Pizza congelada e refrigerante ​​podem aumentar risco de câncer de ovário e de cérebro, diz estudo


Alimentos ultraprocessados têm mais aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes; pesquisa avaliou dieta de quase 200 mil adultos por dez anos

Por Adela Suliman
Atualização:

THE WASHINGTON POST - Alimentos ultraprocessados, como cereais matinais, pizza congelada, refeições prontas e refrigerantes, podem aumentar o risco de desenvolver câncer, particularmente de ovário e de cérebro, dizem pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres.

Muitos alimentos passam por uma quantidade moderada de processamento - como queijo, manteiga de amendoim salgado, molho de macarrão -, mas alimentos ultraprocessados têm mais aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes. Normalmente, eles são submetidos a métodos de processamento para transformar seu sabor, textura e aparência e podem incluir cachorros-quentes, rosquinhas e iogurtes com sabor.

continua após a publicidade

Os pesquisadores avaliaram as dietas de quase 200 mil adultos de meia-idade por um período de dez anos no Reino Unido e descobriram que “um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de câncer geral, especificamente de ovário e de cérebro.” Eles também encontraram uma associação com um risco aumentado de morrer de câncer.

O estudo revisado por pares, publicado na revista eClinicalMedicine, do Lancet, na terça-feira, 31, foi uma colaboração com pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade NOVA de Lisboa.

Dos 197.426 indivíduos, 15.921 pessoas desenvolveram câncer e ocorreram 4.009 mortes relacionadas ao câncer.

continua após a publicidade

“Para cada aumento de 10% nos alimentos ultraprocessados na dieta de uma pessoa, houve um aumento de 2% na incidência de câncer em geral e um aumento de 19% no câncer de ovário especificamente”, disse o Imperial College de Londres, em um comunicado. Essas ligações permaneceram após o ajuste de fatores socioeconômicos, como tabagismo, atividade física e índice de massa corporal (IMC).

Não está claro por que houve um aumento particularmente alto na incidência de câncer de ovário. No entanto, pesquisas separadas encontraram uma associação entre a doença e a acrilamida, um produto químico industrial formado durante procedimentos de cozimento em alta temperatura.

“Alguns agentes potencialmente causadores de câncer, como alguns controversos aditivos alimentares e agentes químicos gerados durante o processamento, podem interferir nos efeitos hormonais e, assim, afetar os cânceres relacionados a hormônios, como o câncer de ovário”, disse Eszter Vamos, autora sênior do estudo, por e-mail.

continua após a publicidade

Mais estudos são necessários para determinar o impacto em mulheres e crianças, disse ela, já que essas últimas tendem a ser as “principais consumidoras de alimentos ultraprocessados”.

De acordo com a American Cancer Society, o câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos - representando mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. O câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas e é mais comum em mulheres brancas do que em mulheres negras.

continua após a publicidade

Quase 60% das calorias ingeridas pelos adultos nos Estados Unidos são de alimentos ultraprocessados, que muitas vezes têm baixo valor nutricional. Eles respondem por 25% até 50% das calorias consumidas em muitos outros países também, incluindo Inglaterra, Canadá, França, Líbano e Japão.

Segundo Eszter, o estudo observacional “não pode provar causa e efeito” definitivamente, mostrando apenas uma associação entre os alimentos e o aumento do risco de câncer. No entanto, argumenta o estudo, as descobertas indicam a importância de considerar o processamento de alimentos nas dietas.

“Alimentos ultraprocessados estão em toda parte e são altamente comercializados com preço barato e embalagens atraentes”, disse outra autora do estudo, Kiara Chang, em comunicado. “Isso mostra que nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população.”

continua após a publicidade

Chang pediu uma melhor rotulagem e embalagem de alimentos para deixar claro aos consumidores os riscos de suas escolhas, bem como subsídios para alimentos preparados na hora, para garantir que eles permaneçam acessíveis.

Outros estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer de cólon. Um estudo recente com mais de 22 mil pessoas descobriu que a aqueles que comiam muitos alimentos ultraprocessados tinham uma probabilidade 19% maior de morte precoce e um risco 32% maior de morrer de doença cardíaca.

“Houve um avanço global dos alimentos ultraprocessados e esses produtos substituem cada vez mais os alimentos tradicionais em nossa dieta”, disse Eszter. “Geralmente, os países de alta renda têm os níveis mais altos de consumo, EUA e Reino Unido são os principais consumidores”.

continua após a publicidade
Estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade Foto: Tiago Queiroz/ESTADÃO

O Brasil proibiu a comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas, enquanto a França e o Canadá pressionaram para limitar esses alimentos em suas diretrizes dietéticas nacionais.

Panagiota Mitrou, diretor de pesquisa e inovação do World Cancer Research Fund, que ajudou a financiar o estudo, disse, por e-mail, que as descobertas foram “significativas” e devem encorajar as pessoas a limitar o consumo de fast food e “outros alimentos processados com alto teor de gordura , amidos ou açúcares.”

“Para obter o máximo benefício, também recomendamos que você inclua grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas na sua dieta habitual”, acrescentou.

THE WASHINGTON POST - Alimentos ultraprocessados, como cereais matinais, pizza congelada, refeições prontas e refrigerantes, podem aumentar o risco de desenvolver câncer, particularmente de ovário e de cérebro, dizem pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres.

Muitos alimentos passam por uma quantidade moderada de processamento - como queijo, manteiga de amendoim salgado, molho de macarrão -, mas alimentos ultraprocessados têm mais aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes. Normalmente, eles são submetidos a métodos de processamento para transformar seu sabor, textura e aparência e podem incluir cachorros-quentes, rosquinhas e iogurtes com sabor.

Os pesquisadores avaliaram as dietas de quase 200 mil adultos de meia-idade por um período de dez anos no Reino Unido e descobriram que “um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de câncer geral, especificamente de ovário e de cérebro.” Eles também encontraram uma associação com um risco aumentado de morrer de câncer.

O estudo revisado por pares, publicado na revista eClinicalMedicine, do Lancet, na terça-feira, 31, foi uma colaboração com pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade NOVA de Lisboa.

Dos 197.426 indivíduos, 15.921 pessoas desenvolveram câncer e ocorreram 4.009 mortes relacionadas ao câncer.

“Para cada aumento de 10% nos alimentos ultraprocessados na dieta de uma pessoa, houve um aumento de 2% na incidência de câncer em geral e um aumento de 19% no câncer de ovário especificamente”, disse o Imperial College de Londres, em um comunicado. Essas ligações permaneceram após o ajuste de fatores socioeconômicos, como tabagismo, atividade física e índice de massa corporal (IMC).

Não está claro por que houve um aumento particularmente alto na incidência de câncer de ovário. No entanto, pesquisas separadas encontraram uma associação entre a doença e a acrilamida, um produto químico industrial formado durante procedimentos de cozimento em alta temperatura.

“Alguns agentes potencialmente causadores de câncer, como alguns controversos aditivos alimentares e agentes químicos gerados durante o processamento, podem interferir nos efeitos hormonais e, assim, afetar os cânceres relacionados a hormônios, como o câncer de ovário”, disse Eszter Vamos, autora sênior do estudo, por e-mail.

Mais estudos são necessários para determinar o impacto em mulheres e crianças, disse ela, já que essas últimas tendem a ser as “principais consumidoras de alimentos ultraprocessados”.

De acordo com a American Cancer Society, o câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos - representando mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. O câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas e é mais comum em mulheres brancas do que em mulheres negras.

Quase 60% das calorias ingeridas pelos adultos nos Estados Unidos são de alimentos ultraprocessados, que muitas vezes têm baixo valor nutricional. Eles respondem por 25% até 50% das calorias consumidas em muitos outros países também, incluindo Inglaterra, Canadá, França, Líbano e Japão.

Segundo Eszter, o estudo observacional “não pode provar causa e efeito” definitivamente, mostrando apenas uma associação entre os alimentos e o aumento do risco de câncer. No entanto, argumenta o estudo, as descobertas indicam a importância de considerar o processamento de alimentos nas dietas.

“Alimentos ultraprocessados estão em toda parte e são altamente comercializados com preço barato e embalagens atraentes”, disse outra autora do estudo, Kiara Chang, em comunicado. “Isso mostra que nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população.”

Chang pediu uma melhor rotulagem e embalagem de alimentos para deixar claro aos consumidores os riscos de suas escolhas, bem como subsídios para alimentos preparados na hora, para garantir que eles permaneçam acessíveis.

Outros estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer de cólon. Um estudo recente com mais de 22 mil pessoas descobriu que a aqueles que comiam muitos alimentos ultraprocessados tinham uma probabilidade 19% maior de morte precoce e um risco 32% maior de morrer de doença cardíaca.

“Houve um avanço global dos alimentos ultraprocessados e esses produtos substituem cada vez mais os alimentos tradicionais em nossa dieta”, disse Eszter. “Geralmente, os países de alta renda têm os níveis mais altos de consumo, EUA e Reino Unido são os principais consumidores”.

Estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade Foto: Tiago Queiroz/ESTADÃO

O Brasil proibiu a comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas, enquanto a França e o Canadá pressionaram para limitar esses alimentos em suas diretrizes dietéticas nacionais.

Panagiota Mitrou, diretor de pesquisa e inovação do World Cancer Research Fund, que ajudou a financiar o estudo, disse, por e-mail, que as descobertas foram “significativas” e devem encorajar as pessoas a limitar o consumo de fast food e “outros alimentos processados com alto teor de gordura , amidos ou açúcares.”

“Para obter o máximo benefício, também recomendamos que você inclua grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas na sua dieta habitual”, acrescentou.

THE WASHINGTON POST - Alimentos ultraprocessados, como cereais matinais, pizza congelada, refeições prontas e refrigerantes, podem aumentar o risco de desenvolver câncer, particularmente de ovário e de cérebro, dizem pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres.

Muitos alimentos passam por uma quantidade moderada de processamento - como queijo, manteiga de amendoim salgado, molho de macarrão -, mas alimentos ultraprocessados têm mais aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes. Normalmente, eles são submetidos a métodos de processamento para transformar seu sabor, textura e aparência e podem incluir cachorros-quentes, rosquinhas e iogurtes com sabor.

Os pesquisadores avaliaram as dietas de quase 200 mil adultos de meia-idade por um período de dez anos no Reino Unido e descobriram que “um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de câncer geral, especificamente de ovário e de cérebro.” Eles também encontraram uma associação com um risco aumentado de morrer de câncer.

O estudo revisado por pares, publicado na revista eClinicalMedicine, do Lancet, na terça-feira, 31, foi uma colaboração com pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade NOVA de Lisboa.

Dos 197.426 indivíduos, 15.921 pessoas desenvolveram câncer e ocorreram 4.009 mortes relacionadas ao câncer.

“Para cada aumento de 10% nos alimentos ultraprocessados na dieta de uma pessoa, houve um aumento de 2% na incidência de câncer em geral e um aumento de 19% no câncer de ovário especificamente”, disse o Imperial College de Londres, em um comunicado. Essas ligações permaneceram após o ajuste de fatores socioeconômicos, como tabagismo, atividade física e índice de massa corporal (IMC).

Não está claro por que houve um aumento particularmente alto na incidência de câncer de ovário. No entanto, pesquisas separadas encontraram uma associação entre a doença e a acrilamida, um produto químico industrial formado durante procedimentos de cozimento em alta temperatura.

“Alguns agentes potencialmente causadores de câncer, como alguns controversos aditivos alimentares e agentes químicos gerados durante o processamento, podem interferir nos efeitos hormonais e, assim, afetar os cânceres relacionados a hormônios, como o câncer de ovário”, disse Eszter Vamos, autora sênior do estudo, por e-mail.

Mais estudos são necessários para determinar o impacto em mulheres e crianças, disse ela, já que essas últimas tendem a ser as “principais consumidoras de alimentos ultraprocessados”.

De acordo com a American Cancer Society, o câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos - representando mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. O câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas e é mais comum em mulheres brancas do que em mulheres negras.

Quase 60% das calorias ingeridas pelos adultos nos Estados Unidos são de alimentos ultraprocessados, que muitas vezes têm baixo valor nutricional. Eles respondem por 25% até 50% das calorias consumidas em muitos outros países também, incluindo Inglaterra, Canadá, França, Líbano e Japão.

Segundo Eszter, o estudo observacional “não pode provar causa e efeito” definitivamente, mostrando apenas uma associação entre os alimentos e o aumento do risco de câncer. No entanto, argumenta o estudo, as descobertas indicam a importância de considerar o processamento de alimentos nas dietas.

“Alimentos ultraprocessados estão em toda parte e são altamente comercializados com preço barato e embalagens atraentes”, disse outra autora do estudo, Kiara Chang, em comunicado. “Isso mostra que nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população.”

Chang pediu uma melhor rotulagem e embalagem de alimentos para deixar claro aos consumidores os riscos de suas escolhas, bem como subsídios para alimentos preparados na hora, para garantir que eles permaneçam acessíveis.

Outros estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer de cólon. Um estudo recente com mais de 22 mil pessoas descobriu que a aqueles que comiam muitos alimentos ultraprocessados tinham uma probabilidade 19% maior de morte precoce e um risco 32% maior de morrer de doença cardíaca.

“Houve um avanço global dos alimentos ultraprocessados e esses produtos substituem cada vez mais os alimentos tradicionais em nossa dieta”, disse Eszter. “Geralmente, os países de alta renda têm os níveis mais altos de consumo, EUA e Reino Unido são os principais consumidores”.

Estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade Foto: Tiago Queiroz/ESTADÃO

O Brasil proibiu a comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas, enquanto a França e o Canadá pressionaram para limitar esses alimentos em suas diretrizes dietéticas nacionais.

Panagiota Mitrou, diretor de pesquisa e inovação do World Cancer Research Fund, que ajudou a financiar o estudo, disse, por e-mail, que as descobertas foram “significativas” e devem encorajar as pessoas a limitar o consumo de fast food e “outros alimentos processados com alto teor de gordura , amidos ou açúcares.”

“Para obter o máximo benefício, também recomendamos que você inclua grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas na sua dieta habitual”, acrescentou.

THE WASHINGTON POST - Alimentos ultraprocessados, como cereais matinais, pizza congelada, refeições prontas e refrigerantes, podem aumentar o risco de desenvolver câncer, particularmente de ovário e de cérebro, dizem pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres.

Muitos alimentos passam por uma quantidade moderada de processamento - como queijo, manteiga de amendoim salgado, molho de macarrão -, mas alimentos ultraprocessados têm mais aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes. Normalmente, eles são submetidos a métodos de processamento para transformar seu sabor, textura e aparência e podem incluir cachorros-quentes, rosquinhas e iogurtes com sabor.

Os pesquisadores avaliaram as dietas de quase 200 mil adultos de meia-idade por um período de dez anos no Reino Unido e descobriram que “um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de câncer geral, especificamente de ovário e de cérebro.” Eles também encontraram uma associação com um risco aumentado de morrer de câncer.

O estudo revisado por pares, publicado na revista eClinicalMedicine, do Lancet, na terça-feira, 31, foi uma colaboração com pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade NOVA de Lisboa.

Dos 197.426 indivíduos, 15.921 pessoas desenvolveram câncer e ocorreram 4.009 mortes relacionadas ao câncer.

“Para cada aumento de 10% nos alimentos ultraprocessados na dieta de uma pessoa, houve um aumento de 2% na incidência de câncer em geral e um aumento de 19% no câncer de ovário especificamente”, disse o Imperial College de Londres, em um comunicado. Essas ligações permaneceram após o ajuste de fatores socioeconômicos, como tabagismo, atividade física e índice de massa corporal (IMC).

Não está claro por que houve um aumento particularmente alto na incidência de câncer de ovário. No entanto, pesquisas separadas encontraram uma associação entre a doença e a acrilamida, um produto químico industrial formado durante procedimentos de cozimento em alta temperatura.

“Alguns agentes potencialmente causadores de câncer, como alguns controversos aditivos alimentares e agentes químicos gerados durante o processamento, podem interferir nos efeitos hormonais e, assim, afetar os cânceres relacionados a hormônios, como o câncer de ovário”, disse Eszter Vamos, autora sênior do estudo, por e-mail.

Mais estudos são necessários para determinar o impacto em mulheres e crianças, disse ela, já que essas últimas tendem a ser as “principais consumidoras de alimentos ultraprocessados”.

De acordo com a American Cancer Society, o câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos - representando mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. O câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas e é mais comum em mulheres brancas do que em mulheres negras.

Quase 60% das calorias ingeridas pelos adultos nos Estados Unidos são de alimentos ultraprocessados, que muitas vezes têm baixo valor nutricional. Eles respondem por 25% até 50% das calorias consumidas em muitos outros países também, incluindo Inglaterra, Canadá, França, Líbano e Japão.

Segundo Eszter, o estudo observacional “não pode provar causa e efeito” definitivamente, mostrando apenas uma associação entre os alimentos e o aumento do risco de câncer. No entanto, argumenta o estudo, as descobertas indicam a importância de considerar o processamento de alimentos nas dietas.

“Alimentos ultraprocessados estão em toda parte e são altamente comercializados com preço barato e embalagens atraentes”, disse outra autora do estudo, Kiara Chang, em comunicado. “Isso mostra que nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população.”

Chang pediu uma melhor rotulagem e embalagem de alimentos para deixar claro aos consumidores os riscos de suas escolhas, bem como subsídios para alimentos preparados na hora, para garantir que eles permaneçam acessíveis.

Outros estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer de cólon. Um estudo recente com mais de 22 mil pessoas descobriu que a aqueles que comiam muitos alimentos ultraprocessados tinham uma probabilidade 19% maior de morte precoce e um risco 32% maior de morrer de doença cardíaca.

“Houve um avanço global dos alimentos ultraprocessados e esses produtos substituem cada vez mais os alimentos tradicionais em nossa dieta”, disse Eszter. “Geralmente, os países de alta renda têm os níveis mais altos de consumo, EUA e Reino Unido são os principais consumidores”.

Estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade Foto: Tiago Queiroz/ESTADÃO

O Brasil proibiu a comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas, enquanto a França e o Canadá pressionaram para limitar esses alimentos em suas diretrizes dietéticas nacionais.

Panagiota Mitrou, diretor de pesquisa e inovação do World Cancer Research Fund, que ajudou a financiar o estudo, disse, por e-mail, que as descobertas foram “significativas” e devem encorajar as pessoas a limitar o consumo de fast food e “outros alimentos processados com alto teor de gordura , amidos ou açúcares.”

“Para obter o máximo benefício, também recomendamos que você inclua grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas na sua dieta habitual”, acrescentou.

THE WASHINGTON POST - Alimentos ultraprocessados, como cereais matinais, pizza congelada, refeições prontas e refrigerantes, podem aumentar o risco de desenvolver câncer, particularmente de ovário e de cérebro, dizem pesquisadores da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres.

Muitos alimentos passam por uma quantidade moderada de processamento - como queijo, manteiga de amendoim salgado, molho de macarrão -, mas alimentos ultraprocessados têm mais aditivos, sabores artificiais, cores, adoçantes e conservantes. Normalmente, eles são submetidos a métodos de processamento para transformar seu sabor, textura e aparência e podem incluir cachorros-quentes, rosquinhas e iogurtes com sabor.

Os pesquisadores avaliaram as dietas de quase 200 mil adultos de meia-idade por um período de dez anos no Reino Unido e descobriram que “um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de câncer geral, especificamente de ovário e de cérebro.” Eles também encontraram uma associação com um risco aumentado de morrer de câncer.

O estudo revisado por pares, publicado na revista eClinicalMedicine, do Lancet, na terça-feira, 31, foi uma colaboração com pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade NOVA de Lisboa.

Dos 197.426 indivíduos, 15.921 pessoas desenvolveram câncer e ocorreram 4.009 mortes relacionadas ao câncer.

“Para cada aumento de 10% nos alimentos ultraprocessados na dieta de uma pessoa, houve um aumento de 2% na incidência de câncer em geral e um aumento de 19% no câncer de ovário especificamente”, disse o Imperial College de Londres, em um comunicado. Essas ligações permaneceram após o ajuste de fatores socioeconômicos, como tabagismo, atividade física e índice de massa corporal (IMC).

Não está claro por que houve um aumento particularmente alto na incidência de câncer de ovário. No entanto, pesquisas separadas encontraram uma associação entre a doença e a acrilamida, um produto químico industrial formado durante procedimentos de cozimento em alta temperatura.

“Alguns agentes potencialmente causadores de câncer, como alguns controversos aditivos alimentares e agentes químicos gerados durante o processamento, podem interferir nos efeitos hormonais e, assim, afetar os cânceres relacionados a hormônios, como o câncer de ovário”, disse Eszter Vamos, autora sênior do estudo, por e-mail.

Mais estudos são necessários para determinar o impacto em mulheres e crianças, disse ela, já que essas últimas tendem a ser as “principais consumidoras de alimentos ultraprocessados”.

De acordo com a American Cancer Society, o câncer de ovário ocupa o quinto lugar em mortes por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos - representando mais mortes do que qualquer outro câncer do sistema reprodutivo feminino. O câncer se desenvolve principalmente em mulheres mais velhas e é mais comum em mulheres brancas do que em mulheres negras.

Quase 60% das calorias ingeridas pelos adultos nos Estados Unidos são de alimentos ultraprocessados, que muitas vezes têm baixo valor nutricional. Eles respondem por 25% até 50% das calorias consumidas em muitos outros países também, incluindo Inglaterra, Canadá, França, Líbano e Japão.

Segundo Eszter, o estudo observacional “não pode provar causa e efeito” definitivamente, mostrando apenas uma associação entre os alimentos e o aumento do risco de câncer. No entanto, argumenta o estudo, as descobertas indicam a importância de considerar o processamento de alimentos nas dietas.

“Alimentos ultraprocessados estão em toda parte e são altamente comercializados com preço barato e embalagens atraentes”, disse outra autora do estudo, Kiara Chang, em comunicado. “Isso mostra que nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população.”

Chang pediu uma melhor rotulagem e embalagem de alimentos para deixar claro aos consumidores os riscos de suas escolhas, bem como subsídios para alimentos preparados na hora, para garantir que eles permaneçam acessíveis.

Outros estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer de cólon. Um estudo recente com mais de 22 mil pessoas descobriu que a aqueles que comiam muitos alimentos ultraprocessados tinham uma probabilidade 19% maior de morte precoce e um risco 32% maior de morrer de doença cardíaca.

“Houve um avanço global dos alimentos ultraprocessados e esses produtos substituem cada vez mais os alimentos tradicionais em nossa dieta”, disse Eszter. “Geralmente, os países de alta renda têm os níveis mais altos de consumo, EUA e Reino Unido são os principais consumidores”.

Estudos mostraram uma ligação entre alimentos ultraprocessados e taxas mais altas de obesidade Foto: Tiago Queiroz/ESTADÃO

O Brasil proibiu a comercialização de alimentos ultraprocessados nas escolas, enquanto a França e o Canadá pressionaram para limitar esses alimentos em suas diretrizes dietéticas nacionais.

Panagiota Mitrou, diretor de pesquisa e inovação do World Cancer Research Fund, que ajudou a financiar o estudo, disse, por e-mail, que as descobertas foram “significativas” e devem encorajar as pessoas a limitar o consumo de fast food e “outros alimentos processados com alto teor de gordura , amidos ou açúcares.”

“Para obter o máximo benefício, também recomendamos que você inclua grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas na sua dieta habitual”, acrescentou.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.