Nova onda da covid-19: Saiba quais são os sintomas e quais cuidados tomar


O número de testes positivos para covid-19 aumentou em outubro; especialista alerta sobre importância da testagem após o aparecimento dos sintomas

Por Giovanna Castro
Atualização:

A positividade dos testes de coronavírus em laboratórios privados do País aumentou em outubro, apontou análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), e uma nova onda de casos da doença também tem sido observada em países da Europa. Duas novas cepas do vírus, a BQ.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante Ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm crescido em circulação.

Em entrevista ao Estadão, especialistas apontam que é importante que a população preste atenção aos sintomas, faça testes para confirmar a infecção por coronavírus e siga o tratamento correto da doença.

continua após a publicidade

Como a covid-19 pode ser confundida com um resfriado ou gripe, é importante que a pessoa, ao perceber os sintomas, faça um teste para comprovar se há infecção por coronavírus ou por influenza, que também teve aumento relevante no número de testes positivos.

Em especial idosos e imunossuprimidos devem ter um diagnóstico correto para que o tratamento seja feito o quanto antes, diminuindo as chances de uma evolução para quadro mais grave. Até o momento, o aumento no número de testes positivos para coronavírus são de casos leves. Não houve crescimento relevante no número de internações pela doença.

Os riscos da covid-19 são maiores para idosos e imunossuprimidos. Foto: Werther Santana/Estadão
continua após a publicidade

Sintomas

Segundo o médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Evaldo Stanislau, apesar das novas cepas do vírus, os sintomas da covid-19 continuam sendo os mesmos de antes. “Geralmente são sintomas respiratórios, similares a de um resfriado comum ou eventualmente aos de uma gripe, quando há mais sintomas de febre e mal estar”, diz.

Por isso, é preciso prestar atenção se há:

continua após a publicidade
  • coriza;
  • dor de garganta;
  • tosse;
  • dor no corpo;
  • mal-estar;
  • febre.

Os sintomas podem aparecer isoladamente ou todos juntos. Pessoas imunizadas com todas as doses contra a doença e que não têm idade avançada ou problemas de saúde tendem a apresentar sintomas mais leves, sem evolução para casos graves. Para saber se é covid-19, influenza ou apenas um resfriado comum, é preciso fazer um teste laboratorial.

Testagem de covid-19

continua após a publicidade

Alexandre Naime Barbosa, infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, defende que a testagem de pacientes com sintomas respiratórios deve ser feita em todos os casos.

Segundo ele, o paciente consegue ter um melhor tratamento quando diagnosticado corretamente, o que diminui as chances de evolução da doença para quadros mais graves. “Hoje nós já temos alguns medicamentos que tratam a covid-19 e que ajudam para que o quadro clínico do paciente não evolua negativamente”, diz o especialista.

Para Carolina dos Santos Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde, a testagem é importante não só no âmbito pessoal, mas também coletivo. Ela possibilita que a comunidade médica, científica e as autoridades saibam o que está acontecendo nas cidades e no País para que sejam tomadas as medidas necessárias para conter e prevenir casos.

continua após a publicidade

Além disso, é necessário comunicar o cenário atual às pessoas mais vulneráveis para que elas possam se proteger.

“Nós sempre estimulamos a confirmação por exame laboratorial, mesmo para pacientes com sintomas leves e sem fatores de risco, para que a gente conheça o que está acontecendo na comunidade. Afinal, quando aumenta o número de casos leves, significa que as pessoas que têm mais chance de ter um quadro grave estão expostas a um risco maior”, explica Carolina Lázari. Segundo ela, nos hospitais parceiros do Fleury, a testagem em pronto-socorro é um protocolo comum.

Realizar teste de covid-19 após o aparecimento dos sintomas ajuda cientistas e autoridades a monitorar o quadro da doença no país Foto: Daniel Teixeira/Estadão
continua após a publicidade

Stanislau concorda com a especialista do Fleury. Segundo ele, a queda na testagem, provocada principalmente pelo relaxamento da população em relação à preocupação com o coronavírus, é um grande equívoco. “A gente perdeu o nosso indicador epidemiológico de circulação viral. Hoje a gente tem muito diagnóstico sindrômico.”

O médico explica que, costumeiramente, as pessoas têm sintomas respiratórios, procuram uma orientação médica – ou nem sequer procuram um médico – e o diagnóstico é feito de acordo com os sintomas. Porém, o método não é eficaz.

“A gente tem muitos agentes respiratórios. Cada um deles vai ter uma complicação clínica e um padrão epidemiológico. Então, a testagem é essencial para a gente identificar quais são os agentes que estão circulando”, explica o especialista.

Caso o médico do pronto-socorro não peça a testagem, Barbosa defende que o paciente exija o teste. Além disso, o ideal é realizar testes laboratoriais.

Os autotestes de farmácia, apesar de mostrarem o resultado rapidamente e terem uma eficácia comprovada, não notificam os resultados. Ou seja, não são computados pelas pesquisas e nem pelo governo.

O melhor momento para se fazer o teste é quando o paciente começa a apresentar sintomas. Ao passar alguns dias, pode ser que o resultado indique um falso negativo.

Cuidados

Os cuidados a serem tomados para não contrair covid-19 ao longo desta nova onda da doença variam de pessoa para pessoa.

O vice-presidente da SBI defende que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por implante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos em geral evitem aglomerações e utilizem máscaras quando tiverem contato com outras pessoas. “Mesmo com todas as doses da vacina, essas pessoas são mais vulneráveis”, diz o médico.

Já para pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas, a recomendação é de uso de máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação nenhuma de ar, como elevadores. “Não há motivo para grande preocupação”, tranquiliza Barbosa.

Apesar de não ser um cenário tão grave quanto o de 2020 e 2021, Stanislau lembra que “é importante que as pessoas entendam que a pandemia não acabou”.

Para ele, a flexibilização do uso de máscaras mesmo em locais extremamente fechados e com baixa circulação de ar deveria ser repensada pelas autoridades sanitárias. “A máscara protege e continua sendo extremamente indicada para esses ambientes”, diz.

Vacinação

Para todos os médicos ouvidos pela reportagem, a vacinação continua sendo a melhor medida de prevenção contra a covid-19.

“A gente observa que muita gente negligenciou a dose de reforço da vacina e isso é um grande problema porque impacta na circulação viral”, diz Stanislau. Mais uma vez, trata-se de uma questão coletiva: quanto maior for a barreira imunológica encontrada pelo vírus, mais dificilmente ele vai penetrar em uma região.

As doses de reforço são importantes porque, sem elas, a proteção cai consideravelmente. Até o momento, apenas 48,93% da população total brasileira tomou dose de reforço, segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde.

A vacinação infantil é ainda mais preocupante. O Brasil tem uma baixa cobertura vacinal infantil contra o coronavírus. Hoje, o número de bebês e crianças internados por covid-19 supera o de idosos, segundo dados do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase).

De 14 de agosto a 10 de setembro deste ano, idosos com mais de 60 anos somaram 387 hospitalizações pelo vírus no País. Já entre bebês e crianças, o número chegou a 678, quase o dobro.

A positividade dos testes de coronavírus em laboratórios privados do País aumentou em outubro, apontou análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), e uma nova onda de casos da doença também tem sido observada em países da Europa. Duas novas cepas do vírus, a BQ.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante Ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm crescido em circulação.

Em entrevista ao Estadão, especialistas apontam que é importante que a população preste atenção aos sintomas, faça testes para confirmar a infecção por coronavírus e siga o tratamento correto da doença.

Como a covid-19 pode ser confundida com um resfriado ou gripe, é importante que a pessoa, ao perceber os sintomas, faça um teste para comprovar se há infecção por coronavírus ou por influenza, que também teve aumento relevante no número de testes positivos.

Em especial idosos e imunossuprimidos devem ter um diagnóstico correto para que o tratamento seja feito o quanto antes, diminuindo as chances de uma evolução para quadro mais grave. Até o momento, o aumento no número de testes positivos para coronavírus são de casos leves. Não houve crescimento relevante no número de internações pela doença.

Os riscos da covid-19 são maiores para idosos e imunossuprimidos. Foto: Werther Santana/Estadão

Sintomas

Segundo o médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Evaldo Stanislau, apesar das novas cepas do vírus, os sintomas da covid-19 continuam sendo os mesmos de antes. “Geralmente são sintomas respiratórios, similares a de um resfriado comum ou eventualmente aos de uma gripe, quando há mais sintomas de febre e mal estar”, diz.

Por isso, é preciso prestar atenção se há:

  • coriza;
  • dor de garganta;
  • tosse;
  • dor no corpo;
  • mal-estar;
  • febre.

Os sintomas podem aparecer isoladamente ou todos juntos. Pessoas imunizadas com todas as doses contra a doença e que não têm idade avançada ou problemas de saúde tendem a apresentar sintomas mais leves, sem evolução para casos graves. Para saber se é covid-19, influenza ou apenas um resfriado comum, é preciso fazer um teste laboratorial.

Testagem de covid-19

Alexandre Naime Barbosa, infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, defende que a testagem de pacientes com sintomas respiratórios deve ser feita em todos os casos.

Segundo ele, o paciente consegue ter um melhor tratamento quando diagnosticado corretamente, o que diminui as chances de evolução da doença para quadros mais graves. “Hoje nós já temos alguns medicamentos que tratam a covid-19 e que ajudam para que o quadro clínico do paciente não evolua negativamente”, diz o especialista.

Para Carolina dos Santos Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde, a testagem é importante não só no âmbito pessoal, mas também coletivo. Ela possibilita que a comunidade médica, científica e as autoridades saibam o que está acontecendo nas cidades e no País para que sejam tomadas as medidas necessárias para conter e prevenir casos.

Além disso, é necessário comunicar o cenário atual às pessoas mais vulneráveis para que elas possam se proteger.

“Nós sempre estimulamos a confirmação por exame laboratorial, mesmo para pacientes com sintomas leves e sem fatores de risco, para que a gente conheça o que está acontecendo na comunidade. Afinal, quando aumenta o número de casos leves, significa que as pessoas que têm mais chance de ter um quadro grave estão expostas a um risco maior”, explica Carolina Lázari. Segundo ela, nos hospitais parceiros do Fleury, a testagem em pronto-socorro é um protocolo comum.

Realizar teste de covid-19 após o aparecimento dos sintomas ajuda cientistas e autoridades a monitorar o quadro da doença no país Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Stanislau concorda com a especialista do Fleury. Segundo ele, a queda na testagem, provocada principalmente pelo relaxamento da população em relação à preocupação com o coronavírus, é um grande equívoco. “A gente perdeu o nosso indicador epidemiológico de circulação viral. Hoje a gente tem muito diagnóstico sindrômico.”

O médico explica que, costumeiramente, as pessoas têm sintomas respiratórios, procuram uma orientação médica – ou nem sequer procuram um médico – e o diagnóstico é feito de acordo com os sintomas. Porém, o método não é eficaz.

“A gente tem muitos agentes respiratórios. Cada um deles vai ter uma complicação clínica e um padrão epidemiológico. Então, a testagem é essencial para a gente identificar quais são os agentes que estão circulando”, explica o especialista.

Caso o médico do pronto-socorro não peça a testagem, Barbosa defende que o paciente exija o teste. Além disso, o ideal é realizar testes laboratoriais.

Os autotestes de farmácia, apesar de mostrarem o resultado rapidamente e terem uma eficácia comprovada, não notificam os resultados. Ou seja, não são computados pelas pesquisas e nem pelo governo.

O melhor momento para se fazer o teste é quando o paciente começa a apresentar sintomas. Ao passar alguns dias, pode ser que o resultado indique um falso negativo.

Cuidados

Os cuidados a serem tomados para não contrair covid-19 ao longo desta nova onda da doença variam de pessoa para pessoa.

O vice-presidente da SBI defende que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por implante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos em geral evitem aglomerações e utilizem máscaras quando tiverem contato com outras pessoas. “Mesmo com todas as doses da vacina, essas pessoas são mais vulneráveis”, diz o médico.

Já para pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas, a recomendação é de uso de máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação nenhuma de ar, como elevadores. “Não há motivo para grande preocupação”, tranquiliza Barbosa.

Apesar de não ser um cenário tão grave quanto o de 2020 e 2021, Stanislau lembra que “é importante que as pessoas entendam que a pandemia não acabou”.

Para ele, a flexibilização do uso de máscaras mesmo em locais extremamente fechados e com baixa circulação de ar deveria ser repensada pelas autoridades sanitárias. “A máscara protege e continua sendo extremamente indicada para esses ambientes”, diz.

Vacinação

Para todos os médicos ouvidos pela reportagem, a vacinação continua sendo a melhor medida de prevenção contra a covid-19.

“A gente observa que muita gente negligenciou a dose de reforço da vacina e isso é um grande problema porque impacta na circulação viral”, diz Stanislau. Mais uma vez, trata-se de uma questão coletiva: quanto maior for a barreira imunológica encontrada pelo vírus, mais dificilmente ele vai penetrar em uma região.

As doses de reforço são importantes porque, sem elas, a proteção cai consideravelmente. Até o momento, apenas 48,93% da população total brasileira tomou dose de reforço, segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde.

A vacinação infantil é ainda mais preocupante. O Brasil tem uma baixa cobertura vacinal infantil contra o coronavírus. Hoje, o número de bebês e crianças internados por covid-19 supera o de idosos, segundo dados do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase).

De 14 de agosto a 10 de setembro deste ano, idosos com mais de 60 anos somaram 387 hospitalizações pelo vírus no País. Já entre bebês e crianças, o número chegou a 678, quase o dobro.

A positividade dos testes de coronavírus em laboratórios privados do País aumentou em outubro, apontou análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), e uma nova onda de casos da doença também tem sido observada em países da Europa. Duas novas cepas do vírus, a BQ.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante Ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm crescido em circulação.

Em entrevista ao Estadão, especialistas apontam que é importante que a população preste atenção aos sintomas, faça testes para confirmar a infecção por coronavírus e siga o tratamento correto da doença.

Como a covid-19 pode ser confundida com um resfriado ou gripe, é importante que a pessoa, ao perceber os sintomas, faça um teste para comprovar se há infecção por coronavírus ou por influenza, que também teve aumento relevante no número de testes positivos.

Em especial idosos e imunossuprimidos devem ter um diagnóstico correto para que o tratamento seja feito o quanto antes, diminuindo as chances de uma evolução para quadro mais grave. Até o momento, o aumento no número de testes positivos para coronavírus são de casos leves. Não houve crescimento relevante no número de internações pela doença.

Os riscos da covid-19 são maiores para idosos e imunossuprimidos. Foto: Werther Santana/Estadão

Sintomas

Segundo o médico infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Evaldo Stanislau, apesar das novas cepas do vírus, os sintomas da covid-19 continuam sendo os mesmos de antes. “Geralmente são sintomas respiratórios, similares a de um resfriado comum ou eventualmente aos de uma gripe, quando há mais sintomas de febre e mal estar”, diz.

Por isso, é preciso prestar atenção se há:

  • coriza;
  • dor de garganta;
  • tosse;
  • dor no corpo;
  • mal-estar;
  • febre.

Os sintomas podem aparecer isoladamente ou todos juntos. Pessoas imunizadas com todas as doses contra a doença e que não têm idade avançada ou problemas de saúde tendem a apresentar sintomas mais leves, sem evolução para casos graves. Para saber se é covid-19, influenza ou apenas um resfriado comum, é preciso fazer um teste laboratorial.

Testagem de covid-19

Alexandre Naime Barbosa, infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, defende que a testagem de pacientes com sintomas respiratórios deve ser feita em todos os casos.

Segundo ele, o paciente consegue ter um melhor tratamento quando diagnosticado corretamente, o que diminui as chances de evolução da doença para quadros mais graves. “Hoje nós já temos alguns medicamentos que tratam a covid-19 e que ajudam para que o quadro clínico do paciente não evolua negativamente”, diz o especialista.

Para Carolina dos Santos Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde, a testagem é importante não só no âmbito pessoal, mas também coletivo. Ela possibilita que a comunidade médica, científica e as autoridades saibam o que está acontecendo nas cidades e no País para que sejam tomadas as medidas necessárias para conter e prevenir casos.

Além disso, é necessário comunicar o cenário atual às pessoas mais vulneráveis para que elas possam se proteger.

“Nós sempre estimulamos a confirmação por exame laboratorial, mesmo para pacientes com sintomas leves e sem fatores de risco, para que a gente conheça o que está acontecendo na comunidade. Afinal, quando aumenta o número de casos leves, significa que as pessoas que têm mais chance de ter um quadro grave estão expostas a um risco maior”, explica Carolina Lázari. Segundo ela, nos hospitais parceiros do Fleury, a testagem em pronto-socorro é um protocolo comum.

Realizar teste de covid-19 após o aparecimento dos sintomas ajuda cientistas e autoridades a monitorar o quadro da doença no país Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Stanislau concorda com a especialista do Fleury. Segundo ele, a queda na testagem, provocada principalmente pelo relaxamento da população em relação à preocupação com o coronavírus, é um grande equívoco. “A gente perdeu o nosso indicador epidemiológico de circulação viral. Hoje a gente tem muito diagnóstico sindrômico.”

O médico explica que, costumeiramente, as pessoas têm sintomas respiratórios, procuram uma orientação médica – ou nem sequer procuram um médico – e o diagnóstico é feito de acordo com os sintomas. Porém, o método não é eficaz.

“A gente tem muitos agentes respiratórios. Cada um deles vai ter uma complicação clínica e um padrão epidemiológico. Então, a testagem é essencial para a gente identificar quais são os agentes que estão circulando”, explica o especialista.

Caso o médico do pronto-socorro não peça a testagem, Barbosa defende que o paciente exija o teste. Além disso, o ideal é realizar testes laboratoriais.

Os autotestes de farmácia, apesar de mostrarem o resultado rapidamente e terem uma eficácia comprovada, não notificam os resultados. Ou seja, não são computados pelas pesquisas e nem pelo governo.

O melhor momento para se fazer o teste é quando o paciente começa a apresentar sintomas. Ao passar alguns dias, pode ser que o resultado indique um falso negativo.

Cuidados

Os cuidados a serem tomados para não contrair covid-19 ao longo desta nova onda da doença variam de pessoa para pessoa.

O vice-presidente da SBI defende que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por implante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos em geral evitem aglomerações e utilizem máscaras quando tiverem contato com outras pessoas. “Mesmo com todas as doses da vacina, essas pessoas são mais vulneráveis”, diz o médico.

Já para pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas, a recomendação é de uso de máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação nenhuma de ar, como elevadores. “Não há motivo para grande preocupação”, tranquiliza Barbosa.

Apesar de não ser um cenário tão grave quanto o de 2020 e 2021, Stanislau lembra que “é importante que as pessoas entendam que a pandemia não acabou”.

Para ele, a flexibilização do uso de máscaras mesmo em locais extremamente fechados e com baixa circulação de ar deveria ser repensada pelas autoridades sanitárias. “A máscara protege e continua sendo extremamente indicada para esses ambientes”, diz.

Vacinação

Para todos os médicos ouvidos pela reportagem, a vacinação continua sendo a melhor medida de prevenção contra a covid-19.

“A gente observa que muita gente negligenciou a dose de reforço da vacina e isso é um grande problema porque impacta na circulação viral”, diz Stanislau. Mais uma vez, trata-se de uma questão coletiva: quanto maior for a barreira imunológica encontrada pelo vírus, mais dificilmente ele vai penetrar em uma região.

As doses de reforço são importantes porque, sem elas, a proteção cai consideravelmente. Até o momento, apenas 48,93% da população total brasileira tomou dose de reforço, segundo o consórcio de veículos de imprensa, com base em dados das secretarias estaduais de Saúde.

A vacinação infantil é ainda mais preocupante. O Brasil tem uma baixa cobertura vacinal infantil contra o coronavírus. Hoje, o número de bebês e crianças internados por covid-19 supera o de idosos, segundo dados do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase).

De 14 de agosto a 10 de setembro deste ano, idosos com mais de 60 anos somaram 387 hospitalizações pelo vírus no País. Já entre bebês e crianças, o número chegou a 678, quase o dobro.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.