Mutirão de cirurgia de catarata deixa pacientes cegos no interior de SP; Estado abre investigação


Profissionais que atuaram nos atendimentos foram afastados

Por Renata Okumura
Atualização:

Um mutirão de cirurgias de catarata em Taquaritinga, no interior paulista, deixou doze pacientes cegos. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou neste domingo, 9, que abriu investigação para apurar rigorosamente os procedimentos, realizados em 21 de outubro no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do município.

De acordo com a secretaria, todos os profissionais que atuaram nos atendimentos foram afastados e os pacientes estão recebendo suporte de equipes especializadas em unidades de referência, incluindo tratamento e medicamentos necessários.

Uma comissão especializada do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) irá acompanhar os pacientes.

continua após a publicidade
Cirurgias foram realizadas no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taquaritinga, no interior paulista Foto: Reprodução/Google Street View

Segundo a Prefeitura de Taquaritinga, o AME é gerido por uma organização social contratada pelo governo estadual. Em outubro de 2024, o serviço identificou que pacientes que haviam realizado cirurgias oftalmológicas tiveram complicações e encaminhou o grupo para outra unidade, também estadual.

Diante do caso, equipes de Vigilância Sanitária realizaram uma visita técnica no AME. “Nessa visita, foram identificadas algumas inadequações na Sala de Materiais e Esterilização do local e, naquele momento, optou-se pela interdição dessa sala”, informou a administração municipal.

continua após a publicidade

Em nota, o Grupo Santa Casa de Franca, administrador do AME, afirmou que os pacientes foram encaminhados para unidades de referência em Araraquara e Ribeirão Preto, e que foram inseridos na fila de transplante de córnea do Estado.

De acordo com a OSS, foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. A investigação “concluiu que houve uma troca no protocolo assistencial, especificamente no preparo cirúrgico; esse erro foi restrito exclusivamente ao dia 21 de outubro de 2024, afetando 12 pacientes dos 23 operados neste dia”, afirmou.

“Diante dessa constatação, todos os profissionais diretamente envolvidos foram afastados de suas funções. Além disso, medidas corretivas foram implementadas para reforçar os protocolos de segurança e evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer”, acrescentou a entidade.

continua após a publicidade

Polícia apura o caso

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que, até o momento, foi registrado um boletim de ocorrência, de natureza não criminal, sobre o caso.

O documento foi registrado na Delegacia de Santa Ernestina na última segunda-feira, 3, por um homem de 66 anos. “A autoridade policial apura os fatos e está à disposição das demais vítimas visando ao devido esclarecimento do ocorrido”, disse a SSP.

continua após a publicidade

Casos semelhantes

Em outubro do ano passado, após infecções oculares no Rio Grande do Norte, entidades médicas divulgaram orientações para mutirões de cirurgias. Na ocasião, 15 pacientes contraíram infecção bacteriana e nove deles tiveram de remover o globo ocular devido à gravidade das complicações.

Na época, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta sobre a urgência de reforçar o controle das normas éticas, técnicas e sanitárias em mutirões de cirurgias oftalmológicas.

continua após a publicidade

Para orientar a realização segura dos mutirões, a entidade lançou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, elaborado com o apoio técnico do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento oferece informações para gestores, contratantes, organizadores, médicos e pacientes. /com a colaboração de Victória Ribeiro

Um mutirão de cirurgias de catarata em Taquaritinga, no interior paulista, deixou doze pacientes cegos. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou neste domingo, 9, que abriu investigação para apurar rigorosamente os procedimentos, realizados em 21 de outubro no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do município.

De acordo com a secretaria, todos os profissionais que atuaram nos atendimentos foram afastados e os pacientes estão recebendo suporte de equipes especializadas em unidades de referência, incluindo tratamento e medicamentos necessários.

Uma comissão especializada do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) irá acompanhar os pacientes.

Cirurgias foram realizadas no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taquaritinga, no interior paulista Foto: Reprodução/Google Street View

Segundo a Prefeitura de Taquaritinga, o AME é gerido por uma organização social contratada pelo governo estadual. Em outubro de 2024, o serviço identificou que pacientes que haviam realizado cirurgias oftalmológicas tiveram complicações e encaminhou o grupo para outra unidade, também estadual.

Diante do caso, equipes de Vigilância Sanitária realizaram uma visita técnica no AME. “Nessa visita, foram identificadas algumas inadequações na Sala de Materiais e Esterilização do local e, naquele momento, optou-se pela interdição dessa sala”, informou a administração municipal.

Em nota, o Grupo Santa Casa de Franca, administrador do AME, afirmou que os pacientes foram encaminhados para unidades de referência em Araraquara e Ribeirão Preto, e que foram inseridos na fila de transplante de córnea do Estado.

De acordo com a OSS, foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. A investigação “concluiu que houve uma troca no protocolo assistencial, especificamente no preparo cirúrgico; esse erro foi restrito exclusivamente ao dia 21 de outubro de 2024, afetando 12 pacientes dos 23 operados neste dia”, afirmou.

“Diante dessa constatação, todos os profissionais diretamente envolvidos foram afastados de suas funções. Além disso, medidas corretivas foram implementadas para reforçar os protocolos de segurança e evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer”, acrescentou a entidade.

Polícia apura o caso

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que, até o momento, foi registrado um boletim de ocorrência, de natureza não criminal, sobre o caso.

O documento foi registrado na Delegacia de Santa Ernestina na última segunda-feira, 3, por um homem de 66 anos. “A autoridade policial apura os fatos e está à disposição das demais vítimas visando ao devido esclarecimento do ocorrido”, disse a SSP.

Casos semelhantes

Em outubro do ano passado, após infecções oculares no Rio Grande do Norte, entidades médicas divulgaram orientações para mutirões de cirurgias. Na ocasião, 15 pacientes contraíram infecção bacteriana e nove deles tiveram de remover o globo ocular devido à gravidade das complicações.

Na época, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta sobre a urgência de reforçar o controle das normas éticas, técnicas e sanitárias em mutirões de cirurgias oftalmológicas.

Para orientar a realização segura dos mutirões, a entidade lançou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, elaborado com o apoio técnico do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento oferece informações para gestores, contratantes, organizadores, médicos e pacientes. /com a colaboração de Victória Ribeiro

Um mutirão de cirurgias de catarata em Taquaritinga, no interior paulista, deixou doze pacientes cegos. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou neste domingo, 9, que abriu investigação para apurar rigorosamente os procedimentos, realizados em 21 de outubro no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) do município.

De acordo com a secretaria, todos os profissionais que atuaram nos atendimentos foram afastados e os pacientes estão recebendo suporte de equipes especializadas em unidades de referência, incluindo tratamento e medicamentos necessários.

Uma comissão especializada do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) irá acompanhar os pacientes.

Cirurgias foram realizadas no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taquaritinga, no interior paulista Foto: Reprodução/Google Street View

Segundo a Prefeitura de Taquaritinga, o AME é gerido por uma organização social contratada pelo governo estadual. Em outubro de 2024, o serviço identificou que pacientes que haviam realizado cirurgias oftalmológicas tiveram complicações e encaminhou o grupo para outra unidade, também estadual.

Diante do caso, equipes de Vigilância Sanitária realizaram uma visita técnica no AME. “Nessa visita, foram identificadas algumas inadequações na Sala de Materiais e Esterilização do local e, naquele momento, optou-se pela interdição dessa sala”, informou a administração municipal.

Em nota, o Grupo Santa Casa de Franca, administrador do AME, afirmou que os pacientes foram encaminhados para unidades de referência em Araraquara e Ribeirão Preto, e que foram inseridos na fila de transplante de córnea do Estado.

De acordo com a OSS, foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. A investigação “concluiu que houve uma troca no protocolo assistencial, especificamente no preparo cirúrgico; esse erro foi restrito exclusivamente ao dia 21 de outubro de 2024, afetando 12 pacientes dos 23 operados neste dia”, afirmou.

“Diante dessa constatação, todos os profissionais diretamente envolvidos foram afastados de suas funções. Além disso, medidas corretivas foram implementadas para reforçar os protocolos de segurança e evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer”, acrescentou a entidade.

Polícia apura o caso

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que, até o momento, foi registrado um boletim de ocorrência, de natureza não criminal, sobre o caso.

O documento foi registrado na Delegacia de Santa Ernestina na última segunda-feira, 3, por um homem de 66 anos. “A autoridade policial apura os fatos e está à disposição das demais vítimas visando ao devido esclarecimento do ocorrido”, disse a SSP.

Casos semelhantes

Em outubro do ano passado, após infecções oculares no Rio Grande do Norte, entidades médicas divulgaram orientações para mutirões de cirurgias. Na ocasião, 15 pacientes contraíram infecção bacteriana e nove deles tiveram de remover o globo ocular devido à gravidade das complicações.

Na época, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta sobre a urgência de reforçar o controle das normas éticas, técnicas e sanitárias em mutirões de cirurgias oftalmológicas.

Para orientar a realização segura dos mutirões, a entidade lançou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, elaborado com o apoio técnico do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento oferece informações para gestores, contratantes, organizadores, médicos e pacientes. /com a colaboração de Victória Ribeiro

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.