‘Não superamos a covid como problema de saúde pública’, diz ministra da Saúde


Em evento, Nísia Trindade anunciou a criação de um memorial às vítimas da doença, que matou mais de 700 mil brasileiros; só neste ano, a covid-19 causou mais de 1 700 mortes

Por Leon Ferrari

A ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou nesta segunda-feira, 11, exatos quatro anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a covid-19 como pandemia, que, embora não seja mais uma emergência sanitária, a doença é ainda um problema de saúde pública não superado no Brasil. A fala ocorreu na abertura do evento destinado à criação do Memorial da Pandemia de Covid-19.

“Ao falar de um memorial e de uma política de memória, não circunscrevemos a pandemia de covid-19 ao passado”, frisou. “A despeito de termos superado a emergência sanitária, não superamos a covid-19 como um problema de saúde pública.”

“Em função é dos últimos números, a covid ainda permanece como uma doença de preocupação.” De acordo com os dados da pasta, em 2024 foram notificados 381.446 casos e 1.789 óbitos de covid-19 até 2 de março. Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram 75% nas últimas quatro semanas, de acordo com boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O País ultrapassou as 700 mil mortes pela doença.

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Nísia Trindade na Câmara dos Deputados, em Brasília Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO - 09/08/2023

O tom da abertura do evento que se estende até terça, 12, foi de críticas à gestão anterior do governo federal e de cobrança de responsabilização pelas mortes evitáveis. As autoridades também reforçaram a importância da memória – “lembrar para aprender” – e a necessidade de avançar tecnologicamente.

“Há exatos quatro anos, a Organização Mundial de Saúde elevava a covid-19 à categoria de pandemia. Mais de 6 milhões de vidas foram ceifadas pela doença em todo o mundo, sendo 710 mil brasileiros, graças a uma gestão negligente das ações sanitárias de prevenção e cuidados com a população brasileira”, leu o cerimonialista, antes de passar a palavra à ministra, que pediu um minuto de silêncio às vítimas.

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A ministra agradeceu a todos aqueles que estiveram juntos na “resistência”, palavra que usou para classificar o combate à pandemia da covid-19, em especial os trabalhadores do Sistema Único da Saúde (SUS).

“A pandemia deixou marcas de profundo sofrimento na população brasileira. Isso nos impõe promover a defesa da dignidade humana e da vida”, disse Rosângela Dornelles, representante da Rede Nacional das Entidades de Familiares e Vítimas da Covid.

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“Dessas mais de 710 mil vidas que foram tiradas de nós, sabemos que a maioria delas ainda poderiam estar conosco”, afirmou o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto.

Segundo estimativas do Grupo Alerta, formado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Oxfam Brasil, a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e a Anistia Internacional Brasil, cerca de 120 mil mortes ocorridas no primeiro ano da pandemia (de março de 2020 a março de 2021) poderiam ter sido evitadas se o Brasil tivesse adotado medidas preventivas, como distanciamento social e restrições a aglomerações. “Como nada foi feito, verificou-se 305 mil mortes acima do esperado no período.”

“Temos muito trabalho ainda a fazer, mas vamos continuar. Memória é para aprender e para que nunca mais aconteça”, finalizou Pigatto. Em março, o CNS voltou à Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir a responsabilização de agentes públicos por omissão na condução da pandemia. O documento “Denúncia de Violações dos Direitos à Vida e à Saúde no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil” já havia sido apresentado à PGR em 2021.

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Para Márcia Rollemberg, secretária de cidadania e diversidade cultural do Ministério da Cultura, é preciso criar uma política de memória no País. “É importante conformar um local de acolhimento para as pessoas se reunirem, encontrarem conforto, terem uma roda de conversa, interagirem e trazerem o registro de testemunhos com ensinamentos que alimentem a esperança, a busca de superações e a cura emocional após traumas individuais e coletivos.”

Necessidade de avanços

“A pandemia mostrou o quanto temos que avançar com o nosso complexo industrial e tecnológico, com os nossos sistema de informação. Além de avançar e amadurecer enquanto sociedade: estarmos unidos quando o nosso inimigo é comum”, destacou ainda Hisham Mohamad Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

A ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou nesta segunda-feira, 11, exatos quatro anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a covid-19 como pandemia, que, embora não seja mais uma emergência sanitária, a doença é ainda um problema de saúde pública não superado no Brasil. A fala ocorreu na abertura do evento destinado à criação do Memorial da Pandemia de Covid-19.

“Ao falar de um memorial e de uma política de memória, não circunscrevemos a pandemia de covid-19 ao passado”, frisou. “A despeito de termos superado a emergência sanitária, não superamos a covid-19 como um problema de saúde pública.”

“Em função é dos últimos números, a covid ainda permanece como uma doença de preocupação.” De acordo com os dados da pasta, em 2024 foram notificados 381.446 casos e 1.789 óbitos de covid-19 até 2 de março. Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram 75% nas últimas quatro semanas, de acordo com boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O País ultrapassou as 700 mil mortes pela doença.

Nísia Trindade na Câmara dos Deputados, em Brasília Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO - 09/08/2023

O tom da abertura do evento que se estende até terça, 12, foi de críticas à gestão anterior do governo federal e de cobrança de responsabilização pelas mortes evitáveis. As autoridades também reforçaram a importância da memória – “lembrar para aprender” – e a necessidade de avançar tecnologicamente.

“Há exatos quatro anos, a Organização Mundial de Saúde elevava a covid-19 à categoria de pandemia. Mais de 6 milhões de vidas foram ceifadas pela doença em todo o mundo, sendo 710 mil brasileiros, graças a uma gestão negligente das ações sanitárias de prevenção e cuidados com a população brasileira”, leu o cerimonialista, antes de passar a palavra à ministra, que pediu um minuto de silêncio às vítimas.

A ministra agradeceu a todos aqueles que estiveram juntos na “resistência”, palavra que usou para classificar o combate à pandemia da covid-19, em especial os trabalhadores do Sistema Único da Saúde (SUS).

“A pandemia deixou marcas de profundo sofrimento na população brasileira. Isso nos impõe promover a defesa da dignidade humana e da vida”, disse Rosângela Dornelles, representante da Rede Nacional das Entidades de Familiares e Vítimas da Covid.

“Dessas mais de 710 mil vidas que foram tiradas de nós, sabemos que a maioria delas ainda poderiam estar conosco”, afirmou o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto.

Segundo estimativas do Grupo Alerta, formado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Oxfam Brasil, a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e a Anistia Internacional Brasil, cerca de 120 mil mortes ocorridas no primeiro ano da pandemia (de março de 2020 a março de 2021) poderiam ter sido evitadas se o Brasil tivesse adotado medidas preventivas, como distanciamento social e restrições a aglomerações. “Como nada foi feito, verificou-se 305 mil mortes acima do esperado no período.”

“Temos muito trabalho ainda a fazer, mas vamos continuar. Memória é para aprender e para que nunca mais aconteça”, finalizou Pigatto. Em março, o CNS voltou à Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir a responsabilização de agentes públicos por omissão na condução da pandemia. O documento “Denúncia de Violações dos Direitos à Vida e à Saúde no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil” já havia sido apresentado à PGR em 2021.

Para Márcia Rollemberg, secretária de cidadania e diversidade cultural do Ministério da Cultura, é preciso criar uma política de memória no País. “É importante conformar um local de acolhimento para as pessoas se reunirem, encontrarem conforto, terem uma roda de conversa, interagirem e trazerem o registro de testemunhos com ensinamentos que alimentem a esperança, a busca de superações e a cura emocional após traumas individuais e coletivos.”

Necessidade de avanços

“A pandemia mostrou o quanto temos que avançar com o nosso complexo industrial e tecnológico, com os nossos sistema de informação. Além de avançar e amadurecer enquanto sociedade: estarmos unidos quando o nosso inimigo é comum”, destacou ainda Hisham Mohamad Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

A ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou nesta segunda-feira, 11, exatos quatro anos desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a covid-19 como pandemia, que, embora não seja mais uma emergência sanitária, a doença é ainda um problema de saúde pública não superado no Brasil. A fala ocorreu na abertura do evento destinado à criação do Memorial da Pandemia de Covid-19.

“Ao falar de um memorial e de uma política de memória, não circunscrevemos a pandemia de covid-19 ao passado”, frisou. “A despeito de termos superado a emergência sanitária, não superamos a covid-19 como um problema de saúde pública.”

“Em função é dos últimos números, a covid ainda permanece como uma doença de preocupação.” De acordo com os dados da pasta, em 2024 foram notificados 381.446 casos e 1.789 óbitos de covid-19 até 2 de março. Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) aumentaram 75% nas últimas quatro semanas, de acordo com boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O País ultrapassou as 700 mil mortes pela doença.

Nísia Trindade na Câmara dos Deputados, em Brasília Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO - 09/08/2023

O tom da abertura do evento que se estende até terça, 12, foi de críticas à gestão anterior do governo federal e de cobrança de responsabilização pelas mortes evitáveis. As autoridades também reforçaram a importância da memória – “lembrar para aprender” – e a necessidade de avançar tecnologicamente.

“Há exatos quatro anos, a Organização Mundial de Saúde elevava a covid-19 à categoria de pandemia. Mais de 6 milhões de vidas foram ceifadas pela doença em todo o mundo, sendo 710 mil brasileiros, graças a uma gestão negligente das ações sanitárias de prevenção e cuidados com a população brasileira”, leu o cerimonialista, antes de passar a palavra à ministra, que pediu um minuto de silêncio às vítimas.

A ministra agradeceu a todos aqueles que estiveram juntos na “resistência”, palavra que usou para classificar o combate à pandemia da covid-19, em especial os trabalhadores do Sistema Único da Saúde (SUS).

“A pandemia deixou marcas de profundo sofrimento na população brasileira. Isso nos impõe promover a defesa da dignidade humana e da vida”, disse Rosângela Dornelles, representante da Rede Nacional das Entidades de Familiares e Vítimas da Covid.

“Dessas mais de 710 mil vidas que foram tiradas de nós, sabemos que a maioria delas ainda poderiam estar conosco”, afirmou o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto.

Segundo estimativas do Grupo Alerta, formado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Oxfam Brasil, a Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC) e a Anistia Internacional Brasil, cerca de 120 mil mortes ocorridas no primeiro ano da pandemia (de março de 2020 a março de 2021) poderiam ter sido evitadas se o Brasil tivesse adotado medidas preventivas, como distanciamento social e restrições a aglomerações. “Como nada foi feito, verificou-se 305 mil mortes acima do esperado no período.”

“Temos muito trabalho ainda a fazer, mas vamos continuar. Memória é para aprender e para que nunca mais aconteça”, finalizou Pigatto. Em março, o CNS voltou à Procuradoria Geral da República (PGR) para pedir a responsabilização de agentes públicos por omissão na condução da pandemia. O documento “Denúncia de Violações dos Direitos à Vida e à Saúde no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil” já havia sido apresentado à PGR em 2021.

Para Márcia Rollemberg, secretária de cidadania e diversidade cultural do Ministério da Cultura, é preciso criar uma política de memória no País. “É importante conformar um local de acolhimento para as pessoas se reunirem, encontrarem conforto, terem uma roda de conversa, interagirem e trazerem o registro de testemunhos com ensinamentos que alimentem a esperança, a busca de superações e a cura emocional após traumas individuais e coletivos.”

Necessidade de avanços

“A pandemia mostrou o quanto temos que avançar com o nosso complexo industrial e tecnológico, com os nossos sistema de informação. Além de avançar e amadurecer enquanto sociedade: estarmos unidos quando o nosso inimigo é comum”, destacou ainda Hisham Mohamad Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

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