OMS classifica aspartame como possivelmente cancerígeno. É hora de parar de consumir?


Para especialistas, a medida reforça a necessidade de mais estudos aprofundados sobre esse adoçante, que está em diversos produtos, como a Coca sem açúcar; limite de ingestão não foi alterado

Por Rafaela Ferreira e Thaís Manarini
Atualização:

O adoçante artificial aspartame foi classificado como um composto “possivelmente cancerígeno para seres humanos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS). O relatório, liberado nesta quinta-feira, 13, categorizou a substância no grupo conhecido como 2b, do qual também fazem parte o extrato de aloe vera, as radiações eletromagnéticas e o digoxina, um medicamento indicado no tratamento de insuficiência cardíaca.

O trabalho foi feito em parceria com o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os dois órgãos realizaram revisões independentes – mas complementares – da literatura científica. Enquanto a Iarc tem a missão de informar se determinada substância é cancerígena (ou não) e em qual grau, o JEFCA avalia a dosagem considerada segura.

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O aspartame entrou no grupo 2b porque os cientistas da Iarc encontraram evidências limitadas de que ele causa câncer em humanos – mais especificamente o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. Eles relataram também que há evidências limitadas sobre esse elo em estudos com animais e em relação a possíveis mecanismos de ação.

“Temos evidências limitadas, e para um tipo de câncer. Portanto, essa classificação representa mais um chamado para que a comunidade científica realize mais pesquisas com o objetivo de entender melhor o potencial carcinogênico do aspartame”, resumiu Mary Schubauer-Berigan, representante da Iarc, durante coletiva de imprensa organizada pela OMS.

Por isso, em paralelo, o JECFA concluiu que ainda não há motivos para modificar o limite máximo de ingestão diária de aspartame, que é de 40 miligramas por quilo de peso.

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A análise do aspartame é especialmente bem-vinda devido à popularidade desse adoçante artificial. Conhecido por ser 200 vezes mais doce do que o açúcar, ele entra na fórmula de vários produtos. “O aspartame é encontrado principalmente em bebidas artificiais e industrializadas”, comenta a médica nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einsten (SP). Sorvetes, iogurtes, gomas de mascar, confeitos, molhos e outras guloseimas também são elaborados com a substância.

Como interpretar a classificação do aspartame?

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As categorias estabelecidas pela Iarc se referem ao grau de evidências de que algo pode causar câncer. Em resumo, veja o que define cada grupo:

  • Grupo 1: cancerígeno para humanos (há evidência suficiente para câncer em humanos);
  • Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, mas evidência suficiente em animais);
  • Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, e evidência insuficiente em animais);
  • Grupo 3: não classificável (a evidência é inadequada em humanos ou animais).
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Para o oncologista Pedro Exman, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a entrada do aspartame no grupo 2b sinaliza que é preciso pesquisá-lo melhor quanto ao potencial cancerígeno. “Essa lista não é algo que mostra uma relação direta, mas, sim, levanta uma bandeira de alerta. Significa, portanto, que há uma maior necessidade de estudos bem feitos para confirmar, de fato, uma causalidade”, raciocina.

Exman lembra ainda que vários fatores costumam estar por trás do desenvolvimento do câncer. Ou seja, o aparecimento de um tumor não pode ser atribuído a uma única causa. Questões como predisposição genética e exposição a outros carcinogênicos devem ser levadas em consideração. Segundo ele, essa bagagem toda que a pessoa carrega na vida é importante.

A última revisão de segurança do adoçante artificial foi realizada em 2013 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Nela, não havia sido encontrado nenhum novo indício de que o aspartame poderia causar câncer. A nutricionista Luciana Grucci, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), conta que esse adoçante artificial já estava na mira da Iarc há muitos anos como uma prioridade de análise.

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Dá para consumir de forma segura?

A inserção do aspartame pelo Iarc no grupo 2b não significa que a substância esteja proibida. O relatório do JECFA mantém a indicação de 40 miligramas por quilo de peso como um limite diário seguro. Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, ressaltou que se trata de uma quantidade bastante significativa.

Para a nutricionista Maria Eduarda de Melo, da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca, embora o limite realmente seja amplo, isso não significa que o aspartame não mereça um olhar cauteloso. Ela nota que, em maio deste ano, com base em uma série de estudos, a OMS deixou de recomendar o uso de adoçantes artificiais como estratégia para perder peso ou evitar doenças como diabetes – questões que sempre tiveram grande apelo. Por isso, ele não seria um substituto vantajoso em relação ao açúcar nem uma solução diante dos dilemas da saúde pública.

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“E, agora, vem essa classificação da Iarc. Por mais que seja um alerta, a pergunta que fica é: se não há benefícios, e ele pode vir a ser considerado cancerígeno, por que consumir?”, questiona. “O melhor é evitar”, aponta. “Adotando o princípio da precaução, e considerando que pode existir um risco, recomendamos que nenhum adoçante seja utilizado”, concorda a sua colega Luciana Grucci.

No cenário ideal, segundo especialistas, os adoçantes artificiais (de maneira geral) deveriam ser utilizados por pessoas que precisam deles por condições de saúde, como no caso de pacientes com diabetes do tipo 2. E, mesmo assim, o conselho é que essa ingestão seja orientada por um nutricionista ou médico.

Para quem precisa ou quer manter o uso, o recado é maneirar. “A linha de raciocínio deve ser a seguinte: ingerir dentro da quantidade segura”, recomenda Cristiane Feldman, nutricionista oncológica do Centro de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo, do Rio de Janeiro, e da Rede de Oncologia D’Or.

“O JECFA reafirmou, mais uma vez, a segurança do aspartame após conduzir uma revisão completa, abrangente e cientificamente rigorosa. O aspartame, como todos os adoçantes de baixa ou nenhuma caloria, quando usado como parte de uma dieta balanceada, oferece aos consumidores a opção de reduzir a ingestão de açúcar, um objetivo fundamental de saúde pública”, declarou Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA).

Há limites seguros para o consumo de adoçantes artificiais, mas, para especialistas, o ideal mesmo é evitar essas substâncias. Foto: Freepik

Entre açúcar e adoçante, o que fazer?

Para Branca, da OMS, as pessoas – sobretudo as crianças – precisam evitar a ingestão exagerada tanto de açúcar como de adoçantes artificiais. “Há alternativas que não têm nenhum dos dois, e elas devem ser priorizadas”, comentou. Para ele, o conselho fundamental, com base no que mostra a literatura científica, é focar em uma redução no consumo das duas substâncias no dia a dia.

Maria Eduarda, do Inca, frisa que o grande problema não é o uso do aspartame para adoçar uma xícara de café, por exemplo. Hoje em dia, a possibilidade de exagero está mais atrelada ao consumo de produtos ultraprocessados. Só que esses itens são cada vez mais associados a prejuízos em diversos aspectos da saúde. “A base da dieta da população precisa ser formada por alimentos in natura ou minimamente processados”, indica a nutricionista. Nesse sentido, o recado é investir em frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijão e outras leguminosas, sucos naturais sem adição de açúcar, lácteos sem açúcar, entre outros.

O adoçante artificial aspartame foi classificado como um composto “possivelmente cancerígeno para seres humanos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS). O relatório, liberado nesta quinta-feira, 13, categorizou a substância no grupo conhecido como 2b, do qual também fazem parte o extrato de aloe vera, as radiações eletromagnéticas e o digoxina, um medicamento indicado no tratamento de insuficiência cardíaca.

O trabalho foi feito em parceria com o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os dois órgãos realizaram revisões independentes – mas complementares – da literatura científica. Enquanto a Iarc tem a missão de informar se determinada substância é cancerígena (ou não) e em qual grau, o JEFCA avalia a dosagem considerada segura.

O aspartame entrou no grupo 2b porque os cientistas da Iarc encontraram evidências limitadas de que ele causa câncer em humanos – mais especificamente o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. Eles relataram também que há evidências limitadas sobre esse elo em estudos com animais e em relação a possíveis mecanismos de ação.

“Temos evidências limitadas, e para um tipo de câncer. Portanto, essa classificação representa mais um chamado para que a comunidade científica realize mais pesquisas com o objetivo de entender melhor o potencial carcinogênico do aspartame”, resumiu Mary Schubauer-Berigan, representante da Iarc, durante coletiva de imprensa organizada pela OMS.

Por isso, em paralelo, o JECFA concluiu que ainda não há motivos para modificar o limite máximo de ingestão diária de aspartame, que é de 40 miligramas por quilo de peso.

A análise do aspartame é especialmente bem-vinda devido à popularidade desse adoçante artificial. Conhecido por ser 200 vezes mais doce do que o açúcar, ele entra na fórmula de vários produtos. “O aspartame é encontrado principalmente em bebidas artificiais e industrializadas”, comenta a médica nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einsten (SP). Sorvetes, iogurtes, gomas de mascar, confeitos, molhos e outras guloseimas também são elaborados com a substância.

Como interpretar a classificação do aspartame?

As categorias estabelecidas pela Iarc se referem ao grau de evidências de que algo pode causar câncer. Em resumo, veja o que define cada grupo:

  • Grupo 1: cancerígeno para humanos (há evidência suficiente para câncer em humanos);
  • Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, mas evidência suficiente em animais);
  • Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, e evidência insuficiente em animais);
  • Grupo 3: não classificável (a evidência é inadequada em humanos ou animais).

Para o oncologista Pedro Exman, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a entrada do aspartame no grupo 2b sinaliza que é preciso pesquisá-lo melhor quanto ao potencial cancerígeno. “Essa lista não é algo que mostra uma relação direta, mas, sim, levanta uma bandeira de alerta. Significa, portanto, que há uma maior necessidade de estudos bem feitos para confirmar, de fato, uma causalidade”, raciocina.

Exman lembra ainda que vários fatores costumam estar por trás do desenvolvimento do câncer. Ou seja, o aparecimento de um tumor não pode ser atribuído a uma única causa. Questões como predisposição genética e exposição a outros carcinogênicos devem ser levadas em consideração. Segundo ele, essa bagagem toda que a pessoa carrega na vida é importante.

A última revisão de segurança do adoçante artificial foi realizada em 2013 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Nela, não havia sido encontrado nenhum novo indício de que o aspartame poderia causar câncer. A nutricionista Luciana Grucci, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), conta que esse adoçante artificial já estava na mira da Iarc há muitos anos como uma prioridade de análise.

Dá para consumir de forma segura?

A inserção do aspartame pelo Iarc no grupo 2b não significa que a substância esteja proibida. O relatório do JECFA mantém a indicação de 40 miligramas por quilo de peso como um limite diário seguro. Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, ressaltou que se trata de uma quantidade bastante significativa.

Para a nutricionista Maria Eduarda de Melo, da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca, embora o limite realmente seja amplo, isso não significa que o aspartame não mereça um olhar cauteloso. Ela nota que, em maio deste ano, com base em uma série de estudos, a OMS deixou de recomendar o uso de adoçantes artificiais como estratégia para perder peso ou evitar doenças como diabetes – questões que sempre tiveram grande apelo. Por isso, ele não seria um substituto vantajoso em relação ao açúcar nem uma solução diante dos dilemas da saúde pública.

“E, agora, vem essa classificação da Iarc. Por mais que seja um alerta, a pergunta que fica é: se não há benefícios, e ele pode vir a ser considerado cancerígeno, por que consumir?”, questiona. “O melhor é evitar”, aponta. “Adotando o princípio da precaução, e considerando que pode existir um risco, recomendamos que nenhum adoçante seja utilizado”, concorda a sua colega Luciana Grucci.

No cenário ideal, segundo especialistas, os adoçantes artificiais (de maneira geral) deveriam ser utilizados por pessoas que precisam deles por condições de saúde, como no caso de pacientes com diabetes do tipo 2. E, mesmo assim, o conselho é que essa ingestão seja orientada por um nutricionista ou médico.

Para quem precisa ou quer manter o uso, o recado é maneirar. “A linha de raciocínio deve ser a seguinte: ingerir dentro da quantidade segura”, recomenda Cristiane Feldman, nutricionista oncológica do Centro de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo, do Rio de Janeiro, e da Rede de Oncologia D’Or.

“O JECFA reafirmou, mais uma vez, a segurança do aspartame após conduzir uma revisão completa, abrangente e cientificamente rigorosa. O aspartame, como todos os adoçantes de baixa ou nenhuma caloria, quando usado como parte de uma dieta balanceada, oferece aos consumidores a opção de reduzir a ingestão de açúcar, um objetivo fundamental de saúde pública”, declarou Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA).

Há limites seguros para o consumo de adoçantes artificiais, mas, para especialistas, o ideal mesmo é evitar essas substâncias. Foto: Freepik

Entre açúcar e adoçante, o que fazer?

Para Branca, da OMS, as pessoas – sobretudo as crianças – precisam evitar a ingestão exagerada tanto de açúcar como de adoçantes artificiais. “Há alternativas que não têm nenhum dos dois, e elas devem ser priorizadas”, comentou. Para ele, o conselho fundamental, com base no que mostra a literatura científica, é focar em uma redução no consumo das duas substâncias no dia a dia.

Maria Eduarda, do Inca, frisa que o grande problema não é o uso do aspartame para adoçar uma xícara de café, por exemplo. Hoje em dia, a possibilidade de exagero está mais atrelada ao consumo de produtos ultraprocessados. Só que esses itens são cada vez mais associados a prejuízos em diversos aspectos da saúde. “A base da dieta da população precisa ser formada por alimentos in natura ou minimamente processados”, indica a nutricionista. Nesse sentido, o recado é investir em frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijão e outras leguminosas, sucos naturais sem adição de açúcar, lácteos sem açúcar, entre outros.

O adoçante artificial aspartame foi classificado como um composto “possivelmente cancerígeno para seres humanos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS). O relatório, liberado nesta quinta-feira, 13, categorizou a substância no grupo conhecido como 2b, do qual também fazem parte o extrato de aloe vera, as radiações eletromagnéticas e o digoxina, um medicamento indicado no tratamento de insuficiência cardíaca.

O trabalho foi feito em parceria com o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os dois órgãos realizaram revisões independentes – mas complementares – da literatura científica. Enquanto a Iarc tem a missão de informar se determinada substância é cancerígena (ou não) e em qual grau, o JEFCA avalia a dosagem considerada segura.

O aspartame entrou no grupo 2b porque os cientistas da Iarc encontraram evidências limitadas de que ele causa câncer em humanos – mais especificamente o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. Eles relataram também que há evidências limitadas sobre esse elo em estudos com animais e em relação a possíveis mecanismos de ação.

“Temos evidências limitadas, e para um tipo de câncer. Portanto, essa classificação representa mais um chamado para que a comunidade científica realize mais pesquisas com o objetivo de entender melhor o potencial carcinogênico do aspartame”, resumiu Mary Schubauer-Berigan, representante da Iarc, durante coletiva de imprensa organizada pela OMS.

Por isso, em paralelo, o JECFA concluiu que ainda não há motivos para modificar o limite máximo de ingestão diária de aspartame, que é de 40 miligramas por quilo de peso.

A análise do aspartame é especialmente bem-vinda devido à popularidade desse adoçante artificial. Conhecido por ser 200 vezes mais doce do que o açúcar, ele entra na fórmula de vários produtos. “O aspartame é encontrado principalmente em bebidas artificiais e industrializadas”, comenta a médica nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einsten (SP). Sorvetes, iogurtes, gomas de mascar, confeitos, molhos e outras guloseimas também são elaborados com a substância.

Como interpretar a classificação do aspartame?

As categorias estabelecidas pela Iarc se referem ao grau de evidências de que algo pode causar câncer. Em resumo, veja o que define cada grupo:

  • Grupo 1: cancerígeno para humanos (há evidência suficiente para câncer em humanos);
  • Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, mas evidência suficiente em animais);
  • Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, e evidência insuficiente em animais);
  • Grupo 3: não classificável (a evidência é inadequada em humanos ou animais).

Para o oncologista Pedro Exman, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a entrada do aspartame no grupo 2b sinaliza que é preciso pesquisá-lo melhor quanto ao potencial cancerígeno. “Essa lista não é algo que mostra uma relação direta, mas, sim, levanta uma bandeira de alerta. Significa, portanto, que há uma maior necessidade de estudos bem feitos para confirmar, de fato, uma causalidade”, raciocina.

Exman lembra ainda que vários fatores costumam estar por trás do desenvolvimento do câncer. Ou seja, o aparecimento de um tumor não pode ser atribuído a uma única causa. Questões como predisposição genética e exposição a outros carcinogênicos devem ser levadas em consideração. Segundo ele, essa bagagem toda que a pessoa carrega na vida é importante.

A última revisão de segurança do adoçante artificial foi realizada em 2013 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Nela, não havia sido encontrado nenhum novo indício de que o aspartame poderia causar câncer. A nutricionista Luciana Grucci, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), conta que esse adoçante artificial já estava na mira da Iarc há muitos anos como uma prioridade de análise.

Dá para consumir de forma segura?

A inserção do aspartame pelo Iarc no grupo 2b não significa que a substância esteja proibida. O relatório do JECFA mantém a indicação de 40 miligramas por quilo de peso como um limite diário seguro. Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, ressaltou que se trata de uma quantidade bastante significativa.

Para a nutricionista Maria Eduarda de Melo, da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca, embora o limite realmente seja amplo, isso não significa que o aspartame não mereça um olhar cauteloso. Ela nota que, em maio deste ano, com base em uma série de estudos, a OMS deixou de recomendar o uso de adoçantes artificiais como estratégia para perder peso ou evitar doenças como diabetes – questões que sempre tiveram grande apelo. Por isso, ele não seria um substituto vantajoso em relação ao açúcar nem uma solução diante dos dilemas da saúde pública.

“E, agora, vem essa classificação da Iarc. Por mais que seja um alerta, a pergunta que fica é: se não há benefícios, e ele pode vir a ser considerado cancerígeno, por que consumir?”, questiona. “O melhor é evitar”, aponta. “Adotando o princípio da precaução, e considerando que pode existir um risco, recomendamos que nenhum adoçante seja utilizado”, concorda a sua colega Luciana Grucci.

No cenário ideal, segundo especialistas, os adoçantes artificiais (de maneira geral) deveriam ser utilizados por pessoas que precisam deles por condições de saúde, como no caso de pacientes com diabetes do tipo 2. E, mesmo assim, o conselho é que essa ingestão seja orientada por um nutricionista ou médico.

Para quem precisa ou quer manter o uso, o recado é maneirar. “A linha de raciocínio deve ser a seguinte: ingerir dentro da quantidade segura”, recomenda Cristiane Feldman, nutricionista oncológica do Centro de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo, do Rio de Janeiro, e da Rede de Oncologia D’Or.

“O JECFA reafirmou, mais uma vez, a segurança do aspartame após conduzir uma revisão completa, abrangente e cientificamente rigorosa. O aspartame, como todos os adoçantes de baixa ou nenhuma caloria, quando usado como parte de uma dieta balanceada, oferece aos consumidores a opção de reduzir a ingestão de açúcar, um objetivo fundamental de saúde pública”, declarou Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA).

Há limites seguros para o consumo de adoçantes artificiais, mas, para especialistas, o ideal mesmo é evitar essas substâncias. Foto: Freepik

Entre açúcar e adoçante, o que fazer?

Para Branca, da OMS, as pessoas – sobretudo as crianças – precisam evitar a ingestão exagerada tanto de açúcar como de adoçantes artificiais. “Há alternativas que não têm nenhum dos dois, e elas devem ser priorizadas”, comentou. Para ele, o conselho fundamental, com base no que mostra a literatura científica, é focar em uma redução no consumo das duas substâncias no dia a dia.

Maria Eduarda, do Inca, frisa que o grande problema não é o uso do aspartame para adoçar uma xícara de café, por exemplo. Hoje em dia, a possibilidade de exagero está mais atrelada ao consumo de produtos ultraprocessados. Só que esses itens são cada vez mais associados a prejuízos em diversos aspectos da saúde. “A base da dieta da população precisa ser formada por alimentos in natura ou minimamente processados”, indica a nutricionista. Nesse sentido, o recado é investir em frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijão e outras leguminosas, sucos naturais sem adição de açúcar, lácteos sem açúcar, entre outros.

O adoçante artificial aspartame foi classificado como um composto “possivelmente cancerígeno para seres humanos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS). O relatório, liberado nesta quinta-feira, 13, categorizou a substância no grupo conhecido como 2b, do qual também fazem parte o extrato de aloe vera, as radiações eletromagnéticas e o digoxina, um medicamento indicado no tratamento de insuficiência cardíaca.

O trabalho foi feito em parceria com o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os dois órgãos realizaram revisões independentes – mas complementares – da literatura científica. Enquanto a Iarc tem a missão de informar se determinada substância é cancerígena (ou não) e em qual grau, o JEFCA avalia a dosagem considerada segura.

O aspartame entrou no grupo 2b porque os cientistas da Iarc encontraram evidências limitadas de que ele causa câncer em humanos – mais especificamente o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. Eles relataram também que há evidências limitadas sobre esse elo em estudos com animais e em relação a possíveis mecanismos de ação.

“Temos evidências limitadas, e para um tipo de câncer. Portanto, essa classificação representa mais um chamado para que a comunidade científica realize mais pesquisas com o objetivo de entender melhor o potencial carcinogênico do aspartame”, resumiu Mary Schubauer-Berigan, representante da Iarc, durante coletiva de imprensa organizada pela OMS.

Por isso, em paralelo, o JECFA concluiu que ainda não há motivos para modificar o limite máximo de ingestão diária de aspartame, que é de 40 miligramas por quilo de peso.

A análise do aspartame é especialmente bem-vinda devido à popularidade desse adoçante artificial. Conhecido por ser 200 vezes mais doce do que o açúcar, ele entra na fórmula de vários produtos. “O aspartame é encontrado principalmente em bebidas artificiais e industrializadas”, comenta a médica nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einsten (SP). Sorvetes, iogurtes, gomas de mascar, confeitos, molhos e outras guloseimas também são elaborados com a substância.

Como interpretar a classificação do aspartame?

As categorias estabelecidas pela Iarc se referem ao grau de evidências de que algo pode causar câncer. Em resumo, veja o que define cada grupo:

  • Grupo 1: cancerígeno para humanos (há evidência suficiente para câncer em humanos);
  • Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, mas evidência suficiente em animais);
  • Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, e evidência insuficiente em animais);
  • Grupo 3: não classificável (a evidência é inadequada em humanos ou animais).

Para o oncologista Pedro Exman, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a entrada do aspartame no grupo 2b sinaliza que é preciso pesquisá-lo melhor quanto ao potencial cancerígeno. “Essa lista não é algo que mostra uma relação direta, mas, sim, levanta uma bandeira de alerta. Significa, portanto, que há uma maior necessidade de estudos bem feitos para confirmar, de fato, uma causalidade”, raciocina.

Exman lembra ainda que vários fatores costumam estar por trás do desenvolvimento do câncer. Ou seja, o aparecimento de um tumor não pode ser atribuído a uma única causa. Questões como predisposição genética e exposição a outros carcinogênicos devem ser levadas em consideração. Segundo ele, essa bagagem toda que a pessoa carrega na vida é importante.

A última revisão de segurança do adoçante artificial foi realizada em 2013 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Nela, não havia sido encontrado nenhum novo indício de que o aspartame poderia causar câncer. A nutricionista Luciana Grucci, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), conta que esse adoçante artificial já estava na mira da Iarc há muitos anos como uma prioridade de análise.

Dá para consumir de forma segura?

A inserção do aspartame pelo Iarc no grupo 2b não significa que a substância esteja proibida. O relatório do JECFA mantém a indicação de 40 miligramas por quilo de peso como um limite diário seguro. Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, ressaltou que se trata de uma quantidade bastante significativa.

Para a nutricionista Maria Eduarda de Melo, da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca, embora o limite realmente seja amplo, isso não significa que o aspartame não mereça um olhar cauteloso. Ela nota que, em maio deste ano, com base em uma série de estudos, a OMS deixou de recomendar o uso de adoçantes artificiais como estratégia para perder peso ou evitar doenças como diabetes – questões que sempre tiveram grande apelo. Por isso, ele não seria um substituto vantajoso em relação ao açúcar nem uma solução diante dos dilemas da saúde pública.

“E, agora, vem essa classificação da Iarc. Por mais que seja um alerta, a pergunta que fica é: se não há benefícios, e ele pode vir a ser considerado cancerígeno, por que consumir?”, questiona. “O melhor é evitar”, aponta. “Adotando o princípio da precaução, e considerando que pode existir um risco, recomendamos que nenhum adoçante seja utilizado”, concorda a sua colega Luciana Grucci.

No cenário ideal, segundo especialistas, os adoçantes artificiais (de maneira geral) deveriam ser utilizados por pessoas que precisam deles por condições de saúde, como no caso de pacientes com diabetes do tipo 2. E, mesmo assim, o conselho é que essa ingestão seja orientada por um nutricionista ou médico.

Para quem precisa ou quer manter o uso, o recado é maneirar. “A linha de raciocínio deve ser a seguinte: ingerir dentro da quantidade segura”, recomenda Cristiane Feldman, nutricionista oncológica do Centro de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo, do Rio de Janeiro, e da Rede de Oncologia D’Or.

“O JECFA reafirmou, mais uma vez, a segurança do aspartame após conduzir uma revisão completa, abrangente e cientificamente rigorosa. O aspartame, como todos os adoçantes de baixa ou nenhuma caloria, quando usado como parte de uma dieta balanceada, oferece aos consumidores a opção de reduzir a ingestão de açúcar, um objetivo fundamental de saúde pública”, declarou Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA).

Há limites seguros para o consumo de adoçantes artificiais, mas, para especialistas, o ideal mesmo é evitar essas substâncias. Foto: Freepik

Entre açúcar e adoçante, o que fazer?

Para Branca, da OMS, as pessoas – sobretudo as crianças – precisam evitar a ingestão exagerada tanto de açúcar como de adoçantes artificiais. “Há alternativas que não têm nenhum dos dois, e elas devem ser priorizadas”, comentou. Para ele, o conselho fundamental, com base no que mostra a literatura científica, é focar em uma redução no consumo das duas substâncias no dia a dia.

Maria Eduarda, do Inca, frisa que o grande problema não é o uso do aspartame para adoçar uma xícara de café, por exemplo. Hoje em dia, a possibilidade de exagero está mais atrelada ao consumo de produtos ultraprocessados. Só que esses itens são cada vez mais associados a prejuízos em diversos aspectos da saúde. “A base da dieta da população precisa ser formada por alimentos in natura ou minimamente processados”, indica a nutricionista. Nesse sentido, o recado é investir em frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijão e outras leguminosas, sucos naturais sem adição de açúcar, lácteos sem açúcar, entre outros.

O adoçante artificial aspartame foi classificado como um composto “possivelmente cancerígeno para seres humanos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), órgão vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS). O relatório, liberado nesta quinta-feira, 13, categorizou a substância no grupo conhecido como 2b, do qual também fazem parte o extrato de aloe vera, as radiações eletromagnéticas e o digoxina, um medicamento indicado no tratamento de insuficiência cardíaca.

O trabalho foi feito em parceria com o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares (JECFA) da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os dois órgãos realizaram revisões independentes – mas complementares – da literatura científica. Enquanto a Iarc tem a missão de informar se determinada substância é cancerígena (ou não) e em qual grau, o JEFCA avalia a dosagem considerada segura.

O aspartame entrou no grupo 2b porque os cientistas da Iarc encontraram evidências limitadas de que ele causa câncer em humanos – mais especificamente o carcinoma hepatocelular, que é um tipo de câncer de fígado. Eles relataram também que há evidências limitadas sobre esse elo em estudos com animais e em relação a possíveis mecanismos de ação.

“Temos evidências limitadas, e para um tipo de câncer. Portanto, essa classificação representa mais um chamado para que a comunidade científica realize mais pesquisas com o objetivo de entender melhor o potencial carcinogênico do aspartame”, resumiu Mary Schubauer-Berigan, representante da Iarc, durante coletiva de imprensa organizada pela OMS.

Por isso, em paralelo, o JECFA concluiu que ainda não há motivos para modificar o limite máximo de ingestão diária de aspartame, que é de 40 miligramas por quilo de peso.

A análise do aspartame é especialmente bem-vinda devido à popularidade desse adoçante artificial. Conhecido por ser 200 vezes mais doce do que o açúcar, ele entra na fórmula de vários produtos. “O aspartame é encontrado principalmente em bebidas artificiais e industrializadas”, comenta a médica nutróloga Andrea Pereira, do Hospital Israelita Albert Einsten (SP). Sorvetes, iogurtes, gomas de mascar, confeitos, molhos e outras guloseimas também são elaborados com a substância.

Como interpretar a classificação do aspartame?

As categorias estabelecidas pela Iarc se referem ao grau de evidências de que algo pode causar câncer. Em resumo, veja o que define cada grupo:

  • Grupo 1: cancerígeno para humanos (há evidência suficiente para câncer em humanos);
  • Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, mas evidência suficiente em animais);
  • Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (há evidência limitada em humanos, e evidência insuficiente em animais);
  • Grupo 3: não classificável (a evidência é inadequada em humanos ou animais).

Para o oncologista Pedro Exman, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a entrada do aspartame no grupo 2b sinaliza que é preciso pesquisá-lo melhor quanto ao potencial cancerígeno. “Essa lista não é algo que mostra uma relação direta, mas, sim, levanta uma bandeira de alerta. Significa, portanto, que há uma maior necessidade de estudos bem feitos para confirmar, de fato, uma causalidade”, raciocina.

Exman lembra ainda que vários fatores costumam estar por trás do desenvolvimento do câncer. Ou seja, o aparecimento de um tumor não pode ser atribuído a uma única causa. Questões como predisposição genética e exposição a outros carcinogênicos devem ser levadas em consideração. Segundo ele, essa bagagem toda que a pessoa carrega na vida é importante.

A última revisão de segurança do adoçante artificial foi realizada em 2013 pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Nela, não havia sido encontrado nenhum novo indício de que o aspartame poderia causar câncer. A nutricionista Luciana Grucci, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), conta que esse adoçante artificial já estava na mira da Iarc há muitos anos como uma prioridade de análise.

Dá para consumir de forma segura?

A inserção do aspartame pelo Iarc no grupo 2b não significa que a substância esteja proibida. O relatório do JECFA mantém a indicação de 40 miligramas por quilo de peso como um limite diário seguro. Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, ressaltou que se trata de uma quantidade bastante significativa.

Para a nutricionista Maria Eduarda de Melo, da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca, embora o limite realmente seja amplo, isso não significa que o aspartame não mereça um olhar cauteloso. Ela nota que, em maio deste ano, com base em uma série de estudos, a OMS deixou de recomendar o uso de adoçantes artificiais como estratégia para perder peso ou evitar doenças como diabetes – questões que sempre tiveram grande apelo. Por isso, ele não seria um substituto vantajoso em relação ao açúcar nem uma solução diante dos dilemas da saúde pública.

“E, agora, vem essa classificação da Iarc. Por mais que seja um alerta, a pergunta que fica é: se não há benefícios, e ele pode vir a ser considerado cancerígeno, por que consumir?”, questiona. “O melhor é evitar”, aponta. “Adotando o princípio da precaução, e considerando que pode existir um risco, recomendamos que nenhum adoçante seja utilizado”, concorda a sua colega Luciana Grucci.

No cenário ideal, segundo especialistas, os adoçantes artificiais (de maneira geral) deveriam ser utilizados por pessoas que precisam deles por condições de saúde, como no caso de pacientes com diabetes do tipo 2. E, mesmo assim, o conselho é que essa ingestão seja orientada por um nutricionista ou médico.

Para quem precisa ou quer manter o uso, o recado é maneirar. “A linha de raciocínio deve ser a seguinte: ingerir dentro da quantidade segura”, recomenda Cristiane Feldman, nutricionista oncológica do Centro de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo, do Rio de Janeiro, e da Rede de Oncologia D’Or.

“O JECFA reafirmou, mais uma vez, a segurança do aspartame após conduzir uma revisão completa, abrangente e cientificamente rigorosa. O aspartame, como todos os adoçantes de baixa ou nenhuma caloria, quando usado como parte de uma dieta balanceada, oferece aos consumidores a opção de reduzir a ingestão de açúcar, um objetivo fundamental de saúde pública”, declarou Frances Hunt-Wood, secretária-geral da Associação Internacional de Adoçantes (ISA).

Há limites seguros para o consumo de adoçantes artificiais, mas, para especialistas, o ideal mesmo é evitar essas substâncias. Foto: Freepik

Entre açúcar e adoçante, o que fazer?

Para Branca, da OMS, as pessoas – sobretudo as crianças – precisam evitar a ingestão exagerada tanto de açúcar como de adoçantes artificiais. “Há alternativas que não têm nenhum dos dois, e elas devem ser priorizadas”, comentou. Para ele, o conselho fundamental, com base no que mostra a literatura científica, é focar em uma redução no consumo das duas substâncias no dia a dia.

Maria Eduarda, do Inca, frisa que o grande problema não é o uso do aspartame para adoçar uma xícara de café, por exemplo. Hoje em dia, a possibilidade de exagero está mais atrelada ao consumo de produtos ultraprocessados. Só que esses itens são cada vez mais associados a prejuízos em diversos aspectos da saúde. “A base da dieta da população precisa ser formada por alimentos in natura ou minimamente processados”, indica a nutricionista. Nesse sentido, o recado é investir em frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijão e outras leguminosas, sucos naturais sem adição de açúcar, lácteos sem açúcar, entre outros.

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