Lente de contato dental: O que é e quais os riscos dessa moda entre famosos


Procedimento é indicado para correções de pequeno porte, mas vem sendo realizado de forma indiscriminada; saiba quando fazer e quais os valores

Por Kátia Arima

Ter um sorriso branco e alinhado era um sonho da publicitária Monyse Garcia, de 28 anos. No Instagram, ela cobiçava os dentes das celebridades e influenciadores. Por mais de um ano, a jovem juntou dinheiro para colocar lentes de contato dentais, próteses superfinas de cerâmica (porcelana), que dão novo visual aos dentes. “Confiei em um especialista que assinava sorrisos de vários famosos, mas tive meus dentes lixados excessivamente e não gostei do resultado. Me senti horrível por três anos, depois aceitei. Mas não faria novamente”, diz ela, que colocou as lentes em 12 dentes, em 2018, por R$ 14 mil.

Monyse teve de voltar ao consultório por causa de quedas de três lentes e para diminuir o tamanho dos dentes. “Muitos influenciadores fazem parceria com os dentistas e exibem seus dentes, mas omitem informações. Há muita propaganda enganosa e gostaria de ter sido alertada.”

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A indicação indiscriminada de lentes de contato ou de facetas de resina é um problema na odontologia, afirma Míriam Lacalle Turbino, professora de Dentística da USP. Segundo ela, o procedimento é para correções de pequeno porte, tanto de cor quanto de alinhamento, desde que não haja necessidade de procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos.

“A má indicação ou negligência na execução, como o uso excessivo de material ou de técnicas inadequadas, geram problemas gengivais e dentais graves, podendo ocasionar até perdas dentais”, adverte. Na hora de escolher um profissional, vale averiguar o seu conhecimento científico e clínico e não os likes nas redes sociais. Profissionais que fazem a indicação inadequada, diz ela, atraem interessados numa solução estética rápida, quando muitas vezes poderiam ser opções mais conservadoras, como o clareamento dental.

“Em muitos casos, é mais prudente e menos invasiva a ortodontia prévia antes de colocar lentes. Absurdos são vistos em redes sociais, maquiando problemas severos de má oclusão que podem gerar danos às gengivas e articulações temporomandibulares (ATM) do paciente”, diz o ortodontista Basilio Bernal.

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"Quando vi meus dentes disse 'uau!", conta Regiane, que ficou satisfeita com o procedimento Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É preciso desgastar os dentes para colocar lente de contato?

Quando devidamente indicadas, as lentes têm alta satisfação, afirma Paulo Vicente Rocha, professor de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Ele explica que esse procedimento pode ir além da estética e ser aplicado quando os dentes estão desgastados - como no bruxismo, condição que causa faz ranger e apertar os dentes no sono.

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“Neste caso, se a pressão continua, a faceta ou lente pode ser quebrada, mas é melhor do que desgastar o dente natural”, afirma. Lentes e facetas podem ser também um complemento ao tratamento ortodôntico, para melhoria de pequenas oclusões dentais, que é o contato entre dentes superiores e inferiores.

A atleta de fisiculturismo Cassiane Garcia Goldberg, de 29 anos, afirma que está satisfeita com as lentes. Quando sobe no palco, chama atenção não só pelos seus músculos, mas também pelo sorriso. “Sempre sou elogiada pelos árbitros por isso. Amo meu sorriso, pois ficou natural”, diz ela, que passou pelo procedimento há 3 anos.

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Cassiane tinha restauração em resina em seu dente quebrado - o que a incomodava - e via nas lentes uma solução. Avaliou os portfólios de dentistas em busca de resultados naturais. O procedimento, diz, não foi dolorido e agora não há cuidados especiais. “Nunca quebraram e não preciso evitar nenhum alimento. Faço apenas visita periódica ao dentista para limpeza que todos deveriam fazer”, diz ela, que gastou R$ 17,6 mil para tratar oito dentes superiores.

O que é melhor: facetas ou lentes de contato?

Usadas com o mesmo objetivo, de mudar formato e (ou) cores dos dentes, a lente de contato de cerâmica e a faceta de resina composta são procedimentos que usam técnicas e materiais diferentes, com impacto no resultado e no preço. Facetas de resina têm custo mais baixo do que as lentes, são feitas diretamente na boca, de material plástico. Já a lente é feita por um técnico, que geralmente usa cerâmica (porcelana), o que permite prótese mais fina que a de resina.

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A resina é um material que se degrada mais: absorve coloração e perde brilho, diferentemente da cerâmica. “Em 5 ou 6 anos, quem consome alimentos muito pigmentados, como o vinho, pode perceber alterações na coloração da resina”, diz o professor da UFBA.

Para encaixar as lentes ou facetas de resina, o desgaste geralmente é necessário, mas costuma ser mínimo, diz Rocha. A exceção é para dentes escurecidos, já que é preciso de prótese com maior espessura para trocar a cor. “É como uma parede pintada de vermelho que quero que fique branca”, compara.

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Para mascarar um dente escuro, lentes são melhores, pois podem ser mais opacas que a resina, diz o cirurgião-dentista Élcio Yamamoto, especialista em próteses e implantes, que faz os dois procedimentos na clínica Matys, em São Paulo. “Mas a procura maior é pela faceta de resina por causa do preço mais baixo.”

Yamamoto observa que a demanda das lentes e facetas vêm de quem quer seguir a tendência dos sorrisos dos famosos, mas também dos que têm vergonha de mostrar os dentes, por serem pequenos demais, escuros ou manchados. “São problemas estéticos que têm impacto na autoestima. Geralmente, elas querem um resultado natural, que não fique tão perceptível, mas bonito.”

Um novo sorriso na tela do computador

“A aplicação da faceta de resina é mais cansativa para o paciente e para o profissional, geralmente leva uma tarde toda”, diz Yamamoto. Se o paciente opta pela lente de contato dental, geralmente as próteses são esculpidas por uma máquina. “A confecção digital oferece vantagens como mais rapidez para confecção e previsibilidade entre o planejamento e o resultado final na boca.”

Antes do procedimento, os pacientes de Yamamoto têm seus dentes escaneados e passam por sessão de fotos e vídeos. Por meio de um aplicativo, é possível escolher formatos e cor dos dentes e ver a simulação do novo sorriso na tela do computador.

O dentista Marcelo Kyrillos durante aplicação de lentes de contato dentais  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A parte mais difícil do procedimento estético é a comunicação. É importante entender a referência do paciente e o software permite isso”, diz. Além da simulação digital, Yamamoto faz um “test drive” do novo sorriso, com uma prótese provisória, para que o paciente experimente por uns dias o novo visual, compartilhando a experiência com amigos e familiares. “Quem pega profissional que diz ‘pode confiar que vai ficar bonito’ pode levar susto quando o procedimento termina.”

No ano passado, a servidora pública Luane Almeida, de 29 anos, passou por esse incômodo: após 11 horas de procedimento, divididas em três consultas para colocar as facetas de resina em seis dentes superiores, não gostou do que viu no espelho. “Ficou artificial. Os dentes eram lisos, sem textura.”

Antes da transformação, ela pouco conversou a respeito com a dentista, que estava tratando suas cáries. “Eu disse que queria colocar as facetas de resina para ter dentes mais claros, maiores e que não queria desgastes. Ela disse que meu sorriso era bonito e que eu não precisava disso, mas achava que meus dentes eram pequenos e amarelados e eu estava influenciada pelo que via no Instagram.”

“É como reformar uma casa: pintar e decorar é a última fase”

Descontente, decidiu reformar as facetas. “Procurei uma especialista em janeiro, que me explicou que a outra dentista havia colocado resina demais, o que havia deixado espaço entre a gengiva que acumulava sujeira e causava inflamação”, diz Luane. Ela ficou satisfeita com a estética, mas confessa que não faria novamente, pois tem medo de morder comidas mais duras e de beber líquidos que amarelam a resina. “Desde janeiro, a faceta já quebrou duas vezes, me sinto refém.”

A corretora de imóveis Regiane Novello, de 38 anos, teve experiência positiva. Depois de colocar lentes dentais em março, se sentiu mais bonita e confiante. “Quando vi meus dentes, disse: ‘uau!’ Foi um impacto positivo, apesar do estranhamento de me ver diferente.” Gastou R$ 120 mil nas lentes em todos os dentes inferiores e metade dos superiores. “Meus dentes de baixo eram pequenos e precisava ajustar a mordida.”

Antes, Regiane passou por uma maratona odontológica. Por indicação de uma amiga, em 2017, procurou a clínica Ateliê Oral, em São Paulo, para investigar uma enxaqueca. “Vivia desanimada, cansada e irritada, tomando muitos remédios.” Depois da bateria de exames, ela se submeteu a um tratamento ortodôntico e a três cirurgias.

“Eles me mostraram um planejamento de tratamento que não seria curto”, diz. Mas ganharam a confiança dela, diz a paciente, ao mostrarem que não queriam acelerar o processo para fazer o tratamento estético.” Apesar de nunca ter cogitado lentes, Regiane mudou de ideia ao ver a simulação na clínica. “Tinha medo de que o resultado ficasse artificial.”

A maioria dos que procuram lentes no Ateliê Oral precisa passar antes pela ortodontia, afirma o diretor da clínica, o dentista Marcelo Kyrillos, que coordenou o caso de Regiane - e de muitas celebridades. “Primeiro vem a odontologia curativa, antes da estética. Não há atalhos. Como na reforma da casa: pintar e decorar é a última fase. Antes, é preciso ver se há problemas elétricos, com hidráulica, bolor, se os pilares estão firmes”, compara.

"Não quero estragar o dente passando a broca, o material artificial não é melhor do que o esmalte dental", diz o dentista Marcelo Kyrillos, que não faz o procedimento em dentes saudáveis Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kyrillos dá preferência à confecção artesanal das lentes de contato de cerâmica, feitas por um técnico em prótese da clínica, em vez da produção digital. Segundo ele, desta forma ele obtém resultado mais natural e duradouro. “Seguindo esse protocolo, sei que daqui a 15 anos tudo estará em ordem.”

Quando os dentes estão bonitos e preservados, Kyrillos afirma que não coloca lentes. “Não quero estragar um dente saudável passando broca, pois o material artificial não é melhor que o esmalte dental. Nesses casos, digo que não sei fazer dente melhor que Deus e recomendo o clareamento.”

Veja a seguir as principais dúvidas sobre os procedimentos:

Quando é indicado colocar lentes de contato ou facetas?

Alteração da cor e (ou) da forma dos dentes que estejam desgastados, escuros, manchados, trincados, com pequenos diastemas (espaço entre os dentes), desde que não haja necessidade de procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos.

Quais os riscos de colocar lentes de contato nos dentes?

A má indicação das facetas ou lentes de contato dentais ou negligência na execução podem levar a problemas gengivais e dentais graves, como perdas dentais.

Processo de confecção das lentes de contato dentais em cerâmica (porcelana) Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Como é o procedimento?

Nas primeiras consultas o dentista avalia, informa o paciente sobre o procedimento, faz o escaneamento e tira fotos da boca. Depois, vem o planejamento, quando o dentista irá, junto do paciente, escolher cor e formato dos dentes, exibindo no computador e em mockup físico (molde) para aprovação do cliente. Então, os dentes são preparados para receber as próteses (lentes ou facetas), que pode incluir um desgaste do esmalte. No caso das lentes de contato, o profissional costuma fazer um test drive por alguns dias, antes de colocar definitivamente, no processo de “cimentação”.

Quanto tempo leva para colocar as lentes de contato?

É preciso estar preparado para algumas consultas, provas (“test drive”) e horas sentado na cadeira, que vai variar conforme o caso e o número de dentes. Para ter um bom resultado, será preciso investir tempo também.

Quanto tempo dura a lente de contato nos dentes? Como é a manutenção?

As lentes de contato e facetas dentais devem ser tratadas como dentes naturais, isto é, não demandam preocupação na vida cotidiana, mas não devem ser usadas para roer ou morder objetos muito duros para não haver risco de queda ou trincamento. Uma visita de rotina ao dentista a cada 6 meses é recomendável, como é para qualquer pessoa com dentes saudáveis. No caso das facetas de resina, quando as peças perderem o brilho podem ser polidas em consultório. Ela pode durar cerca de 15 anos, dependendo dos cuidados do paciente.

O procedimento é reversível?

É possível fazer a remoção com brocas finas e laser, mas é um processo trabalhoso e que provavelmente não trará de volta os dentes como eles eram. Em caso de arrependimento, é mais recomendável fazer um ajuste.

Quanto custa colocar lentes de contato?

A partir de R$ 600 por lente, além do custo do trabalho do dentista

Para colocar as lentes de contato nos dentes, é preciso voltar várias vezes à cadeira do dentista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ter um sorriso branco e alinhado era um sonho da publicitária Monyse Garcia, de 28 anos. No Instagram, ela cobiçava os dentes das celebridades e influenciadores. Por mais de um ano, a jovem juntou dinheiro para colocar lentes de contato dentais, próteses superfinas de cerâmica (porcelana), que dão novo visual aos dentes. “Confiei em um especialista que assinava sorrisos de vários famosos, mas tive meus dentes lixados excessivamente e não gostei do resultado. Me senti horrível por três anos, depois aceitei. Mas não faria novamente”, diz ela, que colocou as lentes em 12 dentes, em 2018, por R$ 14 mil.

Monyse teve de voltar ao consultório por causa de quedas de três lentes e para diminuir o tamanho dos dentes. “Muitos influenciadores fazem parceria com os dentistas e exibem seus dentes, mas omitem informações. Há muita propaganda enganosa e gostaria de ter sido alertada.”

A indicação indiscriminada de lentes de contato ou de facetas de resina é um problema na odontologia, afirma Míriam Lacalle Turbino, professora de Dentística da USP. Segundo ela, o procedimento é para correções de pequeno porte, tanto de cor quanto de alinhamento, desde que não haja necessidade de procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos.

“A má indicação ou negligência na execução, como o uso excessivo de material ou de técnicas inadequadas, geram problemas gengivais e dentais graves, podendo ocasionar até perdas dentais”, adverte. Na hora de escolher um profissional, vale averiguar o seu conhecimento científico e clínico e não os likes nas redes sociais. Profissionais que fazem a indicação inadequada, diz ela, atraem interessados numa solução estética rápida, quando muitas vezes poderiam ser opções mais conservadoras, como o clareamento dental.

“Em muitos casos, é mais prudente e menos invasiva a ortodontia prévia antes de colocar lentes. Absurdos são vistos em redes sociais, maquiando problemas severos de má oclusão que podem gerar danos às gengivas e articulações temporomandibulares (ATM) do paciente”, diz o ortodontista Basilio Bernal.

"Quando vi meus dentes disse 'uau!", conta Regiane, que ficou satisfeita com o procedimento Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É preciso desgastar os dentes para colocar lente de contato?

Quando devidamente indicadas, as lentes têm alta satisfação, afirma Paulo Vicente Rocha, professor de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Ele explica que esse procedimento pode ir além da estética e ser aplicado quando os dentes estão desgastados - como no bruxismo, condição que causa faz ranger e apertar os dentes no sono.

“Neste caso, se a pressão continua, a faceta ou lente pode ser quebrada, mas é melhor do que desgastar o dente natural”, afirma. Lentes e facetas podem ser também um complemento ao tratamento ortodôntico, para melhoria de pequenas oclusões dentais, que é o contato entre dentes superiores e inferiores.

A atleta de fisiculturismo Cassiane Garcia Goldberg, de 29 anos, afirma que está satisfeita com as lentes. Quando sobe no palco, chama atenção não só pelos seus músculos, mas também pelo sorriso. “Sempre sou elogiada pelos árbitros por isso. Amo meu sorriso, pois ficou natural”, diz ela, que passou pelo procedimento há 3 anos.

Cassiane tinha restauração em resina em seu dente quebrado - o que a incomodava - e via nas lentes uma solução. Avaliou os portfólios de dentistas em busca de resultados naturais. O procedimento, diz, não foi dolorido e agora não há cuidados especiais. “Nunca quebraram e não preciso evitar nenhum alimento. Faço apenas visita periódica ao dentista para limpeza que todos deveriam fazer”, diz ela, que gastou R$ 17,6 mil para tratar oito dentes superiores.

O que é melhor: facetas ou lentes de contato?

Usadas com o mesmo objetivo, de mudar formato e (ou) cores dos dentes, a lente de contato de cerâmica e a faceta de resina composta são procedimentos que usam técnicas e materiais diferentes, com impacto no resultado e no preço. Facetas de resina têm custo mais baixo do que as lentes, são feitas diretamente na boca, de material plástico. Já a lente é feita por um técnico, que geralmente usa cerâmica (porcelana), o que permite prótese mais fina que a de resina.

A resina é um material que se degrada mais: absorve coloração e perde brilho, diferentemente da cerâmica. “Em 5 ou 6 anos, quem consome alimentos muito pigmentados, como o vinho, pode perceber alterações na coloração da resina”, diz o professor da UFBA.

Para encaixar as lentes ou facetas de resina, o desgaste geralmente é necessário, mas costuma ser mínimo, diz Rocha. A exceção é para dentes escurecidos, já que é preciso de prótese com maior espessura para trocar a cor. “É como uma parede pintada de vermelho que quero que fique branca”, compara.

Para mascarar um dente escuro, lentes são melhores, pois podem ser mais opacas que a resina, diz o cirurgião-dentista Élcio Yamamoto, especialista em próteses e implantes, que faz os dois procedimentos na clínica Matys, em São Paulo. “Mas a procura maior é pela faceta de resina por causa do preço mais baixo.”

Yamamoto observa que a demanda das lentes e facetas vêm de quem quer seguir a tendência dos sorrisos dos famosos, mas também dos que têm vergonha de mostrar os dentes, por serem pequenos demais, escuros ou manchados. “São problemas estéticos que têm impacto na autoestima. Geralmente, elas querem um resultado natural, que não fique tão perceptível, mas bonito.”

Um novo sorriso na tela do computador

“A aplicação da faceta de resina é mais cansativa para o paciente e para o profissional, geralmente leva uma tarde toda”, diz Yamamoto. Se o paciente opta pela lente de contato dental, geralmente as próteses são esculpidas por uma máquina. “A confecção digital oferece vantagens como mais rapidez para confecção e previsibilidade entre o planejamento e o resultado final na boca.”

Antes do procedimento, os pacientes de Yamamoto têm seus dentes escaneados e passam por sessão de fotos e vídeos. Por meio de um aplicativo, é possível escolher formatos e cor dos dentes e ver a simulação do novo sorriso na tela do computador.

O dentista Marcelo Kyrillos durante aplicação de lentes de contato dentais  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A parte mais difícil do procedimento estético é a comunicação. É importante entender a referência do paciente e o software permite isso”, diz. Além da simulação digital, Yamamoto faz um “test drive” do novo sorriso, com uma prótese provisória, para que o paciente experimente por uns dias o novo visual, compartilhando a experiência com amigos e familiares. “Quem pega profissional que diz ‘pode confiar que vai ficar bonito’ pode levar susto quando o procedimento termina.”

No ano passado, a servidora pública Luane Almeida, de 29 anos, passou por esse incômodo: após 11 horas de procedimento, divididas em três consultas para colocar as facetas de resina em seis dentes superiores, não gostou do que viu no espelho. “Ficou artificial. Os dentes eram lisos, sem textura.”

Antes da transformação, ela pouco conversou a respeito com a dentista, que estava tratando suas cáries. “Eu disse que queria colocar as facetas de resina para ter dentes mais claros, maiores e que não queria desgastes. Ela disse que meu sorriso era bonito e que eu não precisava disso, mas achava que meus dentes eram pequenos e amarelados e eu estava influenciada pelo que via no Instagram.”

“É como reformar uma casa: pintar e decorar é a última fase”

Descontente, decidiu reformar as facetas. “Procurei uma especialista em janeiro, que me explicou que a outra dentista havia colocado resina demais, o que havia deixado espaço entre a gengiva que acumulava sujeira e causava inflamação”, diz Luane. Ela ficou satisfeita com a estética, mas confessa que não faria novamente, pois tem medo de morder comidas mais duras e de beber líquidos que amarelam a resina. “Desde janeiro, a faceta já quebrou duas vezes, me sinto refém.”

A corretora de imóveis Regiane Novello, de 38 anos, teve experiência positiva. Depois de colocar lentes dentais em março, se sentiu mais bonita e confiante. “Quando vi meus dentes, disse: ‘uau!’ Foi um impacto positivo, apesar do estranhamento de me ver diferente.” Gastou R$ 120 mil nas lentes em todos os dentes inferiores e metade dos superiores. “Meus dentes de baixo eram pequenos e precisava ajustar a mordida.”

Antes, Regiane passou por uma maratona odontológica. Por indicação de uma amiga, em 2017, procurou a clínica Ateliê Oral, em São Paulo, para investigar uma enxaqueca. “Vivia desanimada, cansada e irritada, tomando muitos remédios.” Depois da bateria de exames, ela se submeteu a um tratamento ortodôntico e a três cirurgias.

“Eles me mostraram um planejamento de tratamento que não seria curto”, diz. Mas ganharam a confiança dela, diz a paciente, ao mostrarem que não queriam acelerar o processo para fazer o tratamento estético.” Apesar de nunca ter cogitado lentes, Regiane mudou de ideia ao ver a simulação na clínica. “Tinha medo de que o resultado ficasse artificial.”

A maioria dos que procuram lentes no Ateliê Oral precisa passar antes pela ortodontia, afirma o diretor da clínica, o dentista Marcelo Kyrillos, que coordenou o caso de Regiane - e de muitas celebridades. “Primeiro vem a odontologia curativa, antes da estética. Não há atalhos. Como na reforma da casa: pintar e decorar é a última fase. Antes, é preciso ver se há problemas elétricos, com hidráulica, bolor, se os pilares estão firmes”, compara.

"Não quero estragar o dente passando a broca, o material artificial não é melhor do que o esmalte dental", diz o dentista Marcelo Kyrillos, que não faz o procedimento em dentes saudáveis Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kyrillos dá preferência à confecção artesanal das lentes de contato de cerâmica, feitas por um técnico em prótese da clínica, em vez da produção digital. Segundo ele, desta forma ele obtém resultado mais natural e duradouro. “Seguindo esse protocolo, sei que daqui a 15 anos tudo estará em ordem.”

Quando os dentes estão bonitos e preservados, Kyrillos afirma que não coloca lentes. “Não quero estragar um dente saudável passando broca, pois o material artificial não é melhor que o esmalte dental. Nesses casos, digo que não sei fazer dente melhor que Deus e recomendo o clareamento.”

Veja a seguir as principais dúvidas sobre os procedimentos:

Quando é indicado colocar lentes de contato ou facetas?

Alteração da cor e (ou) da forma dos dentes que estejam desgastados, escuros, manchados, trincados, com pequenos diastemas (espaço entre os dentes), desde que não haja necessidade de procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos.

Quais os riscos de colocar lentes de contato nos dentes?

A má indicação das facetas ou lentes de contato dentais ou negligência na execução podem levar a problemas gengivais e dentais graves, como perdas dentais.

Processo de confecção das lentes de contato dentais em cerâmica (porcelana) Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Como é o procedimento?

Nas primeiras consultas o dentista avalia, informa o paciente sobre o procedimento, faz o escaneamento e tira fotos da boca. Depois, vem o planejamento, quando o dentista irá, junto do paciente, escolher cor e formato dos dentes, exibindo no computador e em mockup físico (molde) para aprovação do cliente. Então, os dentes são preparados para receber as próteses (lentes ou facetas), que pode incluir um desgaste do esmalte. No caso das lentes de contato, o profissional costuma fazer um test drive por alguns dias, antes de colocar definitivamente, no processo de “cimentação”.

Quanto tempo leva para colocar as lentes de contato?

É preciso estar preparado para algumas consultas, provas (“test drive”) e horas sentado na cadeira, que vai variar conforme o caso e o número de dentes. Para ter um bom resultado, será preciso investir tempo também.

Quanto tempo dura a lente de contato nos dentes? Como é a manutenção?

As lentes de contato e facetas dentais devem ser tratadas como dentes naturais, isto é, não demandam preocupação na vida cotidiana, mas não devem ser usadas para roer ou morder objetos muito duros para não haver risco de queda ou trincamento. Uma visita de rotina ao dentista a cada 6 meses é recomendável, como é para qualquer pessoa com dentes saudáveis. No caso das facetas de resina, quando as peças perderem o brilho podem ser polidas em consultório. Ela pode durar cerca de 15 anos, dependendo dos cuidados do paciente.

O procedimento é reversível?

É possível fazer a remoção com brocas finas e laser, mas é um processo trabalhoso e que provavelmente não trará de volta os dentes como eles eram. Em caso de arrependimento, é mais recomendável fazer um ajuste.

Quanto custa colocar lentes de contato?

A partir de R$ 600 por lente, além do custo do trabalho do dentista

Para colocar as lentes de contato nos dentes, é preciso voltar várias vezes à cadeira do dentista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ter um sorriso branco e alinhado era um sonho da publicitária Monyse Garcia, de 28 anos. No Instagram, ela cobiçava os dentes das celebridades e influenciadores. Por mais de um ano, a jovem juntou dinheiro para colocar lentes de contato dentais, próteses superfinas de cerâmica (porcelana), que dão novo visual aos dentes. “Confiei em um especialista que assinava sorrisos de vários famosos, mas tive meus dentes lixados excessivamente e não gostei do resultado. Me senti horrível por três anos, depois aceitei. Mas não faria novamente”, diz ela, que colocou as lentes em 12 dentes, em 2018, por R$ 14 mil.

Monyse teve de voltar ao consultório por causa de quedas de três lentes e para diminuir o tamanho dos dentes. “Muitos influenciadores fazem parceria com os dentistas e exibem seus dentes, mas omitem informações. Há muita propaganda enganosa e gostaria de ter sido alertada.”

A indicação indiscriminada de lentes de contato ou de facetas de resina é um problema na odontologia, afirma Míriam Lacalle Turbino, professora de Dentística da USP. Segundo ela, o procedimento é para correções de pequeno porte, tanto de cor quanto de alinhamento, desde que não haja necessidade de procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos.

“A má indicação ou negligência na execução, como o uso excessivo de material ou de técnicas inadequadas, geram problemas gengivais e dentais graves, podendo ocasionar até perdas dentais”, adverte. Na hora de escolher um profissional, vale averiguar o seu conhecimento científico e clínico e não os likes nas redes sociais. Profissionais que fazem a indicação inadequada, diz ela, atraem interessados numa solução estética rápida, quando muitas vezes poderiam ser opções mais conservadoras, como o clareamento dental.

“Em muitos casos, é mais prudente e menos invasiva a ortodontia prévia antes de colocar lentes. Absurdos são vistos em redes sociais, maquiando problemas severos de má oclusão que podem gerar danos às gengivas e articulações temporomandibulares (ATM) do paciente”, diz o ortodontista Basilio Bernal.

"Quando vi meus dentes disse 'uau!", conta Regiane, que ficou satisfeita com o procedimento Foto: Tiago Queiroz/Estadão

É preciso desgastar os dentes para colocar lente de contato?

Quando devidamente indicadas, as lentes têm alta satisfação, afirma Paulo Vicente Rocha, professor de Odontologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Associação Brasileira de Odontologia (ABO). Ele explica que esse procedimento pode ir além da estética e ser aplicado quando os dentes estão desgastados - como no bruxismo, condição que causa faz ranger e apertar os dentes no sono.

“Neste caso, se a pressão continua, a faceta ou lente pode ser quebrada, mas é melhor do que desgastar o dente natural”, afirma. Lentes e facetas podem ser também um complemento ao tratamento ortodôntico, para melhoria de pequenas oclusões dentais, que é o contato entre dentes superiores e inferiores.

A atleta de fisiculturismo Cassiane Garcia Goldberg, de 29 anos, afirma que está satisfeita com as lentes. Quando sobe no palco, chama atenção não só pelos seus músculos, mas também pelo sorriso. “Sempre sou elogiada pelos árbitros por isso. Amo meu sorriso, pois ficou natural”, diz ela, que passou pelo procedimento há 3 anos.

Cassiane tinha restauração em resina em seu dente quebrado - o que a incomodava - e via nas lentes uma solução. Avaliou os portfólios de dentistas em busca de resultados naturais. O procedimento, diz, não foi dolorido e agora não há cuidados especiais. “Nunca quebraram e não preciso evitar nenhum alimento. Faço apenas visita periódica ao dentista para limpeza que todos deveriam fazer”, diz ela, que gastou R$ 17,6 mil para tratar oito dentes superiores.

O que é melhor: facetas ou lentes de contato?

Usadas com o mesmo objetivo, de mudar formato e (ou) cores dos dentes, a lente de contato de cerâmica e a faceta de resina composta são procedimentos que usam técnicas e materiais diferentes, com impacto no resultado e no preço. Facetas de resina têm custo mais baixo do que as lentes, são feitas diretamente na boca, de material plástico. Já a lente é feita por um técnico, que geralmente usa cerâmica (porcelana), o que permite prótese mais fina que a de resina.

A resina é um material que se degrada mais: absorve coloração e perde brilho, diferentemente da cerâmica. “Em 5 ou 6 anos, quem consome alimentos muito pigmentados, como o vinho, pode perceber alterações na coloração da resina”, diz o professor da UFBA.

Para encaixar as lentes ou facetas de resina, o desgaste geralmente é necessário, mas costuma ser mínimo, diz Rocha. A exceção é para dentes escurecidos, já que é preciso de prótese com maior espessura para trocar a cor. “É como uma parede pintada de vermelho que quero que fique branca”, compara.

Para mascarar um dente escuro, lentes são melhores, pois podem ser mais opacas que a resina, diz o cirurgião-dentista Élcio Yamamoto, especialista em próteses e implantes, que faz os dois procedimentos na clínica Matys, em São Paulo. “Mas a procura maior é pela faceta de resina por causa do preço mais baixo.”

Yamamoto observa que a demanda das lentes e facetas vêm de quem quer seguir a tendência dos sorrisos dos famosos, mas também dos que têm vergonha de mostrar os dentes, por serem pequenos demais, escuros ou manchados. “São problemas estéticos que têm impacto na autoestima. Geralmente, elas querem um resultado natural, que não fique tão perceptível, mas bonito.”

Um novo sorriso na tela do computador

“A aplicação da faceta de resina é mais cansativa para o paciente e para o profissional, geralmente leva uma tarde toda”, diz Yamamoto. Se o paciente opta pela lente de contato dental, geralmente as próteses são esculpidas por uma máquina. “A confecção digital oferece vantagens como mais rapidez para confecção e previsibilidade entre o planejamento e o resultado final na boca.”

Antes do procedimento, os pacientes de Yamamoto têm seus dentes escaneados e passam por sessão de fotos e vídeos. Por meio de um aplicativo, é possível escolher formatos e cor dos dentes e ver a simulação do novo sorriso na tela do computador.

O dentista Marcelo Kyrillos durante aplicação de lentes de contato dentais  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“A parte mais difícil do procedimento estético é a comunicação. É importante entender a referência do paciente e o software permite isso”, diz. Além da simulação digital, Yamamoto faz um “test drive” do novo sorriso, com uma prótese provisória, para que o paciente experimente por uns dias o novo visual, compartilhando a experiência com amigos e familiares. “Quem pega profissional que diz ‘pode confiar que vai ficar bonito’ pode levar susto quando o procedimento termina.”

No ano passado, a servidora pública Luane Almeida, de 29 anos, passou por esse incômodo: após 11 horas de procedimento, divididas em três consultas para colocar as facetas de resina em seis dentes superiores, não gostou do que viu no espelho. “Ficou artificial. Os dentes eram lisos, sem textura.”

Antes da transformação, ela pouco conversou a respeito com a dentista, que estava tratando suas cáries. “Eu disse que queria colocar as facetas de resina para ter dentes mais claros, maiores e que não queria desgastes. Ela disse que meu sorriso era bonito e que eu não precisava disso, mas achava que meus dentes eram pequenos e amarelados e eu estava influenciada pelo que via no Instagram.”

“É como reformar uma casa: pintar e decorar é a última fase”

Descontente, decidiu reformar as facetas. “Procurei uma especialista em janeiro, que me explicou que a outra dentista havia colocado resina demais, o que havia deixado espaço entre a gengiva que acumulava sujeira e causava inflamação”, diz Luane. Ela ficou satisfeita com a estética, mas confessa que não faria novamente, pois tem medo de morder comidas mais duras e de beber líquidos que amarelam a resina. “Desde janeiro, a faceta já quebrou duas vezes, me sinto refém.”

A corretora de imóveis Regiane Novello, de 38 anos, teve experiência positiva. Depois de colocar lentes dentais em março, se sentiu mais bonita e confiante. “Quando vi meus dentes, disse: ‘uau!’ Foi um impacto positivo, apesar do estranhamento de me ver diferente.” Gastou R$ 120 mil nas lentes em todos os dentes inferiores e metade dos superiores. “Meus dentes de baixo eram pequenos e precisava ajustar a mordida.”

Antes, Regiane passou por uma maratona odontológica. Por indicação de uma amiga, em 2017, procurou a clínica Ateliê Oral, em São Paulo, para investigar uma enxaqueca. “Vivia desanimada, cansada e irritada, tomando muitos remédios.” Depois da bateria de exames, ela se submeteu a um tratamento ortodôntico e a três cirurgias.

“Eles me mostraram um planejamento de tratamento que não seria curto”, diz. Mas ganharam a confiança dela, diz a paciente, ao mostrarem que não queriam acelerar o processo para fazer o tratamento estético.” Apesar de nunca ter cogitado lentes, Regiane mudou de ideia ao ver a simulação na clínica. “Tinha medo de que o resultado ficasse artificial.”

A maioria dos que procuram lentes no Ateliê Oral precisa passar antes pela ortodontia, afirma o diretor da clínica, o dentista Marcelo Kyrillos, que coordenou o caso de Regiane - e de muitas celebridades. “Primeiro vem a odontologia curativa, antes da estética. Não há atalhos. Como na reforma da casa: pintar e decorar é a última fase. Antes, é preciso ver se há problemas elétricos, com hidráulica, bolor, se os pilares estão firmes”, compara.

"Não quero estragar o dente passando a broca, o material artificial não é melhor do que o esmalte dental", diz o dentista Marcelo Kyrillos, que não faz o procedimento em dentes saudáveis Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Kyrillos dá preferência à confecção artesanal das lentes de contato de cerâmica, feitas por um técnico em prótese da clínica, em vez da produção digital. Segundo ele, desta forma ele obtém resultado mais natural e duradouro. “Seguindo esse protocolo, sei que daqui a 15 anos tudo estará em ordem.”

Quando os dentes estão bonitos e preservados, Kyrillos afirma que não coloca lentes. “Não quero estragar um dente saudável passando broca, pois o material artificial não é melhor que o esmalte dental. Nesses casos, digo que não sei fazer dente melhor que Deus e recomendo o clareamento.”

Veja a seguir as principais dúvidas sobre os procedimentos:

Quando é indicado colocar lentes de contato ou facetas?

Alteração da cor e (ou) da forma dos dentes que estejam desgastados, escuros, manchados, trincados, com pequenos diastemas (espaço entre os dentes), desde que não haja necessidade de procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos.

Quais os riscos de colocar lentes de contato nos dentes?

A má indicação das facetas ou lentes de contato dentais ou negligência na execução podem levar a problemas gengivais e dentais graves, como perdas dentais.

Processo de confecção das lentes de contato dentais em cerâmica (porcelana) Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Como é o procedimento?

Nas primeiras consultas o dentista avalia, informa o paciente sobre o procedimento, faz o escaneamento e tira fotos da boca. Depois, vem o planejamento, quando o dentista irá, junto do paciente, escolher cor e formato dos dentes, exibindo no computador e em mockup físico (molde) para aprovação do cliente. Então, os dentes são preparados para receber as próteses (lentes ou facetas), que pode incluir um desgaste do esmalte. No caso das lentes de contato, o profissional costuma fazer um test drive por alguns dias, antes de colocar definitivamente, no processo de “cimentação”.

Quanto tempo leva para colocar as lentes de contato?

É preciso estar preparado para algumas consultas, provas (“test drive”) e horas sentado na cadeira, que vai variar conforme o caso e o número de dentes. Para ter um bom resultado, será preciso investir tempo também.

Quanto tempo dura a lente de contato nos dentes? Como é a manutenção?

As lentes de contato e facetas dentais devem ser tratadas como dentes naturais, isto é, não demandam preocupação na vida cotidiana, mas não devem ser usadas para roer ou morder objetos muito duros para não haver risco de queda ou trincamento. Uma visita de rotina ao dentista a cada 6 meses é recomendável, como é para qualquer pessoa com dentes saudáveis. No caso das facetas de resina, quando as peças perderem o brilho podem ser polidas em consultório. Ela pode durar cerca de 15 anos, dependendo dos cuidados do paciente.

O procedimento é reversível?

É possível fazer a remoção com brocas finas e laser, mas é um processo trabalhoso e que provavelmente não trará de volta os dentes como eles eram. Em caso de arrependimento, é mais recomendável fazer um ajuste.

Quanto custa colocar lentes de contato?

A partir de R$ 600 por lente, além do custo do trabalho do dentista

Para colocar as lentes de contato nos dentes, é preciso voltar várias vezes à cadeira do dentista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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