Nova onda de covid-19: Volto a usar máscara? Precisa de 5ª dose? Tire essas e outras dúvidas


O número de resultados positivos para testes de covid-19 aumentou em outubro. Saiba qual o cenário atual no Brasil e como se proteger

Por Giovanna Castro
Atualização:

Mais brasileiros estão testando positivo para a covid-19 nas últimas semanas. A nova onda da doença veio junto com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos e agora começa a crescer no Brasil.

No sábado, 5, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de covid-19 provocado pela Ômicron BQ.1 na cidade. Nesta segunda-feira, 7, o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre.

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Conforme a Fiocruz, em 20 de outubro, a subvariante foi encontrada no Amazonas em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da Fundação.

Já em relação à XBB, até agora, os casos estão restritos à Singapura e Índia. Porém, especialistas alertam que ela pode ser perigosa. O Estadão perguntou a especialistas sobre as dúvidas mais frequentes relacionadas a essa nova fase da pandemia.

Na China, aumento de casos de covid-19 levou o governo a adotar novas medidas restritivas (AP Photo/Mark Schiefelbein) Foto: AP / AP
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1. Qual a diferença das novas subvariantes para as anteriores?

As subvariantes são mutações dos coronavírus. A BQ.1, por exemplo, é “descendente” da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a BA.4 - todas subvariantes da Ômicron.

Alguns especialistas dizem que a transmissibilidade da BQ.1, assim como da XBB, tende a ser maior do que a de outras variantes que já circulam no País. Porém, segundo o cientista de sados e coordenador da Rede Análise da Covid-19 Isaac Schrarstzhaupt, ainda é cedo para afirmar com certeza. “Quase não temos dados concretos ainda sobre as variantes, e o que temos são dados preliminares”, afirma.

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“As vacinas bivalentes da Pfizer têm a BA.1, a BA.4 e a BA.5 como alvo. Por isso, elas poderiam, em tese, ajudar na prevenção contra a BQ.1, mas não temos nenhuma movimentação até o momento no Brasil para aplicação dessas vacinas”, continua Schrarstzhaupt.

Julio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, concorda com as chances de eficácia da vacina bivalentes. “A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1″, diz.

Um pedido de autorização para uso emergencial do imunizante no País foi feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro, mas ainda não foi avaliado. Em nota, a Pfizer disse que ainda está investigando a efetividade da vacina bivalente em relação à subvariante BQ.1 e espera ter dados concretos em breve.

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Procurada, a Anvisa informou que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem encaminhados à Diretoria da Agência para deliberação, considerando que se trata autorização de uso emergencial. Não há ainda data fixada de decisão”. O imunizante já está disponível na Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

2. Quais os principais sintomas da doença nessa nova onda?

Hoje os sintomas da covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre.

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Esses sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso. Especialistas recomendam que os sintomáticos façam teste de covid-19 para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento.

Diagnosticado corretamente, o paciente tem mais chances de tratar a doença de forma a não evoluir para quadros clínicos graves. Além disso, ao usar máscaras, não coloca outras pessoas em risco.

Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial. Diferentemente dos autotestes de farmácia, quando é feito o exame em laboratório, há notificação obrigatória dos resultados ao governo, colaborando para que o Ministério da Saúde e os cientistas monitorem o avanço da doença no País e, assim, tomem as medidas necessárias.

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3. Precisa voltar a usar máscara?

Segundo o infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Alexandre Naime Barbosa, neste momento, a recomendação é de que a pessoa faça avaliação individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.

A orientação é de que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, evitem aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

Pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas devem usar máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar. Se infectadas, devem utilizar máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

4. As vacinas já aplicadas protegem contra essa nova variante?

As vacinas contra covid-19 já administradas (Pfizer, AstraZeneca, Coronavac etc) têm proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo a OMS, o risco de reinfecção (pegar covid-19 de novo) pode ser mais elevado com a BQ.1 e a XBB.

Conforme o material genético do coronavírus sofre mutações, vão aparecendo mais variantes (novas versões do vírus, com algumas diferenças em relação à original). Dessa forma, a vacina que foi desenvolvida com base em uma variante anterior não tem eficácia tão alta contra essa nova variante.

O microbiologista e especialista em desenvolvimento de vacinas Victor Cioffi explica que a vacina e o vírus funcionam como uma chave e uma fechadura: quando a fechadura sofre algum tipo de deformação, a chave passa a não encaixar tão bem quanto encaixava originalmente. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina.

As doses de reforço da vacina da covid-19 são preparadas com incrementos em relação às principais novas variantes em circulação. Dessa forma, ao tomá-las, a pessoa se torna mais protegida contra novas variantes.

5. É preciso tomar dose de reforço da vacina? Quantas?

Segundo especialistas, o ideal é que a pessoa tenha tomado uma dose de reforço nos últimos quatro meses para que ela esteja mais protegida contra as variantes.

Além disso, é importante que a Anvisa libere o quanto antes o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer para reforçar a imunização de pessoas imunossuprimidas.

A proteção recomendável para uma maior proteção conta as novas variantes é:

-Pessoas com condições normais de saúde, independente da idade: duas doses do imunizante ou a dose única, mais duas doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses);

-Pessoas imunossuprimidas (pessoas com lupos, que passam por quimioterapia, passaram por transplante de órgão recentemente etc): duas doses do imunizante ou a dose única, mais três doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses e, de preferência, deve ser a vacina bivalente).

As doses de reforço ficam disponíveis nos postos de saúde e o calendário de vacinação varia por Estado. Em São Paulo, estão sendo aplicadas, neste momento, a terceira dose adicional contra a Covid-19 em imunossuprimidos com 18 anos ou mais (a quinta dose), e também na população geral, com idade igual ou superior a 40 anos, que tenham iniciado o esquema vacinal com Janssen.

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, o Estado “segue as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) na campanha de vacinação contra a Covid-19 e distribui os imunizantes aos municípios em conformidade com o grupo etário vigente para aplicação e à medida que recebe as doses. Os municípios foram orientados com relação aos critérios para vacinação, mas possuem autonomia para a execução e elaboração de estratégias em seus territórios”.

6. Como está essa nova onda em outros países? O que deve ocorrer no Brasil?

A nova onda da covid-19 tem se espalhado mundialmente. Casos de infecção por BQ.1 foram identificados na Europa, que tem visto elevação de diagnósticos positivos e internações.

Nos Estados Unidos, o aumento de casos também vem sendo notado. Hoje, 12 subvariantes, todas da Ômicron, estão em grande circulação no país, disse Albert Ko, especialista da Universidade de Saúde Pública de Yale ao The New York Times.

Do outro lado do mundo, a China registrou, nesta segunda-feira, 7, o maior número de infecções por covid-19 em seis meses. O país voltou com algumas medidas restritivas, em especial em fábricas.

No Brasil, se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no País em menos de um ano - todas ocasionadas pela variante Ômicron. A primeira, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da variante; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.

Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) que coordena uma pesquisa de monitoramento da positividade de testes da doença no País, ainda é difícil de prever o impacto da nova onda. Porém, ele acredita ser “improvável” que o Brasil sofra, novamente, impactos grandes da doença.

“Felizmente, onda após onda, temos visto número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao avanço da vacinação”, diz o especialista. Ainda assim, as linhagens responsáveis pelo aumento de casos positivos em países da Europa, como a BQ.1.1, que se origina da variante BA.5, devem chegar ao Brasil.

Como saber quantas doses contra covid-19 já tomei?

Para consultar essa informação, o cidadão pode verificar os dados no comprovante físico da aplicação fornecido nos postos de saúde. Caso isso não seja possível, as aplicações são registradas no sistema do SUS, o Conecte SUS, assim como em sistemas locais de controle, como e-SaúdeSP, da Prefeitura de São Paulo.

Mais brasileiros estão testando positivo para a covid-19 nas últimas semanas. A nova onda da doença veio junto com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos e agora começa a crescer no Brasil.

No sábado, 5, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de covid-19 provocado pela Ômicron BQ.1 na cidade. Nesta segunda-feira, 7, o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre.

Conforme a Fiocruz, em 20 de outubro, a subvariante foi encontrada no Amazonas em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da Fundação.

Já em relação à XBB, até agora, os casos estão restritos à Singapura e Índia. Porém, especialistas alertam que ela pode ser perigosa. O Estadão perguntou a especialistas sobre as dúvidas mais frequentes relacionadas a essa nova fase da pandemia.

Na China, aumento de casos de covid-19 levou o governo a adotar novas medidas restritivas (AP Photo/Mark Schiefelbein) Foto: AP / AP

1. Qual a diferença das novas subvariantes para as anteriores?

As subvariantes são mutações dos coronavírus. A BQ.1, por exemplo, é “descendente” da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a BA.4 - todas subvariantes da Ômicron.

Alguns especialistas dizem que a transmissibilidade da BQ.1, assim como da XBB, tende a ser maior do que a de outras variantes que já circulam no País. Porém, segundo o cientista de sados e coordenador da Rede Análise da Covid-19 Isaac Schrarstzhaupt, ainda é cedo para afirmar com certeza. “Quase não temos dados concretos ainda sobre as variantes, e o que temos são dados preliminares”, afirma.

“As vacinas bivalentes da Pfizer têm a BA.1, a BA.4 e a BA.5 como alvo. Por isso, elas poderiam, em tese, ajudar na prevenção contra a BQ.1, mas não temos nenhuma movimentação até o momento no Brasil para aplicação dessas vacinas”, continua Schrarstzhaupt.

Julio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, concorda com as chances de eficácia da vacina bivalentes. “A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1″, diz.

Um pedido de autorização para uso emergencial do imunizante no País foi feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro, mas ainda não foi avaliado. Em nota, a Pfizer disse que ainda está investigando a efetividade da vacina bivalente em relação à subvariante BQ.1 e espera ter dados concretos em breve.

Procurada, a Anvisa informou que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem encaminhados à Diretoria da Agência para deliberação, considerando que se trata autorização de uso emergencial. Não há ainda data fixada de decisão”. O imunizante já está disponível na Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

2. Quais os principais sintomas da doença nessa nova onda?

Hoje os sintomas da covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre.

Esses sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso. Especialistas recomendam que os sintomáticos façam teste de covid-19 para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento.

Diagnosticado corretamente, o paciente tem mais chances de tratar a doença de forma a não evoluir para quadros clínicos graves. Além disso, ao usar máscaras, não coloca outras pessoas em risco.

Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial. Diferentemente dos autotestes de farmácia, quando é feito o exame em laboratório, há notificação obrigatória dos resultados ao governo, colaborando para que o Ministério da Saúde e os cientistas monitorem o avanço da doença no País e, assim, tomem as medidas necessárias.

3. Precisa voltar a usar máscara?

Segundo o infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Alexandre Naime Barbosa, neste momento, a recomendação é de que a pessoa faça avaliação individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.

A orientação é de que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, evitem aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

Pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas devem usar máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar. Se infectadas, devem utilizar máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

4. As vacinas já aplicadas protegem contra essa nova variante?

As vacinas contra covid-19 já administradas (Pfizer, AstraZeneca, Coronavac etc) têm proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo a OMS, o risco de reinfecção (pegar covid-19 de novo) pode ser mais elevado com a BQ.1 e a XBB.

Conforme o material genético do coronavírus sofre mutações, vão aparecendo mais variantes (novas versões do vírus, com algumas diferenças em relação à original). Dessa forma, a vacina que foi desenvolvida com base em uma variante anterior não tem eficácia tão alta contra essa nova variante.

O microbiologista e especialista em desenvolvimento de vacinas Victor Cioffi explica que a vacina e o vírus funcionam como uma chave e uma fechadura: quando a fechadura sofre algum tipo de deformação, a chave passa a não encaixar tão bem quanto encaixava originalmente. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina.

As doses de reforço da vacina da covid-19 são preparadas com incrementos em relação às principais novas variantes em circulação. Dessa forma, ao tomá-las, a pessoa se torna mais protegida contra novas variantes.

5. É preciso tomar dose de reforço da vacina? Quantas?

Segundo especialistas, o ideal é que a pessoa tenha tomado uma dose de reforço nos últimos quatro meses para que ela esteja mais protegida contra as variantes.

Além disso, é importante que a Anvisa libere o quanto antes o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer para reforçar a imunização de pessoas imunossuprimidas.

A proteção recomendável para uma maior proteção conta as novas variantes é:

-Pessoas com condições normais de saúde, independente da idade: duas doses do imunizante ou a dose única, mais duas doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses);

-Pessoas imunossuprimidas (pessoas com lupos, que passam por quimioterapia, passaram por transplante de órgão recentemente etc): duas doses do imunizante ou a dose única, mais três doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses e, de preferência, deve ser a vacina bivalente).

As doses de reforço ficam disponíveis nos postos de saúde e o calendário de vacinação varia por Estado. Em São Paulo, estão sendo aplicadas, neste momento, a terceira dose adicional contra a Covid-19 em imunossuprimidos com 18 anos ou mais (a quinta dose), e também na população geral, com idade igual ou superior a 40 anos, que tenham iniciado o esquema vacinal com Janssen.

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, o Estado “segue as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) na campanha de vacinação contra a Covid-19 e distribui os imunizantes aos municípios em conformidade com o grupo etário vigente para aplicação e à medida que recebe as doses. Os municípios foram orientados com relação aos critérios para vacinação, mas possuem autonomia para a execução e elaboração de estratégias em seus territórios”.

6. Como está essa nova onda em outros países? O que deve ocorrer no Brasil?

A nova onda da covid-19 tem se espalhado mundialmente. Casos de infecção por BQ.1 foram identificados na Europa, que tem visto elevação de diagnósticos positivos e internações.

Nos Estados Unidos, o aumento de casos também vem sendo notado. Hoje, 12 subvariantes, todas da Ômicron, estão em grande circulação no país, disse Albert Ko, especialista da Universidade de Saúde Pública de Yale ao The New York Times.

Do outro lado do mundo, a China registrou, nesta segunda-feira, 7, o maior número de infecções por covid-19 em seis meses. O país voltou com algumas medidas restritivas, em especial em fábricas.

No Brasil, se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no País em menos de um ano - todas ocasionadas pela variante Ômicron. A primeira, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da variante; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.

Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) que coordena uma pesquisa de monitoramento da positividade de testes da doença no País, ainda é difícil de prever o impacto da nova onda. Porém, ele acredita ser “improvável” que o Brasil sofra, novamente, impactos grandes da doença.

“Felizmente, onda após onda, temos visto número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao avanço da vacinação”, diz o especialista. Ainda assim, as linhagens responsáveis pelo aumento de casos positivos em países da Europa, como a BQ.1.1, que se origina da variante BA.5, devem chegar ao Brasil.

Como saber quantas doses contra covid-19 já tomei?

Para consultar essa informação, o cidadão pode verificar os dados no comprovante físico da aplicação fornecido nos postos de saúde. Caso isso não seja possível, as aplicações são registradas no sistema do SUS, o Conecte SUS, assim como em sistemas locais de controle, como e-SaúdeSP, da Prefeitura de São Paulo.

Mais brasileiros estão testando positivo para a covid-19 nas últimas semanas. A nova onda da doença veio junto com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos e agora começa a crescer no Brasil.

No sábado, 5, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de covid-19 provocado pela Ômicron BQ.1 na cidade. Nesta segunda-feira, 7, o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre.

Conforme a Fiocruz, em 20 de outubro, a subvariante foi encontrada no Amazonas em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da Fundação.

Já em relação à XBB, até agora, os casos estão restritos à Singapura e Índia. Porém, especialistas alertam que ela pode ser perigosa. O Estadão perguntou a especialistas sobre as dúvidas mais frequentes relacionadas a essa nova fase da pandemia.

Na China, aumento de casos de covid-19 levou o governo a adotar novas medidas restritivas (AP Photo/Mark Schiefelbein) Foto: AP / AP

1. Qual a diferença das novas subvariantes para as anteriores?

As subvariantes são mutações dos coronavírus. A BQ.1, por exemplo, é “descendente” da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a BA.4 - todas subvariantes da Ômicron.

Alguns especialistas dizem que a transmissibilidade da BQ.1, assim como da XBB, tende a ser maior do que a de outras variantes que já circulam no País. Porém, segundo o cientista de sados e coordenador da Rede Análise da Covid-19 Isaac Schrarstzhaupt, ainda é cedo para afirmar com certeza. “Quase não temos dados concretos ainda sobre as variantes, e o que temos são dados preliminares”, afirma.

“As vacinas bivalentes da Pfizer têm a BA.1, a BA.4 e a BA.5 como alvo. Por isso, elas poderiam, em tese, ajudar na prevenção contra a BQ.1, mas não temos nenhuma movimentação até o momento no Brasil para aplicação dessas vacinas”, continua Schrarstzhaupt.

Julio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, concorda com as chances de eficácia da vacina bivalentes. “A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1″, diz.

Um pedido de autorização para uso emergencial do imunizante no País foi feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro, mas ainda não foi avaliado. Em nota, a Pfizer disse que ainda está investigando a efetividade da vacina bivalente em relação à subvariante BQ.1 e espera ter dados concretos em breve.

Procurada, a Anvisa informou que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem encaminhados à Diretoria da Agência para deliberação, considerando que se trata autorização de uso emergencial. Não há ainda data fixada de decisão”. O imunizante já está disponível na Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

2. Quais os principais sintomas da doença nessa nova onda?

Hoje os sintomas da covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre.

Esses sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso. Especialistas recomendam que os sintomáticos façam teste de covid-19 para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento.

Diagnosticado corretamente, o paciente tem mais chances de tratar a doença de forma a não evoluir para quadros clínicos graves. Além disso, ao usar máscaras, não coloca outras pessoas em risco.

Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial. Diferentemente dos autotestes de farmácia, quando é feito o exame em laboratório, há notificação obrigatória dos resultados ao governo, colaborando para que o Ministério da Saúde e os cientistas monitorem o avanço da doença no País e, assim, tomem as medidas necessárias.

3. Precisa voltar a usar máscara?

Segundo o infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Alexandre Naime Barbosa, neste momento, a recomendação é de que a pessoa faça avaliação individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.

A orientação é de que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, evitem aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

Pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas devem usar máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar. Se infectadas, devem utilizar máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

4. As vacinas já aplicadas protegem contra essa nova variante?

As vacinas contra covid-19 já administradas (Pfizer, AstraZeneca, Coronavac etc) têm proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo a OMS, o risco de reinfecção (pegar covid-19 de novo) pode ser mais elevado com a BQ.1 e a XBB.

Conforme o material genético do coronavírus sofre mutações, vão aparecendo mais variantes (novas versões do vírus, com algumas diferenças em relação à original). Dessa forma, a vacina que foi desenvolvida com base em uma variante anterior não tem eficácia tão alta contra essa nova variante.

O microbiologista e especialista em desenvolvimento de vacinas Victor Cioffi explica que a vacina e o vírus funcionam como uma chave e uma fechadura: quando a fechadura sofre algum tipo de deformação, a chave passa a não encaixar tão bem quanto encaixava originalmente. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina.

As doses de reforço da vacina da covid-19 são preparadas com incrementos em relação às principais novas variantes em circulação. Dessa forma, ao tomá-las, a pessoa se torna mais protegida contra novas variantes.

5. É preciso tomar dose de reforço da vacina? Quantas?

Segundo especialistas, o ideal é que a pessoa tenha tomado uma dose de reforço nos últimos quatro meses para que ela esteja mais protegida contra as variantes.

Além disso, é importante que a Anvisa libere o quanto antes o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer para reforçar a imunização de pessoas imunossuprimidas.

A proteção recomendável para uma maior proteção conta as novas variantes é:

-Pessoas com condições normais de saúde, independente da idade: duas doses do imunizante ou a dose única, mais duas doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses);

-Pessoas imunossuprimidas (pessoas com lupos, que passam por quimioterapia, passaram por transplante de órgão recentemente etc): duas doses do imunizante ou a dose única, mais três doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses e, de preferência, deve ser a vacina bivalente).

As doses de reforço ficam disponíveis nos postos de saúde e o calendário de vacinação varia por Estado. Em São Paulo, estão sendo aplicadas, neste momento, a terceira dose adicional contra a Covid-19 em imunossuprimidos com 18 anos ou mais (a quinta dose), e também na população geral, com idade igual ou superior a 40 anos, que tenham iniciado o esquema vacinal com Janssen.

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, o Estado “segue as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) na campanha de vacinação contra a Covid-19 e distribui os imunizantes aos municípios em conformidade com o grupo etário vigente para aplicação e à medida que recebe as doses. Os municípios foram orientados com relação aos critérios para vacinação, mas possuem autonomia para a execução e elaboração de estratégias em seus territórios”.

6. Como está essa nova onda em outros países? O que deve ocorrer no Brasil?

A nova onda da covid-19 tem se espalhado mundialmente. Casos de infecção por BQ.1 foram identificados na Europa, que tem visto elevação de diagnósticos positivos e internações.

Nos Estados Unidos, o aumento de casos também vem sendo notado. Hoje, 12 subvariantes, todas da Ômicron, estão em grande circulação no país, disse Albert Ko, especialista da Universidade de Saúde Pública de Yale ao The New York Times.

Do outro lado do mundo, a China registrou, nesta segunda-feira, 7, o maior número de infecções por covid-19 em seis meses. O país voltou com algumas medidas restritivas, em especial em fábricas.

No Brasil, se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no País em menos de um ano - todas ocasionadas pela variante Ômicron. A primeira, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da variante; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.

Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) que coordena uma pesquisa de monitoramento da positividade de testes da doença no País, ainda é difícil de prever o impacto da nova onda. Porém, ele acredita ser “improvável” que o Brasil sofra, novamente, impactos grandes da doença.

“Felizmente, onda após onda, temos visto número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao avanço da vacinação”, diz o especialista. Ainda assim, as linhagens responsáveis pelo aumento de casos positivos em países da Europa, como a BQ.1.1, que se origina da variante BA.5, devem chegar ao Brasil.

Como saber quantas doses contra covid-19 já tomei?

Para consultar essa informação, o cidadão pode verificar os dados no comprovante físico da aplicação fornecido nos postos de saúde. Caso isso não seja possível, as aplicações são registradas no sistema do SUS, o Conecte SUS, assim como em sistemas locais de controle, como e-SaúdeSP, da Prefeitura de São Paulo.

Mais brasileiros estão testando positivo para a covid-19 nas últimas semanas. A nova onda da doença veio junto com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a XBB, já tem causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos e agora começa a crescer no Brasil.

No sábado, 5, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso de covid-19 provocado pela Ômicron BQ.1 na cidade. Nesta segunda-feira, 7, o Rio Grande do Sul também registrou um caso da subvariante em Porto Alegre.

Conforme a Fiocruz, em 20 de outubro, a subvariante foi encontrada no Amazonas em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da Fundação.

Já em relação à XBB, até agora, os casos estão restritos à Singapura e Índia. Porém, especialistas alertam que ela pode ser perigosa. O Estadão perguntou a especialistas sobre as dúvidas mais frequentes relacionadas a essa nova fase da pandemia.

Na China, aumento de casos de covid-19 levou o governo a adotar novas medidas restritivas (AP Photo/Mark Schiefelbein) Foto: AP / AP

1. Qual a diferença das novas subvariantes para as anteriores?

As subvariantes são mutações dos coronavírus. A BQ.1, por exemplo, é “descendente” da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, junto com a BA.4 - todas subvariantes da Ômicron.

Alguns especialistas dizem que a transmissibilidade da BQ.1, assim como da XBB, tende a ser maior do que a de outras variantes que já circulam no País. Porém, segundo o cientista de sados e coordenador da Rede Análise da Covid-19 Isaac Schrarstzhaupt, ainda é cedo para afirmar com certeza. “Quase não temos dados concretos ainda sobre as variantes, e o que temos são dados preliminares”, afirma.

“As vacinas bivalentes da Pfizer têm a BA.1, a BA.4 e a BA.5 como alvo. Por isso, elas poderiam, em tese, ajudar na prevenção contra a BQ.1, mas não temos nenhuma movimentação até o momento no Brasil para aplicação dessas vacinas”, continua Schrarstzhaupt.

Julio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, concorda com as chances de eficácia da vacina bivalentes. “A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1″, diz.

Um pedido de autorização para uso emergencial do imunizante no País foi feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro, mas ainda não foi avaliado. Em nota, a Pfizer disse que ainda está investigando a efetividade da vacina bivalente em relação à subvariante BQ.1 e espera ter dados concretos em breve.

Procurada, a Anvisa informou que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica, para posteriormente serem encaminhados à Diretoria da Agência para deliberação, considerando que se trata autorização de uso emergencial. Não há ainda data fixada de decisão”. O imunizante já está disponível na Europa, Estados Unidos, Japão, Argentina, Chile, entre outros países.

2. Quais os principais sintomas da doença nessa nova onda?

Hoje os sintomas da covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre.

Esses sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso. Especialistas recomendam que os sintomáticos façam teste de covid-19 para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento.

Diagnosticado corretamente, o paciente tem mais chances de tratar a doença de forma a não evoluir para quadros clínicos graves. Além disso, ao usar máscaras, não coloca outras pessoas em risco.

Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial. Diferentemente dos autotestes de farmácia, quando é feito o exame em laboratório, há notificação obrigatória dos resultados ao governo, colaborando para que o Ministério da Saúde e os cientistas monitorem o avanço da doença no País e, assim, tomem as medidas necessárias.

3. Precisa voltar a usar máscara?

Segundo o infectologista, professor e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia Alexandre Naime Barbosa, neste momento, a recomendação é de que a pessoa faça avaliação individual de risco e adote cuidados baseados na sua condição de saúde.

A orientação é de que idosos acima de 75 anos, pessoas que passaram por transplante de órgão recente, pessoas com doença de lúpus e imunossuprimidos, em geral, evitem aglomerações e utilizem máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

Pessoas com condições de saúde normais e que não são idosas devem usar máscara apenas em ambientes fechados, com aglomeração e sem circulação de ar. Se infectadas, devem utilizar máscaras sempre que tiverem contato com outras pessoas.

4. As vacinas já aplicadas protegem contra essa nova variante?

As vacinas contra covid-19 já administradas (Pfizer, AstraZeneca, Coronavac etc) têm proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo a OMS, o risco de reinfecção (pegar covid-19 de novo) pode ser mais elevado com a BQ.1 e a XBB.

Conforme o material genético do coronavírus sofre mutações, vão aparecendo mais variantes (novas versões do vírus, com algumas diferenças em relação à original). Dessa forma, a vacina que foi desenvolvida com base em uma variante anterior não tem eficácia tão alta contra essa nova variante.

O microbiologista e especialista em desenvolvimento de vacinas Victor Cioffi explica que a vacina e o vírus funcionam como uma chave e uma fechadura: quando a fechadura sofre algum tipo de deformação, a chave passa a não encaixar tão bem quanto encaixava originalmente. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina.

As doses de reforço da vacina da covid-19 são preparadas com incrementos em relação às principais novas variantes em circulação. Dessa forma, ao tomá-las, a pessoa se torna mais protegida contra novas variantes.

5. É preciso tomar dose de reforço da vacina? Quantas?

Segundo especialistas, o ideal é que a pessoa tenha tomado uma dose de reforço nos últimos quatro meses para que ela esteja mais protegida contra as variantes.

Além disso, é importante que a Anvisa libere o quanto antes o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer para reforçar a imunização de pessoas imunossuprimidas.

A proteção recomendável para uma maior proteção conta as novas variantes é:

-Pessoas com condições normais de saúde, independente da idade: duas doses do imunizante ou a dose única, mais duas doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses);

-Pessoas imunossuprimidas (pessoas com lupos, que passam por quimioterapia, passaram por transplante de órgão recentemente etc): duas doses do imunizante ou a dose única, mais três doses de reforço (a última dose deve ter sido tomada nos últimos 4 meses e, de preferência, deve ser a vacina bivalente).

As doses de reforço ficam disponíveis nos postos de saúde e o calendário de vacinação varia por Estado. Em São Paulo, estão sendo aplicadas, neste momento, a terceira dose adicional contra a Covid-19 em imunossuprimidos com 18 anos ou mais (a quinta dose), e também na população geral, com idade igual ou superior a 40 anos, que tenham iniciado o esquema vacinal com Janssen.

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, o Estado “segue as orientações do Programa Nacional de Imunização (PNI) na campanha de vacinação contra a Covid-19 e distribui os imunizantes aos municípios em conformidade com o grupo etário vigente para aplicação e à medida que recebe as doses. Os municípios foram orientados com relação aos critérios para vacinação, mas possuem autonomia para a execução e elaboração de estratégias em seus territórios”.

6. Como está essa nova onda em outros países? O que deve ocorrer no Brasil?

A nova onda da covid-19 tem se espalhado mundialmente. Casos de infecção por BQ.1 foram identificados na Europa, que tem visto elevação de diagnósticos positivos e internações.

Nos Estados Unidos, o aumento de casos também vem sendo notado. Hoje, 12 subvariantes, todas da Ômicron, estão em grande circulação no país, disse Albert Ko, especialista da Universidade de Saúde Pública de Yale ao The New York Times.

Do outro lado do mundo, a China registrou, nesta segunda-feira, 7, o maior número de infecções por covid-19 em seis meses. O país voltou com algumas medidas restritivas, em especial em fábricas.

No Brasil, se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no País em menos de um ano - todas ocasionadas pela variante Ômicron. A primeira, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da variante; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.

Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) que coordena uma pesquisa de monitoramento da positividade de testes da doença no País, ainda é difícil de prever o impacto da nova onda. Porém, ele acredita ser “improvável” que o Brasil sofra, novamente, impactos grandes da doença.

“Felizmente, onda após onda, temos visto número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao avanço da vacinação”, diz o especialista. Ainda assim, as linhagens responsáveis pelo aumento de casos positivos em países da Europa, como a BQ.1.1, que se origina da variante BA.5, devem chegar ao Brasil.

Como saber quantas doses contra covid-19 já tomei?

Para consultar essa informação, o cidadão pode verificar os dados no comprovante físico da aplicação fornecido nos postos de saúde. Caso isso não seja possível, as aplicações são registradas no sistema do SUS, o Conecte SUS, assim como em sistemas locais de controle, como e-SaúdeSP, da Prefeitura de São Paulo.

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