MT e MS enfrentam escalada do novo coronavírus e falta de leitos em hospitais


Os estados vinham registrando até então os menores índices de casos e mortes na região Centro-Oeste, novo epicentro da doença no País

Por José Maria Tomazela
SOROCABA – A disseminação do novo coronavírus acelerou em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que vinham registrando os menores índices de casos e mortes na região Centro-Oeste, novo epicentro da doença no País. Nos dois estados há hospitais lotados e pacientes precisam esperar pela desocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Mato Grosso já cogita transferir doentes para outros estados. Enquanto o número de mortes sobe, os governos enfrentam dificuldade para manter a quarentena.

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A assistente social Mariah Castro, de 21 anos, vítima do novo coronavírus em Cuiabá (MT). Foto: Reprodução/Rede Social

A situação é mais dramática em Mato Grosso, onde apenas neste fim de semana, 31 pessoas morreram em decorrência da doença. Entre as vítimas, a assistente social Mariah Castro, de 21 anos, que não registrava comorbidades, morreu no sábado, no hospital particular onde estava internada, em Cuiabá, com quadro de pneumonia. Testes confirmaram a covid-19. Em redes sociais, familiares e amigos lamentaram a morte prematura da jovem. Em Tangará da Serra, o aposentado João Socoré, de 73, morreu 20 dias depois do óbito de seu irmão, Sebastião Socoré, um ano mais novo. Em menos de um mês, desde 18 de junho, o número de mortes mais que triplicou, subindo de 295 para 1.077. Os casos positivos chegaram a 28.791. Foram 273 confirmações em 24 horas. Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 98%, com 260 pacientes internados. O Estado sofre também com a falta de testes até para pacientes com sintomas respiratórios. Quando há teste, o resultado demora. Nesta segunda-feira, 13, duas mil amostras aguardavam análise. A capital Cuiabá lidera o ranking do Estado com 6.231 casos e 325 mortes – 12 nas últimas 24 horas. A cidade atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI e há pacientes na fila de espera. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou a entrega de 20 leitos de UTI nesta segunda. Desses, cinco foram ativados e já estão ocupados. “Há dezenas de pessoas na fila por atendimento que já serão transferidas. Sei que logo vai encher, mas esperamos que seja por pouco tempo e que as pessoas tenham alta logo”, disse o prefeito. Segundo o gestor, se houver necessidade de transferência, isso não será possível, pois não há vagas em todo o Estado na rede pública e privada. “Precisamos de bombas de infusão para abrir mais UTIs”, disse. Pinheiro anunciou que iniciará esta semana a entrega do ‘kit covid’ para pacientes com os primeiros sintomas da doença. “Apesar de toda polêmica na área médica, tudo deve ser feito para salvar vidas”, afirmou.

'Kit covid' O kit inclui medicamentos como a hidroxicloroquina, sem comprovação científica de ser eficaz contra a doença. Cuiabá está em toque de recolher a partir das 20 horas, mas há desrespeito. A fiscalização já aplicou mais de mil multas, a maioria em bares e distribuidoras de bebidas. A pasta estadual da saúde informou que, nesta segunda, dez pacientes com covid-19 continuavam à espera de leitos em UTI. A Secretaria considerava a possibilidade de transferir doentes para outros estados, "caso exista vaga e seja viável a transferência, considerando o quadro clínico individual". Conforme a pasta, o governo trabalha em parceria com os municípios para abrir mais de 200 vagas de UTI em Mato Grosso.  

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Hospital Regional precisou usar container para refrigerar corpos de pacientes mortos com a covid-19, em Campo Grande Foto: Divulgação/COE HRMS

Corpos em container

Em Mato Grosso do Sul, a média diária de mortes que era inferior a uma até a metade de junho, agora é de seis. O número de casos cresceu seis vezes em um mês. Nesta segunda-feira, o Estado chegou a 13.461 casos positivos e 167 mortes. A capital Campo Grande tem 4.640 casos e 37 óbitos. De sábado para domingo, foram 15 novos óbitos pelo novo coronavírus no Estado. O Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, referência para a covid-19, registrou ao menos quatro mortes. Sem espaço na câmara mortuária, alguns corpos foram armazenados em um container, alugado no início da pandemia. Mesmo com toque de recolher a partir das 20 horas, na capital, as aglomerações acontecem. Na madrugada desta segunda, a Guarda Municipal precisou intervir para acabar com uma ‘rave’ – festa com música eletrônica – no bairro Chácara dos Poderes. Cerca de 40 pessoas foram abordadas e obrigadas a voltar para casa. Em outro bairro da Capital, uma mulher foi presa ao se negar a fechar um bar onde 18 pessoas consumiam bebidas. O governo de Mato Grosso do Sul informou que ainda esta semana serão tomadas “medidas mais duras” para frear o vírus.

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Agentes da Guarda Municipal fecham 'rave' em chácara de Campo Grande (MS) Foto: Divulgação/GCM Campo Grande
SOROCABA – A disseminação do novo coronavírus acelerou em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que vinham registrando os menores índices de casos e mortes na região Centro-Oeste, novo epicentro da doença no País. Nos dois estados há hospitais lotados e pacientes precisam esperar pela desocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Mato Grosso já cogita transferir doentes para outros estados. Enquanto o número de mortes sobe, os governos enfrentam dificuldade para manter a quarentena.

A assistente social Mariah Castro, de 21 anos, vítima do novo coronavírus em Cuiabá (MT). Foto: Reprodução/Rede Social

A situação é mais dramática em Mato Grosso, onde apenas neste fim de semana, 31 pessoas morreram em decorrência da doença. Entre as vítimas, a assistente social Mariah Castro, de 21 anos, que não registrava comorbidades, morreu no sábado, no hospital particular onde estava internada, em Cuiabá, com quadro de pneumonia. Testes confirmaram a covid-19. Em redes sociais, familiares e amigos lamentaram a morte prematura da jovem. Em Tangará da Serra, o aposentado João Socoré, de 73, morreu 20 dias depois do óbito de seu irmão, Sebastião Socoré, um ano mais novo. Em menos de um mês, desde 18 de junho, o número de mortes mais que triplicou, subindo de 295 para 1.077. Os casos positivos chegaram a 28.791. Foram 273 confirmações em 24 horas. Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 98%, com 260 pacientes internados. O Estado sofre também com a falta de testes até para pacientes com sintomas respiratórios. Quando há teste, o resultado demora. Nesta segunda-feira, 13, duas mil amostras aguardavam análise. A capital Cuiabá lidera o ranking do Estado com 6.231 casos e 325 mortes – 12 nas últimas 24 horas. A cidade atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI e há pacientes na fila de espera. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou a entrega de 20 leitos de UTI nesta segunda. Desses, cinco foram ativados e já estão ocupados. “Há dezenas de pessoas na fila por atendimento que já serão transferidas. Sei que logo vai encher, mas esperamos que seja por pouco tempo e que as pessoas tenham alta logo”, disse o prefeito. Segundo o gestor, se houver necessidade de transferência, isso não será possível, pois não há vagas em todo o Estado na rede pública e privada. “Precisamos de bombas de infusão para abrir mais UTIs”, disse. Pinheiro anunciou que iniciará esta semana a entrega do ‘kit covid’ para pacientes com os primeiros sintomas da doença. “Apesar de toda polêmica na área médica, tudo deve ser feito para salvar vidas”, afirmou.

'Kit covid' O kit inclui medicamentos como a hidroxicloroquina, sem comprovação científica de ser eficaz contra a doença. Cuiabá está em toque de recolher a partir das 20 horas, mas há desrespeito. A fiscalização já aplicou mais de mil multas, a maioria em bares e distribuidoras de bebidas. A pasta estadual da saúde informou que, nesta segunda, dez pacientes com covid-19 continuavam à espera de leitos em UTI. A Secretaria considerava a possibilidade de transferir doentes para outros estados, "caso exista vaga e seja viável a transferência, considerando o quadro clínico individual". Conforme a pasta, o governo trabalha em parceria com os municípios para abrir mais de 200 vagas de UTI em Mato Grosso.  

Hospital Regional precisou usar container para refrigerar corpos de pacientes mortos com a covid-19, em Campo Grande Foto: Divulgação/COE HRMS

Corpos em container

Em Mato Grosso do Sul, a média diária de mortes que era inferior a uma até a metade de junho, agora é de seis. O número de casos cresceu seis vezes em um mês. Nesta segunda-feira, o Estado chegou a 13.461 casos positivos e 167 mortes. A capital Campo Grande tem 4.640 casos e 37 óbitos. De sábado para domingo, foram 15 novos óbitos pelo novo coronavírus no Estado. O Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, referência para a covid-19, registrou ao menos quatro mortes. Sem espaço na câmara mortuária, alguns corpos foram armazenados em um container, alugado no início da pandemia. Mesmo com toque de recolher a partir das 20 horas, na capital, as aglomerações acontecem. Na madrugada desta segunda, a Guarda Municipal precisou intervir para acabar com uma ‘rave’ – festa com música eletrônica – no bairro Chácara dos Poderes. Cerca de 40 pessoas foram abordadas e obrigadas a voltar para casa. Em outro bairro da Capital, uma mulher foi presa ao se negar a fechar um bar onde 18 pessoas consumiam bebidas. O governo de Mato Grosso do Sul informou que ainda esta semana serão tomadas “medidas mais duras” para frear o vírus.

Agentes da Guarda Municipal fecham 'rave' em chácara de Campo Grande (MS) Foto: Divulgação/GCM Campo Grande
SOROCABA – A disseminação do novo coronavírus acelerou em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que vinham registrando os menores índices de casos e mortes na região Centro-Oeste, novo epicentro da doença no País. Nos dois estados há hospitais lotados e pacientes precisam esperar pela desocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O Mato Grosso já cogita transferir doentes para outros estados. Enquanto o número de mortes sobe, os governos enfrentam dificuldade para manter a quarentena.

A assistente social Mariah Castro, de 21 anos, vítima do novo coronavírus em Cuiabá (MT). Foto: Reprodução/Rede Social

A situação é mais dramática em Mato Grosso, onde apenas neste fim de semana, 31 pessoas morreram em decorrência da doença. Entre as vítimas, a assistente social Mariah Castro, de 21 anos, que não registrava comorbidades, morreu no sábado, no hospital particular onde estava internada, em Cuiabá, com quadro de pneumonia. Testes confirmaram a covid-19. Em redes sociais, familiares e amigos lamentaram a morte prematura da jovem. Em Tangará da Serra, o aposentado João Socoré, de 73, morreu 20 dias depois do óbito de seu irmão, Sebastião Socoré, um ano mais novo. Em menos de um mês, desde 18 de junho, o número de mortes mais que triplicou, subindo de 295 para 1.077. Os casos positivos chegaram a 28.791. Foram 273 confirmações em 24 horas. Conforme a Secretaria da Saúde do Estado, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 98%, com 260 pacientes internados. O Estado sofre também com a falta de testes até para pacientes com sintomas respiratórios. Quando há teste, o resultado demora. Nesta segunda-feira, 13, duas mil amostras aguardavam análise. A capital Cuiabá lidera o ranking do Estado com 6.231 casos e 325 mortes – 12 nas últimas 24 horas. A cidade atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI e há pacientes na fila de espera. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou a entrega de 20 leitos de UTI nesta segunda. Desses, cinco foram ativados e já estão ocupados. “Há dezenas de pessoas na fila por atendimento que já serão transferidas. Sei que logo vai encher, mas esperamos que seja por pouco tempo e que as pessoas tenham alta logo”, disse o prefeito. Segundo o gestor, se houver necessidade de transferência, isso não será possível, pois não há vagas em todo o Estado na rede pública e privada. “Precisamos de bombas de infusão para abrir mais UTIs”, disse. Pinheiro anunciou que iniciará esta semana a entrega do ‘kit covid’ para pacientes com os primeiros sintomas da doença. “Apesar de toda polêmica na área médica, tudo deve ser feito para salvar vidas”, afirmou.

'Kit covid' O kit inclui medicamentos como a hidroxicloroquina, sem comprovação científica de ser eficaz contra a doença. Cuiabá está em toque de recolher a partir das 20 horas, mas há desrespeito. A fiscalização já aplicou mais de mil multas, a maioria em bares e distribuidoras de bebidas. A pasta estadual da saúde informou que, nesta segunda, dez pacientes com covid-19 continuavam à espera de leitos em UTI. A Secretaria considerava a possibilidade de transferir doentes para outros estados, "caso exista vaga e seja viável a transferência, considerando o quadro clínico individual". Conforme a pasta, o governo trabalha em parceria com os municípios para abrir mais de 200 vagas de UTI em Mato Grosso.  

Hospital Regional precisou usar container para refrigerar corpos de pacientes mortos com a covid-19, em Campo Grande Foto: Divulgação/COE HRMS

Corpos em container

Em Mato Grosso do Sul, a média diária de mortes que era inferior a uma até a metade de junho, agora é de seis. O número de casos cresceu seis vezes em um mês. Nesta segunda-feira, o Estado chegou a 13.461 casos positivos e 167 mortes. A capital Campo Grande tem 4.640 casos e 37 óbitos. De sábado para domingo, foram 15 novos óbitos pelo novo coronavírus no Estado. O Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, referência para a covid-19, registrou ao menos quatro mortes. Sem espaço na câmara mortuária, alguns corpos foram armazenados em um container, alugado no início da pandemia. Mesmo com toque de recolher a partir das 20 horas, na capital, as aglomerações acontecem. Na madrugada desta segunda, a Guarda Municipal precisou intervir para acabar com uma ‘rave’ – festa com música eletrônica – no bairro Chácara dos Poderes. Cerca de 40 pessoas foram abordadas e obrigadas a voltar para casa. Em outro bairro da Capital, uma mulher foi presa ao se negar a fechar um bar onde 18 pessoas consumiam bebidas. O governo de Mato Grosso do Sul informou que ainda esta semana serão tomadas “medidas mais duras” para frear o vírus.

Agentes da Guarda Municipal fecham 'rave' em chácara de Campo Grande (MS) Foto: Divulgação/GCM Campo Grande

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