Paciência se aprende. Confira como ensinar seus filhos a esperar


Crianças não nascem com paciência; veja 8 dicas para ajudá-las a desenvolver essa qualidade

Por Stacey Colino

THE WASHINGTON POST – Não é segredo que paciência não é fácil para as crianças. E a dificuldade de desenvolvê-la talvez esteja aumentando no nosso mundo moderno, pois as crianças têm acesso imediato a tantas coisas que agora elas querem gratificação instantânea 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Elas têm acesso constante à internet e a serviços de TV sob demanda. Elas não precisam esperar a revelação para ver como a foto ficou, podem vê-la imediatamente na tela da câmera digital ou do celular. E podem entrar em contato com a família onde quer que estejam, graças às mensagens de texto.

“É uma geração do agora: tudo é instantâneo e acessível, e as crianças estão acostumadas a ter tudo rapidamente”, diz Michele Borba, psicóloga educacional em Palm Springs, Califórnia, e autora de Thrivers: The Surprising Reasons Why Some Kids Struggle and Others Shine [”Prósperos: as razões surpreendentes pelas quais algumas crianças sofrem e outras brilham”, em tradução livre]. No entanto, esta nova realidade prejudica o desenvolvimento de sua capacidade de tolerar esperas ou atrasos sem ficarem chateadas.

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As crianças não nascem com paciência. É uma qualidade que elas desenvolvem com o tempo. “Espera-se que as crianças sejam egocêntricas porque o mundo inteiro gira em torno delas”, explica Borba. Isso ocorre, em parte, porque as famílias e os cuidadores estão sempre atentos às necessidades e à segurança das crianças e, em outra parte, pelo modo como seus cérebros funcionam. O objetivo é ajudar as crianças a gradualmente exercitarem autocontrole à medida que seu cérebro amadurece e se desenvolve.

Paciência é uma qualidade que crianças desenvolvem ao longo do tempo. Foto: pch.vector/Freepik

“Vivemos num mundo social e não podemos ter tudo o que queremos e quando queremos – é aí que entram a paciência e o autocontrole”, diz Pamela Cole, professora de psicologia e desenvolvimento humano na Universidade Estadual da Pensilvânia. “Os anos entre a primeira infância e o jardim de infância são fundamentais para o desenvolvimento da paciência”.

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Aos 6 ou 7 anos, as crianças começam a pensar sobre seu próprio comportamento e as consequências desse comportamento e a compreender melhor o conceito de paciência, diz Pamela Davis-Kean, professora de psicologia na Universidade de Michigan. “Paciência é outro nome para autorregulação, que é tanto comportamental quanto emocional”.

Embora as escolas sejam um ambiente importante para as crianças aprenderem a ter paciência – muitas vezes porque têm de esperar em filas e se revezar nas atividades – as famílias também podem ajudar as crianças a desenvolvê-la. E o esforço vale a pena, porque “criança paciente é criança feliz”, diz Borba. “Ela fica menos estressada, tem mais autocontrole e toma menos decisões precipitadas”. Outra vantagem: pesquisas sugerem que, quando as pessoas aumentam sua capacidade de paciência, elas apresentam menos depressão e um humor mais positivo.

Aqui vão algumas maneiras de ajudar as crianças a cultivar a paciência:

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Faça brincadeiras que envolvam paciência

Brincadeiras ao ar livre como Estátua e Mãe da Rua ajudam as crianças a aprender quando agir e quando esperar. Dentro de casa, jogos de cartas ou jogos de tabuleiro são ótimas maneiras de ajudar as crianças a aprender a esperar sua vez e a lidar com as frustrações, diz Borba.

Redirecione a atenção da criança

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Para ajudar a criança a ser paciente enquanto espera na fila, por exemplo, crie distrações com brincadeiras de mão (como Pedra, Papel, Tesoura) ou cantando uma música juntos.

A filha de quase 3 anos de Sohaib Hasan muitas vezes fica irritada enquanto espera sua vez no parquinho. “Então fazemos alguma atividade divertida, como contar pássaros ou encontrar formas nas nuvens”, diz Hasan, pai de três meninas em Karachi, Paquistão, e fundador do OhMyClassroom.com. “Assim o tempo de espera fica mais agradável e a ajuda a lidar com a impaciência”.

A pesquisa descobriu que o uso da técnica de treinamento da atenção – que envolve focar sua atenção em diferentes sons no espaço para desviar a atenção de seus sentimentos – melhora a capacidade das crianças de adiar a gratificação.

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Demonstre paciência

Às vezes, os adultos também têm dificuldades com a paciência. “A diferença é que, como adultos, temos um kit de ferramentas para nos ajudar a sermos pacientes”, diz Kimberly Cuevas, professora associada de ciências psicológicas na Universidade de Connecticut. Como pai ou mãe, você pode modelar como usa essas ferramentas: respirando fundo antes de agir ou usando o tempo gasto no trânsito para ouvir músicas relaxantes ou pensar em voz alta sobre as próximas férias. Ver esse comportamento pode inspirar as crianças a seguir seu exemplo em situações semelhantes, dizem os especialistas.

Jogos de cartas são boas pedidas para a criança aprender a esperar a sua vez de participar Foto: Freepik
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Cultive as pausas

Quando você fizer ao seu filho uma pergunta que exija mais do que uma resposta sim ou não, incentive-o a esperar pelo menos três segundos antes de responder, sugere Borba. Além de permitir que seu filho pense em uma resposta apropriada, essa pausa ajuda a conter o impulso de deixar escapar a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Além da paciência, estes são aspectos fundamentais da autorregulação, diz Borba.

Confie nos recursos visuais

Ofereça maneiras concretas de contar o tempo de espera – como usar um cronômetro de forno ou uma ampulheta – enquanto eles esperam por um lanche ou por sua atenção, por exemplo. Isso é especialmente útil para crianças mais novas, para quem determinado período de tempo pode parecer abstrato.

Quando o filho de 4 anos de Yaeli Vogel começou a pedir um novo brinquedo, ela sugeriu que seria um ótimo presente para seu aniversário de 5 anos. Ele gostou da ideia até perceber que faltavam vários meses para a data. Como ele ficava pedindo o brinquedo, Vogel decidiu criar um gráfico que apresentasse todos os dias até seu aniversário. “O gráfico tem outras datas empolgantes, então ele está animado para viver o processo e não só antecipar o fim”, diz Vogel, mãe de cinco meninos e artista e galerista em Long Island.

Além de ajudá-lo a perceber que o grande dia está se aproximando, riscar as datas todas as noites permitiu que ele praticasse a paciência, diz ela.

Valide os sentimentos da criança

“Às vezes, você precisa ter compaixão e dizer: ‘Sei que isso é muito difícil, meu amor, sinto muito’”, diz Cole. É uma forma de “treinamento emocional”, que pode ser eficaz para ajudar as crianças a desenvolver a paciência, entre outras habilidades de autorregulação. Pesquisas descobriram que incluir o treinamento emocional em programas de parentalidade ajuda a reduzir os comportamentos inquietos das crianças e a melhorar o relacionamento entre crianças e adultos.

Converse sobre as consequências das decisões

Dependendo da idade de seu filho e de sua capacidade de verbalizar os sentimentos, vale a pena conversar sobre se ele está feliz com uma escolha específica que fez ou se gostaria de ter feito outra.

Um estudo de 2019 publicado no Journal of Experimental Child Psychology revelou que sentir arrependimento por uma escolha ajuda as crianças de 6 e 7 anos a aprender a adiar a gratificação quando enfrentarem uma escolha semelhante no futuro.

Use reforço positivo

“Reconheça quando seus filhos foram pacientes e elogie”, diz Cuevas. “Isso os motiva a ter paciência nas próximas vezes”. Você também pode fazer isso “contando a outro adulto como seu filho se saiu bem com a paciência quando ele pode ouvir”, diz Borba. A ideia é que seu filho se orgulhe desse comportamento, o que incentivará sua repetição no futuro.

“A paciência pode ser ensinada desde que quem a ensina seja paciente”, diz Borba. “É impossível ter resultados instantâneos. É preciso tempo e paciência”.

Stacey Colino é escritora especializada em saúde e psicologia. No X, ela é @ColinoStacey. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Não é segredo que paciência não é fácil para as crianças. E a dificuldade de desenvolvê-la talvez esteja aumentando no nosso mundo moderno, pois as crianças têm acesso imediato a tantas coisas que agora elas querem gratificação instantânea 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Elas têm acesso constante à internet e a serviços de TV sob demanda. Elas não precisam esperar a revelação para ver como a foto ficou, podem vê-la imediatamente na tela da câmera digital ou do celular. E podem entrar em contato com a família onde quer que estejam, graças às mensagens de texto.

“É uma geração do agora: tudo é instantâneo e acessível, e as crianças estão acostumadas a ter tudo rapidamente”, diz Michele Borba, psicóloga educacional em Palm Springs, Califórnia, e autora de Thrivers: The Surprising Reasons Why Some Kids Struggle and Others Shine [”Prósperos: as razões surpreendentes pelas quais algumas crianças sofrem e outras brilham”, em tradução livre]. No entanto, esta nova realidade prejudica o desenvolvimento de sua capacidade de tolerar esperas ou atrasos sem ficarem chateadas.

As crianças não nascem com paciência. É uma qualidade que elas desenvolvem com o tempo. “Espera-se que as crianças sejam egocêntricas porque o mundo inteiro gira em torno delas”, explica Borba. Isso ocorre, em parte, porque as famílias e os cuidadores estão sempre atentos às necessidades e à segurança das crianças e, em outra parte, pelo modo como seus cérebros funcionam. O objetivo é ajudar as crianças a gradualmente exercitarem autocontrole à medida que seu cérebro amadurece e se desenvolve.

Paciência é uma qualidade que crianças desenvolvem ao longo do tempo. Foto: pch.vector/Freepik

“Vivemos num mundo social e não podemos ter tudo o que queremos e quando queremos – é aí que entram a paciência e o autocontrole”, diz Pamela Cole, professora de psicologia e desenvolvimento humano na Universidade Estadual da Pensilvânia. “Os anos entre a primeira infância e o jardim de infância são fundamentais para o desenvolvimento da paciência”.

Aos 6 ou 7 anos, as crianças começam a pensar sobre seu próprio comportamento e as consequências desse comportamento e a compreender melhor o conceito de paciência, diz Pamela Davis-Kean, professora de psicologia na Universidade de Michigan. “Paciência é outro nome para autorregulação, que é tanto comportamental quanto emocional”.

Embora as escolas sejam um ambiente importante para as crianças aprenderem a ter paciência – muitas vezes porque têm de esperar em filas e se revezar nas atividades – as famílias também podem ajudar as crianças a desenvolvê-la. E o esforço vale a pena, porque “criança paciente é criança feliz”, diz Borba. “Ela fica menos estressada, tem mais autocontrole e toma menos decisões precipitadas”. Outra vantagem: pesquisas sugerem que, quando as pessoas aumentam sua capacidade de paciência, elas apresentam menos depressão e um humor mais positivo.

Aqui vão algumas maneiras de ajudar as crianças a cultivar a paciência:

Faça brincadeiras que envolvam paciência

Brincadeiras ao ar livre como Estátua e Mãe da Rua ajudam as crianças a aprender quando agir e quando esperar. Dentro de casa, jogos de cartas ou jogos de tabuleiro são ótimas maneiras de ajudar as crianças a aprender a esperar sua vez e a lidar com as frustrações, diz Borba.

Redirecione a atenção da criança

Para ajudar a criança a ser paciente enquanto espera na fila, por exemplo, crie distrações com brincadeiras de mão (como Pedra, Papel, Tesoura) ou cantando uma música juntos.

A filha de quase 3 anos de Sohaib Hasan muitas vezes fica irritada enquanto espera sua vez no parquinho. “Então fazemos alguma atividade divertida, como contar pássaros ou encontrar formas nas nuvens”, diz Hasan, pai de três meninas em Karachi, Paquistão, e fundador do OhMyClassroom.com. “Assim o tempo de espera fica mais agradável e a ajuda a lidar com a impaciência”.

A pesquisa descobriu que o uso da técnica de treinamento da atenção – que envolve focar sua atenção em diferentes sons no espaço para desviar a atenção de seus sentimentos – melhora a capacidade das crianças de adiar a gratificação.

Demonstre paciência

Às vezes, os adultos também têm dificuldades com a paciência. “A diferença é que, como adultos, temos um kit de ferramentas para nos ajudar a sermos pacientes”, diz Kimberly Cuevas, professora associada de ciências psicológicas na Universidade de Connecticut. Como pai ou mãe, você pode modelar como usa essas ferramentas: respirando fundo antes de agir ou usando o tempo gasto no trânsito para ouvir músicas relaxantes ou pensar em voz alta sobre as próximas férias. Ver esse comportamento pode inspirar as crianças a seguir seu exemplo em situações semelhantes, dizem os especialistas.

Jogos de cartas são boas pedidas para a criança aprender a esperar a sua vez de participar Foto: Freepik

Cultive as pausas

Quando você fizer ao seu filho uma pergunta que exija mais do que uma resposta sim ou não, incentive-o a esperar pelo menos três segundos antes de responder, sugere Borba. Além de permitir que seu filho pense em uma resposta apropriada, essa pausa ajuda a conter o impulso de deixar escapar a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Além da paciência, estes são aspectos fundamentais da autorregulação, diz Borba.

Confie nos recursos visuais

Ofereça maneiras concretas de contar o tempo de espera – como usar um cronômetro de forno ou uma ampulheta – enquanto eles esperam por um lanche ou por sua atenção, por exemplo. Isso é especialmente útil para crianças mais novas, para quem determinado período de tempo pode parecer abstrato.

Quando o filho de 4 anos de Yaeli Vogel começou a pedir um novo brinquedo, ela sugeriu que seria um ótimo presente para seu aniversário de 5 anos. Ele gostou da ideia até perceber que faltavam vários meses para a data. Como ele ficava pedindo o brinquedo, Vogel decidiu criar um gráfico que apresentasse todos os dias até seu aniversário. “O gráfico tem outras datas empolgantes, então ele está animado para viver o processo e não só antecipar o fim”, diz Vogel, mãe de cinco meninos e artista e galerista em Long Island.

Além de ajudá-lo a perceber que o grande dia está se aproximando, riscar as datas todas as noites permitiu que ele praticasse a paciência, diz ela.

Valide os sentimentos da criança

“Às vezes, você precisa ter compaixão e dizer: ‘Sei que isso é muito difícil, meu amor, sinto muito’”, diz Cole. É uma forma de “treinamento emocional”, que pode ser eficaz para ajudar as crianças a desenvolver a paciência, entre outras habilidades de autorregulação. Pesquisas descobriram que incluir o treinamento emocional em programas de parentalidade ajuda a reduzir os comportamentos inquietos das crianças e a melhorar o relacionamento entre crianças e adultos.

Converse sobre as consequências das decisões

Dependendo da idade de seu filho e de sua capacidade de verbalizar os sentimentos, vale a pena conversar sobre se ele está feliz com uma escolha específica que fez ou se gostaria de ter feito outra.

Um estudo de 2019 publicado no Journal of Experimental Child Psychology revelou que sentir arrependimento por uma escolha ajuda as crianças de 6 e 7 anos a aprender a adiar a gratificação quando enfrentarem uma escolha semelhante no futuro.

Use reforço positivo

“Reconheça quando seus filhos foram pacientes e elogie”, diz Cuevas. “Isso os motiva a ter paciência nas próximas vezes”. Você também pode fazer isso “contando a outro adulto como seu filho se saiu bem com a paciência quando ele pode ouvir”, diz Borba. A ideia é que seu filho se orgulhe desse comportamento, o que incentivará sua repetição no futuro.

“A paciência pode ser ensinada desde que quem a ensina seja paciente”, diz Borba. “É impossível ter resultados instantâneos. É preciso tempo e paciência”.

Stacey Colino é escritora especializada em saúde e psicologia. No X, ela é @ColinoStacey. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Não é segredo que paciência não é fácil para as crianças. E a dificuldade de desenvolvê-la talvez esteja aumentando no nosso mundo moderno, pois as crianças têm acesso imediato a tantas coisas que agora elas querem gratificação instantânea 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Elas têm acesso constante à internet e a serviços de TV sob demanda. Elas não precisam esperar a revelação para ver como a foto ficou, podem vê-la imediatamente na tela da câmera digital ou do celular. E podem entrar em contato com a família onde quer que estejam, graças às mensagens de texto.

“É uma geração do agora: tudo é instantâneo e acessível, e as crianças estão acostumadas a ter tudo rapidamente”, diz Michele Borba, psicóloga educacional em Palm Springs, Califórnia, e autora de Thrivers: The Surprising Reasons Why Some Kids Struggle and Others Shine [”Prósperos: as razões surpreendentes pelas quais algumas crianças sofrem e outras brilham”, em tradução livre]. No entanto, esta nova realidade prejudica o desenvolvimento de sua capacidade de tolerar esperas ou atrasos sem ficarem chateadas.

As crianças não nascem com paciência. É uma qualidade que elas desenvolvem com o tempo. “Espera-se que as crianças sejam egocêntricas porque o mundo inteiro gira em torno delas”, explica Borba. Isso ocorre, em parte, porque as famílias e os cuidadores estão sempre atentos às necessidades e à segurança das crianças e, em outra parte, pelo modo como seus cérebros funcionam. O objetivo é ajudar as crianças a gradualmente exercitarem autocontrole à medida que seu cérebro amadurece e se desenvolve.

Paciência é uma qualidade que crianças desenvolvem ao longo do tempo. Foto: pch.vector/Freepik

“Vivemos num mundo social e não podemos ter tudo o que queremos e quando queremos – é aí que entram a paciência e o autocontrole”, diz Pamela Cole, professora de psicologia e desenvolvimento humano na Universidade Estadual da Pensilvânia. “Os anos entre a primeira infância e o jardim de infância são fundamentais para o desenvolvimento da paciência”.

Aos 6 ou 7 anos, as crianças começam a pensar sobre seu próprio comportamento e as consequências desse comportamento e a compreender melhor o conceito de paciência, diz Pamela Davis-Kean, professora de psicologia na Universidade de Michigan. “Paciência é outro nome para autorregulação, que é tanto comportamental quanto emocional”.

Embora as escolas sejam um ambiente importante para as crianças aprenderem a ter paciência – muitas vezes porque têm de esperar em filas e se revezar nas atividades – as famílias também podem ajudar as crianças a desenvolvê-la. E o esforço vale a pena, porque “criança paciente é criança feliz”, diz Borba. “Ela fica menos estressada, tem mais autocontrole e toma menos decisões precipitadas”. Outra vantagem: pesquisas sugerem que, quando as pessoas aumentam sua capacidade de paciência, elas apresentam menos depressão e um humor mais positivo.

Aqui vão algumas maneiras de ajudar as crianças a cultivar a paciência:

Faça brincadeiras que envolvam paciência

Brincadeiras ao ar livre como Estátua e Mãe da Rua ajudam as crianças a aprender quando agir e quando esperar. Dentro de casa, jogos de cartas ou jogos de tabuleiro são ótimas maneiras de ajudar as crianças a aprender a esperar sua vez e a lidar com as frustrações, diz Borba.

Redirecione a atenção da criança

Para ajudar a criança a ser paciente enquanto espera na fila, por exemplo, crie distrações com brincadeiras de mão (como Pedra, Papel, Tesoura) ou cantando uma música juntos.

A filha de quase 3 anos de Sohaib Hasan muitas vezes fica irritada enquanto espera sua vez no parquinho. “Então fazemos alguma atividade divertida, como contar pássaros ou encontrar formas nas nuvens”, diz Hasan, pai de três meninas em Karachi, Paquistão, e fundador do OhMyClassroom.com. “Assim o tempo de espera fica mais agradável e a ajuda a lidar com a impaciência”.

A pesquisa descobriu que o uso da técnica de treinamento da atenção – que envolve focar sua atenção em diferentes sons no espaço para desviar a atenção de seus sentimentos – melhora a capacidade das crianças de adiar a gratificação.

Demonstre paciência

Às vezes, os adultos também têm dificuldades com a paciência. “A diferença é que, como adultos, temos um kit de ferramentas para nos ajudar a sermos pacientes”, diz Kimberly Cuevas, professora associada de ciências psicológicas na Universidade de Connecticut. Como pai ou mãe, você pode modelar como usa essas ferramentas: respirando fundo antes de agir ou usando o tempo gasto no trânsito para ouvir músicas relaxantes ou pensar em voz alta sobre as próximas férias. Ver esse comportamento pode inspirar as crianças a seguir seu exemplo em situações semelhantes, dizem os especialistas.

Jogos de cartas são boas pedidas para a criança aprender a esperar a sua vez de participar Foto: Freepik

Cultive as pausas

Quando você fizer ao seu filho uma pergunta que exija mais do que uma resposta sim ou não, incentive-o a esperar pelo menos três segundos antes de responder, sugere Borba. Além de permitir que seu filho pense em uma resposta apropriada, essa pausa ajuda a conter o impulso de deixar escapar a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Além da paciência, estes são aspectos fundamentais da autorregulação, diz Borba.

Confie nos recursos visuais

Ofereça maneiras concretas de contar o tempo de espera – como usar um cronômetro de forno ou uma ampulheta – enquanto eles esperam por um lanche ou por sua atenção, por exemplo. Isso é especialmente útil para crianças mais novas, para quem determinado período de tempo pode parecer abstrato.

Quando o filho de 4 anos de Yaeli Vogel começou a pedir um novo brinquedo, ela sugeriu que seria um ótimo presente para seu aniversário de 5 anos. Ele gostou da ideia até perceber que faltavam vários meses para a data. Como ele ficava pedindo o brinquedo, Vogel decidiu criar um gráfico que apresentasse todos os dias até seu aniversário. “O gráfico tem outras datas empolgantes, então ele está animado para viver o processo e não só antecipar o fim”, diz Vogel, mãe de cinco meninos e artista e galerista em Long Island.

Além de ajudá-lo a perceber que o grande dia está se aproximando, riscar as datas todas as noites permitiu que ele praticasse a paciência, diz ela.

Valide os sentimentos da criança

“Às vezes, você precisa ter compaixão e dizer: ‘Sei que isso é muito difícil, meu amor, sinto muito’”, diz Cole. É uma forma de “treinamento emocional”, que pode ser eficaz para ajudar as crianças a desenvolver a paciência, entre outras habilidades de autorregulação. Pesquisas descobriram que incluir o treinamento emocional em programas de parentalidade ajuda a reduzir os comportamentos inquietos das crianças e a melhorar o relacionamento entre crianças e adultos.

Converse sobre as consequências das decisões

Dependendo da idade de seu filho e de sua capacidade de verbalizar os sentimentos, vale a pena conversar sobre se ele está feliz com uma escolha específica que fez ou se gostaria de ter feito outra.

Um estudo de 2019 publicado no Journal of Experimental Child Psychology revelou que sentir arrependimento por uma escolha ajuda as crianças de 6 e 7 anos a aprender a adiar a gratificação quando enfrentarem uma escolha semelhante no futuro.

Use reforço positivo

“Reconheça quando seus filhos foram pacientes e elogie”, diz Cuevas. “Isso os motiva a ter paciência nas próximas vezes”. Você também pode fazer isso “contando a outro adulto como seu filho se saiu bem com a paciência quando ele pode ouvir”, diz Borba. A ideia é que seu filho se orgulhe desse comportamento, o que incentivará sua repetição no futuro.

“A paciência pode ser ensinada desde que quem a ensina seja paciente”, diz Borba. “É impossível ter resultados instantâneos. É preciso tempo e paciência”.

Stacey Colino é escritora especializada em saúde e psicologia. No X, ela é @ColinoStacey. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Não é segredo que paciência não é fácil para as crianças. E a dificuldade de desenvolvê-la talvez esteja aumentando no nosso mundo moderno, pois as crianças têm acesso imediato a tantas coisas que agora elas querem gratificação instantânea 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Elas têm acesso constante à internet e a serviços de TV sob demanda. Elas não precisam esperar a revelação para ver como a foto ficou, podem vê-la imediatamente na tela da câmera digital ou do celular. E podem entrar em contato com a família onde quer que estejam, graças às mensagens de texto.

“É uma geração do agora: tudo é instantâneo e acessível, e as crianças estão acostumadas a ter tudo rapidamente”, diz Michele Borba, psicóloga educacional em Palm Springs, Califórnia, e autora de Thrivers: The Surprising Reasons Why Some Kids Struggle and Others Shine [”Prósperos: as razões surpreendentes pelas quais algumas crianças sofrem e outras brilham”, em tradução livre]. No entanto, esta nova realidade prejudica o desenvolvimento de sua capacidade de tolerar esperas ou atrasos sem ficarem chateadas.

As crianças não nascem com paciência. É uma qualidade que elas desenvolvem com o tempo. “Espera-se que as crianças sejam egocêntricas porque o mundo inteiro gira em torno delas”, explica Borba. Isso ocorre, em parte, porque as famílias e os cuidadores estão sempre atentos às necessidades e à segurança das crianças e, em outra parte, pelo modo como seus cérebros funcionam. O objetivo é ajudar as crianças a gradualmente exercitarem autocontrole à medida que seu cérebro amadurece e se desenvolve.

Paciência é uma qualidade que crianças desenvolvem ao longo do tempo. Foto: pch.vector/Freepik

“Vivemos num mundo social e não podemos ter tudo o que queremos e quando queremos – é aí que entram a paciência e o autocontrole”, diz Pamela Cole, professora de psicologia e desenvolvimento humano na Universidade Estadual da Pensilvânia. “Os anos entre a primeira infância e o jardim de infância são fundamentais para o desenvolvimento da paciência”.

Aos 6 ou 7 anos, as crianças começam a pensar sobre seu próprio comportamento e as consequências desse comportamento e a compreender melhor o conceito de paciência, diz Pamela Davis-Kean, professora de psicologia na Universidade de Michigan. “Paciência é outro nome para autorregulação, que é tanto comportamental quanto emocional”.

Embora as escolas sejam um ambiente importante para as crianças aprenderem a ter paciência – muitas vezes porque têm de esperar em filas e se revezar nas atividades – as famílias também podem ajudar as crianças a desenvolvê-la. E o esforço vale a pena, porque “criança paciente é criança feliz”, diz Borba. “Ela fica menos estressada, tem mais autocontrole e toma menos decisões precipitadas”. Outra vantagem: pesquisas sugerem que, quando as pessoas aumentam sua capacidade de paciência, elas apresentam menos depressão e um humor mais positivo.

Aqui vão algumas maneiras de ajudar as crianças a cultivar a paciência:

Faça brincadeiras que envolvam paciência

Brincadeiras ao ar livre como Estátua e Mãe da Rua ajudam as crianças a aprender quando agir e quando esperar. Dentro de casa, jogos de cartas ou jogos de tabuleiro são ótimas maneiras de ajudar as crianças a aprender a esperar sua vez e a lidar com as frustrações, diz Borba.

Redirecione a atenção da criança

Para ajudar a criança a ser paciente enquanto espera na fila, por exemplo, crie distrações com brincadeiras de mão (como Pedra, Papel, Tesoura) ou cantando uma música juntos.

A filha de quase 3 anos de Sohaib Hasan muitas vezes fica irritada enquanto espera sua vez no parquinho. “Então fazemos alguma atividade divertida, como contar pássaros ou encontrar formas nas nuvens”, diz Hasan, pai de três meninas em Karachi, Paquistão, e fundador do OhMyClassroom.com. “Assim o tempo de espera fica mais agradável e a ajuda a lidar com a impaciência”.

A pesquisa descobriu que o uso da técnica de treinamento da atenção – que envolve focar sua atenção em diferentes sons no espaço para desviar a atenção de seus sentimentos – melhora a capacidade das crianças de adiar a gratificação.

Demonstre paciência

Às vezes, os adultos também têm dificuldades com a paciência. “A diferença é que, como adultos, temos um kit de ferramentas para nos ajudar a sermos pacientes”, diz Kimberly Cuevas, professora associada de ciências psicológicas na Universidade de Connecticut. Como pai ou mãe, você pode modelar como usa essas ferramentas: respirando fundo antes de agir ou usando o tempo gasto no trânsito para ouvir músicas relaxantes ou pensar em voz alta sobre as próximas férias. Ver esse comportamento pode inspirar as crianças a seguir seu exemplo em situações semelhantes, dizem os especialistas.

Jogos de cartas são boas pedidas para a criança aprender a esperar a sua vez de participar Foto: Freepik

Cultive as pausas

Quando você fizer ao seu filho uma pergunta que exija mais do que uma resposta sim ou não, incentive-o a esperar pelo menos três segundos antes de responder, sugere Borba. Além de permitir que seu filho pense em uma resposta apropriada, essa pausa ajuda a conter o impulso de deixar escapar a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Além da paciência, estes são aspectos fundamentais da autorregulação, diz Borba.

Confie nos recursos visuais

Ofereça maneiras concretas de contar o tempo de espera – como usar um cronômetro de forno ou uma ampulheta – enquanto eles esperam por um lanche ou por sua atenção, por exemplo. Isso é especialmente útil para crianças mais novas, para quem determinado período de tempo pode parecer abstrato.

Quando o filho de 4 anos de Yaeli Vogel começou a pedir um novo brinquedo, ela sugeriu que seria um ótimo presente para seu aniversário de 5 anos. Ele gostou da ideia até perceber que faltavam vários meses para a data. Como ele ficava pedindo o brinquedo, Vogel decidiu criar um gráfico que apresentasse todos os dias até seu aniversário. “O gráfico tem outras datas empolgantes, então ele está animado para viver o processo e não só antecipar o fim”, diz Vogel, mãe de cinco meninos e artista e galerista em Long Island.

Além de ajudá-lo a perceber que o grande dia está se aproximando, riscar as datas todas as noites permitiu que ele praticasse a paciência, diz ela.

Valide os sentimentos da criança

“Às vezes, você precisa ter compaixão e dizer: ‘Sei que isso é muito difícil, meu amor, sinto muito’”, diz Cole. É uma forma de “treinamento emocional”, que pode ser eficaz para ajudar as crianças a desenvolver a paciência, entre outras habilidades de autorregulação. Pesquisas descobriram que incluir o treinamento emocional em programas de parentalidade ajuda a reduzir os comportamentos inquietos das crianças e a melhorar o relacionamento entre crianças e adultos.

Converse sobre as consequências das decisões

Dependendo da idade de seu filho e de sua capacidade de verbalizar os sentimentos, vale a pena conversar sobre se ele está feliz com uma escolha específica que fez ou se gostaria de ter feito outra.

Um estudo de 2019 publicado no Journal of Experimental Child Psychology revelou que sentir arrependimento por uma escolha ajuda as crianças de 6 e 7 anos a aprender a adiar a gratificação quando enfrentarem uma escolha semelhante no futuro.

Use reforço positivo

“Reconheça quando seus filhos foram pacientes e elogie”, diz Cuevas. “Isso os motiva a ter paciência nas próximas vezes”. Você também pode fazer isso “contando a outro adulto como seu filho se saiu bem com a paciência quando ele pode ouvir”, diz Borba. A ideia é que seu filho se orgulhe desse comportamento, o que incentivará sua repetição no futuro.

“A paciência pode ser ensinada desde que quem a ensina seja paciente”, diz Borba. “É impossível ter resultados instantâneos. É preciso tempo e paciência”.

Stacey Colino é escritora especializada em saúde e psicologia. No X, ela é @ColinoStacey. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

THE WASHINGTON POST – Não é segredo que paciência não é fácil para as crianças. E a dificuldade de desenvolvê-la talvez esteja aumentando no nosso mundo moderno, pois as crianças têm acesso imediato a tantas coisas que agora elas querem gratificação instantânea 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Elas têm acesso constante à internet e a serviços de TV sob demanda. Elas não precisam esperar a revelação para ver como a foto ficou, podem vê-la imediatamente na tela da câmera digital ou do celular. E podem entrar em contato com a família onde quer que estejam, graças às mensagens de texto.

“É uma geração do agora: tudo é instantâneo e acessível, e as crianças estão acostumadas a ter tudo rapidamente”, diz Michele Borba, psicóloga educacional em Palm Springs, Califórnia, e autora de Thrivers: The Surprising Reasons Why Some Kids Struggle and Others Shine [”Prósperos: as razões surpreendentes pelas quais algumas crianças sofrem e outras brilham”, em tradução livre]. No entanto, esta nova realidade prejudica o desenvolvimento de sua capacidade de tolerar esperas ou atrasos sem ficarem chateadas.

As crianças não nascem com paciência. É uma qualidade que elas desenvolvem com o tempo. “Espera-se que as crianças sejam egocêntricas porque o mundo inteiro gira em torno delas”, explica Borba. Isso ocorre, em parte, porque as famílias e os cuidadores estão sempre atentos às necessidades e à segurança das crianças e, em outra parte, pelo modo como seus cérebros funcionam. O objetivo é ajudar as crianças a gradualmente exercitarem autocontrole à medida que seu cérebro amadurece e se desenvolve.

Paciência é uma qualidade que crianças desenvolvem ao longo do tempo. Foto: pch.vector/Freepik

“Vivemos num mundo social e não podemos ter tudo o que queremos e quando queremos – é aí que entram a paciência e o autocontrole”, diz Pamela Cole, professora de psicologia e desenvolvimento humano na Universidade Estadual da Pensilvânia. “Os anos entre a primeira infância e o jardim de infância são fundamentais para o desenvolvimento da paciência”.

Aos 6 ou 7 anos, as crianças começam a pensar sobre seu próprio comportamento e as consequências desse comportamento e a compreender melhor o conceito de paciência, diz Pamela Davis-Kean, professora de psicologia na Universidade de Michigan. “Paciência é outro nome para autorregulação, que é tanto comportamental quanto emocional”.

Embora as escolas sejam um ambiente importante para as crianças aprenderem a ter paciência – muitas vezes porque têm de esperar em filas e se revezar nas atividades – as famílias também podem ajudar as crianças a desenvolvê-la. E o esforço vale a pena, porque “criança paciente é criança feliz”, diz Borba. “Ela fica menos estressada, tem mais autocontrole e toma menos decisões precipitadas”. Outra vantagem: pesquisas sugerem que, quando as pessoas aumentam sua capacidade de paciência, elas apresentam menos depressão e um humor mais positivo.

Aqui vão algumas maneiras de ajudar as crianças a cultivar a paciência:

Faça brincadeiras que envolvam paciência

Brincadeiras ao ar livre como Estátua e Mãe da Rua ajudam as crianças a aprender quando agir e quando esperar. Dentro de casa, jogos de cartas ou jogos de tabuleiro são ótimas maneiras de ajudar as crianças a aprender a esperar sua vez e a lidar com as frustrações, diz Borba.

Redirecione a atenção da criança

Para ajudar a criança a ser paciente enquanto espera na fila, por exemplo, crie distrações com brincadeiras de mão (como Pedra, Papel, Tesoura) ou cantando uma música juntos.

A filha de quase 3 anos de Sohaib Hasan muitas vezes fica irritada enquanto espera sua vez no parquinho. “Então fazemos alguma atividade divertida, como contar pássaros ou encontrar formas nas nuvens”, diz Hasan, pai de três meninas em Karachi, Paquistão, e fundador do OhMyClassroom.com. “Assim o tempo de espera fica mais agradável e a ajuda a lidar com a impaciência”.

A pesquisa descobriu que o uso da técnica de treinamento da atenção – que envolve focar sua atenção em diferentes sons no espaço para desviar a atenção de seus sentimentos – melhora a capacidade das crianças de adiar a gratificação.

Demonstre paciência

Às vezes, os adultos também têm dificuldades com a paciência. “A diferença é que, como adultos, temos um kit de ferramentas para nos ajudar a sermos pacientes”, diz Kimberly Cuevas, professora associada de ciências psicológicas na Universidade de Connecticut. Como pai ou mãe, você pode modelar como usa essas ferramentas: respirando fundo antes de agir ou usando o tempo gasto no trânsito para ouvir músicas relaxantes ou pensar em voz alta sobre as próximas férias. Ver esse comportamento pode inspirar as crianças a seguir seu exemplo em situações semelhantes, dizem os especialistas.

Jogos de cartas são boas pedidas para a criança aprender a esperar a sua vez de participar Foto: Freepik

Cultive as pausas

Quando você fizer ao seu filho uma pergunta que exija mais do que uma resposta sim ou não, incentive-o a esperar pelo menos três segundos antes de responder, sugere Borba. Além de permitir que seu filho pense em uma resposta apropriada, essa pausa ajuda a conter o impulso de deixar escapar a primeira coisa que lhe vem à cabeça. Além da paciência, estes são aspectos fundamentais da autorregulação, diz Borba.

Confie nos recursos visuais

Ofereça maneiras concretas de contar o tempo de espera – como usar um cronômetro de forno ou uma ampulheta – enquanto eles esperam por um lanche ou por sua atenção, por exemplo. Isso é especialmente útil para crianças mais novas, para quem determinado período de tempo pode parecer abstrato.

Quando o filho de 4 anos de Yaeli Vogel começou a pedir um novo brinquedo, ela sugeriu que seria um ótimo presente para seu aniversário de 5 anos. Ele gostou da ideia até perceber que faltavam vários meses para a data. Como ele ficava pedindo o brinquedo, Vogel decidiu criar um gráfico que apresentasse todos os dias até seu aniversário. “O gráfico tem outras datas empolgantes, então ele está animado para viver o processo e não só antecipar o fim”, diz Vogel, mãe de cinco meninos e artista e galerista em Long Island.

Além de ajudá-lo a perceber que o grande dia está se aproximando, riscar as datas todas as noites permitiu que ele praticasse a paciência, diz ela.

Valide os sentimentos da criança

“Às vezes, você precisa ter compaixão e dizer: ‘Sei que isso é muito difícil, meu amor, sinto muito’”, diz Cole. É uma forma de “treinamento emocional”, que pode ser eficaz para ajudar as crianças a desenvolver a paciência, entre outras habilidades de autorregulação. Pesquisas descobriram que incluir o treinamento emocional em programas de parentalidade ajuda a reduzir os comportamentos inquietos das crianças e a melhorar o relacionamento entre crianças e adultos.

Converse sobre as consequências das decisões

Dependendo da idade de seu filho e de sua capacidade de verbalizar os sentimentos, vale a pena conversar sobre se ele está feliz com uma escolha específica que fez ou se gostaria de ter feito outra.

Um estudo de 2019 publicado no Journal of Experimental Child Psychology revelou que sentir arrependimento por uma escolha ajuda as crianças de 6 e 7 anos a aprender a adiar a gratificação quando enfrentarem uma escolha semelhante no futuro.

Use reforço positivo

“Reconheça quando seus filhos foram pacientes e elogie”, diz Cuevas. “Isso os motiva a ter paciência nas próximas vezes”. Você também pode fazer isso “contando a outro adulto como seu filho se saiu bem com a paciência quando ele pode ouvir”, diz Borba. A ideia é que seu filho se orgulhe desse comportamento, o que incentivará sua repetição no futuro.

“A paciência pode ser ensinada desde que quem a ensina seja paciente”, diz Borba. “É impossível ter resultados instantâneos. É preciso tempo e paciência”.

Stacey Colino é escritora especializada em saúde e psicologia. No X, ela é @ColinoStacey. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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