Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, comemorou, na manhã desta segunda-feira, 2, o anúncio do prêmio Nobel de Medicina concedido à bioquímica húngara Katalin Karikó e ao imunologista americano Drew Weissman.
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Ambos desenvolveram a tecnologia que permitiu o desenvolvimento de vacinas altamente eficazes anticovid em tempo recorde. A plataforma de RNAm desenvolvida pela dupla não apenas se revelou extremamente eficiente nos imunizantes contra o novo coronavírus, mas apontou para o futuro da produção de imunizantes.
“A tendência é que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm”, afirmou Margareth, que também foi figura-chave no combate à pandemia no Brasil. “Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.”
Como a senhora avalia o Nobel entregue a pesquisadores que tiveram papel fundamental na pandemia?
Essa outorga foi crucial não apenas pela importância do feito, mas também pela oportunidade. É muito raro um laureado não demorar anos para ser reconhecido, ter esse reconhecimento ainda à luz dos fatos.
Por que o desenvolvimento da plataforma de RNAm foi tão importante no combate à covid-19?
Era uma plataforma que vinha sendo trabalhada há três décadas. Por isso, num período relativamente curto de tempo, sem que nenhuma etapa fosse ultrapassada, foi possível desenvolver um imunizante moderno e eficiente contra a covid-19. Trata-se de uma plataforma cara, complexa, que exige uma infraestrutura de fabricação complicada, mas cujo custo-benefício é muito positivo. Tem menos efeitos adversos e pode ser usada numa grande variedade de vacinas e também medicamentos.
É a tecnologia do futuro no que diz respeito a vacinas?
Sim, será a plataforma para todas as novas vacinas contra a Covid-19 e também para outras enfermidades. A tendência é de que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm. Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.