O número de mortos por infecção pelo novo coronavírus chegou a 213 nesta quinta-feira, segundo balanço divulgado pelo governo chinês, aumento de 24% em relação ao boletim do dia anterior, que contabilizava 170 óbitos.
O total de casos confirmados também cresceu significativamente, passando de 7.711 para 9.692 em um dia, a grande maioria na província de Hubei, onde está a cidade de Wuhan, epicentro da crise.
Outros 19 países além da China já registraram casos da doença. Nesta quinta, entraram para a lista Índia, Filipinas e Itália. Quatro das 19 nações com casos confirmados já notificaram infecções em cidadãos que não estiveram na China, o que indica transmissão interna do vírus.
Diante do cenário de risco de surto global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta emergência em saúde pública de interesse internacional.
A decisão foi tomada pela diretoria da entidade após a consulta a um comitê formado por especialistas de todo o mundo, que se reuniu por mais de sete horas na tarde desta quinta, em Genebra. Apesar de declarar emergência global, a OMS decidiu não recomendar medidas restritivas de viagem e comércio entre os países.
Durante entrevista coletiva para jornalistas na qual o anúncio de emergência foi feito, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, por mais que o número de casos em outros países ainda seja pequeno (98 registros), é necessária uma ação coordenada entre os países.
"Embora esse número seja relativamente pequeno em comparação com o registrado na China, devemos agir juntos agora para limitar uma futura propagação. Não sabemos o tipo de dano que esse novo coronavírus pode causar se ele se espalhar por um país com um sistema de saúde mais frágil. Precisamos agir agora para ajudar os países a se preparar para essa possibilidade. Por todas essas razões, declaro emergência de saúde pública de interesse internacional", declarou Ghebreyesus.
Sobre a decisão de não impor medidas restritivas de deslocamento, o diretor afirmou que "não há necessidade" de definir medidas desnecessárias que interfiram nas viagens e comércio internacionais. "Pedimos a todos os países que implementem decisões consistentes e baseadas em evidências. A OMS está à disposição para aconselhar qualquer país que esteja avaliando quais medidas tomar", afirmou.