O fantasma do esgotamento mental


Pressões decorrentes da pandemia aceleraram o risco de exaustão para profissionais ao redor do planeta

Por Redação
Atualização:
Múltiplas tarefas: Cuidar da rotinha de casa e do home office tem gerado estresse nas pessoas Foto: Damircudic/Getty Images

As empresas terão de aumentar cada vez mais o apoio à saúde emocional dos funcionários. Essa é uma das tendências-chave para os próximos anos, elencada pelo recém-publicado relatório anual da Associação Americana de Psiquiatria. Trata-se, segundo a instituição, de uma necessidade reforçada pelos desdobramentos da pandemia. As pressões sobre os trabalhadores são várias. Vão desde o isolamento decorrente da prática de home office até a necessidade de conciliar demandas profissionais e pessoais, além do receio de perder o emprego e do medo da contaminação.

A associação apresentou números impressionantes, mas esperados, sobre os efeitos da covid-19 nos profissionais dos Estados Unidos: dois terços relataram que problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, prejudicaram o desempenho no trabalho durante a pandemia. Quatro em cada dez trabalhadores consideram ter iniciado 2021 em luta contra o Burnout, a síndrome de esgotamento emocional.

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São números que se aproximam aos de outro estudo recente, feito pelo Instituto Gallup. Dos profissionais com vínculo de trabalho em tempo integral nos Estados Unidos, 23% relataram que têm se sentido esgotados com muita frequência ou sempre. Outros 44% disseram ter essa sensação eventualmente.

A pressão que os trabalhadores estão vivendo em todo o planeta, apesar de ter crescido muito por causa da pandemia, estava acentuada antes mesmo de o coronavírus começar a se espalhar, segundo Carlos Baptista, coordenador do núcleo de seleção de alunos do MBA da Faculdade de Informação e Administração Paulista (Fiap).

De acordo com o professor, a ansiedade dos profissionais em relação ao futuro vinha em alta por causa dos impactos causados pela transformação digital. “É um movimento que envolve muita volatilidade e incerteza. A soma disso com a pandemia resulta num cenário propício para o aparecimento de várias doenças de cunho psicológico.”

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Para Baptista, a saída é adotar modelos de liderança que ajudem as pessoas a lidar melhor com as incertezas. O primeiro passo para isso é incentivar a colaboração. “É preciso engajar a equipe por intermédio de um propósito compartilhado. Quando os colaboradores entendem o contexto e se unem no mesmo objetivo, as dificuldades individuais são mitigadas.”

Outra necessidade é ter lideranças mais próximas dos subordinados. “Esse novo modelo de líder tem que focar mais no ser humano do que na atividade em si. É preciso usar a empatia para entender onde estão os limites, quais são as dificuldades de cada um e ajudar na superação dessas dificuldades”, descreve o professor. “Esse novo líder não é mais um super-herói que sabe tudo e sempre tem uma resposta. Ele também é um ser humano que tem fragilidades.”

Missão para os gestores

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Uma das questões centrais da preocupação com a saúde mental dos trabalhadores é que a gravidade do quadro pode não estar sendo percebida adequadamente pelos gestores. Até porque, como demonstrou uma pesquisa realizada pela Microsoft, os líderes dos negócios completaram o primeiro ano de pandemia se sentindo bem, no geral – 61% se definiram como “em fase de prosperidade”, ante 39% que se classificaram como “lutando” ou “sobrevivendo”. Entre os subordinados, a proporção é quase exatamente a inversa: apenas 38% se sentindo prósperos, enquanto 62% estão “lutando” ou “sobrevivendo”.

Certamente era mais fácil para um gestor perceber quem não estava bem quando todos compartilhavam o mesmo ambiente de trabalho. Agora, com a equipe fisicamente separada, o processo se tornou mais complexo. Algumas empresas passaram até a usar tecnologias que identificam automaticamente indícios de sofrimento psíquico a partir da análise de palavras-chave nos e-mails ou nas falas das pessoas.

Para o consultor Fernando Dias, especializado em carreira, as empresas precisam investir em treinamentos que habilitem os gestores a investigar como está a saúde mental dos subordinados. “São atitudes como perceber a fisionomia dos colaboradores nas reuniões, observar se há falta de atenção ou mudanças de comportamento, conversar à parte com cada um”, ele descreve.

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Há também a autoanálise que pode ser feita pelo próprio profissional, ao perceber em si sinais como insônia, dificuldade para se concentrar, distúrbios intestinais e mudanças de humor. “Tudo isso são alertas de que a pessoa pode estar precisando de ajuda profissional”, observa o consultor. (MO)

Telepsicologia para quem precisa

A SulAmérica vai abrir inscrições, a partir de segunda-feira (12/4), para um programa gratuito de atendimento psicológico por vídeo, que serão feitos por profissionais do Psicologia Viva. E só no online. Serão 35 mil atendimentos disponibilizados durante um mês, com limite de três sessões por pessoa, dependendo da avaliação da necessidade pelo profissional envolvido. “Não é um tratamento, e sim um apoio para este momento de tanta necessidade”, diz Patrícia Coimbra, vice-presidente de Capital Humano e Sustentabilidade da seguradora.

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A perspectiva da Sul- América é proporcionar o atendimento a quem está na linha de frente do combate à covid-19 ou perdeu algum ente querido para a doença. Outro desejo é a participação de pessoas dos mais diferentes pontos do País. Apesar dessas intenções, os únicos filtros formais no momento da inscrição (mais informações no site www.sulamericasaudeintegral.com.br) serão a idade mínima de 18 anos e não estar associado a qualquer convênio de saúde. “Boa parte dos inscritos terá acesso a um atendimento psicológico pela primeira vez na vida”, observa Patrícia.

No momento da inscrição, o participante já pode escolher o profissional e agendar a conversa. A telepsicologia é um serviço que a SulAmérica já presta aos clientes por meio do programa Saúde na Tela, guarda-chuva que reúne quase 60 especialidades. A plataforma que abriga todo esse sistema foi desenvolvida pela equipe interna de inovação, que envolve dezenas de profissionais especializados.

“Resolvemos direcionar para essa iniciativa social a verba que seria destinada a uma campanha publicitária. Consideramos que esse tipo de ação seria muito mais importante agora”, descreve Simone Cesena, diretora de Comunicação e Marketing da empresa.

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Latinos sofrem menos

A pesquisa da Microsoft descobriu que os profissionais latino-americanos tendem a sentir com menor intensidade os efeitos negativos da pandemia sobre a atividade profissional

• Os latino-americanos apresentam menor tendência para o esgotamento: 31% estão se sentindo exaustos, ante a média global de 39%. Além disso, 42% se sentem sobrecarregados, diante da média global de 54%.

• Consideram-se mais livres para serem autênticos no exercício do trabalho remoto (não se preocupando em deixar transparecer aspectos da vida pessoal nas videoconferências, por exemplo): 54% consideram que podem agir tranquilamente dessa forma, ante a média global de 44%.

• Estão se sentindo mais isolados: 49% dizem que suas interações com colegas de trabalho diminuíram, diante da média global de 40%.

• Demonstram maior propensão para trocar de emprego: 53% estão considerando essa possibilidade em 2021, ante a média global de 46%.

Múltiplas tarefas: Cuidar da rotinha de casa e do home office tem gerado estresse nas pessoas Foto: Damircudic/Getty Images

As empresas terão de aumentar cada vez mais o apoio à saúde emocional dos funcionários. Essa é uma das tendências-chave para os próximos anos, elencada pelo recém-publicado relatório anual da Associação Americana de Psiquiatria. Trata-se, segundo a instituição, de uma necessidade reforçada pelos desdobramentos da pandemia. As pressões sobre os trabalhadores são várias. Vão desde o isolamento decorrente da prática de home office até a necessidade de conciliar demandas profissionais e pessoais, além do receio de perder o emprego e do medo da contaminação.

A associação apresentou números impressionantes, mas esperados, sobre os efeitos da covid-19 nos profissionais dos Estados Unidos: dois terços relataram que problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, prejudicaram o desempenho no trabalho durante a pandemia. Quatro em cada dez trabalhadores consideram ter iniciado 2021 em luta contra o Burnout, a síndrome de esgotamento emocional.

São números que se aproximam aos de outro estudo recente, feito pelo Instituto Gallup. Dos profissionais com vínculo de trabalho em tempo integral nos Estados Unidos, 23% relataram que têm se sentido esgotados com muita frequência ou sempre. Outros 44% disseram ter essa sensação eventualmente.

A pressão que os trabalhadores estão vivendo em todo o planeta, apesar de ter crescido muito por causa da pandemia, estava acentuada antes mesmo de o coronavírus começar a se espalhar, segundo Carlos Baptista, coordenador do núcleo de seleção de alunos do MBA da Faculdade de Informação e Administração Paulista (Fiap).

De acordo com o professor, a ansiedade dos profissionais em relação ao futuro vinha em alta por causa dos impactos causados pela transformação digital. “É um movimento que envolve muita volatilidade e incerteza. A soma disso com a pandemia resulta num cenário propício para o aparecimento de várias doenças de cunho psicológico.”

Para Baptista, a saída é adotar modelos de liderança que ajudem as pessoas a lidar melhor com as incertezas. O primeiro passo para isso é incentivar a colaboração. “É preciso engajar a equipe por intermédio de um propósito compartilhado. Quando os colaboradores entendem o contexto e se unem no mesmo objetivo, as dificuldades individuais são mitigadas.”

Outra necessidade é ter lideranças mais próximas dos subordinados. “Esse novo modelo de líder tem que focar mais no ser humano do que na atividade em si. É preciso usar a empatia para entender onde estão os limites, quais são as dificuldades de cada um e ajudar na superação dessas dificuldades”, descreve o professor. “Esse novo líder não é mais um super-herói que sabe tudo e sempre tem uma resposta. Ele também é um ser humano que tem fragilidades.”

Missão para os gestores

Uma das questões centrais da preocupação com a saúde mental dos trabalhadores é que a gravidade do quadro pode não estar sendo percebida adequadamente pelos gestores. Até porque, como demonstrou uma pesquisa realizada pela Microsoft, os líderes dos negócios completaram o primeiro ano de pandemia se sentindo bem, no geral – 61% se definiram como “em fase de prosperidade”, ante 39% que se classificaram como “lutando” ou “sobrevivendo”. Entre os subordinados, a proporção é quase exatamente a inversa: apenas 38% se sentindo prósperos, enquanto 62% estão “lutando” ou “sobrevivendo”.

Certamente era mais fácil para um gestor perceber quem não estava bem quando todos compartilhavam o mesmo ambiente de trabalho. Agora, com a equipe fisicamente separada, o processo se tornou mais complexo. Algumas empresas passaram até a usar tecnologias que identificam automaticamente indícios de sofrimento psíquico a partir da análise de palavras-chave nos e-mails ou nas falas das pessoas.

Para o consultor Fernando Dias, especializado em carreira, as empresas precisam investir em treinamentos que habilitem os gestores a investigar como está a saúde mental dos subordinados. “São atitudes como perceber a fisionomia dos colaboradores nas reuniões, observar se há falta de atenção ou mudanças de comportamento, conversar à parte com cada um”, ele descreve.

Há também a autoanálise que pode ser feita pelo próprio profissional, ao perceber em si sinais como insônia, dificuldade para se concentrar, distúrbios intestinais e mudanças de humor. “Tudo isso são alertas de que a pessoa pode estar precisando de ajuda profissional”, observa o consultor. (MO)

Telepsicologia para quem precisa

A SulAmérica vai abrir inscrições, a partir de segunda-feira (12/4), para um programa gratuito de atendimento psicológico por vídeo, que serão feitos por profissionais do Psicologia Viva. E só no online. Serão 35 mil atendimentos disponibilizados durante um mês, com limite de três sessões por pessoa, dependendo da avaliação da necessidade pelo profissional envolvido. “Não é um tratamento, e sim um apoio para este momento de tanta necessidade”, diz Patrícia Coimbra, vice-presidente de Capital Humano e Sustentabilidade da seguradora.

A perspectiva da Sul- América é proporcionar o atendimento a quem está na linha de frente do combate à covid-19 ou perdeu algum ente querido para a doença. Outro desejo é a participação de pessoas dos mais diferentes pontos do País. Apesar dessas intenções, os únicos filtros formais no momento da inscrição (mais informações no site www.sulamericasaudeintegral.com.br) serão a idade mínima de 18 anos e não estar associado a qualquer convênio de saúde. “Boa parte dos inscritos terá acesso a um atendimento psicológico pela primeira vez na vida”, observa Patrícia.

No momento da inscrição, o participante já pode escolher o profissional e agendar a conversa. A telepsicologia é um serviço que a SulAmérica já presta aos clientes por meio do programa Saúde na Tela, guarda-chuva que reúne quase 60 especialidades. A plataforma que abriga todo esse sistema foi desenvolvida pela equipe interna de inovação, que envolve dezenas de profissionais especializados.

“Resolvemos direcionar para essa iniciativa social a verba que seria destinada a uma campanha publicitária. Consideramos que esse tipo de ação seria muito mais importante agora”, descreve Simone Cesena, diretora de Comunicação e Marketing da empresa.

Latinos sofrem menos

A pesquisa da Microsoft descobriu que os profissionais latino-americanos tendem a sentir com menor intensidade os efeitos negativos da pandemia sobre a atividade profissional

• Os latino-americanos apresentam menor tendência para o esgotamento: 31% estão se sentindo exaustos, ante a média global de 39%. Além disso, 42% se sentem sobrecarregados, diante da média global de 54%.

• Consideram-se mais livres para serem autênticos no exercício do trabalho remoto (não se preocupando em deixar transparecer aspectos da vida pessoal nas videoconferências, por exemplo): 54% consideram que podem agir tranquilamente dessa forma, ante a média global de 44%.

• Estão se sentindo mais isolados: 49% dizem que suas interações com colegas de trabalho diminuíram, diante da média global de 40%.

• Demonstram maior propensão para trocar de emprego: 53% estão considerando essa possibilidade em 2021, ante a média global de 46%.

Múltiplas tarefas: Cuidar da rotinha de casa e do home office tem gerado estresse nas pessoas Foto: Damircudic/Getty Images

As empresas terão de aumentar cada vez mais o apoio à saúde emocional dos funcionários. Essa é uma das tendências-chave para os próximos anos, elencada pelo recém-publicado relatório anual da Associação Americana de Psiquiatria. Trata-se, segundo a instituição, de uma necessidade reforçada pelos desdobramentos da pandemia. As pressões sobre os trabalhadores são várias. Vão desde o isolamento decorrente da prática de home office até a necessidade de conciliar demandas profissionais e pessoais, além do receio de perder o emprego e do medo da contaminação.

A associação apresentou números impressionantes, mas esperados, sobre os efeitos da covid-19 nos profissionais dos Estados Unidos: dois terços relataram que problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, prejudicaram o desempenho no trabalho durante a pandemia. Quatro em cada dez trabalhadores consideram ter iniciado 2021 em luta contra o Burnout, a síndrome de esgotamento emocional.

São números que se aproximam aos de outro estudo recente, feito pelo Instituto Gallup. Dos profissionais com vínculo de trabalho em tempo integral nos Estados Unidos, 23% relataram que têm se sentido esgotados com muita frequência ou sempre. Outros 44% disseram ter essa sensação eventualmente.

A pressão que os trabalhadores estão vivendo em todo o planeta, apesar de ter crescido muito por causa da pandemia, estava acentuada antes mesmo de o coronavírus começar a se espalhar, segundo Carlos Baptista, coordenador do núcleo de seleção de alunos do MBA da Faculdade de Informação e Administração Paulista (Fiap).

De acordo com o professor, a ansiedade dos profissionais em relação ao futuro vinha em alta por causa dos impactos causados pela transformação digital. “É um movimento que envolve muita volatilidade e incerteza. A soma disso com a pandemia resulta num cenário propício para o aparecimento de várias doenças de cunho psicológico.”

Para Baptista, a saída é adotar modelos de liderança que ajudem as pessoas a lidar melhor com as incertezas. O primeiro passo para isso é incentivar a colaboração. “É preciso engajar a equipe por intermédio de um propósito compartilhado. Quando os colaboradores entendem o contexto e se unem no mesmo objetivo, as dificuldades individuais são mitigadas.”

Outra necessidade é ter lideranças mais próximas dos subordinados. “Esse novo modelo de líder tem que focar mais no ser humano do que na atividade em si. É preciso usar a empatia para entender onde estão os limites, quais são as dificuldades de cada um e ajudar na superação dessas dificuldades”, descreve o professor. “Esse novo líder não é mais um super-herói que sabe tudo e sempre tem uma resposta. Ele também é um ser humano que tem fragilidades.”

Missão para os gestores

Uma das questões centrais da preocupação com a saúde mental dos trabalhadores é que a gravidade do quadro pode não estar sendo percebida adequadamente pelos gestores. Até porque, como demonstrou uma pesquisa realizada pela Microsoft, os líderes dos negócios completaram o primeiro ano de pandemia se sentindo bem, no geral – 61% se definiram como “em fase de prosperidade”, ante 39% que se classificaram como “lutando” ou “sobrevivendo”. Entre os subordinados, a proporção é quase exatamente a inversa: apenas 38% se sentindo prósperos, enquanto 62% estão “lutando” ou “sobrevivendo”.

Certamente era mais fácil para um gestor perceber quem não estava bem quando todos compartilhavam o mesmo ambiente de trabalho. Agora, com a equipe fisicamente separada, o processo se tornou mais complexo. Algumas empresas passaram até a usar tecnologias que identificam automaticamente indícios de sofrimento psíquico a partir da análise de palavras-chave nos e-mails ou nas falas das pessoas.

Para o consultor Fernando Dias, especializado em carreira, as empresas precisam investir em treinamentos que habilitem os gestores a investigar como está a saúde mental dos subordinados. “São atitudes como perceber a fisionomia dos colaboradores nas reuniões, observar se há falta de atenção ou mudanças de comportamento, conversar à parte com cada um”, ele descreve.

Há também a autoanálise que pode ser feita pelo próprio profissional, ao perceber em si sinais como insônia, dificuldade para se concentrar, distúrbios intestinais e mudanças de humor. “Tudo isso são alertas de que a pessoa pode estar precisando de ajuda profissional”, observa o consultor. (MO)

Telepsicologia para quem precisa

A SulAmérica vai abrir inscrições, a partir de segunda-feira (12/4), para um programa gratuito de atendimento psicológico por vídeo, que serão feitos por profissionais do Psicologia Viva. E só no online. Serão 35 mil atendimentos disponibilizados durante um mês, com limite de três sessões por pessoa, dependendo da avaliação da necessidade pelo profissional envolvido. “Não é um tratamento, e sim um apoio para este momento de tanta necessidade”, diz Patrícia Coimbra, vice-presidente de Capital Humano e Sustentabilidade da seguradora.

A perspectiva da Sul- América é proporcionar o atendimento a quem está na linha de frente do combate à covid-19 ou perdeu algum ente querido para a doença. Outro desejo é a participação de pessoas dos mais diferentes pontos do País. Apesar dessas intenções, os únicos filtros formais no momento da inscrição (mais informações no site www.sulamericasaudeintegral.com.br) serão a idade mínima de 18 anos e não estar associado a qualquer convênio de saúde. “Boa parte dos inscritos terá acesso a um atendimento psicológico pela primeira vez na vida”, observa Patrícia.

No momento da inscrição, o participante já pode escolher o profissional e agendar a conversa. A telepsicologia é um serviço que a SulAmérica já presta aos clientes por meio do programa Saúde na Tela, guarda-chuva que reúne quase 60 especialidades. A plataforma que abriga todo esse sistema foi desenvolvida pela equipe interna de inovação, que envolve dezenas de profissionais especializados.

“Resolvemos direcionar para essa iniciativa social a verba que seria destinada a uma campanha publicitária. Consideramos que esse tipo de ação seria muito mais importante agora”, descreve Simone Cesena, diretora de Comunicação e Marketing da empresa.

Latinos sofrem menos

A pesquisa da Microsoft descobriu que os profissionais latino-americanos tendem a sentir com menor intensidade os efeitos negativos da pandemia sobre a atividade profissional

• Os latino-americanos apresentam menor tendência para o esgotamento: 31% estão se sentindo exaustos, ante a média global de 39%. Além disso, 42% se sentem sobrecarregados, diante da média global de 54%.

• Consideram-se mais livres para serem autênticos no exercício do trabalho remoto (não se preocupando em deixar transparecer aspectos da vida pessoal nas videoconferências, por exemplo): 54% consideram que podem agir tranquilamente dessa forma, ante a média global de 44%.

• Estão se sentindo mais isolados: 49% dizem que suas interações com colegas de trabalho diminuíram, diante da média global de 40%.

• Demonstram maior propensão para trocar de emprego: 53% estão considerando essa possibilidade em 2021, ante a média global de 46%.

Múltiplas tarefas: Cuidar da rotinha de casa e do home office tem gerado estresse nas pessoas Foto: Damircudic/Getty Images

As empresas terão de aumentar cada vez mais o apoio à saúde emocional dos funcionários. Essa é uma das tendências-chave para os próximos anos, elencada pelo recém-publicado relatório anual da Associação Americana de Psiquiatria. Trata-se, segundo a instituição, de uma necessidade reforçada pelos desdobramentos da pandemia. As pressões sobre os trabalhadores são várias. Vão desde o isolamento decorrente da prática de home office até a necessidade de conciliar demandas profissionais e pessoais, além do receio de perder o emprego e do medo da contaminação.

A associação apresentou números impressionantes, mas esperados, sobre os efeitos da covid-19 nos profissionais dos Estados Unidos: dois terços relataram que problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, prejudicaram o desempenho no trabalho durante a pandemia. Quatro em cada dez trabalhadores consideram ter iniciado 2021 em luta contra o Burnout, a síndrome de esgotamento emocional.

São números que se aproximam aos de outro estudo recente, feito pelo Instituto Gallup. Dos profissionais com vínculo de trabalho em tempo integral nos Estados Unidos, 23% relataram que têm se sentido esgotados com muita frequência ou sempre. Outros 44% disseram ter essa sensação eventualmente.

A pressão que os trabalhadores estão vivendo em todo o planeta, apesar de ter crescido muito por causa da pandemia, estava acentuada antes mesmo de o coronavírus começar a se espalhar, segundo Carlos Baptista, coordenador do núcleo de seleção de alunos do MBA da Faculdade de Informação e Administração Paulista (Fiap).

De acordo com o professor, a ansiedade dos profissionais em relação ao futuro vinha em alta por causa dos impactos causados pela transformação digital. “É um movimento que envolve muita volatilidade e incerteza. A soma disso com a pandemia resulta num cenário propício para o aparecimento de várias doenças de cunho psicológico.”

Para Baptista, a saída é adotar modelos de liderança que ajudem as pessoas a lidar melhor com as incertezas. O primeiro passo para isso é incentivar a colaboração. “É preciso engajar a equipe por intermédio de um propósito compartilhado. Quando os colaboradores entendem o contexto e se unem no mesmo objetivo, as dificuldades individuais são mitigadas.”

Outra necessidade é ter lideranças mais próximas dos subordinados. “Esse novo modelo de líder tem que focar mais no ser humano do que na atividade em si. É preciso usar a empatia para entender onde estão os limites, quais são as dificuldades de cada um e ajudar na superação dessas dificuldades”, descreve o professor. “Esse novo líder não é mais um super-herói que sabe tudo e sempre tem uma resposta. Ele também é um ser humano que tem fragilidades.”

Missão para os gestores

Uma das questões centrais da preocupação com a saúde mental dos trabalhadores é que a gravidade do quadro pode não estar sendo percebida adequadamente pelos gestores. Até porque, como demonstrou uma pesquisa realizada pela Microsoft, os líderes dos negócios completaram o primeiro ano de pandemia se sentindo bem, no geral – 61% se definiram como “em fase de prosperidade”, ante 39% que se classificaram como “lutando” ou “sobrevivendo”. Entre os subordinados, a proporção é quase exatamente a inversa: apenas 38% se sentindo prósperos, enquanto 62% estão “lutando” ou “sobrevivendo”.

Certamente era mais fácil para um gestor perceber quem não estava bem quando todos compartilhavam o mesmo ambiente de trabalho. Agora, com a equipe fisicamente separada, o processo se tornou mais complexo. Algumas empresas passaram até a usar tecnologias que identificam automaticamente indícios de sofrimento psíquico a partir da análise de palavras-chave nos e-mails ou nas falas das pessoas.

Para o consultor Fernando Dias, especializado em carreira, as empresas precisam investir em treinamentos que habilitem os gestores a investigar como está a saúde mental dos subordinados. “São atitudes como perceber a fisionomia dos colaboradores nas reuniões, observar se há falta de atenção ou mudanças de comportamento, conversar à parte com cada um”, ele descreve.

Há também a autoanálise que pode ser feita pelo próprio profissional, ao perceber em si sinais como insônia, dificuldade para se concentrar, distúrbios intestinais e mudanças de humor. “Tudo isso são alertas de que a pessoa pode estar precisando de ajuda profissional”, observa o consultor. (MO)

Telepsicologia para quem precisa

A SulAmérica vai abrir inscrições, a partir de segunda-feira (12/4), para um programa gratuito de atendimento psicológico por vídeo, que serão feitos por profissionais do Psicologia Viva. E só no online. Serão 35 mil atendimentos disponibilizados durante um mês, com limite de três sessões por pessoa, dependendo da avaliação da necessidade pelo profissional envolvido. “Não é um tratamento, e sim um apoio para este momento de tanta necessidade”, diz Patrícia Coimbra, vice-presidente de Capital Humano e Sustentabilidade da seguradora.

A perspectiva da Sul- América é proporcionar o atendimento a quem está na linha de frente do combate à covid-19 ou perdeu algum ente querido para a doença. Outro desejo é a participação de pessoas dos mais diferentes pontos do País. Apesar dessas intenções, os únicos filtros formais no momento da inscrição (mais informações no site www.sulamericasaudeintegral.com.br) serão a idade mínima de 18 anos e não estar associado a qualquer convênio de saúde. “Boa parte dos inscritos terá acesso a um atendimento psicológico pela primeira vez na vida”, observa Patrícia.

No momento da inscrição, o participante já pode escolher o profissional e agendar a conversa. A telepsicologia é um serviço que a SulAmérica já presta aos clientes por meio do programa Saúde na Tela, guarda-chuva que reúne quase 60 especialidades. A plataforma que abriga todo esse sistema foi desenvolvida pela equipe interna de inovação, que envolve dezenas de profissionais especializados.

“Resolvemos direcionar para essa iniciativa social a verba que seria destinada a uma campanha publicitária. Consideramos que esse tipo de ação seria muito mais importante agora”, descreve Simone Cesena, diretora de Comunicação e Marketing da empresa.

Latinos sofrem menos

A pesquisa da Microsoft descobriu que os profissionais latino-americanos tendem a sentir com menor intensidade os efeitos negativos da pandemia sobre a atividade profissional

• Os latino-americanos apresentam menor tendência para o esgotamento: 31% estão se sentindo exaustos, ante a média global de 39%. Além disso, 42% se sentem sobrecarregados, diante da média global de 54%.

• Consideram-se mais livres para serem autênticos no exercício do trabalho remoto (não se preocupando em deixar transparecer aspectos da vida pessoal nas videoconferências, por exemplo): 54% consideram que podem agir tranquilamente dessa forma, ante a média global de 44%.

• Estão se sentindo mais isolados: 49% dizem que suas interações com colegas de trabalho diminuíram, diante da média global de 40%.

• Demonstram maior propensão para trocar de emprego: 53% estão considerando essa possibilidade em 2021, ante a média global de 46%.

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