O setor de saúde suplementar, nos últimos três anos, acumulou um prejuízo operacional que supera R$ 20 bilhões, o que tem refletido em reajustes expressivos dos planos. Na direção oposta, a Geap Saúde, especializada em atender servidores públicos e seus familiares, anunciou redução significativa dos valores praticados em sua tabela de preços e aposta na estratégia como forma de oxigenar a carteira.
A iniciativa, inédita em 78 anos da Geap, fez parte do acordo do novo convênio assinado com o governo federal no dia 26 de janeiro. Firmada com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), a nova proposta estabelece como novidade a redução dos valores dos planos em cinco das seis faixas etárias, com índices que variam entre -6,29% e -14,35%.
Apenas na faixa acima de 59 anos haverá acréscimo de valores e, ainda assim, em parâmetro (8,1%) muito abaixo do observado no mercado. “Quando o nosso cliente for comparar, verá que nós oferecemos ótimos preços. Se pensarmos numa família de três gerações, a operadora não era interessante para os filhos e os netos. Agora, todos poderão aderir ao plano. Nossa precificação se tornou muito atrativa”, destaca o diretor-presidente da Geap, Douglas Figueredo.
Ele conta que foram realizadas mais de 600 simulações para encontrar o equilíbrio ideal. “O resultado é uma tabela inteligente, que permite ter preços mais competitivos para todas as faixas etárias, garantindo o crescimento e a sustentabilidade do plano”, disse.
Douglas Figueredo, diretor-presidente da Geap
Em 2023, a humanização e a inovação na gestão foram as prioridades. Isso garantiu o maior crescimento de clientes dos últimos 20 anos, chegando a 9%. Outro ponto destacado por Douglas é a qualificação da rede de prestadores, o que significa uma ampliação em 700 hospitais, clínicas e laboratórios, ultrapassando 16 mil parceiros em todo o País. Referências no setor de saúde suplementar já atendem os clientes da Geap, a exemplo do Sírio-Libanês, no Distrito Federal, Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e de grandes hospitais em todo o País, como o Help, na Paraíba, o Ville Roy, em Roraima, e o SOS Cardio, em Santa Catarina. “O ato de ouvir os envolvidos na tríade (beneficiário, prestador e operadora) é revolucionário”, diz o diretor-presidente da Geap que, ao chegar à frente da gestão, se deparou com uma realidade de quatro anos de perda acentuada de clientes. “Os dados mostravam a saída de mais de 200 mil beneficiários, perda de previsão de receitas, aumento do passivo jurídico, entre outros desafios. Se continuasse nesse ritmo, a operadora acabaria fechando as portas”, explicou.
Com reestruturação e estratégia, a gestão atual da Geap conseguiu fazer a curva de crescimento voltar a subir, conquistando em 11 meses a adesão de 50 mil pessoas e fechando o ano com crescimento de mais de R$ 100 milhões dos ativos financeiros. Para isso, foram implementadas cerca de 200 ações previstas em planejamento estratégico, como a redução do prazo de pagamento aos prestadores de 90 para 45 dias, incorporação de mais de 35 novos convênios celebrados com órgãos do Poder Judiciário, Estados e municípios. A operadora lançou ainda planos diferenciados, pensados para servidores estaduais e municipais de todas as faixas etárias.
Douglas aponta que o desempenho histórico de 2023 é indicativo de boas perspectivas para os próximos anos.