Suplemento vitamínico: para quem é indicado? Melhora mesmo a saúde? Tem riscos? Tire suas dúvidas


Estudo mostrou que multivitamínicos não interferem na longevidade; entenda quando eles são necessários

Por Bárbara Giovani

Depois de 20 anos acompanhando quase 400 mil pessoas que tomavam multivitamínicos diariamente, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos concluíram que o uso desses suplementos não tem associação alguma com a redução da mortalidade ou o aumento da longevidade. Os resultados foram publicados em junho, na revista científica JAMA Network Open.

No geral, os multivitamínicos são suplementos nutricionais que contêm mais de um tipo de vitamina em suas cápsulas. Também chamados de polivitamínicos, eles abrangem tanto os produtos que oferecem várias vitaminas de um mesmo complexo – por exemplo, as do complexo B –, como os que reúnem vitaminas de A a Zinco, ou seja, que incluem também alguns minerais. O estudo americano não especificou a quais tipos de multivitamínico se refere.

No Brasil, o consumo desse tipo de produto cresce ano a ano. Segundo o levantamento “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, publicado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), o consumo de suplementos vitamínicos aumentou 48% entre 2015 e 2020.

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Ainda de acordo com o estudo, os suplementos alimentares e vitaminas deixaram de ser mais consumidos por homens e mulheres entre 25 e 50 anos e passaram a ter o maior público na faixa entre 41 e 60 anos. Esse grupo consome, principalmente, multivitamínicos e vitamina C.

Segundo especialistas, multivitamínicos devem ser consumidos por aqueles com deficiências nutricionais. Foto: Syda Productions/Adobe Stock

Realizado após o início da pandemia de covid-19, o levantamento da Abiad também apontou o motivo do crescimento: segundo os participantes, o consumo de suplementos vitamínicos está ligado à preocupação com a saúde, que ficou mais aflorada após a crise sanitária.

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No entanto, como os resultados da pesquisa publicada na JAMA Network Open mostram, o uso desses produtos não necessariamente traz benefícios à saúde.

“Em uma população que não está exposta à carência nutricional, o uso de multivitamínicos não vai mudar muita coisa”, afirma Fábio Moura, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Segundo o médico, o novo estudo apenas ratifica o que já foi demonstrado outras vezes, em outras investigações.

Para a nutricionista Vanderli Marchiori, da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), a pesquisa não traduz o verdadeiro objetivo desse tipo de suplemento nutricional. “Ninguém usa um polivitamínico para não morrer ou para morrer depois. Usamos para corrigir ou complementar uma alimentação deficiente.”

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Ela argumenta que há muitas variáveis envolvidas no risco de mortalidade de uma pessoa para atribuir essa responsabilidade unicamente à suplementação.

Quem deve tomar?

Segundo Marchiori, a suplementação vitamínica faz sentido quando existem sintomas de deficiência nutricional, que podem ser cansaço, fraqueza, tontura, perda de peso, mudanças na cor da pele, alterações no funcionamento do intestino e até problemas cognitivos.

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Ela explica que o quadro pode ser confirmado por exames, mas dado que nem todos os brasileiros têm acesso fácil a testes laboratoriais, a espera pela confirmação não é necessária se o paciente já apresenta sinais de deficiência e o profissional de saúde realiza uma análise criteriosa do histórico clínico.

No geral, o principal motivo para uma pessoa ter deficiência de vitaminas é a alimentação inadequada, que pode ocorrer tanto pela falta de educação alimentar quanto pela dificuldade de acesso a alimentos nutritivos. Além disso, ela pode surgir pelas seguintes causas:

  • Envelhecimento;
  • Restrições alimentares, como alergias, intolerâncias, vegetarianismo e veganismo;
  • Após procedimentos cirúrgicos;
  • Problemas de absorção de nutrientes pelo trato gastrointestinal;
  • Aumento da necessidade do organismo, seja durante uma gestação ou na rotina de atletas.
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Em alguns casos, o uso de multivitamínicos ou de uma única vitamina é temporário. “Usamos como estratégia de transição para que o paciente tenha um consumo alimentar mais adequado”, explica a nutricionista. Em outros, o uso de suplementos pode ser permanente.

Marchiori menciona que um estudo da Universidade da Califórnia comprovou que, na América do Sul, menos de 50% das pessoas consomem o volume correto de vitaminas e minerais para suprir a necessidade diária do corpo. Por isso, reforça a importância de políticas públicas que garantam os alimentos necessários para que a população tenha equilíbrio na ingestão de nutrientes.

Já entre aquelas com acesso garantido a alimentos variados, a nutricionista afirma que o caminho é a reeducação. “Uma vez que eu tenha os alimentos acessíveis para toda população, vou olhar o que ela escolhe e ensiná-la a escolher melhor”, diz. Moura concorda: “Comida primeiro”.

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Nesse contexto, os multivitamínicos e outros suplementos alimentares são a última opção – e sempre com acompanhamento profissional. “As pessoas só devem usar suplementos com a indicação de um nutricionista, farmacêutico ou médico”, afirma Marchiori.

Há riscos?

No estudo americano, os pesquisadores observaram que pessoas que tomavam multivitamínicos tiveram risco de morte 4% maior durante o início da pesquisa do que aquelas que não utilizavam esses suplementos. Segundo Moura, endocrinologista da SBEM, isso não significa que os polivitamínicos aumentem a mortalidade.

“É um estudo para o qual não temos todas as variáveis. Talvez essa pessoa que procurou (os suplementos) já estivesse doente, talvez já se sentisse pior, tomasse algum remédio porque tinha alguma doença. Um estudo observacional tira muito a força dessas conclusões”, diz.

De acordo com os especialistas, os riscos associados são baixos. No geral, pessoas com problemas renais devem estar mais atentas, porque o hábito de consumir esses produtos pode sobrecarregar os rins, que filtram os excessos do organismo.

Além disso, o uso de suplementos de vitaminas lipossolúveis, como A, E, D e K, também oferece perigos, ainda que baixos. Essas substâncias não são facilmente eliminadas pela urina e, assim, têm uma toxicidade cumulativa, de forma que podem se depositar no organismo e causar problemas como intoxicação.

“Por isso elas têm de ter uma análise de quantidade e frequência mais apurada. Se eu tomar 40 mil unidades de vitamina D e não fizer dieta de cálcio, tenho um risco muito superior de calcificação nos rins e um problema muito pior de saúde ao longo do tempo”, explica.

Já no caso das vitaminas solúveis em água, a eliminação dos excessos é mais fácil, ocorre pela urina. “O maior risco que você vai ter é o xixi caro”, brinca Fabio Moura, da SBEM, referindo-se ao fato de uma pessoa gastar com suplementos de vitaminas sem necessidade, apenas para eliminar tudo ao ir ao banheiro.

Depois de 20 anos acompanhando quase 400 mil pessoas que tomavam multivitamínicos diariamente, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos concluíram que o uso desses suplementos não tem associação alguma com a redução da mortalidade ou o aumento da longevidade. Os resultados foram publicados em junho, na revista científica JAMA Network Open.

No geral, os multivitamínicos são suplementos nutricionais que contêm mais de um tipo de vitamina em suas cápsulas. Também chamados de polivitamínicos, eles abrangem tanto os produtos que oferecem várias vitaminas de um mesmo complexo – por exemplo, as do complexo B –, como os que reúnem vitaminas de A a Zinco, ou seja, que incluem também alguns minerais. O estudo americano não especificou a quais tipos de multivitamínico se refere.

No Brasil, o consumo desse tipo de produto cresce ano a ano. Segundo o levantamento “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, publicado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), o consumo de suplementos vitamínicos aumentou 48% entre 2015 e 2020.

Ainda de acordo com o estudo, os suplementos alimentares e vitaminas deixaram de ser mais consumidos por homens e mulheres entre 25 e 50 anos e passaram a ter o maior público na faixa entre 41 e 60 anos. Esse grupo consome, principalmente, multivitamínicos e vitamina C.

Segundo especialistas, multivitamínicos devem ser consumidos por aqueles com deficiências nutricionais. Foto: Syda Productions/Adobe Stock

Realizado após o início da pandemia de covid-19, o levantamento da Abiad também apontou o motivo do crescimento: segundo os participantes, o consumo de suplementos vitamínicos está ligado à preocupação com a saúde, que ficou mais aflorada após a crise sanitária.

No entanto, como os resultados da pesquisa publicada na JAMA Network Open mostram, o uso desses produtos não necessariamente traz benefícios à saúde.

“Em uma população que não está exposta à carência nutricional, o uso de multivitamínicos não vai mudar muita coisa”, afirma Fábio Moura, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Segundo o médico, o novo estudo apenas ratifica o que já foi demonstrado outras vezes, em outras investigações.

Para a nutricionista Vanderli Marchiori, da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), a pesquisa não traduz o verdadeiro objetivo desse tipo de suplemento nutricional. “Ninguém usa um polivitamínico para não morrer ou para morrer depois. Usamos para corrigir ou complementar uma alimentação deficiente.”

Ela argumenta que há muitas variáveis envolvidas no risco de mortalidade de uma pessoa para atribuir essa responsabilidade unicamente à suplementação.

Quem deve tomar?

Segundo Marchiori, a suplementação vitamínica faz sentido quando existem sintomas de deficiência nutricional, que podem ser cansaço, fraqueza, tontura, perda de peso, mudanças na cor da pele, alterações no funcionamento do intestino e até problemas cognitivos.

Ela explica que o quadro pode ser confirmado por exames, mas dado que nem todos os brasileiros têm acesso fácil a testes laboratoriais, a espera pela confirmação não é necessária se o paciente já apresenta sinais de deficiência e o profissional de saúde realiza uma análise criteriosa do histórico clínico.

No geral, o principal motivo para uma pessoa ter deficiência de vitaminas é a alimentação inadequada, que pode ocorrer tanto pela falta de educação alimentar quanto pela dificuldade de acesso a alimentos nutritivos. Além disso, ela pode surgir pelas seguintes causas:

  • Envelhecimento;
  • Restrições alimentares, como alergias, intolerâncias, vegetarianismo e veganismo;
  • Após procedimentos cirúrgicos;
  • Problemas de absorção de nutrientes pelo trato gastrointestinal;
  • Aumento da necessidade do organismo, seja durante uma gestação ou na rotina de atletas.

Em alguns casos, o uso de multivitamínicos ou de uma única vitamina é temporário. “Usamos como estratégia de transição para que o paciente tenha um consumo alimentar mais adequado”, explica a nutricionista. Em outros, o uso de suplementos pode ser permanente.

Marchiori menciona que um estudo da Universidade da Califórnia comprovou que, na América do Sul, menos de 50% das pessoas consomem o volume correto de vitaminas e minerais para suprir a necessidade diária do corpo. Por isso, reforça a importância de políticas públicas que garantam os alimentos necessários para que a população tenha equilíbrio na ingestão de nutrientes.

Já entre aquelas com acesso garantido a alimentos variados, a nutricionista afirma que o caminho é a reeducação. “Uma vez que eu tenha os alimentos acessíveis para toda população, vou olhar o que ela escolhe e ensiná-la a escolher melhor”, diz. Moura concorda: “Comida primeiro”.

Nesse contexto, os multivitamínicos e outros suplementos alimentares são a última opção – e sempre com acompanhamento profissional. “As pessoas só devem usar suplementos com a indicação de um nutricionista, farmacêutico ou médico”, afirma Marchiori.

Há riscos?

No estudo americano, os pesquisadores observaram que pessoas que tomavam multivitamínicos tiveram risco de morte 4% maior durante o início da pesquisa do que aquelas que não utilizavam esses suplementos. Segundo Moura, endocrinologista da SBEM, isso não significa que os polivitamínicos aumentem a mortalidade.

“É um estudo para o qual não temos todas as variáveis. Talvez essa pessoa que procurou (os suplementos) já estivesse doente, talvez já se sentisse pior, tomasse algum remédio porque tinha alguma doença. Um estudo observacional tira muito a força dessas conclusões”, diz.

De acordo com os especialistas, os riscos associados são baixos. No geral, pessoas com problemas renais devem estar mais atentas, porque o hábito de consumir esses produtos pode sobrecarregar os rins, que filtram os excessos do organismo.

Além disso, o uso de suplementos de vitaminas lipossolúveis, como A, E, D e K, também oferece perigos, ainda que baixos. Essas substâncias não são facilmente eliminadas pela urina e, assim, têm uma toxicidade cumulativa, de forma que podem se depositar no organismo e causar problemas como intoxicação.

“Por isso elas têm de ter uma análise de quantidade e frequência mais apurada. Se eu tomar 40 mil unidades de vitamina D e não fizer dieta de cálcio, tenho um risco muito superior de calcificação nos rins e um problema muito pior de saúde ao longo do tempo”, explica.

Já no caso das vitaminas solúveis em água, a eliminação dos excessos é mais fácil, ocorre pela urina. “O maior risco que você vai ter é o xixi caro”, brinca Fabio Moura, da SBEM, referindo-se ao fato de uma pessoa gastar com suplementos de vitaminas sem necessidade, apenas para eliminar tudo ao ir ao banheiro.

Depois de 20 anos acompanhando quase 400 mil pessoas que tomavam multivitamínicos diariamente, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos concluíram que o uso desses suplementos não tem associação alguma com a redução da mortalidade ou o aumento da longevidade. Os resultados foram publicados em junho, na revista científica JAMA Network Open.

No geral, os multivitamínicos são suplementos nutricionais que contêm mais de um tipo de vitamina em suas cápsulas. Também chamados de polivitamínicos, eles abrangem tanto os produtos que oferecem várias vitaminas de um mesmo complexo – por exemplo, as do complexo B –, como os que reúnem vitaminas de A a Zinco, ou seja, que incluem também alguns minerais. O estudo americano não especificou a quais tipos de multivitamínico se refere.

No Brasil, o consumo desse tipo de produto cresce ano a ano. Segundo o levantamento “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, publicado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), o consumo de suplementos vitamínicos aumentou 48% entre 2015 e 2020.

Ainda de acordo com o estudo, os suplementos alimentares e vitaminas deixaram de ser mais consumidos por homens e mulheres entre 25 e 50 anos e passaram a ter o maior público na faixa entre 41 e 60 anos. Esse grupo consome, principalmente, multivitamínicos e vitamina C.

Segundo especialistas, multivitamínicos devem ser consumidos por aqueles com deficiências nutricionais. Foto: Syda Productions/Adobe Stock

Realizado após o início da pandemia de covid-19, o levantamento da Abiad também apontou o motivo do crescimento: segundo os participantes, o consumo de suplementos vitamínicos está ligado à preocupação com a saúde, que ficou mais aflorada após a crise sanitária.

No entanto, como os resultados da pesquisa publicada na JAMA Network Open mostram, o uso desses produtos não necessariamente traz benefícios à saúde.

“Em uma população que não está exposta à carência nutricional, o uso de multivitamínicos não vai mudar muita coisa”, afirma Fábio Moura, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Segundo o médico, o novo estudo apenas ratifica o que já foi demonstrado outras vezes, em outras investigações.

Para a nutricionista Vanderli Marchiori, da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), a pesquisa não traduz o verdadeiro objetivo desse tipo de suplemento nutricional. “Ninguém usa um polivitamínico para não morrer ou para morrer depois. Usamos para corrigir ou complementar uma alimentação deficiente.”

Ela argumenta que há muitas variáveis envolvidas no risco de mortalidade de uma pessoa para atribuir essa responsabilidade unicamente à suplementação.

Quem deve tomar?

Segundo Marchiori, a suplementação vitamínica faz sentido quando existem sintomas de deficiência nutricional, que podem ser cansaço, fraqueza, tontura, perda de peso, mudanças na cor da pele, alterações no funcionamento do intestino e até problemas cognitivos.

Ela explica que o quadro pode ser confirmado por exames, mas dado que nem todos os brasileiros têm acesso fácil a testes laboratoriais, a espera pela confirmação não é necessária se o paciente já apresenta sinais de deficiência e o profissional de saúde realiza uma análise criteriosa do histórico clínico.

No geral, o principal motivo para uma pessoa ter deficiência de vitaminas é a alimentação inadequada, que pode ocorrer tanto pela falta de educação alimentar quanto pela dificuldade de acesso a alimentos nutritivos. Além disso, ela pode surgir pelas seguintes causas:

  • Envelhecimento;
  • Restrições alimentares, como alergias, intolerâncias, vegetarianismo e veganismo;
  • Após procedimentos cirúrgicos;
  • Problemas de absorção de nutrientes pelo trato gastrointestinal;
  • Aumento da necessidade do organismo, seja durante uma gestação ou na rotina de atletas.

Em alguns casos, o uso de multivitamínicos ou de uma única vitamina é temporário. “Usamos como estratégia de transição para que o paciente tenha um consumo alimentar mais adequado”, explica a nutricionista. Em outros, o uso de suplementos pode ser permanente.

Marchiori menciona que um estudo da Universidade da Califórnia comprovou que, na América do Sul, menos de 50% das pessoas consomem o volume correto de vitaminas e minerais para suprir a necessidade diária do corpo. Por isso, reforça a importância de políticas públicas que garantam os alimentos necessários para que a população tenha equilíbrio na ingestão de nutrientes.

Já entre aquelas com acesso garantido a alimentos variados, a nutricionista afirma que o caminho é a reeducação. “Uma vez que eu tenha os alimentos acessíveis para toda população, vou olhar o que ela escolhe e ensiná-la a escolher melhor”, diz. Moura concorda: “Comida primeiro”.

Nesse contexto, os multivitamínicos e outros suplementos alimentares são a última opção – e sempre com acompanhamento profissional. “As pessoas só devem usar suplementos com a indicação de um nutricionista, farmacêutico ou médico”, afirma Marchiori.

Há riscos?

No estudo americano, os pesquisadores observaram que pessoas que tomavam multivitamínicos tiveram risco de morte 4% maior durante o início da pesquisa do que aquelas que não utilizavam esses suplementos. Segundo Moura, endocrinologista da SBEM, isso não significa que os polivitamínicos aumentem a mortalidade.

“É um estudo para o qual não temos todas as variáveis. Talvez essa pessoa que procurou (os suplementos) já estivesse doente, talvez já se sentisse pior, tomasse algum remédio porque tinha alguma doença. Um estudo observacional tira muito a força dessas conclusões”, diz.

De acordo com os especialistas, os riscos associados são baixos. No geral, pessoas com problemas renais devem estar mais atentas, porque o hábito de consumir esses produtos pode sobrecarregar os rins, que filtram os excessos do organismo.

Além disso, o uso de suplementos de vitaminas lipossolúveis, como A, E, D e K, também oferece perigos, ainda que baixos. Essas substâncias não são facilmente eliminadas pela urina e, assim, têm uma toxicidade cumulativa, de forma que podem se depositar no organismo e causar problemas como intoxicação.

“Por isso elas têm de ter uma análise de quantidade e frequência mais apurada. Se eu tomar 40 mil unidades de vitamina D e não fizer dieta de cálcio, tenho um risco muito superior de calcificação nos rins e um problema muito pior de saúde ao longo do tempo”, explica.

Já no caso das vitaminas solúveis em água, a eliminação dos excessos é mais fácil, ocorre pela urina. “O maior risco que você vai ter é o xixi caro”, brinca Fabio Moura, da SBEM, referindo-se ao fato de uma pessoa gastar com suplementos de vitaminas sem necessidade, apenas para eliminar tudo ao ir ao banheiro.

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