Médico brasileiro ganha prêmio internacional por pesquisas sobre Alzheimer


Ricardo Nitrini é professor da Faculdade de Medicina da USP e estuda a demência no Brasil

Por Bárbara Giovani
Atualização:

O neurologista e pesquisador brasileiro Ricardo Nitrini, de 77 anos, é o vencedor do Prêmio Henry Wisniewski de Contribuição ao Longo da Vida, concedido pela Associação de Alzheimer a cientistas com contribuições expressivas e de impacto duradouro na área de Alzheimer e demência.

“Eu nunca imaginei que fosse ganhar. Estou muito satisfeito pelo reconhecimento internacional e espero que isso gere auxílio para as pesquisas que fazemos”, afirma o pesquisador, professor sênior da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente do comitê científico da Academia Brasileira de Neurologia.

A premiação aconteceu durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC, na sigla em inglês), promovida em Philadelphia, nos Estados Unidos, na última semana de julho. Além de Nitrini, os americanos Ralph A. Nixon e Goldie S. Byrd também foram laureados por décadas de pesquisas nesse campo.

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Ricardo Nitrini, neurologista e professor da USP, ganhou prêmio internacional por pesquisas sobre demência Foto: Arquivo pessoal

Perfil da demência no Brasil

Nitrini realiza pesquisas sobre neurologia cognitiva e comportamental, especialmente na área de demência. “Comecei a fazer neurologia quando o Alzheimer era considerado uma doença rara”, recorda.

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Ele conta que, na época em que começou a estudar, o conceito da doença se expandiu, englobando o que era considerado Alzheimer (apenas ocorrências em pessoas com menos de 65 anos) e a chamada demência senil, que afetava os mais idosos.

Os estudos sobre a doença eram realizados na população europeia, e Nitrini liderou pesquisas sobre a epidemiologia da demência no Brasil, revelando as parcelas mais afetadas no País. Ele também investigou novos métodos de diagnóstico voltados para a população brasileira.

Além disso, ao identificar que a frequência da demência é muito maior no indivíduo de baixa escolaridade, colaborou com o conceito de reserva cognitiva (ao estimular a cognição, por exemplo, com estudos, a pessoa protege seu cérebro de doenças neurodegenerativas).

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Próximos passos

No Departamento de Neurologia da USP, onde atua há quase 50 anos, Nitrini fundou o Grupo de Neurologia Cognitiva e Comportamental. Já no Hospital das Clínicas, criou o Centro de Referência para Transtornos Cognitivos. O pesquisador é ainda fundador da revista científica Dementia & Neuropsychologia.

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Atualmente, ele tem pesquisado o cérebro de superidosos, aqueles que possuem uma memória afiada mesmo frente ao envelhecimento, junto com o cientista Adalberto Studart. Também analisa biomarcadores de doenças neurodegenerativas em macacos-prego, considerados os macacos mais inteligentes das Américas.

Nitrini participa ainda de uma pesquisa mundial junto à Associação de Alzheimer sobre a prevenção da doença em pessoas com predisposição genética, coordenando os esforços na América Latina, e quer mais. O pesquisador busca a oportunidade de criar uma Clínica da Memória, onde os pacientes com Alzheimer que hoje são atendidos no Hospital das Clínicas da USP possam ser recebidos de forma mais acolhedora. “É muita coisa (que ainda quero fazer).”

O neurologista e pesquisador brasileiro Ricardo Nitrini, de 77 anos, é o vencedor do Prêmio Henry Wisniewski de Contribuição ao Longo da Vida, concedido pela Associação de Alzheimer a cientistas com contribuições expressivas e de impacto duradouro na área de Alzheimer e demência.

“Eu nunca imaginei que fosse ganhar. Estou muito satisfeito pelo reconhecimento internacional e espero que isso gere auxílio para as pesquisas que fazemos”, afirma o pesquisador, professor sênior da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente do comitê científico da Academia Brasileira de Neurologia.

A premiação aconteceu durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC, na sigla em inglês), promovida em Philadelphia, nos Estados Unidos, na última semana de julho. Além de Nitrini, os americanos Ralph A. Nixon e Goldie S. Byrd também foram laureados por décadas de pesquisas nesse campo.

Ricardo Nitrini, neurologista e professor da USP, ganhou prêmio internacional por pesquisas sobre demência Foto: Arquivo pessoal

Perfil da demência no Brasil

Nitrini realiza pesquisas sobre neurologia cognitiva e comportamental, especialmente na área de demência. “Comecei a fazer neurologia quando o Alzheimer era considerado uma doença rara”, recorda.

Ele conta que, na época em que começou a estudar, o conceito da doença se expandiu, englobando o que era considerado Alzheimer (apenas ocorrências em pessoas com menos de 65 anos) e a chamada demência senil, que afetava os mais idosos.

Os estudos sobre a doença eram realizados na população europeia, e Nitrini liderou pesquisas sobre a epidemiologia da demência no Brasil, revelando as parcelas mais afetadas no País. Ele também investigou novos métodos de diagnóstico voltados para a população brasileira.

Além disso, ao identificar que a frequência da demência é muito maior no indivíduo de baixa escolaridade, colaborou com o conceito de reserva cognitiva (ao estimular a cognição, por exemplo, com estudos, a pessoa protege seu cérebro de doenças neurodegenerativas).

Próximos passos

No Departamento de Neurologia da USP, onde atua há quase 50 anos, Nitrini fundou o Grupo de Neurologia Cognitiva e Comportamental. Já no Hospital das Clínicas, criou o Centro de Referência para Transtornos Cognitivos. O pesquisador é ainda fundador da revista científica Dementia & Neuropsychologia.

Atualmente, ele tem pesquisado o cérebro de superidosos, aqueles que possuem uma memória afiada mesmo frente ao envelhecimento, junto com o cientista Adalberto Studart. Também analisa biomarcadores de doenças neurodegenerativas em macacos-prego, considerados os macacos mais inteligentes das Américas.

Nitrini participa ainda de uma pesquisa mundial junto à Associação de Alzheimer sobre a prevenção da doença em pessoas com predisposição genética, coordenando os esforços na América Latina, e quer mais. O pesquisador busca a oportunidade de criar uma Clínica da Memória, onde os pacientes com Alzheimer que hoje são atendidos no Hospital das Clínicas da USP possam ser recebidos de forma mais acolhedora. “É muita coisa (que ainda quero fazer).”

O neurologista e pesquisador brasileiro Ricardo Nitrini, de 77 anos, é o vencedor do Prêmio Henry Wisniewski de Contribuição ao Longo da Vida, concedido pela Associação de Alzheimer a cientistas com contribuições expressivas e de impacto duradouro na área de Alzheimer e demência.

“Eu nunca imaginei que fosse ganhar. Estou muito satisfeito pelo reconhecimento internacional e espero que isso gere auxílio para as pesquisas que fazemos”, afirma o pesquisador, professor sênior da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e presidente do comitê científico da Academia Brasileira de Neurologia.

A premiação aconteceu durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC, na sigla em inglês), promovida em Philadelphia, nos Estados Unidos, na última semana de julho. Além de Nitrini, os americanos Ralph A. Nixon e Goldie S. Byrd também foram laureados por décadas de pesquisas nesse campo.

Ricardo Nitrini, neurologista e professor da USP, ganhou prêmio internacional por pesquisas sobre demência Foto: Arquivo pessoal

Perfil da demência no Brasil

Nitrini realiza pesquisas sobre neurologia cognitiva e comportamental, especialmente na área de demência. “Comecei a fazer neurologia quando o Alzheimer era considerado uma doença rara”, recorda.

Ele conta que, na época em que começou a estudar, o conceito da doença se expandiu, englobando o que era considerado Alzheimer (apenas ocorrências em pessoas com menos de 65 anos) e a chamada demência senil, que afetava os mais idosos.

Os estudos sobre a doença eram realizados na população europeia, e Nitrini liderou pesquisas sobre a epidemiologia da demência no Brasil, revelando as parcelas mais afetadas no País. Ele também investigou novos métodos de diagnóstico voltados para a população brasileira.

Além disso, ao identificar que a frequência da demência é muito maior no indivíduo de baixa escolaridade, colaborou com o conceito de reserva cognitiva (ao estimular a cognição, por exemplo, com estudos, a pessoa protege seu cérebro de doenças neurodegenerativas).

Próximos passos

No Departamento de Neurologia da USP, onde atua há quase 50 anos, Nitrini fundou o Grupo de Neurologia Cognitiva e Comportamental. Já no Hospital das Clínicas, criou o Centro de Referência para Transtornos Cognitivos. O pesquisador é ainda fundador da revista científica Dementia & Neuropsychologia.

Atualmente, ele tem pesquisado o cérebro de superidosos, aqueles que possuem uma memória afiada mesmo frente ao envelhecimento, junto com o cientista Adalberto Studart. Também analisa biomarcadores de doenças neurodegenerativas em macacos-prego, considerados os macacos mais inteligentes das Américas.

Nitrini participa ainda de uma pesquisa mundial junto à Associação de Alzheimer sobre a prevenção da doença em pessoas com predisposição genética, coordenando os esforços na América Latina, e quer mais. O pesquisador busca a oportunidade de criar uma Clínica da Memória, onde os pacientes com Alzheimer que hoje são atendidos no Hospital das Clínicas da USP possam ser recebidos de forma mais acolhedora. “É muita coisa (que ainda quero fazer).”

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