Não tem histórico de ataque cardíaco ou derrame? Então não comece a tomar aspirina


Mais um estudo reforça que o medicamento só traz benefícios a pessoas que já sofreram um evento cardiovascular

Por Emily Baumgaertner

THE NEW YORK TIMES – Uma nova análise dos dados de um grande ensaio clínico com idosos saudáveis encontrou taxas mais altas de sangramento cerebral entre aqueles que tomaram baixas doses de aspirina diariamente, e nenhuma proteção significativa contra derrame.

A análise, publicada na quarta-feira na revista médica JAMA, é a mais recente evidência de que a aspirina em baixa dose, que retarda a ação de coagulação das plaquetas, pode não ser apropriada para pessoas que não têm histórico de problemas cardíacos ou sinais de alerta de derrame. Pessoas mais velhas propensas a quedas, que podem causar hemorragias cerebrais, devem ser particularmente cautelosas ao tomar aspirina, sugerem os resultados.

Os novos dados apóiam a recomendação da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, finalizada no ano passado, de que a aspirina em baixa dose não deve ser prescrita para prevenir um primeiro infarto ou derrame em idosos saudáveis.

continua após a publicidade

“Podemos ser muito enfáticos ao dizer que pessoas saudáveis e que não têm múltiplos fatores de risco não deveriam começar a tomar aspirina agora”, disse Randall Stafford, professor de medicina e pesquisador de saúde pública da Universidade de Stanford, que não está envolvido no o estudo.

Ele reconheceu, no entanto, que a decisão foi menos clara em relação a pessoas que não se encaixam nessa descrição. “Quanto mais tempo você toma aspirina e quanto mais fatores de risco você tem para ataques cardíacos e derrames, mais sombrio fica”, disse.

Uso de aspirina segue fundamental para quem tem histórico de enfarte ou derrame.  Foto: Pexels
continua após a publicidade

Para a maioria das pessoas que já tiveram um ataque cardíaco ou derrame, a aspirina diária deve continuar como parte importante de seus cuidados, disseram vários especialistas.

A nova análise usou dados do Aspirin in Reducing Events in the Elderly, ou ASPREE, um estudo de controle randomizado de aspirina diária em baixa dose entre pessoas que vivem na Austrália e nos Estados Unidos. Os 19 114 participantes eram adultos com mais de 70 anos livres de qualquer doença cardiovascular sintomática (qualquer pessoa com histórico de derrame ou ataque cardíaco foi excluída do estudo.)

O objetivo era revelar nuances nos dados para abordar o difícil equilíbrio que os médicos enfrentam na prevenção de coágulos e sangramentos em pacientes idosos. A justificativa era que o equilíbrio entre riscos e benefícios da aspirina pode mudar à medida que as pessoas envelhecem. Os derrames se tornam mais frequentes devido a coágulos e também a pequenos vasos sanguíneos que se tornam mais frágeis com o tempo, e as pessoas mais velhas podem experimentar uma probabilidade maior de traumatismo craniano devido a quedas.

continua após a publicidade

O estudo designou aleatoriamente 9 525 pessoas para tomar doses diárias de 100 miligramas de aspirina e 9 589 pessoas para tomar pílulas de placebo. Nem os grupos nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando cada tipo de pílula. O estudo acompanhou os participantes por uma média de 4,7 anos.

A aspirina pareceu reduzir a ocorrência de acidente vascular cerebral isquêmico, ou um coágulo em um vaso que fornece sangue ao cérebro, embora não significativamente. Os pesquisadores descobriram um aumento significativo – 38% – de sangramento intracraniano entre as pessoas que tomaram aspirina diariamente em comparação com aquelas que tomaram uma pílula de placebo.

Os cardiologistas que não participaram do estudo elogiaram seu tamanho e design rigoroso, em que os especialistas revisavam os registros médicos e caracterizavam os eventos manualmente, em vez de confiar nos resultados relatados pelos pacientes. Mas eles notaram que a taxa de derrames foi baixa em ambos os grupos, tornando os resultados difíceis de serem extrapolados. O artigo não incluiu uma análise sobre ataques cardíacos.

continua após a publicidade

No passado, alguns médicos consideravam a aspirina uma espécie de droga milagrosa, capaz de proteger pacientes saudáveis contra um futuro ataque cardíaco ou derrame. Mas estudos recentes mostraram que a droga tem poder protetor limitado entre as pessoas que ainda não tiveram tal evento, e vem com perigosos efeitos colaterais.

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA recomendou, no ano passado, que a maioria das pessoas que nunca teve um ataque cardíaco ou derrame não começasse a tomar aspirina em baixas doses devido ao risco de hemorragia interna. O Colégio Americano de Cardiologia divulgou rapidamente uma declaração reiterando que a recomendação “não se aplica a pacientes com histórico anterior de ataque cardíaco, derrame, cirurgia de ponte de safena ou procedimento recente de stent”.

continua após a publicidade

Ainda assim, alguns pacientes com AVC pareciam interpretar mal a orientação. Em entrevistas, vários cardiologistas disseram que pacientes que claramente precisavam de aspirina pararam abruptamente de tomá-la, e acabavam na sala de emergência com um segundo derrame. Ninguém deveria parar de tomar aspirina sem consultar um médico, eles disseram.

“Quando um estudo é publicado, você deve se perguntar: quão bem eu me encaixo na população desse estudo?” disse Shlee S. Song, diretora do Comprehensive Stroke and Telestroke Programs no Cedars-Sinai. “Se você já teve um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, as descobertas desse estudo não se aplicam a você.”

Em uma entrevista no ano passado, Song, que supervisiona os programas de AVC em quatro hospitais de Los Angeles, pediu aos pacientes que não abandonassem o medicamento. Ela disse que esse estudo de agora não mudou sua opinião. “Há muito barulho lá fora”, disse ela. “No final das contas, essas coisas precisarão ser discutidas com um médico que conheça sua história específica.”

THE NEW YORK TIMES – Uma nova análise dos dados de um grande ensaio clínico com idosos saudáveis encontrou taxas mais altas de sangramento cerebral entre aqueles que tomaram baixas doses de aspirina diariamente, e nenhuma proteção significativa contra derrame.

A análise, publicada na quarta-feira na revista médica JAMA, é a mais recente evidência de que a aspirina em baixa dose, que retarda a ação de coagulação das plaquetas, pode não ser apropriada para pessoas que não têm histórico de problemas cardíacos ou sinais de alerta de derrame. Pessoas mais velhas propensas a quedas, que podem causar hemorragias cerebrais, devem ser particularmente cautelosas ao tomar aspirina, sugerem os resultados.

Os novos dados apóiam a recomendação da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, finalizada no ano passado, de que a aspirina em baixa dose não deve ser prescrita para prevenir um primeiro infarto ou derrame em idosos saudáveis.

“Podemos ser muito enfáticos ao dizer que pessoas saudáveis e que não têm múltiplos fatores de risco não deveriam começar a tomar aspirina agora”, disse Randall Stafford, professor de medicina e pesquisador de saúde pública da Universidade de Stanford, que não está envolvido no o estudo.

Ele reconheceu, no entanto, que a decisão foi menos clara em relação a pessoas que não se encaixam nessa descrição. “Quanto mais tempo você toma aspirina e quanto mais fatores de risco você tem para ataques cardíacos e derrames, mais sombrio fica”, disse.

Uso de aspirina segue fundamental para quem tem histórico de enfarte ou derrame.  Foto: Pexels

Para a maioria das pessoas que já tiveram um ataque cardíaco ou derrame, a aspirina diária deve continuar como parte importante de seus cuidados, disseram vários especialistas.

A nova análise usou dados do Aspirin in Reducing Events in the Elderly, ou ASPREE, um estudo de controle randomizado de aspirina diária em baixa dose entre pessoas que vivem na Austrália e nos Estados Unidos. Os 19 114 participantes eram adultos com mais de 70 anos livres de qualquer doença cardiovascular sintomática (qualquer pessoa com histórico de derrame ou ataque cardíaco foi excluída do estudo.)

O objetivo era revelar nuances nos dados para abordar o difícil equilíbrio que os médicos enfrentam na prevenção de coágulos e sangramentos em pacientes idosos. A justificativa era que o equilíbrio entre riscos e benefícios da aspirina pode mudar à medida que as pessoas envelhecem. Os derrames se tornam mais frequentes devido a coágulos e também a pequenos vasos sanguíneos que se tornam mais frágeis com o tempo, e as pessoas mais velhas podem experimentar uma probabilidade maior de traumatismo craniano devido a quedas.

O estudo designou aleatoriamente 9 525 pessoas para tomar doses diárias de 100 miligramas de aspirina e 9 589 pessoas para tomar pílulas de placebo. Nem os grupos nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando cada tipo de pílula. O estudo acompanhou os participantes por uma média de 4,7 anos.

A aspirina pareceu reduzir a ocorrência de acidente vascular cerebral isquêmico, ou um coágulo em um vaso que fornece sangue ao cérebro, embora não significativamente. Os pesquisadores descobriram um aumento significativo – 38% – de sangramento intracraniano entre as pessoas que tomaram aspirina diariamente em comparação com aquelas que tomaram uma pílula de placebo.

Os cardiologistas que não participaram do estudo elogiaram seu tamanho e design rigoroso, em que os especialistas revisavam os registros médicos e caracterizavam os eventos manualmente, em vez de confiar nos resultados relatados pelos pacientes. Mas eles notaram que a taxa de derrames foi baixa em ambos os grupos, tornando os resultados difíceis de serem extrapolados. O artigo não incluiu uma análise sobre ataques cardíacos.

No passado, alguns médicos consideravam a aspirina uma espécie de droga milagrosa, capaz de proteger pacientes saudáveis contra um futuro ataque cardíaco ou derrame. Mas estudos recentes mostraram que a droga tem poder protetor limitado entre as pessoas que ainda não tiveram tal evento, e vem com perigosos efeitos colaterais.

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA recomendou, no ano passado, que a maioria das pessoas que nunca teve um ataque cardíaco ou derrame não começasse a tomar aspirina em baixas doses devido ao risco de hemorragia interna. O Colégio Americano de Cardiologia divulgou rapidamente uma declaração reiterando que a recomendação “não se aplica a pacientes com histórico anterior de ataque cardíaco, derrame, cirurgia de ponte de safena ou procedimento recente de stent”.

Ainda assim, alguns pacientes com AVC pareciam interpretar mal a orientação. Em entrevistas, vários cardiologistas disseram que pacientes que claramente precisavam de aspirina pararam abruptamente de tomá-la, e acabavam na sala de emergência com um segundo derrame. Ninguém deveria parar de tomar aspirina sem consultar um médico, eles disseram.

“Quando um estudo é publicado, você deve se perguntar: quão bem eu me encaixo na população desse estudo?” disse Shlee S. Song, diretora do Comprehensive Stroke and Telestroke Programs no Cedars-Sinai. “Se você já teve um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, as descobertas desse estudo não se aplicam a você.”

Em uma entrevista no ano passado, Song, que supervisiona os programas de AVC em quatro hospitais de Los Angeles, pediu aos pacientes que não abandonassem o medicamento. Ela disse que esse estudo de agora não mudou sua opinião. “Há muito barulho lá fora”, disse ela. “No final das contas, essas coisas precisarão ser discutidas com um médico que conheça sua história específica.”

THE NEW YORK TIMES – Uma nova análise dos dados de um grande ensaio clínico com idosos saudáveis encontrou taxas mais altas de sangramento cerebral entre aqueles que tomaram baixas doses de aspirina diariamente, e nenhuma proteção significativa contra derrame.

A análise, publicada na quarta-feira na revista médica JAMA, é a mais recente evidência de que a aspirina em baixa dose, que retarda a ação de coagulação das plaquetas, pode não ser apropriada para pessoas que não têm histórico de problemas cardíacos ou sinais de alerta de derrame. Pessoas mais velhas propensas a quedas, que podem causar hemorragias cerebrais, devem ser particularmente cautelosas ao tomar aspirina, sugerem os resultados.

Os novos dados apóiam a recomendação da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, finalizada no ano passado, de que a aspirina em baixa dose não deve ser prescrita para prevenir um primeiro infarto ou derrame em idosos saudáveis.

“Podemos ser muito enfáticos ao dizer que pessoas saudáveis e que não têm múltiplos fatores de risco não deveriam começar a tomar aspirina agora”, disse Randall Stafford, professor de medicina e pesquisador de saúde pública da Universidade de Stanford, que não está envolvido no o estudo.

Ele reconheceu, no entanto, que a decisão foi menos clara em relação a pessoas que não se encaixam nessa descrição. “Quanto mais tempo você toma aspirina e quanto mais fatores de risco você tem para ataques cardíacos e derrames, mais sombrio fica”, disse.

Uso de aspirina segue fundamental para quem tem histórico de enfarte ou derrame.  Foto: Pexels

Para a maioria das pessoas que já tiveram um ataque cardíaco ou derrame, a aspirina diária deve continuar como parte importante de seus cuidados, disseram vários especialistas.

A nova análise usou dados do Aspirin in Reducing Events in the Elderly, ou ASPREE, um estudo de controle randomizado de aspirina diária em baixa dose entre pessoas que vivem na Austrália e nos Estados Unidos. Os 19 114 participantes eram adultos com mais de 70 anos livres de qualquer doença cardiovascular sintomática (qualquer pessoa com histórico de derrame ou ataque cardíaco foi excluída do estudo.)

O objetivo era revelar nuances nos dados para abordar o difícil equilíbrio que os médicos enfrentam na prevenção de coágulos e sangramentos em pacientes idosos. A justificativa era que o equilíbrio entre riscos e benefícios da aspirina pode mudar à medida que as pessoas envelhecem. Os derrames se tornam mais frequentes devido a coágulos e também a pequenos vasos sanguíneos que se tornam mais frágeis com o tempo, e as pessoas mais velhas podem experimentar uma probabilidade maior de traumatismo craniano devido a quedas.

O estudo designou aleatoriamente 9 525 pessoas para tomar doses diárias de 100 miligramas de aspirina e 9 589 pessoas para tomar pílulas de placebo. Nem os grupos nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando cada tipo de pílula. O estudo acompanhou os participantes por uma média de 4,7 anos.

A aspirina pareceu reduzir a ocorrência de acidente vascular cerebral isquêmico, ou um coágulo em um vaso que fornece sangue ao cérebro, embora não significativamente. Os pesquisadores descobriram um aumento significativo – 38% – de sangramento intracraniano entre as pessoas que tomaram aspirina diariamente em comparação com aquelas que tomaram uma pílula de placebo.

Os cardiologistas que não participaram do estudo elogiaram seu tamanho e design rigoroso, em que os especialistas revisavam os registros médicos e caracterizavam os eventos manualmente, em vez de confiar nos resultados relatados pelos pacientes. Mas eles notaram que a taxa de derrames foi baixa em ambos os grupos, tornando os resultados difíceis de serem extrapolados. O artigo não incluiu uma análise sobre ataques cardíacos.

No passado, alguns médicos consideravam a aspirina uma espécie de droga milagrosa, capaz de proteger pacientes saudáveis contra um futuro ataque cardíaco ou derrame. Mas estudos recentes mostraram que a droga tem poder protetor limitado entre as pessoas que ainda não tiveram tal evento, e vem com perigosos efeitos colaterais.

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA recomendou, no ano passado, que a maioria das pessoas que nunca teve um ataque cardíaco ou derrame não começasse a tomar aspirina em baixas doses devido ao risco de hemorragia interna. O Colégio Americano de Cardiologia divulgou rapidamente uma declaração reiterando que a recomendação “não se aplica a pacientes com histórico anterior de ataque cardíaco, derrame, cirurgia de ponte de safena ou procedimento recente de stent”.

Ainda assim, alguns pacientes com AVC pareciam interpretar mal a orientação. Em entrevistas, vários cardiologistas disseram que pacientes que claramente precisavam de aspirina pararam abruptamente de tomá-la, e acabavam na sala de emergência com um segundo derrame. Ninguém deveria parar de tomar aspirina sem consultar um médico, eles disseram.

“Quando um estudo é publicado, você deve se perguntar: quão bem eu me encaixo na população desse estudo?” disse Shlee S. Song, diretora do Comprehensive Stroke and Telestroke Programs no Cedars-Sinai. “Se você já teve um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, as descobertas desse estudo não se aplicam a você.”

Em uma entrevista no ano passado, Song, que supervisiona os programas de AVC em quatro hospitais de Los Angeles, pediu aos pacientes que não abandonassem o medicamento. Ela disse que esse estudo de agora não mudou sua opinião. “Há muito barulho lá fora”, disse ela. “No final das contas, essas coisas precisarão ser discutidas com um médico que conheça sua história específica.”

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.