas sem ter que subir em uma esteira.”
Há também algumas evidências de que jardineiros, possivelmente por causa dessa atividade aumentada, têm melhor saúde cardíaco-metabólica. Um estudo com adultos mais velhos descobriu que, comparados com aqueles que não se exercitam, pessoas que fizeram da jardinagem uma de suas principais atividades físicas apresentaram taxas menores de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, diabetes, colesterol alto e pressão arterial alta.
Algumas das atividades de jardinagem mais vigorosas, como cavar, rastelar e transportar sacos de terra, também podem servir como um treino de força, desafiando os músculos dos braços, pernas e tronco.
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Nem todo estudo mostra benefícios para a saúde física da jardinagem, no entanto, isso ocorre especialmente quando as atividades são de menor intensidade ou feitas por apenas 10 ou 15 minutos. Também é possível que pessoas que escolhem a jardinagem como hobby sejam mais saudáveis e mais ativas do que não jardineiros mesmo antes de começarem.
Jardinagem faz maravilhas pelo sem bem-estar mental
Alguns estudos relatam que trabalhar em um jardim reduz as pontuações das pessoas em medidas de ansiedade e depressão; outras pesquisas encontraram aumento de confiança e autoestima entre jardineiros. Em um pequeno estudo, gastar 30 minutos jardinando baixou os níveis do hormônio do estresse cortisol.
Especialistas acreditam que há algumas maneiras possíveis de a jardinagem melhorar a saúde mental. Primeiro, a atividade física por si só é uma maneira bem estabelecida de elevar o humor.
Muitas pessoas também relatam sentir um senso de significado e propósito quando jardinam, o que é um importante contribuinte para o bem-estar.
“Trabalhando com plantas, as pessoas meio que veem onde elas se encaixam no mundo”, comenta Emilee Weaver, gerente de programa de horticultura terapêutica no Jardim Botânico da Carolina do Norte. “Elas veem porque são valiosas por causa da relação de causa e efeito que as plantas articulam de forma tão visível”.
Além disso, a jardinagem, especialmente em jardins comunitários ou de aluguel, pode ajudar as pessoas a construir conexões sociais e combater a solidão. No estudo do Colorado, os participantes falaram sobre os relacionamentos que desenvolveram e disseram que se sentiram mais ligados à sua comunidade através da jardinagem.
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“Eles estão fomentando conexão social. Eles estão se envolvendo mais”, diz Litt. “Eles falam sobre senso de pertencimento. Eles falam sobre aprendizado compartilhado. Todos esses processos são realmente importantes para a saúde mental.”
Se você faz jardinagem em casa, colocar um canteiro no quintal da frente em vez do fundo poderia igualmente estimular conversas e unir vizinhos, ela acrescentou.
É possível que o ato de sujar as mãos também possa ter um efeito positivo no seu humor. Há algumas pesquisas sugerindo que bactérias no solo podem alterar o microbioma de uma maneira que reduz o estresse e a inflamação.
Se brincar na terra não é a sua praia, apenas estar ao ar livre em um ambiente natural pode proporcionar alívio do estresse e ajudar as pessoas a se recuperarem da fadiga mental, informa Carly Wood, professora sênior em ciência do esporte e exercício na Universidade de Essex na Inglaterra, que pesquisa os benefícios para a saúde mental de intervenções baseadas na natureza, incluindo a jardinagem.
Isso pode ocorrer porque estar na natureza ativa a mente e os sentidos de uma maneira que tira sua atenção de outras coisas. “Ambientes naturais são fascinantes”, fala Wood. “Todas as suas características nos envolvem inerentemente e meio que nos distraem, de certa forma, de nossos estressores.”
E você não precisa passar o dia todo ao ar livre para colher os benefícios, observa. “Cinco minutos são suficientes para melhorar sua autoestima e seu humor.”
c.2024 The New York Times Company
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