Secretário diz que SP ‘não dá conta’ de abrir leitos na mesma velocidade que a da covid-19


‘A gente corre o risco de ter um comprometimento nos nossos sistemas de saúde’, declarou Gorinchteyn; governo de São Paulo anunciou 1.118 novas vagas de internação nas últimas duas semanas

Por Priscila Mengue

Mesmo ao anunciar a terceira ampliação de leitos para pacientes de covid-19 em São Paulo em duas semanas, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, admitiu que o Estado não consegue aumentar a oferta de vagas no mesmo ritmo do crescimento da demanda por internações, especialmente de UTI.

O Estadão noticiou que ao menos 26 pacientes morreram neste mês enquanto aguardavam transferência. “Nós não temos fôlego de abrir na mesma velocidade (da doença) esse número de leitos. Mas temos que dar o máximo de assistência a todos", afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 10. “Não daremos mais conta de abrir mais leitos. Precisamos da ajuda de todos. Que todos fiquem em casa, só saiam em condições de absoluta necessidade”, destacou.

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“Estamos ampliando leitos, fazendo convocações, mas tudo isso tem limite”, acrescentou. Ele disse que o Estado não corre risco de desabastecimento de oxigênio. “Teremos dias muito difíceis.”

São Paulo enfrenta aumento de óbitos, casos e internações por covid-19 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Gorinchteyn comentou, ainda, que as mortes de pacientes na fila de espera por UTI são de pacientes que estão com algum tipo de assistência. “Pacientes, como os de Taboão (da Serra, que teve 11 mortes de pessoas aguardando transferência em menos de uma semana), estavam entubados, com ventiladores, recebendo antibióticos. Eles não estavam agonizando como vimos em outros países e Estados, mas nós temos esse risco. Nós estamos correndo contra isso”, apontou. 

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“Temos ainda leitos em UTI, mas, com a velocidade da doença e a forma grave que os doentes têm se apresentado, a gente corre o risco de ter um comprometimento nos nossos sistemas de saúde”, disse. “Trinta e dois municípios já tiveram seu colapso na assistência e foram resgatados por outros lugares”, acrescentou, sem citar detalhes.  O secretário comentou que a Central de Regulação de Ofertas e Serviços da Saúde (Cross) estava com 1.930 pedidos de regulações nesta quarta-feira, uma média que era de 150 no início de dezembro, apenas para transferências de leitos e outros procedimentos relacionados à covid-19. “Desses, 35% são para UTI", explicou.

“Nós estamos aumentando da forma que conseguimos. Quando eu falo de aumentar número de leitos, não é simplesmente um colchão, uma cama e um respirador. É, além disso, uma equipe que vai dar assistência a esse paciente. Por isso, não abro leito de UTI de um dia pro outro. Estamos dando o máximo pra abrir”, destacou.

Doria também anunciou 338 novas vagas de internação para pacientes da doença, dos quais 167 são de UTI. Esse é o terceiro anúncio de ampliação em duas semanas, totalizando 1.118 novos leitos para este mês, dos quais 676 são de terapia intensiva. “A gravidade dos novos casos exige mais tempo de internação. Isso sobrecarrega hospitais e limita a rotatividade de leitos hospitalares”, completou.

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Na coletiva, o Estado voltou a criticar o Ministério da Saúde por não repassar os recursos acordados para leitos, mesmo após a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber conceder uma liminar em ação ajuizada pelos Estados de São Paulo, Maranhão e Bahia contra o governo federal para a retomada do custeio. A decisão, de 27 de fevereiro e em caráter liminar, deveria ter sido cumprida de forma imediata.

“No ano passado, o Ministério da Saúde deixou de investir nesses leitos a cifra de R$ 1,4 bilhão", disse o secretário. Em 2021, não foram pagos cerca de R$ 245 milhões mensais, afirma o governo estadual. “Só 13% dos leitos estão habilitados (pagos pelo ministério), e não é diferente na Bahia, no Maranhão, no Ceará, isso é desobedecer a corte suprema do País”, criticou Doria.

Também presente na coletiva, Eloisa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas fez um apelo à população. “Os hospitais estão lotados, colapsando. Precisamos da ajuda de cada um de vocês para deter o vírus”, disse. “Não temos condições de acolher todos ao mesmo tempo. Estamos no nosso limite. Não nos deixem colapsar, nos ajude a ajudá-los.”

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O Estado tem2.149.561 casos e 62.570 óbitos por covid-19. São 20.314 internados com suspeita ou confirmação da doença, dos quais 8.972 estão em UTI e os demais 11.342 em leitos de enfermaria. “Aceleramos, e aceleramos muito num período muito curto, com grande número de pessoas”, destacou Gorinchteyn.

A taxa de ocupação é de 82% em UTI, média que é de 82,8% na Grande São Paulo. Em enfermaria, a ocupação é de 66,1% no Estado, enquanto é de 74,2% na região metropolitana da capital.

Na segunda-feira, 8, o governo havia anunciado 280 novos leitos, metade de UTI, enquanto, na semana anterior, foi divulgada a criação de 500 novas vagas, das quais 339 em terapia intensiva. Segundo o governo, o Estado tinha 3,5 mil leitos de UTI públicos antes da pandemia, número ampliado ao longo dos meses e que chegará a 9,2 mil até abril.

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Governo de SP estuda novas restrições e ‘fase roxa’

Como noticiou o Estadão, o governo discute a possibilidade de criar uma classificação mais restritiva do Plano São Paulo, chamada fase roxa. A mudança é debatida internamente há semanas no Centro de Contingência do Coronavírus, como noticiou o Estadão em fevereiro, e se intensificou com o agravamento da pandemia. "Estamos discutindo com o governo a necessidade de novas medidas eventualmente mais restritivas. Estamos trabalhando nisso. Acredito que, conforme seja necessário, o governo vai anunciar novas medidas se for o caso. Tudo indica que sim, porque vemos um crescimento constante tanto de casos quanto de óbitos”, disse Paulo Menezes, coordenador do centro.“Estamos trabalhando como viabilizar medidas que possam de fato aumentar o nível de isolamento social”, completou. 

Mesmo ao anunciar a terceira ampliação de leitos para pacientes de covid-19 em São Paulo em duas semanas, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, admitiu que o Estado não consegue aumentar a oferta de vagas no mesmo ritmo do crescimento da demanda por internações, especialmente de UTI.

O Estadão noticiou que ao menos 26 pacientes morreram neste mês enquanto aguardavam transferência. “Nós não temos fôlego de abrir na mesma velocidade (da doença) esse número de leitos. Mas temos que dar o máximo de assistência a todos", afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 10. “Não daremos mais conta de abrir mais leitos. Precisamos da ajuda de todos. Que todos fiquem em casa, só saiam em condições de absoluta necessidade”, destacou.

“Estamos ampliando leitos, fazendo convocações, mas tudo isso tem limite”, acrescentou. Ele disse que o Estado não corre risco de desabastecimento de oxigênio. “Teremos dias muito difíceis.”

São Paulo enfrenta aumento de óbitos, casos e internações por covid-19 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Gorinchteyn comentou, ainda, que as mortes de pacientes na fila de espera por UTI são de pacientes que estão com algum tipo de assistência. “Pacientes, como os de Taboão (da Serra, que teve 11 mortes de pessoas aguardando transferência em menos de uma semana), estavam entubados, com ventiladores, recebendo antibióticos. Eles não estavam agonizando como vimos em outros países e Estados, mas nós temos esse risco. Nós estamos correndo contra isso”, apontou. 

“Temos ainda leitos em UTI, mas, com a velocidade da doença e a forma grave que os doentes têm se apresentado, a gente corre o risco de ter um comprometimento nos nossos sistemas de saúde”, disse. “Trinta e dois municípios já tiveram seu colapso na assistência e foram resgatados por outros lugares”, acrescentou, sem citar detalhes.  O secretário comentou que a Central de Regulação de Ofertas e Serviços da Saúde (Cross) estava com 1.930 pedidos de regulações nesta quarta-feira, uma média que era de 150 no início de dezembro, apenas para transferências de leitos e outros procedimentos relacionados à covid-19. “Desses, 35% são para UTI", explicou.

“Nós estamos aumentando da forma que conseguimos. Quando eu falo de aumentar número de leitos, não é simplesmente um colchão, uma cama e um respirador. É, além disso, uma equipe que vai dar assistência a esse paciente. Por isso, não abro leito de UTI de um dia pro outro. Estamos dando o máximo pra abrir”, destacou.

Doria também anunciou 338 novas vagas de internação para pacientes da doença, dos quais 167 são de UTI. Esse é o terceiro anúncio de ampliação em duas semanas, totalizando 1.118 novos leitos para este mês, dos quais 676 são de terapia intensiva. “A gravidade dos novos casos exige mais tempo de internação. Isso sobrecarrega hospitais e limita a rotatividade de leitos hospitalares”, completou.

Na coletiva, o Estado voltou a criticar o Ministério da Saúde por não repassar os recursos acordados para leitos, mesmo após a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber conceder uma liminar em ação ajuizada pelos Estados de São Paulo, Maranhão e Bahia contra o governo federal para a retomada do custeio. A decisão, de 27 de fevereiro e em caráter liminar, deveria ter sido cumprida de forma imediata.

“No ano passado, o Ministério da Saúde deixou de investir nesses leitos a cifra de R$ 1,4 bilhão", disse o secretário. Em 2021, não foram pagos cerca de R$ 245 milhões mensais, afirma o governo estadual. “Só 13% dos leitos estão habilitados (pagos pelo ministério), e não é diferente na Bahia, no Maranhão, no Ceará, isso é desobedecer a corte suprema do País”, criticou Doria.

Também presente na coletiva, Eloisa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas fez um apelo à população. “Os hospitais estão lotados, colapsando. Precisamos da ajuda de cada um de vocês para deter o vírus”, disse. “Não temos condições de acolher todos ao mesmo tempo. Estamos no nosso limite. Não nos deixem colapsar, nos ajude a ajudá-los.”

O Estado tem2.149.561 casos e 62.570 óbitos por covid-19. São 20.314 internados com suspeita ou confirmação da doença, dos quais 8.972 estão em UTI e os demais 11.342 em leitos de enfermaria. “Aceleramos, e aceleramos muito num período muito curto, com grande número de pessoas”, destacou Gorinchteyn.

A taxa de ocupação é de 82% em UTI, média que é de 82,8% na Grande São Paulo. Em enfermaria, a ocupação é de 66,1% no Estado, enquanto é de 74,2% na região metropolitana da capital.

Na segunda-feira, 8, o governo havia anunciado 280 novos leitos, metade de UTI, enquanto, na semana anterior, foi divulgada a criação de 500 novas vagas, das quais 339 em terapia intensiva. Segundo o governo, o Estado tinha 3,5 mil leitos de UTI públicos antes da pandemia, número ampliado ao longo dos meses e que chegará a 9,2 mil até abril.

Governo de SP estuda novas restrições e ‘fase roxa’

Como noticiou o Estadão, o governo discute a possibilidade de criar uma classificação mais restritiva do Plano São Paulo, chamada fase roxa. A mudança é debatida internamente há semanas no Centro de Contingência do Coronavírus, como noticiou o Estadão em fevereiro, e se intensificou com o agravamento da pandemia. "Estamos discutindo com o governo a necessidade de novas medidas eventualmente mais restritivas. Estamos trabalhando nisso. Acredito que, conforme seja necessário, o governo vai anunciar novas medidas se for o caso. Tudo indica que sim, porque vemos um crescimento constante tanto de casos quanto de óbitos”, disse Paulo Menezes, coordenador do centro.“Estamos trabalhando como viabilizar medidas que possam de fato aumentar o nível de isolamento social”, completou. 

Mesmo ao anunciar a terceira ampliação de leitos para pacientes de covid-19 em São Paulo em duas semanas, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, admitiu que o Estado não consegue aumentar a oferta de vagas no mesmo ritmo do crescimento da demanda por internações, especialmente de UTI.

O Estadão noticiou que ao menos 26 pacientes morreram neste mês enquanto aguardavam transferência. “Nós não temos fôlego de abrir na mesma velocidade (da doença) esse número de leitos. Mas temos que dar o máximo de assistência a todos", afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 10. “Não daremos mais conta de abrir mais leitos. Precisamos da ajuda de todos. Que todos fiquem em casa, só saiam em condições de absoluta necessidade”, destacou.

“Estamos ampliando leitos, fazendo convocações, mas tudo isso tem limite”, acrescentou. Ele disse que o Estado não corre risco de desabastecimento de oxigênio. “Teremos dias muito difíceis.”

São Paulo enfrenta aumento de óbitos, casos e internações por covid-19 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Gorinchteyn comentou, ainda, que as mortes de pacientes na fila de espera por UTI são de pacientes que estão com algum tipo de assistência. “Pacientes, como os de Taboão (da Serra, que teve 11 mortes de pessoas aguardando transferência em menos de uma semana), estavam entubados, com ventiladores, recebendo antibióticos. Eles não estavam agonizando como vimos em outros países e Estados, mas nós temos esse risco. Nós estamos correndo contra isso”, apontou. 

“Temos ainda leitos em UTI, mas, com a velocidade da doença e a forma grave que os doentes têm se apresentado, a gente corre o risco de ter um comprometimento nos nossos sistemas de saúde”, disse. “Trinta e dois municípios já tiveram seu colapso na assistência e foram resgatados por outros lugares”, acrescentou, sem citar detalhes.  O secretário comentou que a Central de Regulação de Ofertas e Serviços da Saúde (Cross) estava com 1.930 pedidos de regulações nesta quarta-feira, uma média que era de 150 no início de dezembro, apenas para transferências de leitos e outros procedimentos relacionados à covid-19. “Desses, 35% são para UTI", explicou.

“Nós estamos aumentando da forma que conseguimos. Quando eu falo de aumentar número de leitos, não é simplesmente um colchão, uma cama e um respirador. É, além disso, uma equipe que vai dar assistência a esse paciente. Por isso, não abro leito de UTI de um dia pro outro. Estamos dando o máximo pra abrir”, destacou.

Doria também anunciou 338 novas vagas de internação para pacientes da doença, dos quais 167 são de UTI. Esse é o terceiro anúncio de ampliação em duas semanas, totalizando 1.118 novos leitos para este mês, dos quais 676 são de terapia intensiva. “A gravidade dos novos casos exige mais tempo de internação. Isso sobrecarrega hospitais e limita a rotatividade de leitos hospitalares”, completou.

Na coletiva, o Estado voltou a criticar o Ministério da Saúde por não repassar os recursos acordados para leitos, mesmo após a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber conceder uma liminar em ação ajuizada pelos Estados de São Paulo, Maranhão e Bahia contra o governo federal para a retomada do custeio. A decisão, de 27 de fevereiro e em caráter liminar, deveria ter sido cumprida de forma imediata.

“No ano passado, o Ministério da Saúde deixou de investir nesses leitos a cifra de R$ 1,4 bilhão", disse o secretário. Em 2021, não foram pagos cerca de R$ 245 milhões mensais, afirma o governo estadual. “Só 13% dos leitos estão habilitados (pagos pelo ministério), e não é diferente na Bahia, no Maranhão, no Ceará, isso é desobedecer a corte suprema do País”, criticou Doria.

Também presente na coletiva, Eloisa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas fez um apelo à população. “Os hospitais estão lotados, colapsando. Precisamos da ajuda de cada um de vocês para deter o vírus”, disse. “Não temos condições de acolher todos ao mesmo tempo. Estamos no nosso limite. Não nos deixem colapsar, nos ajude a ajudá-los.”

O Estado tem2.149.561 casos e 62.570 óbitos por covid-19. São 20.314 internados com suspeita ou confirmação da doença, dos quais 8.972 estão em UTI e os demais 11.342 em leitos de enfermaria. “Aceleramos, e aceleramos muito num período muito curto, com grande número de pessoas”, destacou Gorinchteyn.

A taxa de ocupação é de 82% em UTI, média que é de 82,8% na Grande São Paulo. Em enfermaria, a ocupação é de 66,1% no Estado, enquanto é de 74,2% na região metropolitana da capital.

Na segunda-feira, 8, o governo havia anunciado 280 novos leitos, metade de UTI, enquanto, na semana anterior, foi divulgada a criação de 500 novas vagas, das quais 339 em terapia intensiva. Segundo o governo, o Estado tinha 3,5 mil leitos de UTI públicos antes da pandemia, número ampliado ao longo dos meses e que chegará a 9,2 mil até abril.

Governo de SP estuda novas restrições e ‘fase roxa’

Como noticiou o Estadão, o governo discute a possibilidade de criar uma classificação mais restritiva do Plano São Paulo, chamada fase roxa. A mudança é debatida internamente há semanas no Centro de Contingência do Coronavírus, como noticiou o Estadão em fevereiro, e se intensificou com o agravamento da pandemia. "Estamos discutindo com o governo a necessidade de novas medidas eventualmente mais restritivas. Estamos trabalhando nisso. Acredito que, conforme seja necessário, o governo vai anunciar novas medidas se for o caso. Tudo indica que sim, porque vemos um crescimento constante tanto de casos quanto de óbitos”, disse Paulo Menezes, coordenador do centro.“Estamos trabalhando como viabilizar medidas que possam de fato aumentar o nível de isolamento social”, completou. 

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