Sem olfato ou paladar para sempre: Fabi Saad conta como isso mudou sua vida


Um acidente levou-a a perder dois sentidos vitais, mas sua capacidade de adaptação a fez perceber que tudo na vida se encaixa

Por Ana Lourenço

“A primeira coisa que me vem à mente quando eu penso no que me aconteceu é que realmente o ser humano é um ser que se adapta”, conta a empresária Fabi Saad

Aos 29 anos, ela sofreu um traumatismo craniano durante um assalto em Trancoso, na Bahia. Ao ser empurrada pelo assaltante, bateu a cabeça em uma pedra. Dias depois, descobriu que o crânio tinha fraturas em três lugares diferentes. “Eu me lembro do dia em que estava no hospital e o médico me falou que eu nunca mais ia sentir o sabor nem o cheiro de nada”, diz ela que teve a perda total de seu olfato e do paladar de maneira irreversível.

Hoje, as consequências do acidente ainda fazem parte do seu dia a dia, mas também a incentivam a se jogar naquilo em que acredita. “Me ajudou a ter menos medo, porque a vida é feita de altos e baixos e a gente se ajusta.”

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Fabi: mãe, empresária, empreendedora e podcaster, ela luta para a mulher ter mais espaço na sociedade Foto: Felipe Rau/Estadão

Em 2014, o ano de Fabi Saad começou em meio a hospitais.“No começo foi um pânico, mas hoje não é algo que me traga tristeza ou angústia”, conta.“Eu dei um azar danado, mas, ao mesmo tempo, dei sorte porque não afetou minha cognição. Eu consigo trabalhar, consigo viver uma vida normal, então acho que tenho de ser grata por isso”, reflete.

Mas, muito antes de saber das consequências do acidente, Fabi se sentiu invalidada pelos próprios profissionais que cuidaram dela. “Como era uma festa de ano-novo, os enfermeiros não acreditavam que eu tinha caído, mas sim que eu tinha bebido. Tive a sensação de que eu precisava me provar em tudo; que não respeitavam a minha dor ou a minha palavra.”

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Com o tempo, ela passou a se adaptar às deficiências e a descobrir outros prazeres no comer – tal como a textura ou a acidez de um vinho, por exemplo. “Eu sinto os sabores primários na língua, sei se algo é doce, se é salgado, se é azedo ou se é apimentado. Mas quando como uma torta salgada, não sei se é de curry, de frango ou de peixe.” 

INSEGURANÇA

Com a chegada dos filhos, tornou-se novamente uma insegurança não sentir cheiros e gostos. “É um tema que vai e vem na minha vida, né? Na época em que meus filhos nasceram, eu fiquei um pouco chateada com a história do cheirinho de bebê, que todo estranho vinha me falar que era gostoso. E, às vezes, me preocupa o fato de eu não sentir cheiro de gás, por exemplo, e de não reconhecer se uma comida está estragada ou não”, conta.

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No entanto, de acordo com ela, não se pode entrar em uma espiral negativa. “Você fica mais insegura, mais nervosa e, com isso, mais emotiva e então perde a racionalidade e não consegue negociar bem, porque, para conseguir ser uma mulher de negócios bem-sucedida, você precisa manter a sua calma e lucidez”, diz.

“É normal sentir insegurança. É normal se sentir incapaz. Mas é preciso seguir em frente, respeitando seus objetivos, sua ética e focando em ser uma versão melhor a cada dia.”

A motivação foi levada por Fabi para seus projetos profissionais. “Eu sempre tive essa vontade de fazer, de transformar, mas antes eu tinha muito medo de dar errado. E eu acho que o acidente me ensinou que a gente vai se adaptando na vida. E tudo bem você errar, acontece.”

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É normal sentir insegurança, mas é preciso seguir em frente, focando em ser uma versão melhor a cada dia

Fabi Saad, empresária

Mãe, empresária, empreendedora, podcaster, Fabi diz que sempre lutou para que as mulheres tivessem mais espaço na sociedade. “A causa da minha vida sempre foi a de gênero”, avisa. Ela publicou três livros sobre temas relacionados à mulher e é responsável pela plataforma SOS Mulher, em parceria com o governo do Estado de São Paulo. 

PRECONCEITO

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“Desde pequena, senti que havia preconceito em relação a uma pessoa simplesmente por ela ser mulher. E, quando comecei a estudar e entender que era algo cultural, comecei a falar sobre o assunto”, explica ela, que escreve há anos sobre o tema – teve até um blog no Estadão que durou até 2019, o Mulheres Positivas. 

“O meu objetivo era ajudar as mulheres. Queria trazer outros modelos de referência que não aqueles da capa de revista e queria desenvolver produtos e serviços que pudessem ajudá-la em seu dia a dia”, resume.

'Lembro do dia em que estava no hospitale o médico falouque eu nunca maissentiria sabor nem cheiro de nada', conta ela para o Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão
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Um patrocinador gostou da ideia e decidiu investir em um aplicativo com o pilar de gênero, o que impulsionou a criação da plataforma Mulheres Positivas em 2010. O espaço oferece cursos, vídeos de capacitação, histórias inspiradoras e oferta de vagas no mercado de trabalho em todo o Brasil. A estimativa é que os serviços já tenham impactado 25 milhões de mulheres. “Eu sempre quis que ele se tornasse um movimento, um ecossistema de produtos e serviços independentes que possam ajudar a mulher.”

“A primeira coisa que me vem à mente quando eu penso no que me aconteceu é que realmente o ser humano é um ser que se adapta”, conta a empresária Fabi Saad

Aos 29 anos, ela sofreu um traumatismo craniano durante um assalto em Trancoso, na Bahia. Ao ser empurrada pelo assaltante, bateu a cabeça em uma pedra. Dias depois, descobriu que o crânio tinha fraturas em três lugares diferentes. “Eu me lembro do dia em que estava no hospital e o médico me falou que eu nunca mais ia sentir o sabor nem o cheiro de nada”, diz ela que teve a perda total de seu olfato e do paladar de maneira irreversível.

Hoje, as consequências do acidente ainda fazem parte do seu dia a dia, mas também a incentivam a se jogar naquilo em que acredita. “Me ajudou a ter menos medo, porque a vida é feita de altos e baixos e a gente se ajusta.”

Fabi: mãe, empresária, empreendedora e podcaster, ela luta para a mulher ter mais espaço na sociedade Foto: Felipe Rau/Estadão

Em 2014, o ano de Fabi Saad começou em meio a hospitais.“No começo foi um pânico, mas hoje não é algo que me traga tristeza ou angústia”, conta.“Eu dei um azar danado, mas, ao mesmo tempo, dei sorte porque não afetou minha cognição. Eu consigo trabalhar, consigo viver uma vida normal, então acho que tenho de ser grata por isso”, reflete.

Mas, muito antes de saber das consequências do acidente, Fabi se sentiu invalidada pelos próprios profissionais que cuidaram dela. “Como era uma festa de ano-novo, os enfermeiros não acreditavam que eu tinha caído, mas sim que eu tinha bebido. Tive a sensação de que eu precisava me provar em tudo; que não respeitavam a minha dor ou a minha palavra.”

Com o tempo, ela passou a se adaptar às deficiências e a descobrir outros prazeres no comer – tal como a textura ou a acidez de um vinho, por exemplo. “Eu sinto os sabores primários na língua, sei se algo é doce, se é salgado, se é azedo ou se é apimentado. Mas quando como uma torta salgada, não sei se é de curry, de frango ou de peixe.” 

INSEGURANÇA

Com a chegada dos filhos, tornou-se novamente uma insegurança não sentir cheiros e gostos. “É um tema que vai e vem na minha vida, né? Na época em que meus filhos nasceram, eu fiquei um pouco chateada com a história do cheirinho de bebê, que todo estranho vinha me falar que era gostoso. E, às vezes, me preocupa o fato de eu não sentir cheiro de gás, por exemplo, e de não reconhecer se uma comida está estragada ou não”, conta.

No entanto, de acordo com ela, não se pode entrar em uma espiral negativa. “Você fica mais insegura, mais nervosa e, com isso, mais emotiva e então perde a racionalidade e não consegue negociar bem, porque, para conseguir ser uma mulher de negócios bem-sucedida, você precisa manter a sua calma e lucidez”, diz.

“É normal sentir insegurança. É normal se sentir incapaz. Mas é preciso seguir em frente, respeitando seus objetivos, sua ética e focando em ser uma versão melhor a cada dia.”

A motivação foi levada por Fabi para seus projetos profissionais. “Eu sempre tive essa vontade de fazer, de transformar, mas antes eu tinha muito medo de dar errado. E eu acho que o acidente me ensinou que a gente vai se adaptando na vida. E tudo bem você errar, acontece.”

É normal sentir insegurança, mas é preciso seguir em frente, focando em ser uma versão melhor a cada dia

Fabi Saad, empresária

Mãe, empresária, empreendedora, podcaster, Fabi diz que sempre lutou para que as mulheres tivessem mais espaço na sociedade. “A causa da minha vida sempre foi a de gênero”, avisa. Ela publicou três livros sobre temas relacionados à mulher e é responsável pela plataforma SOS Mulher, em parceria com o governo do Estado de São Paulo. 

PRECONCEITO

“Desde pequena, senti que havia preconceito em relação a uma pessoa simplesmente por ela ser mulher. E, quando comecei a estudar e entender que era algo cultural, comecei a falar sobre o assunto”, explica ela, que escreve há anos sobre o tema – teve até um blog no Estadão que durou até 2019, o Mulheres Positivas. 

“O meu objetivo era ajudar as mulheres. Queria trazer outros modelos de referência que não aqueles da capa de revista e queria desenvolver produtos e serviços que pudessem ajudá-la em seu dia a dia”, resume.

'Lembro do dia em que estava no hospitale o médico falouque eu nunca maissentiria sabor nem cheiro de nada', conta ela para o Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Um patrocinador gostou da ideia e decidiu investir em um aplicativo com o pilar de gênero, o que impulsionou a criação da plataforma Mulheres Positivas em 2010. O espaço oferece cursos, vídeos de capacitação, histórias inspiradoras e oferta de vagas no mercado de trabalho em todo o Brasil. A estimativa é que os serviços já tenham impactado 25 milhões de mulheres. “Eu sempre quis que ele se tornasse um movimento, um ecossistema de produtos e serviços independentes que possam ajudar a mulher.”

“A primeira coisa que me vem à mente quando eu penso no que me aconteceu é que realmente o ser humano é um ser que se adapta”, conta a empresária Fabi Saad

Aos 29 anos, ela sofreu um traumatismo craniano durante um assalto em Trancoso, na Bahia. Ao ser empurrada pelo assaltante, bateu a cabeça em uma pedra. Dias depois, descobriu que o crânio tinha fraturas em três lugares diferentes. “Eu me lembro do dia em que estava no hospital e o médico me falou que eu nunca mais ia sentir o sabor nem o cheiro de nada”, diz ela que teve a perda total de seu olfato e do paladar de maneira irreversível.

Hoje, as consequências do acidente ainda fazem parte do seu dia a dia, mas também a incentivam a se jogar naquilo em que acredita. “Me ajudou a ter menos medo, porque a vida é feita de altos e baixos e a gente se ajusta.”

Fabi: mãe, empresária, empreendedora e podcaster, ela luta para a mulher ter mais espaço na sociedade Foto: Felipe Rau/Estadão

Em 2014, o ano de Fabi Saad começou em meio a hospitais.“No começo foi um pânico, mas hoje não é algo que me traga tristeza ou angústia”, conta.“Eu dei um azar danado, mas, ao mesmo tempo, dei sorte porque não afetou minha cognição. Eu consigo trabalhar, consigo viver uma vida normal, então acho que tenho de ser grata por isso”, reflete.

Mas, muito antes de saber das consequências do acidente, Fabi se sentiu invalidada pelos próprios profissionais que cuidaram dela. “Como era uma festa de ano-novo, os enfermeiros não acreditavam que eu tinha caído, mas sim que eu tinha bebido. Tive a sensação de que eu precisava me provar em tudo; que não respeitavam a minha dor ou a minha palavra.”

Com o tempo, ela passou a se adaptar às deficiências e a descobrir outros prazeres no comer – tal como a textura ou a acidez de um vinho, por exemplo. “Eu sinto os sabores primários na língua, sei se algo é doce, se é salgado, se é azedo ou se é apimentado. Mas quando como uma torta salgada, não sei se é de curry, de frango ou de peixe.” 

INSEGURANÇA

Com a chegada dos filhos, tornou-se novamente uma insegurança não sentir cheiros e gostos. “É um tema que vai e vem na minha vida, né? Na época em que meus filhos nasceram, eu fiquei um pouco chateada com a história do cheirinho de bebê, que todo estranho vinha me falar que era gostoso. E, às vezes, me preocupa o fato de eu não sentir cheiro de gás, por exemplo, e de não reconhecer se uma comida está estragada ou não”, conta.

No entanto, de acordo com ela, não se pode entrar em uma espiral negativa. “Você fica mais insegura, mais nervosa e, com isso, mais emotiva e então perde a racionalidade e não consegue negociar bem, porque, para conseguir ser uma mulher de negócios bem-sucedida, você precisa manter a sua calma e lucidez”, diz.

“É normal sentir insegurança. É normal se sentir incapaz. Mas é preciso seguir em frente, respeitando seus objetivos, sua ética e focando em ser uma versão melhor a cada dia.”

A motivação foi levada por Fabi para seus projetos profissionais. “Eu sempre tive essa vontade de fazer, de transformar, mas antes eu tinha muito medo de dar errado. E eu acho que o acidente me ensinou que a gente vai se adaptando na vida. E tudo bem você errar, acontece.”

É normal sentir insegurança, mas é preciso seguir em frente, focando em ser uma versão melhor a cada dia

Fabi Saad, empresária

Mãe, empresária, empreendedora, podcaster, Fabi diz que sempre lutou para que as mulheres tivessem mais espaço na sociedade. “A causa da minha vida sempre foi a de gênero”, avisa. Ela publicou três livros sobre temas relacionados à mulher e é responsável pela plataforma SOS Mulher, em parceria com o governo do Estado de São Paulo. 

PRECONCEITO

“Desde pequena, senti que havia preconceito em relação a uma pessoa simplesmente por ela ser mulher. E, quando comecei a estudar e entender que era algo cultural, comecei a falar sobre o assunto”, explica ela, que escreve há anos sobre o tema – teve até um blog no Estadão que durou até 2019, o Mulheres Positivas. 

“O meu objetivo era ajudar as mulheres. Queria trazer outros modelos de referência que não aqueles da capa de revista e queria desenvolver produtos e serviços que pudessem ajudá-la em seu dia a dia”, resume.

'Lembro do dia em que estava no hospitale o médico falouque eu nunca maissentiria sabor nem cheiro de nada', conta ela para o Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Um patrocinador gostou da ideia e decidiu investir em um aplicativo com o pilar de gênero, o que impulsionou a criação da plataforma Mulheres Positivas em 2010. O espaço oferece cursos, vídeos de capacitação, histórias inspiradoras e oferta de vagas no mercado de trabalho em todo o Brasil. A estimativa é que os serviços já tenham impactado 25 milhões de mulheres. “Eu sempre quis que ele se tornasse um movimento, um ecossistema de produtos e serviços independentes que possam ajudar a mulher.”

“A primeira coisa que me vem à mente quando eu penso no que me aconteceu é que realmente o ser humano é um ser que se adapta”, conta a empresária Fabi Saad

Aos 29 anos, ela sofreu um traumatismo craniano durante um assalto em Trancoso, na Bahia. Ao ser empurrada pelo assaltante, bateu a cabeça em uma pedra. Dias depois, descobriu que o crânio tinha fraturas em três lugares diferentes. “Eu me lembro do dia em que estava no hospital e o médico me falou que eu nunca mais ia sentir o sabor nem o cheiro de nada”, diz ela que teve a perda total de seu olfato e do paladar de maneira irreversível.

Hoje, as consequências do acidente ainda fazem parte do seu dia a dia, mas também a incentivam a se jogar naquilo em que acredita. “Me ajudou a ter menos medo, porque a vida é feita de altos e baixos e a gente se ajusta.”

Fabi: mãe, empresária, empreendedora e podcaster, ela luta para a mulher ter mais espaço na sociedade Foto: Felipe Rau/Estadão

Em 2014, o ano de Fabi Saad começou em meio a hospitais.“No começo foi um pânico, mas hoje não é algo que me traga tristeza ou angústia”, conta.“Eu dei um azar danado, mas, ao mesmo tempo, dei sorte porque não afetou minha cognição. Eu consigo trabalhar, consigo viver uma vida normal, então acho que tenho de ser grata por isso”, reflete.

Mas, muito antes de saber das consequências do acidente, Fabi se sentiu invalidada pelos próprios profissionais que cuidaram dela. “Como era uma festa de ano-novo, os enfermeiros não acreditavam que eu tinha caído, mas sim que eu tinha bebido. Tive a sensação de que eu precisava me provar em tudo; que não respeitavam a minha dor ou a minha palavra.”

Com o tempo, ela passou a se adaptar às deficiências e a descobrir outros prazeres no comer – tal como a textura ou a acidez de um vinho, por exemplo. “Eu sinto os sabores primários na língua, sei se algo é doce, se é salgado, se é azedo ou se é apimentado. Mas quando como uma torta salgada, não sei se é de curry, de frango ou de peixe.” 

INSEGURANÇA

Com a chegada dos filhos, tornou-se novamente uma insegurança não sentir cheiros e gostos. “É um tema que vai e vem na minha vida, né? Na época em que meus filhos nasceram, eu fiquei um pouco chateada com a história do cheirinho de bebê, que todo estranho vinha me falar que era gostoso. E, às vezes, me preocupa o fato de eu não sentir cheiro de gás, por exemplo, e de não reconhecer se uma comida está estragada ou não”, conta.

No entanto, de acordo com ela, não se pode entrar em uma espiral negativa. “Você fica mais insegura, mais nervosa e, com isso, mais emotiva e então perde a racionalidade e não consegue negociar bem, porque, para conseguir ser uma mulher de negócios bem-sucedida, você precisa manter a sua calma e lucidez”, diz.

“É normal sentir insegurança. É normal se sentir incapaz. Mas é preciso seguir em frente, respeitando seus objetivos, sua ética e focando em ser uma versão melhor a cada dia.”

A motivação foi levada por Fabi para seus projetos profissionais. “Eu sempre tive essa vontade de fazer, de transformar, mas antes eu tinha muito medo de dar errado. E eu acho que o acidente me ensinou que a gente vai se adaptando na vida. E tudo bem você errar, acontece.”

É normal sentir insegurança, mas é preciso seguir em frente, focando em ser uma versão melhor a cada dia

Fabi Saad, empresária

Mãe, empresária, empreendedora, podcaster, Fabi diz que sempre lutou para que as mulheres tivessem mais espaço na sociedade. “A causa da minha vida sempre foi a de gênero”, avisa. Ela publicou três livros sobre temas relacionados à mulher e é responsável pela plataforma SOS Mulher, em parceria com o governo do Estado de São Paulo. 

PRECONCEITO

“Desde pequena, senti que havia preconceito em relação a uma pessoa simplesmente por ela ser mulher. E, quando comecei a estudar e entender que era algo cultural, comecei a falar sobre o assunto”, explica ela, que escreve há anos sobre o tema – teve até um blog no Estadão que durou até 2019, o Mulheres Positivas. 

“O meu objetivo era ajudar as mulheres. Queria trazer outros modelos de referência que não aqueles da capa de revista e queria desenvolver produtos e serviços que pudessem ajudá-la em seu dia a dia”, resume.

'Lembro do dia em que estava no hospitale o médico falouque eu nunca maissentiria sabor nem cheiro de nada', conta ela para o Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Um patrocinador gostou da ideia e decidiu investir em um aplicativo com o pilar de gênero, o que impulsionou a criação da plataforma Mulheres Positivas em 2010. O espaço oferece cursos, vídeos de capacitação, histórias inspiradoras e oferta de vagas no mercado de trabalho em todo o Brasil. A estimativa é que os serviços já tenham impactado 25 milhões de mulheres. “Eu sempre quis que ele se tornasse um movimento, um ecossistema de produtos e serviços independentes que possam ajudar a mulher.”

“A primeira coisa que me vem à mente quando eu penso no que me aconteceu é que realmente o ser humano é um ser que se adapta”, conta a empresária Fabi Saad

Aos 29 anos, ela sofreu um traumatismo craniano durante um assalto em Trancoso, na Bahia. Ao ser empurrada pelo assaltante, bateu a cabeça em uma pedra. Dias depois, descobriu que o crânio tinha fraturas em três lugares diferentes. “Eu me lembro do dia em que estava no hospital e o médico me falou que eu nunca mais ia sentir o sabor nem o cheiro de nada”, diz ela que teve a perda total de seu olfato e do paladar de maneira irreversível.

Hoje, as consequências do acidente ainda fazem parte do seu dia a dia, mas também a incentivam a se jogar naquilo em que acredita. “Me ajudou a ter menos medo, porque a vida é feita de altos e baixos e a gente se ajusta.”

Fabi: mãe, empresária, empreendedora e podcaster, ela luta para a mulher ter mais espaço na sociedade Foto: Felipe Rau/Estadão

Em 2014, o ano de Fabi Saad começou em meio a hospitais.“No começo foi um pânico, mas hoje não é algo que me traga tristeza ou angústia”, conta.“Eu dei um azar danado, mas, ao mesmo tempo, dei sorte porque não afetou minha cognição. Eu consigo trabalhar, consigo viver uma vida normal, então acho que tenho de ser grata por isso”, reflete.

Mas, muito antes de saber das consequências do acidente, Fabi se sentiu invalidada pelos próprios profissionais que cuidaram dela. “Como era uma festa de ano-novo, os enfermeiros não acreditavam que eu tinha caído, mas sim que eu tinha bebido. Tive a sensação de que eu precisava me provar em tudo; que não respeitavam a minha dor ou a minha palavra.”

Com o tempo, ela passou a se adaptar às deficiências e a descobrir outros prazeres no comer – tal como a textura ou a acidez de um vinho, por exemplo. “Eu sinto os sabores primários na língua, sei se algo é doce, se é salgado, se é azedo ou se é apimentado. Mas quando como uma torta salgada, não sei se é de curry, de frango ou de peixe.” 

INSEGURANÇA

Com a chegada dos filhos, tornou-se novamente uma insegurança não sentir cheiros e gostos. “É um tema que vai e vem na minha vida, né? Na época em que meus filhos nasceram, eu fiquei um pouco chateada com a história do cheirinho de bebê, que todo estranho vinha me falar que era gostoso. E, às vezes, me preocupa o fato de eu não sentir cheiro de gás, por exemplo, e de não reconhecer se uma comida está estragada ou não”, conta.

No entanto, de acordo com ela, não se pode entrar em uma espiral negativa. “Você fica mais insegura, mais nervosa e, com isso, mais emotiva e então perde a racionalidade e não consegue negociar bem, porque, para conseguir ser uma mulher de negócios bem-sucedida, você precisa manter a sua calma e lucidez”, diz.

“É normal sentir insegurança. É normal se sentir incapaz. Mas é preciso seguir em frente, respeitando seus objetivos, sua ética e focando em ser uma versão melhor a cada dia.”

A motivação foi levada por Fabi para seus projetos profissionais. “Eu sempre tive essa vontade de fazer, de transformar, mas antes eu tinha muito medo de dar errado. E eu acho que o acidente me ensinou que a gente vai se adaptando na vida. E tudo bem você errar, acontece.”

É normal sentir insegurança, mas é preciso seguir em frente, focando em ser uma versão melhor a cada dia

Fabi Saad, empresária

Mãe, empresária, empreendedora, podcaster, Fabi diz que sempre lutou para que as mulheres tivessem mais espaço na sociedade. “A causa da minha vida sempre foi a de gênero”, avisa. Ela publicou três livros sobre temas relacionados à mulher e é responsável pela plataforma SOS Mulher, em parceria com o governo do Estado de São Paulo. 

PRECONCEITO

“Desde pequena, senti que havia preconceito em relação a uma pessoa simplesmente por ela ser mulher. E, quando comecei a estudar e entender que era algo cultural, comecei a falar sobre o assunto”, explica ela, que escreve há anos sobre o tema – teve até um blog no Estadão que durou até 2019, o Mulheres Positivas. 

“O meu objetivo era ajudar as mulheres. Queria trazer outros modelos de referência que não aqueles da capa de revista e queria desenvolver produtos e serviços que pudessem ajudá-la em seu dia a dia”, resume.

'Lembro do dia em que estava no hospitale o médico falouque eu nunca maissentiria sabor nem cheiro de nada', conta ela para o Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Um patrocinador gostou da ideia e decidiu investir em um aplicativo com o pilar de gênero, o que impulsionou a criação da plataforma Mulheres Positivas em 2010. O espaço oferece cursos, vídeos de capacitação, histórias inspiradoras e oferta de vagas no mercado de trabalho em todo o Brasil. A estimativa é que os serviços já tenham impactado 25 milhões de mulheres. “Eu sempre quis que ele se tornasse um movimento, um ecossistema de produtos e serviços independentes que possam ajudar a mulher.”

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