Outubro rosa: por que é importante fazer o exame de mama?


Exames preventivos, como a mamografia, são fundamentais para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Saiba quando você deve fazê-los

Por Adriana Moreira

Há quanto tempo você não faz seus exames? Sua mamografia está em dia? Exames preventivos, como a mamografia, são fundamentais para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A doença é o segundo tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no País (só fica atrás dos melanomas) e também é o que mais mata, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No entanto, quando descoberto nos estágios iniciais, o índice de cura chega a 95%. Por isso, campanhas como o Outubro Rosa têm papel fundamental para reforçar a necessidade de as mulheres fazerem seus exames.

“Muitas mulheres têm medo de fazer a mamografia por que dói. Mas a gente como mulher aguenta tanta coisa, né? A gente aguenta uma mamografia anual também”, brinca a cirurgiã oncologista com especialização em câncer de mama Marina Sonagali, do Hospital A.C. Camargo. “É importante desmistificar isso. Mamografia é fundamental para o rastreamento.”

A partir de que idade é preciso fazer exames de mamas?

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No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a mamografia bianual, entre os 50 e 29 anos - assim, a idade mínima para a realização do exame no Sistema Único de Saúde (SUS) é de 50 anos. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que o exame seja feito a partir dos 40 anos.

De acordo com um estudo publicado no periódico especializado Radiology, feito com 130 mil mulheres, a mamografia acima dos 40 anos é capaz de reduzir em até 30% o número de mortes provocadas pelo câncer de mama. Segundo a SBM, de 15% a 20% dos casos de câncer de mama são de mulheres na faixa dos 40 a 49 anos. Um outro estudo, do Hospital A.C. Camargo, avaliou 5 mil mulheres e constatou que em 40% delas os tumores apareceram antes dos 50 anos. Por essa razão, diversas campanhas pedem que essa redução seja incorporada ao SUS. “Estamos nessa luta”, diz a dra. Marina.

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Além disso, o câncer de mama em mulheres jovens tende a ser mais agressivo, o que aumenta ainda mais a importância do diagnóstico precoce.

Um artigo científico publicado no início de setembro na revista Public Health in Practice, com o título Does Pink October Really Impact Breast Cancer Screening? (“O Outubro Rosa realmente causa impacto nas mamografias?” – em tradução livre), demonstrou os impactos da campanha de prevenção do câncer de mama no SUS. Segundo o estudo, o número de mamografias aumenta em 33% em outubro – e segue em alta nos meses seguintes (39% em novembro e 22% em dezembro).

Qual a diferença entre mamografia e ultrassom de mamas?

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Mamografia é insubstituível e pode pegar microcalcificações que outros exames não pegam. Foto: Sebastião Moreira/Estadão

As técnicas utilizadas são diferentes, e ambos os exames são complementares - um não substitui o outro. A mamografia usa a mesma radiação de um raio X, com feixes que se adaptam à anatomia das mamas, e assim permite verificar eventuais lesões ainda imperceptíveis ao toque – e que podem ser também imperceptíveis no ultrassom, que usa o campo eletromagnético como tecnologia de rastreamento.

Segundo a dra. Marina, algumas microcalcificações só aparecem na mamografia - e muitos tumores vão se manifestar através de microcalcificações.

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Algumas mulheres, que se encaixam em grupo de alto risco, precisam também fazer a ressonância magnética. Quem avalia essa necessidade é o médico, que leva em conta fatores hereditários.

Dra. Marina explica que as mulheres desse grupo devem ser avaliadas com mamografia, ultrassom e ressonância magnética intercalados, a cada seis meses. “É um exame por ano, mas intercalados. Dessa forma, essa mulher vai ser vista e examinada a cada seis meses”, conta.

Quem tem familiares próximos - do lado materno ou paterno - com casos de câncer pode ter que fazer o exame a partir dos 30 anos. Uma análise genética também pode ser pedida.

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Quem tem prótese mamária pode fazer mamografia?

“Quem tem prótese mamária pode sim fazer mamografia”, diz a dra. Marina. Segundo ela, não há risco de rompimento da prótese. “Não desencorajo uma mulher que tenha vontade de colocar prótese. O exame pode ser feito normalmente”, diz.

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Qual a importância do autoexame de mamas?

Segundo a dra. Marina, aquele autoexame que foi tão divulgado em campanhas do passado “caiu por terra”. Embora ao longo de anos muitas campanhas foram feitas ensinando a fazer o autoexame, a verdade é que quando o nódulo está sensível ao toque ele normalmente está em um estágio mais avançado. Dessa forma, o autoexame não pode ser um substituto da mamografia, por exemplo.

No entanto, ela avisa que é importante que as mulheres conheçam seu próprio corpo, para que possam identificar quando algo está errado e, assim, procurar ajuda.

Fiz a mamografia, mas mesmo assim tive câncer. Por quê?

Dra. Marina explica que há dois tipos de prevenção quando se fala em Outubro Rosa. A prevenção primária são as atitudes no dia a dia que devemos tomar como prevenção para o surgimento do câncer - como cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos, por exemplo. Na prevenção secundária, atua-se para fazer um diagnóstico o mais precocemente possível.

A mamografia está ligada à prevenção secundária. “Tumores pequenos podem ter uma cirurgia conservadora, que mantém a mama da paciente”, explica a cirurgiã. Da mesma forma, faz-se apenas a pesquisa do linfonodo sentinela, em vez do esvaziamento da axila. “A recuperação também é muito mais rápida”, avalia.

Há quanto tempo você não faz seus exames? Sua mamografia está em dia? Exames preventivos, como a mamografia, são fundamentais para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A doença é o segundo tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no País (só fica atrás dos melanomas) e também é o que mais mata, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No entanto, quando descoberto nos estágios iniciais, o índice de cura chega a 95%. Por isso, campanhas como o Outubro Rosa têm papel fundamental para reforçar a necessidade de as mulheres fazerem seus exames.

“Muitas mulheres têm medo de fazer a mamografia por que dói. Mas a gente como mulher aguenta tanta coisa, né? A gente aguenta uma mamografia anual também”, brinca a cirurgiã oncologista com especialização em câncer de mama Marina Sonagali, do Hospital A.C. Camargo. “É importante desmistificar isso. Mamografia é fundamental para o rastreamento.”

A partir de que idade é preciso fazer exames de mamas?

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a mamografia bianual, entre os 50 e 29 anos - assim, a idade mínima para a realização do exame no Sistema Único de Saúde (SUS) é de 50 anos. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que o exame seja feito a partir dos 40 anos.

De acordo com um estudo publicado no periódico especializado Radiology, feito com 130 mil mulheres, a mamografia acima dos 40 anos é capaz de reduzir em até 30% o número de mortes provocadas pelo câncer de mama. Segundo a SBM, de 15% a 20% dos casos de câncer de mama são de mulheres na faixa dos 40 a 49 anos. Um outro estudo, do Hospital A.C. Camargo, avaliou 5 mil mulheres e constatou que em 40% delas os tumores apareceram antes dos 50 anos. Por essa razão, diversas campanhas pedem que essa redução seja incorporada ao SUS. “Estamos nessa luta”, diz a dra. Marina.

Além disso, o câncer de mama em mulheres jovens tende a ser mais agressivo, o que aumenta ainda mais a importância do diagnóstico precoce.

Um artigo científico publicado no início de setembro na revista Public Health in Practice, com o título Does Pink October Really Impact Breast Cancer Screening? (“O Outubro Rosa realmente causa impacto nas mamografias?” – em tradução livre), demonstrou os impactos da campanha de prevenção do câncer de mama no SUS. Segundo o estudo, o número de mamografias aumenta em 33% em outubro – e segue em alta nos meses seguintes (39% em novembro e 22% em dezembro).

Qual a diferença entre mamografia e ultrassom de mamas?

Mamografia é insubstituível e pode pegar microcalcificações que outros exames não pegam. Foto: Sebastião Moreira/Estadão

As técnicas utilizadas são diferentes, e ambos os exames são complementares - um não substitui o outro. A mamografia usa a mesma radiação de um raio X, com feixes que se adaptam à anatomia das mamas, e assim permite verificar eventuais lesões ainda imperceptíveis ao toque – e que podem ser também imperceptíveis no ultrassom, que usa o campo eletromagnético como tecnologia de rastreamento.

Segundo a dra. Marina, algumas microcalcificações só aparecem na mamografia - e muitos tumores vão se manifestar através de microcalcificações.

Algumas mulheres, que se encaixam em grupo de alto risco, precisam também fazer a ressonância magnética. Quem avalia essa necessidade é o médico, que leva em conta fatores hereditários.

Dra. Marina explica que as mulheres desse grupo devem ser avaliadas com mamografia, ultrassom e ressonância magnética intercalados, a cada seis meses. “É um exame por ano, mas intercalados. Dessa forma, essa mulher vai ser vista e examinada a cada seis meses”, conta.

Quem tem familiares próximos - do lado materno ou paterno - com casos de câncer pode ter que fazer o exame a partir dos 30 anos. Uma análise genética também pode ser pedida.

Quem tem prótese mamária pode fazer mamografia?

“Quem tem prótese mamária pode sim fazer mamografia”, diz a dra. Marina. Segundo ela, não há risco de rompimento da prótese. “Não desencorajo uma mulher que tenha vontade de colocar prótese. O exame pode ser feito normalmente”, diz.

Qual a importância do autoexame de mamas?

Segundo a dra. Marina, aquele autoexame que foi tão divulgado em campanhas do passado “caiu por terra”. Embora ao longo de anos muitas campanhas foram feitas ensinando a fazer o autoexame, a verdade é que quando o nódulo está sensível ao toque ele normalmente está em um estágio mais avançado. Dessa forma, o autoexame não pode ser um substituto da mamografia, por exemplo.

No entanto, ela avisa que é importante que as mulheres conheçam seu próprio corpo, para que possam identificar quando algo está errado e, assim, procurar ajuda.

Fiz a mamografia, mas mesmo assim tive câncer. Por quê?

Dra. Marina explica que há dois tipos de prevenção quando se fala em Outubro Rosa. A prevenção primária são as atitudes no dia a dia que devemos tomar como prevenção para o surgimento do câncer - como cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos, por exemplo. Na prevenção secundária, atua-se para fazer um diagnóstico o mais precocemente possível.

A mamografia está ligada à prevenção secundária. “Tumores pequenos podem ter uma cirurgia conservadora, que mantém a mama da paciente”, explica a cirurgiã. Da mesma forma, faz-se apenas a pesquisa do linfonodo sentinela, em vez do esvaziamento da axila. “A recuperação também é muito mais rápida”, avalia.

Há quanto tempo você não faz seus exames? Sua mamografia está em dia? Exames preventivos, como a mamografia, são fundamentais para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A doença é o segundo tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no País (só fica atrás dos melanomas) e também é o que mais mata, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No entanto, quando descoberto nos estágios iniciais, o índice de cura chega a 95%. Por isso, campanhas como o Outubro Rosa têm papel fundamental para reforçar a necessidade de as mulheres fazerem seus exames.

“Muitas mulheres têm medo de fazer a mamografia por que dói. Mas a gente como mulher aguenta tanta coisa, né? A gente aguenta uma mamografia anual também”, brinca a cirurgiã oncologista com especialização em câncer de mama Marina Sonagali, do Hospital A.C. Camargo. “É importante desmistificar isso. Mamografia é fundamental para o rastreamento.”

A partir de que idade é preciso fazer exames de mamas?

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a mamografia bianual, entre os 50 e 29 anos - assim, a idade mínima para a realização do exame no Sistema Único de Saúde (SUS) é de 50 anos. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que o exame seja feito a partir dos 40 anos.

De acordo com um estudo publicado no periódico especializado Radiology, feito com 130 mil mulheres, a mamografia acima dos 40 anos é capaz de reduzir em até 30% o número de mortes provocadas pelo câncer de mama. Segundo a SBM, de 15% a 20% dos casos de câncer de mama são de mulheres na faixa dos 40 a 49 anos. Um outro estudo, do Hospital A.C. Camargo, avaliou 5 mil mulheres e constatou que em 40% delas os tumores apareceram antes dos 50 anos. Por essa razão, diversas campanhas pedem que essa redução seja incorporada ao SUS. “Estamos nessa luta”, diz a dra. Marina.

Além disso, o câncer de mama em mulheres jovens tende a ser mais agressivo, o que aumenta ainda mais a importância do diagnóstico precoce.

Um artigo científico publicado no início de setembro na revista Public Health in Practice, com o título Does Pink October Really Impact Breast Cancer Screening? (“O Outubro Rosa realmente causa impacto nas mamografias?” – em tradução livre), demonstrou os impactos da campanha de prevenção do câncer de mama no SUS. Segundo o estudo, o número de mamografias aumenta em 33% em outubro – e segue em alta nos meses seguintes (39% em novembro e 22% em dezembro).

Qual a diferença entre mamografia e ultrassom de mamas?

Mamografia é insubstituível e pode pegar microcalcificações que outros exames não pegam. Foto: Sebastião Moreira/Estadão

As técnicas utilizadas são diferentes, e ambos os exames são complementares - um não substitui o outro. A mamografia usa a mesma radiação de um raio X, com feixes que se adaptam à anatomia das mamas, e assim permite verificar eventuais lesões ainda imperceptíveis ao toque – e que podem ser também imperceptíveis no ultrassom, que usa o campo eletromagnético como tecnologia de rastreamento.

Segundo a dra. Marina, algumas microcalcificações só aparecem na mamografia - e muitos tumores vão se manifestar através de microcalcificações.

Algumas mulheres, que se encaixam em grupo de alto risco, precisam também fazer a ressonância magnética. Quem avalia essa necessidade é o médico, que leva em conta fatores hereditários.

Dra. Marina explica que as mulheres desse grupo devem ser avaliadas com mamografia, ultrassom e ressonância magnética intercalados, a cada seis meses. “É um exame por ano, mas intercalados. Dessa forma, essa mulher vai ser vista e examinada a cada seis meses”, conta.

Quem tem familiares próximos - do lado materno ou paterno - com casos de câncer pode ter que fazer o exame a partir dos 30 anos. Uma análise genética também pode ser pedida.

Quem tem prótese mamária pode fazer mamografia?

“Quem tem prótese mamária pode sim fazer mamografia”, diz a dra. Marina. Segundo ela, não há risco de rompimento da prótese. “Não desencorajo uma mulher que tenha vontade de colocar prótese. O exame pode ser feito normalmente”, diz.

Qual a importância do autoexame de mamas?

Segundo a dra. Marina, aquele autoexame que foi tão divulgado em campanhas do passado “caiu por terra”. Embora ao longo de anos muitas campanhas foram feitas ensinando a fazer o autoexame, a verdade é que quando o nódulo está sensível ao toque ele normalmente está em um estágio mais avançado. Dessa forma, o autoexame não pode ser um substituto da mamografia, por exemplo.

No entanto, ela avisa que é importante que as mulheres conheçam seu próprio corpo, para que possam identificar quando algo está errado e, assim, procurar ajuda.

Fiz a mamografia, mas mesmo assim tive câncer. Por quê?

Dra. Marina explica que há dois tipos de prevenção quando se fala em Outubro Rosa. A prevenção primária são as atitudes no dia a dia que devemos tomar como prevenção para o surgimento do câncer - como cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos, por exemplo. Na prevenção secundária, atua-se para fazer um diagnóstico o mais precocemente possível.

A mamografia está ligada à prevenção secundária. “Tumores pequenos podem ter uma cirurgia conservadora, que mantém a mama da paciente”, explica a cirurgiã. Da mesma forma, faz-se apenas a pesquisa do linfonodo sentinela, em vez do esvaziamento da axila. “A recuperação também é muito mais rápida”, avalia.

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