Pesquisas prévias dão fôlego para o desenvolvimento de várias vacinas


Imunizantes com eficácia já anunciada ou que estão na fase final dos testes clínicos foram beneficiados por estudos originalmente iniciados para outros fins

Por Fabiana Cambricoli

Não foram apenas as vacinas de RNA mensageiro que tiveram seu desenvolvimento acelerado por pesquisas prévias, feitas anos antes do primeiro caso de covid-19. Outros imunizantes com eficácia já anunciada ou que estão na fase final dos testes clínicos foram beneficiados por estudos originalmente iniciados para outros fins.

Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Como já tínhamos tido outros dois surtos de coronavírus no mundo, o de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002, e o de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), em 2012, isso permitiu que fossem feitas pesquisas na área que adiantaram algumas descobertas, como a de qual proteína é responsável por se ligar ao receptor da célula humana. Isso é fundamental para descobrir a forma de neutralizar o vírus”, explica Jorge Kalil, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor).

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A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca - e que no Brasil será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - usa uma tecnologia criada para responder a outras doenças que assustaram o mundo: o MERS e o Ebola.

Trata-se da plataforma de vetor viral, quando um outro vírus, com menor potencial de causar doença, é usado como vetor para levar o material genético do novo coronavírus para dentro das células humanas, passando as instruções para produção de uma proteína que irá provocar a resposta imune. A mesma técnica é usada na vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Em ambos os casos, o vetor é o adenovírus, causador de resfriado comum.

Os testes de uma vacina contra a MERS usando essa plataforma já haviam sido iniciados anos atrás pelos pesquisadores de Oxford, mas não foram finalizados porque o vírus praticamente desapareceu, tornando difícil, portanto, a comprovação da eficácia.

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“Como MERS é causada por um coronavírus, foi muito fácil aproveitar a plataforma e inserir o SARS-CoV-2 (causador da covid-19) dentro dessa plataforma para se chegar a uma vacina. Muitos estudos de fase pré-clínica já estavam feitos”, explica Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, foi colocada rapidamente em testes com humanos também graças a estudos prévios feitos pela companhia asiática de um imunizante contra o coronavírus causador da SARS. Na época do surto, entre 2002 e 2003, a companhia chegou a realizar a fase 1 de testes clínicos do imunizante, o que agilizou as pesquisas de uma vacina contra a covid-19.

Além das pesquisas prévias, foi fundamental no processo um investimento pesado nas pesquisas de covid-19 e em estudos anteriores que já previam o surgimento de novas doenças.

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Uma das iniciativas foi a criação, em 2017, da CEPI (Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias). A organização, criada por governos, fundações e empresas, tem como objetivo financiar pesquisas para novos patógenos que podem representar uma ameaça global. No caso da covid-19, já foi investido US$ 1,1 bilhão para o financiamento de pesquisas de dez vacinas. “Esse investimento foi crucial porque pesquisa custa caro”, diz Sue Ann.

Não foram apenas as vacinas de RNA mensageiro que tiveram seu desenvolvimento acelerado por pesquisas prévias, feitas anos antes do primeiro caso de covid-19. Outros imunizantes com eficácia já anunciada ou que estão na fase final dos testes clínicos foram beneficiados por estudos originalmente iniciados para outros fins.

Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Como já tínhamos tido outros dois surtos de coronavírus no mundo, o de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002, e o de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), em 2012, isso permitiu que fossem feitas pesquisas na área que adiantaram algumas descobertas, como a de qual proteína é responsável por se ligar ao receptor da célula humana. Isso é fundamental para descobrir a forma de neutralizar o vírus”, explica Jorge Kalil, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor).

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca - e que no Brasil será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - usa uma tecnologia criada para responder a outras doenças que assustaram o mundo: o MERS e o Ebola.

Trata-se da plataforma de vetor viral, quando um outro vírus, com menor potencial de causar doença, é usado como vetor para levar o material genético do novo coronavírus para dentro das células humanas, passando as instruções para produção de uma proteína que irá provocar a resposta imune. A mesma técnica é usada na vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Em ambos os casos, o vetor é o adenovírus, causador de resfriado comum.

Os testes de uma vacina contra a MERS usando essa plataforma já haviam sido iniciados anos atrás pelos pesquisadores de Oxford, mas não foram finalizados porque o vírus praticamente desapareceu, tornando difícil, portanto, a comprovação da eficácia.

“Como MERS é causada por um coronavírus, foi muito fácil aproveitar a plataforma e inserir o SARS-CoV-2 (causador da covid-19) dentro dessa plataforma para se chegar a uma vacina. Muitos estudos de fase pré-clínica já estavam feitos”, explica Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, foi colocada rapidamente em testes com humanos também graças a estudos prévios feitos pela companhia asiática de um imunizante contra o coronavírus causador da SARS. Na época do surto, entre 2002 e 2003, a companhia chegou a realizar a fase 1 de testes clínicos do imunizante, o que agilizou as pesquisas de uma vacina contra a covid-19.

Além das pesquisas prévias, foi fundamental no processo um investimento pesado nas pesquisas de covid-19 e em estudos anteriores que já previam o surgimento de novas doenças.

Uma das iniciativas foi a criação, em 2017, da CEPI (Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias). A organização, criada por governos, fundações e empresas, tem como objetivo financiar pesquisas para novos patógenos que podem representar uma ameaça global. No caso da covid-19, já foi investido US$ 1,1 bilhão para o financiamento de pesquisas de dez vacinas. “Esse investimento foi crucial porque pesquisa custa caro”, diz Sue Ann.

Não foram apenas as vacinas de RNA mensageiro que tiveram seu desenvolvimento acelerado por pesquisas prévias, feitas anos antes do primeiro caso de covid-19. Outros imunizantes com eficácia já anunciada ou que estão na fase final dos testes clínicos foram beneficiados por estudos originalmente iniciados para outros fins.

Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Como já tínhamos tido outros dois surtos de coronavírus no mundo, o de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002, e o de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), em 2012, isso permitiu que fossem feitas pesquisas na área que adiantaram algumas descobertas, como a de qual proteína é responsável por se ligar ao receptor da célula humana. Isso é fundamental para descobrir a forma de neutralizar o vírus”, explica Jorge Kalil, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor).

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca - e que no Brasil será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - usa uma tecnologia criada para responder a outras doenças que assustaram o mundo: o MERS e o Ebola.

Trata-se da plataforma de vetor viral, quando um outro vírus, com menor potencial de causar doença, é usado como vetor para levar o material genético do novo coronavírus para dentro das células humanas, passando as instruções para produção de uma proteína que irá provocar a resposta imune. A mesma técnica é usada na vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Em ambos os casos, o vetor é o adenovírus, causador de resfriado comum.

Os testes de uma vacina contra a MERS usando essa plataforma já haviam sido iniciados anos atrás pelos pesquisadores de Oxford, mas não foram finalizados porque o vírus praticamente desapareceu, tornando difícil, portanto, a comprovação da eficácia.

“Como MERS é causada por um coronavírus, foi muito fácil aproveitar a plataforma e inserir o SARS-CoV-2 (causador da covid-19) dentro dessa plataforma para se chegar a uma vacina. Muitos estudos de fase pré-clínica já estavam feitos”, explica Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, foi colocada rapidamente em testes com humanos também graças a estudos prévios feitos pela companhia asiática de um imunizante contra o coronavírus causador da SARS. Na época do surto, entre 2002 e 2003, a companhia chegou a realizar a fase 1 de testes clínicos do imunizante, o que agilizou as pesquisas de uma vacina contra a covid-19.

Além das pesquisas prévias, foi fundamental no processo um investimento pesado nas pesquisas de covid-19 e em estudos anteriores que já previam o surgimento de novas doenças.

Uma das iniciativas foi a criação, em 2017, da CEPI (Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias). A organização, criada por governos, fundações e empresas, tem como objetivo financiar pesquisas para novos patógenos que podem representar uma ameaça global. No caso da covid-19, já foi investido US$ 1,1 bilhão para o financiamento de pesquisas de dez vacinas. “Esse investimento foi crucial porque pesquisa custa caro”, diz Sue Ann.

Não foram apenas as vacinas de RNA mensageiro que tiveram seu desenvolvimento acelerado por pesquisas prévias, feitas anos antes do primeiro caso de covid-19. Outros imunizantes com eficácia já anunciada ou que estão na fase final dos testes clínicos foram beneficiados por estudos originalmente iniciados para outros fins.

Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Como já tínhamos tido outros dois surtos de coronavírus no mundo, o de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002, e o de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), em 2012, isso permitiu que fossem feitas pesquisas na área que adiantaram algumas descobertas, como a de qual proteína é responsável por se ligar ao receptor da célula humana. Isso é fundamental para descobrir a forma de neutralizar o vírus”, explica Jorge Kalil, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor).

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca - e que no Brasil será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - usa uma tecnologia criada para responder a outras doenças que assustaram o mundo: o MERS e o Ebola.

Trata-se da plataforma de vetor viral, quando um outro vírus, com menor potencial de causar doença, é usado como vetor para levar o material genético do novo coronavírus para dentro das células humanas, passando as instruções para produção de uma proteína que irá provocar a resposta imune. A mesma técnica é usada na vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Em ambos os casos, o vetor é o adenovírus, causador de resfriado comum.

Os testes de uma vacina contra a MERS usando essa plataforma já haviam sido iniciados anos atrás pelos pesquisadores de Oxford, mas não foram finalizados porque o vírus praticamente desapareceu, tornando difícil, portanto, a comprovação da eficácia.

“Como MERS é causada por um coronavírus, foi muito fácil aproveitar a plataforma e inserir o SARS-CoV-2 (causador da covid-19) dentro dessa plataforma para se chegar a uma vacina. Muitos estudos de fase pré-clínica já estavam feitos”, explica Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, foi colocada rapidamente em testes com humanos também graças a estudos prévios feitos pela companhia asiática de um imunizante contra o coronavírus causador da SARS. Na época do surto, entre 2002 e 2003, a companhia chegou a realizar a fase 1 de testes clínicos do imunizante, o que agilizou as pesquisas de uma vacina contra a covid-19.

Além das pesquisas prévias, foi fundamental no processo um investimento pesado nas pesquisas de covid-19 e em estudos anteriores que já previam o surgimento de novas doenças.

Uma das iniciativas foi a criação, em 2017, da CEPI (Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias). A organização, criada por governos, fundações e empresas, tem como objetivo financiar pesquisas para novos patógenos que podem representar uma ameaça global. No caso da covid-19, já foi investido US$ 1,1 bilhão para o financiamento de pesquisas de dez vacinas. “Esse investimento foi crucial porque pesquisa custa caro”, diz Sue Ann.

Não foram apenas as vacinas de RNA mensageiro que tiveram seu desenvolvimento acelerado por pesquisas prévias, feitas anos antes do primeiro caso de covid-19. Outros imunizantes com eficácia já anunciada ou que estão na fase final dos testes clínicos foram beneficiados por estudos originalmente iniciados para outros fins.

Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena (Itália) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Como já tínhamos tido outros dois surtos de coronavírus no mundo, o de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), em 2002, e o de MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), em 2012, isso permitiu que fossem feitas pesquisas na área que adiantaram algumas descobertas, como a de qual proteína é responsável por se ligar ao receptor da célula humana. Isso é fundamental para descobrir a forma de neutralizar o vírus”, explica Jorge Kalil, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor).

A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca - e que no Brasil será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) - usa uma tecnologia criada para responder a outras doenças que assustaram o mundo: o MERS e o Ebola.

Trata-se da plataforma de vetor viral, quando um outro vírus, com menor potencial de causar doença, é usado como vetor para levar o material genético do novo coronavírus para dentro das células humanas, passando as instruções para produção de uma proteína que irá provocar a resposta imune. A mesma técnica é usada na vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Em ambos os casos, o vetor é o adenovírus, causador de resfriado comum.

Os testes de uma vacina contra a MERS usando essa plataforma já haviam sido iniciados anos atrás pelos pesquisadores de Oxford, mas não foram finalizados porque o vírus praticamente desapareceu, tornando difícil, portanto, a comprovação da eficácia.

“Como MERS é causada por um coronavírus, foi muito fácil aproveitar a plataforma e inserir o SARS-CoV-2 (causador da covid-19) dentro dessa plataforma para se chegar a uma vacina. Muitos estudos de fase pré-clínica já estavam feitos”, explica Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena.

A Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, foi colocada rapidamente em testes com humanos também graças a estudos prévios feitos pela companhia asiática de um imunizante contra o coronavírus causador da SARS. Na época do surto, entre 2002 e 2003, a companhia chegou a realizar a fase 1 de testes clínicos do imunizante, o que agilizou as pesquisas de uma vacina contra a covid-19.

Além das pesquisas prévias, foi fundamental no processo um investimento pesado nas pesquisas de covid-19 e em estudos anteriores que já previam o surgimento de novas doenças.

Uma das iniciativas foi a criação, em 2017, da CEPI (Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias). A organização, criada por governos, fundações e empresas, tem como objetivo financiar pesquisas para novos patógenos que podem representar uma ameaça global. No caso da covid-19, já foi investido US$ 1,1 bilhão para o financiamento de pesquisas de dez vacinas. “Esse investimento foi crucial porque pesquisa custa caro”, diz Sue Ann.

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