Pesquisa mostra eficiência de exercícios respiratórios para controlar asma


Professora de educação física Ludmila Gomieiro, da USP, avaliou atividade em pacientes idosos

Por Redação

SÃO PAULO - Exercícios respiratórios feitos sem a ajuda de nenhum tipo de aparelho podem melhorar significativamente a qualidade de vida de pessoas portadoras de asma. Foi o que comprovou a professora de educação física Ludmila Gomieiro, em uma pesquisa de mestrado na Universidade de São Paulo (USP). A asma é uma inflamação crônica do sistema respiratório capaz de provocar extrema falta de ar no paciente. Esse tipo de doença tende a se intensificar no período de inverno, quando a umidade diminui e o frio aumenta. Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, as internações por doenças respiratórias crescem 60% nesta época. Existem formas, entretanto, de aliviar o estado de quem vive com asma. Ludmila percebeu a eficiência dos exercícios de respiração no controle da doença ao ministrar aulas de educação física para um grupo de asmáticos. “Eu cheguei a ver alunos que chegavam em crise e conseguiam reverter a crise fazendo os exercícios respiratórios”, conta a professora. Apesar dos benefícios da prática, ela percebeu que havia certo desinteresse pelo assunto, pouco abordado pela literatura especializada e visto como pouco importante por alunos e professores. “Comecei a procurar estudos que provassem a eficácia dos exercícios respiratórios. Mas, até então, não tinha nada que medisse, por exemplo, a força dos músculos respiratórios", afirma. A partir dessas constatações, a pesquisadora desenvolveu um projeto em que avaliou a eficiência dos exercícios respiratórios em idosos com asma. O grupo participou de sessões de atividade de uma hora, duas vezes por semana, durante quatro meses. Após o período da pesquisa, os pacientes tiveram uma série de melhoras. No grupo de idosos, a pressão de inspiração máxima, um método utilizado para inferir a capacidade da musculatura respiratória, teve um aumento médio de 26,5%. Os pacientes também relataram uma qualidade de vida muito maior que antes dos exercícios. “Reforçando a parte estatística, eu tinha a comprovação por causa dos relatos que os pacientes fizeram ao longo do programa”, explicou. “Eles chegavam e diziam: professora, estou conseguindo fazer faxina, lavar roupa e não ficar com falta de ar”, relata. Para que o efeito seja duradouro, no entanto, a prática dos exercícios deve ser constante. Segundo Ludmila, como parte da pesquisa, após os quatro meses de trabalho os idosos ficaram um mês sem as atividades. Como resultado, a pressão de inspiração reduziu, em média, 20%. Por conta dos benefícios comprovados pelo estudo, Ludmila defende que a prática dos exercícios respiratórios seja incluída como parte do tratamento da asma. “Não é a cura, é um coadjuvante no tratamento medicamentoso. Mas espero que seja reconhecido e que eu veja o profissional de educação física ser inserido ali, junto com o pneumologista”, diz.

SÃO PAULO - Exercícios respiratórios feitos sem a ajuda de nenhum tipo de aparelho podem melhorar significativamente a qualidade de vida de pessoas portadoras de asma. Foi o que comprovou a professora de educação física Ludmila Gomieiro, em uma pesquisa de mestrado na Universidade de São Paulo (USP). A asma é uma inflamação crônica do sistema respiratório capaz de provocar extrema falta de ar no paciente. Esse tipo de doença tende a se intensificar no período de inverno, quando a umidade diminui e o frio aumenta. Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, as internações por doenças respiratórias crescem 60% nesta época. Existem formas, entretanto, de aliviar o estado de quem vive com asma. Ludmila percebeu a eficiência dos exercícios de respiração no controle da doença ao ministrar aulas de educação física para um grupo de asmáticos. “Eu cheguei a ver alunos que chegavam em crise e conseguiam reverter a crise fazendo os exercícios respiratórios”, conta a professora. Apesar dos benefícios da prática, ela percebeu que havia certo desinteresse pelo assunto, pouco abordado pela literatura especializada e visto como pouco importante por alunos e professores. “Comecei a procurar estudos que provassem a eficácia dos exercícios respiratórios. Mas, até então, não tinha nada que medisse, por exemplo, a força dos músculos respiratórios", afirma. A partir dessas constatações, a pesquisadora desenvolveu um projeto em que avaliou a eficiência dos exercícios respiratórios em idosos com asma. O grupo participou de sessões de atividade de uma hora, duas vezes por semana, durante quatro meses. Após o período da pesquisa, os pacientes tiveram uma série de melhoras. No grupo de idosos, a pressão de inspiração máxima, um método utilizado para inferir a capacidade da musculatura respiratória, teve um aumento médio de 26,5%. Os pacientes também relataram uma qualidade de vida muito maior que antes dos exercícios. “Reforçando a parte estatística, eu tinha a comprovação por causa dos relatos que os pacientes fizeram ao longo do programa”, explicou. “Eles chegavam e diziam: professora, estou conseguindo fazer faxina, lavar roupa e não ficar com falta de ar”, relata. Para que o efeito seja duradouro, no entanto, a prática dos exercícios deve ser constante. Segundo Ludmila, como parte da pesquisa, após os quatro meses de trabalho os idosos ficaram um mês sem as atividades. Como resultado, a pressão de inspiração reduziu, em média, 20%. Por conta dos benefícios comprovados pelo estudo, Ludmila defende que a prática dos exercícios respiratórios seja incluída como parte do tratamento da asma. “Não é a cura, é um coadjuvante no tratamento medicamentoso. Mas espero que seja reconhecido e que eu veja o profissional de educação física ser inserido ali, junto com o pneumologista”, diz.

SÃO PAULO - Exercícios respiratórios feitos sem a ajuda de nenhum tipo de aparelho podem melhorar significativamente a qualidade de vida de pessoas portadoras de asma. Foi o que comprovou a professora de educação física Ludmila Gomieiro, em uma pesquisa de mestrado na Universidade de São Paulo (USP). A asma é uma inflamação crônica do sistema respiratório capaz de provocar extrema falta de ar no paciente. Esse tipo de doença tende a se intensificar no período de inverno, quando a umidade diminui e o frio aumenta. Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, as internações por doenças respiratórias crescem 60% nesta época. Existem formas, entretanto, de aliviar o estado de quem vive com asma. Ludmila percebeu a eficiência dos exercícios de respiração no controle da doença ao ministrar aulas de educação física para um grupo de asmáticos. “Eu cheguei a ver alunos que chegavam em crise e conseguiam reverter a crise fazendo os exercícios respiratórios”, conta a professora. Apesar dos benefícios da prática, ela percebeu que havia certo desinteresse pelo assunto, pouco abordado pela literatura especializada e visto como pouco importante por alunos e professores. “Comecei a procurar estudos que provassem a eficácia dos exercícios respiratórios. Mas, até então, não tinha nada que medisse, por exemplo, a força dos músculos respiratórios", afirma. A partir dessas constatações, a pesquisadora desenvolveu um projeto em que avaliou a eficiência dos exercícios respiratórios em idosos com asma. O grupo participou de sessões de atividade de uma hora, duas vezes por semana, durante quatro meses. Após o período da pesquisa, os pacientes tiveram uma série de melhoras. No grupo de idosos, a pressão de inspiração máxima, um método utilizado para inferir a capacidade da musculatura respiratória, teve um aumento médio de 26,5%. Os pacientes também relataram uma qualidade de vida muito maior que antes dos exercícios. “Reforçando a parte estatística, eu tinha a comprovação por causa dos relatos que os pacientes fizeram ao longo do programa”, explicou. “Eles chegavam e diziam: professora, estou conseguindo fazer faxina, lavar roupa e não ficar com falta de ar”, relata. Para que o efeito seja duradouro, no entanto, a prática dos exercícios deve ser constante. Segundo Ludmila, como parte da pesquisa, após os quatro meses de trabalho os idosos ficaram um mês sem as atividades. Como resultado, a pressão de inspiração reduziu, em média, 20%. Por conta dos benefícios comprovados pelo estudo, Ludmila defende que a prática dos exercícios respiratórios seja incluída como parte do tratamento da asma. “Não é a cura, é um coadjuvante no tratamento medicamentoso. Mas espero que seja reconhecido e que eu veja o profissional de educação física ser inserido ali, junto com o pneumologista”, diz.

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