Mounjaro pode reduzir mortalidade por insuficiência cardíaca em pessoas com obesidade


Novo estudo da farmacêutica Eli Lilly, fabricante da tirzepatida, aponta ainda melhoria na qualidade de vida dos participantes

Por Bárbara Giovani
Atualização:

A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, pode reduzir a mortalidade por insuficiência cardíaca em pessoas com obesidade, indica o estudo clínico de fase 3 realizado pela farmacêutica Eli Lilly, responsável pela produção do remédio.

Segundo a pesquisa, o Mounjaro reduziu em 38% o risco de desfechos cardiovasculares em comparação com o placebo no período de um ano. A tirzepatida também diminuiu o número de hospitalizações causadas pela insuficiência cardíaca e a necessidade de diurético oral, remédio empregado no acompanhamento da condição.

Farmacêutica vai submeter novos resultados do Mounjaro ao FDA e à Anvisa Foto: Eli Lilly/Divulgação
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O medicamento também impactou na qualidade de vida dos participantes da pesquisa, de acordo com a empresa. Ao final das 52 semanas do estudo, após progredirem gradualmente da dose mínima de tirzepatida (2,5 mg) para a máxima (15 mg), eles melhoraram sua capacidade de praticar exercícios, perderam 15,7% do peso corporal, em média, e tiveram uma redução no marcador proteína C-reativa de alta sensibilidade, preditor de risco cardiovascular.

A tirzepatida age de forma semelhante a dois hormônios do intestino, o GLP-1 e o GIP. Como resultado, auxilia no controle dos níveis de açúcar no sangue e prolonga a saciedade. O medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2023 para tratamento do diabetes tipo 2, mas ainda não é comercializado no País.

Insuficiência cardíaca

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Participaram do estudo 731 pessoas de dez países, incluindo o Brasil. Todas possuem obesidade e um tipo específico de problema cardiovascular, a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. Nela, a câmara de bombeamento do coração fica rígida e o fluxo de sangue para o restante do corpo é prejudicado. Com isso, o indivíduo pode sentir falta de ar, fadiga, inchaço nas extremidades e outras limitações físicas.

Segundo Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly Brasil, cinco anos após o diagnóstico dessa condição, a taxa de mortalidade é de 50%.

“Mundialmente, 64 milhões de pessoas vivem com insuficiência cardíaca e até 2030 a previsão é de um aumento de mais de 50%. Essa condição impacta muito a qualidade de vida dos pacientes e, no Brasil, ela é a causa número 1 de hospitalização de pessoas acima de 60 anos, sem contar o impacto de mortalidade”, afirmou em comunicado.

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Entre os fatores de risco para a condição, estão o diabetes e a obesidade, além do envelhecimento, hipertensão e doença arterial coronariana.

“A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada é muito menos diagnosticada, mas tem sua prevalência crescente, uma mortalidade bastante alta e é muito associada à obesidade”, explicou Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

Para ele, o estudo reforça o que outras pesquisas já evidenciaram: os novos tratamentos para obesidade são capazes de tratar também doenças associadas à condição.

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Nos ensaios clínicos iniciais da tirzepatida, foi comprovado que ela proporciona uma perda de peso substancial. Por isso, nos Estados Unidos, onde o medicamento já é comercializado, ele é liberado pela Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa) para o tratamento de obesidade. Segundo a Eli Lilly, a empresa já submeteu à Anvisa o mesmo pedido e aguarda os trâmites da agência.

“Sempre se discute se é um efeito somente da perda de peso ou se existe um efeito relacionado diretamente à molécula. É muito difícil responder isso. Sabemos que essas medicações reduzem a inflamação, melhoram outros fatores de risco, mas o que importa no final das contas, pelo menos com os dados que temos, é que realmente têm um impacto grande na doença (insuficiência cardíaca)”, opinou Halpern.

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Para Luiz Guilherme Carneiro Velloso, cardiologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o estudo é interessante, e por se tratar de um medicamento eficiente na perda de peso e controle do diabetes, os resultados já eram esperados.

“Se você trata a obesidade com medidas alimentares, exercícios e, eventualmente, cirurgia bariátrica, há melhora da insuficiência cardíaca, da sobrevida, do desempenho físico”, afirmou.

Nesse sentido, ele sugeriu que seria interessante uma pesquisa que comparasse grupos com perda de peso equivalente, com e sem uso da tirzepatida, para identificar se os resultados são apenas consequência do tratamento da obesidade.

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Mudança na bula

Recentemente, estudos comprovaram que o uso de tirzepatida por pessoas com obesidade é capaz de reduzir a gravidade da apneia do sono. Frente a esses resultados, a Lilly também submeteu o Mounjaro como medicamento para o tratamento da apneia obstrutiva do sono moderada a grave ao FDA e à Anvisa.

De acordo com a farmacêutica, os resultados da nova pesquisa serão submetidos à revisão por pares e publicação em uma revista científica, e serão enviados ao FDA e outras agências regulatórias, inclusive no Brasil, nos próximos meses.

A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, pode reduzir a mortalidade por insuficiência cardíaca em pessoas com obesidade, indica o estudo clínico de fase 3 realizado pela farmacêutica Eli Lilly, responsável pela produção do remédio.

Segundo a pesquisa, o Mounjaro reduziu em 38% o risco de desfechos cardiovasculares em comparação com o placebo no período de um ano. A tirzepatida também diminuiu o número de hospitalizações causadas pela insuficiência cardíaca e a necessidade de diurético oral, remédio empregado no acompanhamento da condição.

Farmacêutica vai submeter novos resultados do Mounjaro ao FDA e à Anvisa Foto: Eli Lilly/Divulgação

O medicamento também impactou na qualidade de vida dos participantes da pesquisa, de acordo com a empresa. Ao final das 52 semanas do estudo, após progredirem gradualmente da dose mínima de tirzepatida (2,5 mg) para a máxima (15 mg), eles melhoraram sua capacidade de praticar exercícios, perderam 15,7% do peso corporal, em média, e tiveram uma redução no marcador proteína C-reativa de alta sensibilidade, preditor de risco cardiovascular.

A tirzepatida age de forma semelhante a dois hormônios do intestino, o GLP-1 e o GIP. Como resultado, auxilia no controle dos níveis de açúcar no sangue e prolonga a saciedade. O medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2023 para tratamento do diabetes tipo 2, mas ainda não é comercializado no País.

Insuficiência cardíaca

Participaram do estudo 731 pessoas de dez países, incluindo o Brasil. Todas possuem obesidade e um tipo específico de problema cardiovascular, a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. Nela, a câmara de bombeamento do coração fica rígida e o fluxo de sangue para o restante do corpo é prejudicado. Com isso, o indivíduo pode sentir falta de ar, fadiga, inchaço nas extremidades e outras limitações físicas.

Segundo Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly Brasil, cinco anos após o diagnóstico dessa condição, a taxa de mortalidade é de 50%.

“Mundialmente, 64 milhões de pessoas vivem com insuficiência cardíaca e até 2030 a previsão é de um aumento de mais de 50%. Essa condição impacta muito a qualidade de vida dos pacientes e, no Brasil, ela é a causa número 1 de hospitalização de pessoas acima de 60 anos, sem contar o impacto de mortalidade”, afirmou em comunicado.

Entre os fatores de risco para a condição, estão o diabetes e a obesidade, além do envelhecimento, hipertensão e doença arterial coronariana.

“A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada é muito menos diagnosticada, mas tem sua prevalência crescente, uma mortalidade bastante alta e é muito associada à obesidade”, explicou Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

Para ele, o estudo reforça o que outras pesquisas já evidenciaram: os novos tratamentos para obesidade são capazes de tratar também doenças associadas à condição.

Nos ensaios clínicos iniciais da tirzepatida, foi comprovado que ela proporciona uma perda de peso substancial. Por isso, nos Estados Unidos, onde o medicamento já é comercializado, ele é liberado pela Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa) para o tratamento de obesidade. Segundo a Eli Lilly, a empresa já submeteu à Anvisa o mesmo pedido e aguarda os trâmites da agência.

“Sempre se discute se é um efeito somente da perda de peso ou se existe um efeito relacionado diretamente à molécula. É muito difícil responder isso. Sabemos que essas medicações reduzem a inflamação, melhoram outros fatores de risco, mas o que importa no final das contas, pelo menos com os dados que temos, é que realmente têm um impacto grande na doença (insuficiência cardíaca)”, opinou Halpern.

Para Luiz Guilherme Carneiro Velloso, cardiologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o estudo é interessante, e por se tratar de um medicamento eficiente na perda de peso e controle do diabetes, os resultados já eram esperados.

“Se você trata a obesidade com medidas alimentares, exercícios e, eventualmente, cirurgia bariátrica, há melhora da insuficiência cardíaca, da sobrevida, do desempenho físico”, afirmou.

Nesse sentido, ele sugeriu que seria interessante uma pesquisa que comparasse grupos com perda de peso equivalente, com e sem uso da tirzepatida, para identificar se os resultados são apenas consequência do tratamento da obesidade.

Mudança na bula

Recentemente, estudos comprovaram que o uso de tirzepatida por pessoas com obesidade é capaz de reduzir a gravidade da apneia do sono. Frente a esses resultados, a Lilly também submeteu o Mounjaro como medicamento para o tratamento da apneia obstrutiva do sono moderada a grave ao FDA e à Anvisa.

De acordo com a farmacêutica, os resultados da nova pesquisa serão submetidos à revisão por pares e publicação em uma revista científica, e serão enviados ao FDA e outras agências regulatórias, inclusive no Brasil, nos próximos meses.

A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, pode reduzir a mortalidade por insuficiência cardíaca em pessoas com obesidade, indica o estudo clínico de fase 3 realizado pela farmacêutica Eli Lilly, responsável pela produção do remédio.

Segundo a pesquisa, o Mounjaro reduziu em 38% o risco de desfechos cardiovasculares em comparação com o placebo no período de um ano. A tirzepatida também diminuiu o número de hospitalizações causadas pela insuficiência cardíaca e a necessidade de diurético oral, remédio empregado no acompanhamento da condição.

Farmacêutica vai submeter novos resultados do Mounjaro ao FDA e à Anvisa Foto: Eli Lilly/Divulgação

O medicamento também impactou na qualidade de vida dos participantes da pesquisa, de acordo com a empresa. Ao final das 52 semanas do estudo, após progredirem gradualmente da dose mínima de tirzepatida (2,5 mg) para a máxima (15 mg), eles melhoraram sua capacidade de praticar exercícios, perderam 15,7% do peso corporal, em média, e tiveram uma redução no marcador proteína C-reativa de alta sensibilidade, preditor de risco cardiovascular.

A tirzepatida age de forma semelhante a dois hormônios do intestino, o GLP-1 e o GIP. Como resultado, auxilia no controle dos níveis de açúcar no sangue e prolonga a saciedade. O medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2023 para tratamento do diabetes tipo 2, mas ainda não é comercializado no País.

Insuficiência cardíaca

Participaram do estudo 731 pessoas de dez países, incluindo o Brasil. Todas possuem obesidade e um tipo específico de problema cardiovascular, a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. Nela, a câmara de bombeamento do coração fica rígida e o fluxo de sangue para o restante do corpo é prejudicado. Com isso, o indivíduo pode sentir falta de ar, fadiga, inchaço nas extremidades e outras limitações físicas.

Segundo Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly Brasil, cinco anos após o diagnóstico dessa condição, a taxa de mortalidade é de 50%.

“Mundialmente, 64 milhões de pessoas vivem com insuficiência cardíaca e até 2030 a previsão é de um aumento de mais de 50%. Essa condição impacta muito a qualidade de vida dos pacientes e, no Brasil, ela é a causa número 1 de hospitalização de pessoas acima de 60 anos, sem contar o impacto de mortalidade”, afirmou em comunicado.

Entre os fatores de risco para a condição, estão o diabetes e a obesidade, além do envelhecimento, hipertensão e doença arterial coronariana.

“A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada é muito menos diagnosticada, mas tem sua prevalência crescente, uma mortalidade bastante alta e é muito associada à obesidade”, explicou Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

Para ele, o estudo reforça o que outras pesquisas já evidenciaram: os novos tratamentos para obesidade são capazes de tratar também doenças associadas à condição.

Nos ensaios clínicos iniciais da tirzepatida, foi comprovado que ela proporciona uma perda de peso substancial. Por isso, nos Estados Unidos, onde o medicamento já é comercializado, ele é liberado pela Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa) para o tratamento de obesidade. Segundo a Eli Lilly, a empresa já submeteu à Anvisa o mesmo pedido e aguarda os trâmites da agência.

“Sempre se discute se é um efeito somente da perda de peso ou se existe um efeito relacionado diretamente à molécula. É muito difícil responder isso. Sabemos que essas medicações reduzem a inflamação, melhoram outros fatores de risco, mas o que importa no final das contas, pelo menos com os dados que temos, é que realmente têm um impacto grande na doença (insuficiência cardíaca)”, opinou Halpern.

Para Luiz Guilherme Carneiro Velloso, cardiologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o estudo é interessante, e por se tratar de um medicamento eficiente na perda de peso e controle do diabetes, os resultados já eram esperados.

“Se você trata a obesidade com medidas alimentares, exercícios e, eventualmente, cirurgia bariátrica, há melhora da insuficiência cardíaca, da sobrevida, do desempenho físico”, afirmou.

Nesse sentido, ele sugeriu que seria interessante uma pesquisa que comparasse grupos com perda de peso equivalente, com e sem uso da tirzepatida, para identificar se os resultados são apenas consequência do tratamento da obesidade.

Mudança na bula

Recentemente, estudos comprovaram que o uso de tirzepatida por pessoas com obesidade é capaz de reduzir a gravidade da apneia do sono. Frente a esses resultados, a Lilly também submeteu o Mounjaro como medicamento para o tratamento da apneia obstrutiva do sono moderada a grave ao FDA e à Anvisa.

De acordo com a farmacêutica, os resultados da nova pesquisa serão submetidos à revisão por pares e publicação em uma revista científica, e serão enviados ao FDA e outras agências regulatórias, inclusive no Brasil, nos próximos meses.

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