Plano de saúde para pets: quando vale a pena contratar?


Cobertura de saúde para animais de estimação cresce no País; veja como funciona o serviço

Por Ana Lourenço
Atualização:

Para muitos brasileiros, os animais de estimação são considerados integrantes da família, merecendo os mesmos cuidados de saúde e bem-estar de seus “parentes” humanos. Em alguns casos, isso pode incluir a contratação de um plano de saúde, serviço que vem se popularizando nos últimos anos no País. Somente na PetLove, uma das maiores empresas do segmento, houve aumento de 100% no número de pets segurados em relação a 2022. Hoje, a empresa tem em sua carteira de clientes 244 mil animais.

Embora o serviço esteja em crescimento, o índice de animais cobertos ainda é baixo. Pesquisa da PetLove estima que 350 mil animais tenham plano no Brasil, o equivalente a 0,4% da população de cães e gatos do País, estimada em 85,2 milhões, de acordo com o Instituto Pet Brasil. Essas são as duas únicas espécies cobertas por planos hoje. Ainda de acordo com a pesquisa da PetLove, o índice de animais cobertos no Brasil é bem inferior ao de outros países - 2,5% nos Estados Unidos, 25% no Reino Unido e 40% na Suécia.

Para os brasileiros que decidem contratar o serviço, o principal motivo é a segurança de ter procedimentos cobertos sem ter que desembolsar altas quantias. “Eu já deixei (o dinheiro de) um carro popular para curar meu antigo cachorro quando ele precisou. Quando vem a necessidade, a gente faz o que pode e até o que não pode, porque o cachorro vira família. Para não ter surpresas de novo, eu fiz o plano”, explica a engenheira Maria Manran Mangabeira, de 30 anos, tutora do beagle Caju.

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“Ela é minha filha”, brinca a arquiteta Andressa Bofete, de 28 anos, sobre a cachorrinha Cacau, de 1 ano. Por ser da raça Shih-tzu, ela tem uma tendência maior de alergias e coceiras, por isso, desde que foi adotada, foi incluída em um plano de saúde. Já Apolo, golden retriever da engenheira ambiental Mayara Moura, tem dez anos e começou a apresentar problemas degenerativos, por isso ganhou um convênio.

Andressa Bofete com sua cachorra, Cacau, que tem plano de saúde desde que nasceu Foto: Felipe Rau/Estadão

No mundo pet, porém, não há agência reguladora (o equivalente à Agência Nacional de Saúde Suplementar para os planos de saúde humanos), por isso, não há rol de procedimentos obrigatórios, prazos de carência ou outros critérios mínimos para a prestação do serviço. Tudo varia de acordo com a empresa contratada. “O que existe e é obrigatório para a existência desse plano de saúde é ele estar registrado no nosso site vinculado a uma anotação de responsabilidade técnica de um médico veterinário”, conta Leonardo Burlini Soares, diretor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

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Pela falta de regulamentação, tutores relatam dificuldades na contratação e na utilização de alguns planos. “Tive experiências bem ruins com o primeiro plano que comprei para a Cacau. Paguei caro, o aplicativo era ruim e, quando mais precisei, quando ela não estava comendo e vomitando sangue, não conseguimos contato com ninguém para internar”, diz Andressa. Ela trocou de plano e diz que, hoje, tem uma experiência melhor. “Consigo ver tudo ao que tenho direito no aplicativo e a comunicação é rápida. Existe um site, um suporte”, conta.

Motivos para ter um plano de saúde para o seu pet

De acordo com a veterinária Renata Tolezano Pires, coordenadora clínica na Rede WeVets, as idas ao veterinário podem variar desde consultas de rotina que saem por volta de R$165 até a busca por assistência em casos mais complexos, como os que exigem procedimentos cirúrgicos, que chegam a custar até R$20 mil, dependendo da complexidade.

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Por isso, para quem quer garantir a possibilidade de oferecer tratamentos médicos mais complexos ao seu animal, mas não teria condições de arcar com os custos, contratar um plano pode ser uma boa opção. É importante saber, porém, que as coberturas variam conforme o plano contratado.

No caso do beagle Caju, que é segurado desde que nasceu, a castração e as primeiras vacinas estavam cobertas. “Muda muito a nossa ação em relação à saúde do cachorro. Você não espera que ele passe mal para ver se no dia seguinte ele melhora. Qualquer sintoma diferente, eu já levo para o veterinário”, diz Maria.

Para os especialistas, a contratação do serviço também pode ser útil para monitoramento regular da saúde do animal e diagnóstico precoce de doenças. “Os planos de saúde para pet podem colaborar bastante na promoção da saúde preventiva. Eles incentivam os tutores a realizarem check-ups regulares, o que é fundamental para detectar problemas precocemente e garantir uma vida longa e saudável para os pets”, pontua Renata.

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Não há seguradoras que permitam colocar o pet como dependente no plano de saúde do seu tutor, porém, várias oferecem opções de descontos para o caso de planos pets. É o caso da Porto Seguro, que, em parceria com a Petlove, garante 10% de desconto para o plano de saúde pet para quem é portador do cartão de crédito ou quem tem seguro residencial ou seguro de vida. O Bradesco e o Itaú também dão essa assistência para seus clientes.

Como funciona um plano de saúde pet?

A prestação de serviço do plano pet é semelhante ao de um convênio médico para humanos: o tutor paga um valor fixo mensal e tem acesso a uma rede credenciada com clínicas, hospitais e laboratórios. Em algumas, há coparticipação, ou seja, o contratante tem que pagar uma parte do custo do atendimento sempre que utilizar o plano. Em outras, o valor é só o da mensalidade.

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Há ainda empresas que oferecem reembolso, caso a rede credenciada não atenda ao que o cliente precisa. “Caso seja uma emergência, oferecemos reembolso. Nosso foco é salvar a vida do pet. Para ter um suporte rápido e próximo, a gente libera o uso de veterinário que não seja da rede credenciada nessas situações”, conta João Gomes, diretor comercial da Dog Life, outra empresa que atua no setor.

Todas as companhias têm opções de planos que vão dos mais simples aos mais elaborados, com maior quantidade de serviços oferecidos, dependendo do que o tutor procura, e também oferecem desconto se o contrato for para mais de um animal.

Muitos planos também permitem que serviços extras sejam adicionados na próxima mensalidade, de acordo com a necessidade do animal - como é o caso da Petlove - ou que sejam feitos upgrades instantâneos para outro tipo de plano, como acontece na Dog Life. Assim, se o pet precisar de uma consulta que não estava incluída no seu plano original, como a de uma especialidade, ele pode ter a assistência.

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Cachorro com plano de saúde é atendido por veterinária Foto: Arquivo Pessoal/Pet Love

No mercado, é possível encontrar planos a partir de R$19,90, que cobrem vacinas obrigatórias (raiva, polivalente e quádrupla), exames laboratoriais simples e clínico geral a domicílio, com retorno, até planos por R$299,90, que cobrem consultas 24 horas, atendimentos com especialistas, exames de imagem, cirurgias, internações e tartarectomia (remoção de tártaro).

Independentemente da escolha, recomenda-se que o cliente leia o contrato completo. É preciso ficar atento para o período de carência de cada plano (que pode variar de 15 a 240 dias), a proximidade das clínicas conveniadas e a qualidade delas, o limite de vezes que os serviços podem ser utilizados, se existe coparticipação e se há possibilidade de reembolsos. Alguns planos, por exemplo, fazem distinção de preços pela idade, raça, porte ou doenças/problemas de saúde pré-existentes; já em outros, animais idosos não são aceitos.

“Existe uma grande variedade de planos e, com isso, diferentes preços e condições, por isso é importante que o cliente realmente leia atentamente todas as condições para ele não pensar que está contratando um serviço e depois ser pego de surpresa”, indica Soares, do CRMV-SP.

De acordo com a veterinária Renata, também é importante ficar atento para as especificidades de cada raça. Pugs e buldogs ingleses, por exemplo, têm maior risco de problemas respiratórios e de pele, enquanto o pastor alemão pode desenvolver displasia do quadril. Já gatos da raça persa têm tendência a problemas respiratórios e renais. Por isso, é interessante procurar um plano que cubra os tratamentos que são mais prevalentes na raça do seu animal.

Além disso, é preciso verificar as exigências de cada plano. Na Petlove, por exemplo, a microchipagem é obrigatória. “Isso ajuda a nossa rede a fazer o melhor atendimento ao pet, dispensa a necessidade de carteirinha ou identificação do tutor para o atendimento, além de ser extremamente importante em casos de perda do pet”, diz Fabiano Lima, CEO de saúde da empresa. De acordo com ele, todos os clientes do plano recebem o microchip (que é inserido por uma injeção subcutânea) gratuitamente.

Já na Dog Life, a microchipagem não é obrigatória, mas eles também oferecem o serviço gratuito. “Como isso gera desconforto em muito tutor, nós não obrigamos o uso, mas, se for desejo dele, é gratuito o procedimento. Para aqueles que não gostam da ideia, usamos uma carteirinha virtual que a pessoa faz quando fecha o plano”, conta Gomes.

Como saber se ter um plano vale a pena ou não?

“Cada vez mais municípios parecem interessados em oferecer serviços veterinários pela iniciativa pública de maneira gratuita para os tutores, mas existe uma diferença pois, no mundo animal, não existe um SUS como há para os humanos”, explica Soares, da CRMV-SP.

Em São Paulo, há alguns hospitais públicos veterinários, além de campanhas gratuitas de vacinação oferecidas pela prefeitura e até iniciativas de atendimentos gratuitos em universidades com hospital veterinário como a USP. Para saber se isso basta para o seu pet, leve em conta o deslocamento e as filas de espera que poderá enfrentar para conseguir o atendimento.

Para avaliar se a contratação do plano vale a pena, é importante colocar os possíveis custos no papel e avaliar vantagens e desvantagens das empresas que prestam o serviço. Essa conta não deve ser feita somente considerando a saúde atual do animal. “Para mim, o plano sempre vai ser benéfico pela segurança que eu tenho, mas, como sempre tem reajuste, em alguns anos, ele vale mais a pena financeiramente. Por exemplo, no ano passado, o Caju só tomou as vacinas - o que provavelmente seria mais barato se fosse particular. Mas, neste ano, ele teve de operar o olho, o que incluiu oftalmologista, cirurgia, exames e internação. Então saí no lucro”, explica Maria.

De acordo com os especialistas, os procedimentos mais usados hoje em dia são consultas de rotina, vacinas e exames. “Em cachorros, algumas das doenças mais comuns incluem as doenças dermatológicas e gastroentéricas, que levam aos quadros de vômito e diarreia”, conta a veterinária Renata. Já nos gatos, doenças como a leucemia felina, panleucopenia felina, rinotraqueíte e a Doença do Trato Urinário Inferior Felino (DTUIF) são bastante prevalentes. “A prevenção, especialmente através da vacinação e alimentação adequada, desempenha um papel crucial na saúde felina”, diz ela.

Evitar alimentação humana indevida, proporcionar passeios regulares para prevenir problemas comportamentais e manter uma higiene adequada reduzem o risco de problemas de saúde.

Antes de qualquer decisão, vale lembrar a importância da posse responsável. Será que você está pronto para ter esse nível de comprometimento na sua vida? “A escolha de ter um animal precisa ser algo muito pensado porque, quando se opta por adotar ou comprar um animal, você traz consigo toda uma responsabilidade que envolve o custo financeiro também”, alerta Soares.

Para muitos brasileiros, os animais de estimação são considerados integrantes da família, merecendo os mesmos cuidados de saúde e bem-estar de seus “parentes” humanos. Em alguns casos, isso pode incluir a contratação de um plano de saúde, serviço que vem se popularizando nos últimos anos no País. Somente na PetLove, uma das maiores empresas do segmento, houve aumento de 100% no número de pets segurados em relação a 2022. Hoje, a empresa tem em sua carteira de clientes 244 mil animais.

Embora o serviço esteja em crescimento, o índice de animais cobertos ainda é baixo. Pesquisa da PetLove estima que 350 mil animais tenham plano no Brasil, o equivalente a 0,4% da população de cães e gatos do País, estimada em 85,2 milhões, de acordo com o Instituto Pet Brasil. Essas são as duas únicas espécies cobertas por planos hoje. Ainda de acordo com a pesquisa da PetLove, o índice de animais cobertos no Brasil é bem inferior ao de outros países - 2,5% nos Estados Unidos, 25% no Reino Unido e 40% na Suécia.

Para os brasileiros que decidem contratar o serviço, o principal motivo é a segurança de ter procedimentos cobertos sem ter que desembolsar altas quantias. “Eu já deixei (o dinheiro de) um carro popular para curar meu antigo cachorro quando ele precisou. Quando vem a necessidade, a gente faz o que pode e até o que não pode, porque o cachorro vira família. Para não ter surpresas de novo, eu fiz o plano”, explica a engenheira Maria Manran Mangabeira, de 30 anos, tutora do beagle Caju.

“Ela é minha filha”, brinca a arquiteta Andressa Bofete, de 28 anos, sobre a cachorrinha Cacau, de 1 ano. Por ser da raça Shih-tzu, ela tem uma tendência maior de alergias e coceiras, por isso, desde que foi adotada, foi incluída em um plano de saúde. Já Apolo, golden retriever da engenheira ambiental Mayara Moura, tem dez anos e começou a apresentar problemas degenerativos, por isso ganhou um convênio.

Andressa Bofete com sua cachorra, Cacau, que tem plano de saúde desde que nasceu Foto: Felipe Rau/Estadão

No mundo pet, porém, não há agência reguladora (o equivalente à Agência Nacional de Saúde Suplementar para os planos de saúde humanos), por isso, não há rol de procedimentos obrigatórios, prazos de carência ou outros critérios mínimos para a prestação do serviço. Tudo varia de acordo com a empresa contratada. “O que existe e é obrigatório para a existência desse plano de saúde é ele estar registrado no nosso site vinculado a uma anotação de responsabilidade técnica de um médico veterinário”, conta Leonardo Burlini Soares, diretor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Pela falta de regulamentação, tutores relatam dificuldades na contratação e na utilização de alguns planos. “Tive experiências bem ruins com o primeiro plano que comprei para a Cacau. Paguei caro, o aplicativo era ruim e, quando mais precisei, quando ela não estava comendo e vomitando sangue, não conseguimos contato com ninguém para internar”, diz Andressa. Ela trocou de plano e diz que, hoje, tem uma experiência melhor. “Consigo ver tudo ao que tenho direito no aplicativo e a comunicação é rápida. Existe um site, um suporte”, conta.

Motivos para ter um plano de saúde para o seu pet

De acordo com a veterinária Renata Tolezano Pires, coordenadora clínica na Rede WeVets, as idas ao veterinário podem variar desde consultas de rotina que saem por volta de R$165 até a busca por assistência em casos mais complexos, como os que exigem procedimentos cirúrgicos, que chegam a custar até R$20 mil, dependendo da complexidade.

Por isso, para quem quer garantir a possibilidade de oferecer tratamentos médicos mais complexos ao seu animal, mas não teria condições de arcar com os custos, contratar um plano pode ser uma boa opção. É importante saber, porém, que as coberturas variam conforme o plano contratado.

No caso do beagle Caju, que é segurado desde que nasceu, a castração e as primeiras vacinas estavam cobertas. “Muda muito a nossa ação em relação à saúde do cachorro. Você não espera que ele passe mal para ver se no dia seguinte ele melhora. Qualquer sintoma diferente, eu já levo para o veterinário”, diz Maria.

Para os especialistas, a contratação do serviço também pode ser útil para monitoramento regular da saúde do animal e diagnóstico precoce de doenças. “Os planos de saúde para pet podem colaborar bastante na promoção da saúde preventiva. Eles incentivam os tutores a realizarem check-ups regulares, o que é fundamental para detectar problemas precocemente e garantir uma vida longa e saudável para os pets”, pontua Renata.

Não há seguradoras que permitam colocar o pet como dependente no plano de saúde do seu tutor, porém, várias oferecem opções de descontos para o caso de planos pets. É o caso da Porto Seguro, que, em parceria com a Petlove, garante 10% de desconto para o plano de saúde pet para quem é portador do cartão de crédito ou quem tem seguro residencial ou seguro de vida. O Bradesco e o Itaú também dão essa assistência para seus clientes.

Como funciona um plano de saúde pet?

A prestação de serviço do plano pet é semelhante ao de um convênio médico para humanos: o tutor paga um valor fixo mensal e tem acesso a uma rede credenciada com clínicas, hospitais e laboratórios. Em algumas, há coparticipação, ou seja, o contratante tem que pagar uma parte do custo do atendimento sempre que utilizar o plano. Em outras, o valor é só o da mensalidade.

Há ainda empresas que oferecem reembolso, caso a rede credenciada não atenda ao que o cliente precisa. “Caso seja uma emergência, oferecemos reembolso. Nosso foco é salvar a vida do pet. Para ter um suporte rápido e próximo, a gente libera o uso de veterinário que não seja da rede credenciada nessas situações”, conta João Gomes, diretor comercial da Dog Life, outra empresa que atua no setor.

Todas as companhias têm opções de planos que vão dos mais simples aos mais elaborados, com maior quantidade de serviços oferecidos, dependendo do que o tutor procura, e também oferecem desconto se o contrato for para mais de um animal.

Muitos planos também permitem que serviços extras sejam adicionados na próxima mensalidade, de acordo com a necessidade do animal - como é o caso da Petlove - ou que sejam feitos upgrades instantâneos para outro tipo de plano, como acontece na Dog Life. Assim, se o pet precisar de uma consulta que não estava incluída no seu plano original, como a de uma especialidade, ele pode ter a assistência.

Cachorro com plano de saúde é atendido por veterinária Foto: Arquivo Pessoal/Pet Love

No mercado, é possível encontrar planos a partir de R$19,90, que cobrem vacinas obrigatórias (raiva, polivalente e quádrupla), exames laboratoriais simples e clínico geral a domicílio, com retorno, até planos por R$299,90, que cobrem consultas 24 horas, atendimentos com especialistas, exames de imagem, cirurgias, internações e tartarectomia (remoção de tártaro).

Independentemente da escolha, recomenda-se que o cliente leia o contrato completo. É preciso ficar atento para o período de carência de cada plano (que pode variar de 15 a 240 dias), a proximidade das clínicas conveniadas e a qualidade delas, o limite de vezes que os serviços podem ser utilizados, se existe coparticipação e se há possibilidade de reembolsos. Alguns planos, por exemplo, fazem distinção de preços pela idade, raça, porte ou doenças/problemas de saúde pré-existentes; já em outros, animais idosos não são aceitos.

“Existe uma grande variedade de planos e, com isso, diferentes preços e condições, por isso é importante que o cliente realmente leia atentamente todas as condições para ele não pensar que está contratando um serviço e depois ser pego de surpresa”, indica Soares, do CRMV-SP.

De acordo com a veterinária Renata, também é importante ficar atento para as especificidades de cada raça. Pugs e buldogs ingleses, por exemplo, têm maior risco de problemas respiratórios e de pele, enquanto o pastor alemão pode desenvolver displasia do quadril. Já gatos da raça persa têm tendência a problemas respiratórios e renais. Por isso, é interessante procurar um plano que cubra os tratamentos que são mais prevalentes na raça do seu animal.

Além disso, é preciso verificar as exigências de cada plano. Na Petlove, por exemplo, a microchipagem é obrigatória. “Isso ajuda a nossa rede a fazer o melhor atendimento ao pet, dispensa a necessidade de carteirinha ou identificação do tutor para o atendimento, além de ser extremamente importante em casos de perda do pet”, diz Fabiano Lima, CEO de saúde da empresa. De acordo com ele, todos os clientes do plano recebem o microchip (que é inserido por uma injeção subcutânea) gratuitamente.

Já na Dog Life, a microchipagem não é obrigatória, mas eles também oferecem o serviço gratuito. “Como isso gera desconforto em muito tutor, nós não obrigamos o uso, mas, se for desejo dele, é gratuito o procedimento. Para aqueles que não gostam da ideia, usamos uma carteirinha virtual que a pessoa faz quando fecha o plano”, conta Gomes.

Como saber se ter um plano vale a pena ou não?

“Cada vez mais municípios parecem interessados em oferecer serviços veterinários pela iniciativa pública de maneira gratuita para os tutores, mas existe uma diferença pois, no mundo animal, não existe um SUS como há para os humanos”, explica Soares, da CRMV-SP.

Em São Paulo, há alguns hospitais públicos veterinários, além de campanhas gratuitas de vacinação oferecidas pela prefeitura e até iniciativas de atendimentos gratuitos em universidades com hospital veterinário como a USP. Para saber se isso basta para o seu pet, leve em conta o deslocamento e as filas de espera que poderá enfrentar para conseguir o atendimento.

Para avaliar se a contratação do plano vale a pena, é importante colocar os possíveis custos no papel e avaliar vantagens e desvantagens das empresas que prestam o serviço. Essa conta não deve ser feita somente considerando a saúde atual do animal. “Para mim, o plano sempre vai ser benéfico pela segurança que eu tenho, mas, como sempre tem reajuste, em alguns anos, ele vale mais a pena financeiramente. Por exemplo, no ano passado, o Caju só tomou as vacinas - o que provavelmente seria mais barato se fosse particular. Mas, neste ano, ele teve de operar o olho, o que incluiu oftalmologista, cirurgia, exames e internação. Então saí no lucro”, explica Maria.

De acordo com os especialistas, os procedimentos mais usados hoje em dia são consultas de rotina, vacinas e exames. “Em cachorros, algumas das doenças mais comuns incluem as doenças dermatológicas e gastroentéricas, que levam aos quadros de vômito e diarreia”, conta a veterinária Renata. Já nos gatos, doenças como a leucemia felina, panleucopenia felina, rinotraqueíte e a Doença do Trato Urinário Inferior Felino (DTUIF) são bastante prevalentes. “A prevenção, especialmente através da vacinação e alimentação adequada, desempenha um papel crucial na saúde felina”, diz ela.

Evitar alimentação humana indevida, proporcionar passeios regulares para prevenir problemas comportamentais e manter uma higiene adequada reduzem o risco de problemas de saúde.

Antes de qualquer decisão, vale lembrar a importância da posse responsável. Será que você está pronto para ter esse nível de comprometimento na sua vida? “A escolha de ter um animal precisa ser algo muito pensado porque, quando se opta por adotar ou comprar um animal, você traz consigo toda uma responsabilidade que envolve o custo financeiro também”, alerta Soares.

Para muitos brasileiros, os animais de estimação são considerados integrantes da família, merecendo os mesmos cuidados de saúde e bem-estar de seus “parentes” humanos. Em alguns casos, isso pode incluir a contratação de um plano de saúde, serviço que vem se popularizando nos últimos anos no País. Somente na PetLove, uma das maiores empresas do segmento, houve aumento de 100% no número de pets segurados em relação a 2022. Hoje, a empresa tem em sua carteira de clientes 244 mil animais.

Embora o serviço esteja em crescimento, o índice de animais cobertos ainda é baixo. Pesquisa da PetLove estima que 350 mil animais tenham plano no Brasil, o equivalente a 0,4% da população de cães e gatos do País, estimada em 85,2 milhões, de acordo com o Instituto Pet Brasil. Essas são as duas únicas espécies cobertas por planos hoje. Ainda de acordo com a pesquisa da PetLove, o índice de animais cobertos no Brasil é bem inferior ao de outros países - 2,5% nos Estados Unidos, 25% no Reino Unido e 40% na Suécia.

Para os brasileiros que decidem contratar o serviço, o principal motivo é a segurança de ter procedimentos cobertos sem ter que desembolsar altas quantias. “Eu já deixei (o dinheiro de) um carro popular para curar meu antigo cachorro quando ele precisou. Quando vem a necessidade, a gente faz o que pode e até o que não pode, porque o cachorro vira família. Para não ter surpresas de novo, eu fiz o plano”, explica a engenheira Maria Manran Mangabeira, de 30 anos, tutora do beagle Caju.

“Ela é minha filha”, brinca a arquiteta Andressa Bofete, de 28 anos, sobre a cachorrinha Cacau, de 1 ano. Por ser da raça Shih-tzu, ela tem uma tendência maior de alergias e coceiras, por isso, desde que foi adotada, foi incluída em um plano de saúde. Já Apolo, golden retriever da engenheira ambiental Mayara Moura, tem dez anos e começou a apresentar problemas degenerativos, por isso ganhou um convênio.

Andressa Bofete com sua cachorra, Cacau, que tem plano de saúde desde que nasceu Foto: Felipe Rau/Estadão

No mundo pet, porém, não há agência reguladora (o equivalente à Agência Nacional de Saúde Suplementar para os planos de saúde humanos), por isso, não há rol de procedimentos obrigatórios, prazos de carência ou outros critérios mínimos para a prestação do serviço. Tudo varia de acordo com a empresa contratada. “O que existe e é obrigatório para a existência desse plano de saúde é ele estar registrado no nosso site vinculado a uma anotação de responsabilidade técnica de um médico veterinário”, conta Leonardo Burlini Soares, diretor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Pela falta de regulamentação, tutores relatam dificuldades na contratação e na utilização de alguns planos. “Tive experiências bem ruins com o primeiro plano que comprei para a Cacau. Paguei caro, o aplicativo era ruim e, quando mais precisei, quando ela não estava comendo e vomitando sangue, não conseguimos contato com ninguém para internar”, diz Andressa. Ela trocou de plano e diz que, hoje, tem uma experiência melhor. “Consigo ver tudo ao que tenho direito no aplicativo e a comunicação é rápida. Existe um site, um suporte”, conta.

Motivos para ter um plano de saúde para o seu pet

De acordo com a veterinária Renata Tolezano Pires, coordenadora clínica na Rede WeVets, as idas ao veterinário podem variar desde consultas de rotina que saem por volta de R$165 até a busca por assistência em casos mais complexos, como os que exigem procedimentos cirúrgicos, que chegam a custar até R$20 mil, dependendo da complexidade.

Por isso, para quem quer garantir a possibilidade de oferecer tratamentos médicos mais complexos ao seu animal, mas não teria condições de arcar com os custos, contratar um plano pode ser uma boa opção. É importante saber, porém, que as coberturas variam conforme o plano contratado.

No caso do beagle Caju, que é segurado desde que nasceu, a castração e as primeiras vacinas estavam cobertas. “Muda muito a nossa ação em relação à saúde do cachorro. Você não espera que ele passe mal para ver se no dia seguinte ele melhora. Qualquer sintoma diferente, eu já levo para o veterinário”, diz Maria.

Para os especialistas, a contratação do serviço também pode ser útil para monitoramento regular da saúde do animal e diagnóstico precoce de doenças. “Os planos de saúde para pet podem colaborar bastante na promoção da saúde preventiva. Eles incentivam os tutores a realizarem check-ups regulares, o que é fundamental para detectar problemas precocemente e garantir uma vida longa e saudável para os pets”, pontua Renata.

Não há seguradoras que permitam colocar o pet como dependente no plano de saúde do seu tutor, porém, várias oferecem opções de descontos para o caso de planos pets. É o caso da Porto Seguro, que, em parceria com a Petlove, garante 10% de desconto para o plano de saúde pet para quem é portador do cartão de crédito ou quem tem seguro residencial ou seguro de vida. O Bradesco e o Itaú também dão essa assistência para seus clientes.

Como funciona um plano de saúde pet?

A prestação de serviço do plano pet é semelhante ao de um convênio médico para humanos: o tutor paga um valor fixo mensal e tem acesso a uma rede credenciada com clínicas, hospitais e laboratórios. Em algumas, há coparticipação, ou seja, o contratante tem que pagar uma parte do custo do atendimento sempre que utilizar o plano. Em outras, o valor é só o da mensalidade.

Há ainda empresas que oferecem reembolso, caso a rede credenciada não atenda ao que o cliente precisa. “Caso seja uma emergência, oferecemos reembolso. Nosso foco é salvar a vida do pet. Para ter um suporte rápido e próximo, a gente libera o uso de veterinário que não seja da rede credenciada nessas situações”, conta João Gomes, diretor comercial da Dog Life, outra empresa que atua no setor.

Todas as companhias têm opções de planos que vão dos mais simples aos mais elaborados, com maior quantidade de serviços oferecidos, dependendo do que o tutor procura, e também oferecem desconto se o contrato for para mais de um animal.

Muitos planos também permitem que serviços extras sejam adicionados na próxima mensalidade, de acordo com a necessidade do animal - como é o caso da Petlove - ou que sejam feitos upgrades instantâneos para outro tipo de plano, como acontece na Dog Life. Assim, se o pet precisar de uma consulta que não estava incluída no seu plano original, como a de uma especialidade, ele pode ter a assistência.

Cachorro com plano de saúde é atendido por veterinária Foto: Arquivo Pessoal/Pet Love

No mercado, é possível encontrar planos a partir de R$19,90, que cobrem vacinas obrigatórias (raiva, polivalente e quádrupla), exames laboratoriais simples e clínico geral a domicílio, com retorno, até planos por R$299,90, que cobrem consultas 24 horas, atendimentos com especialistas, exames de imagem, cirurgias, internações e tartarectomia (remoção de tártaro).

Independentemente da escolha, recomenda-se que o cliente leia o contrato completo. É preciso ficar atento para o período de carência de cada plano (que pode variar de 15 a 240 dias), a proximidade das clínicas conveniadas e a qualidade delas, o limite de vezes que os serviços podem ser utilizados, se existe coparticipação e se há possibilidade de reembolsos. Alguns planos, por exemplo, fazem distinção de preços pela idade, raça, porte ou doenças/problemas de saúde pré-existentes; já em outros, animais idosos não são aceitos.

“Existe uma grande variedade de planos e, com isso, diferentes preços e condições, por isso é importante que o cliente realmente leia atentamente todas as condições para ele não pensar que está contratando um serviço e depois ser pego de surpresa”, indica Soares, do CRMV-SP.

De acordo com a veterinária Renata, também é importante ficar atento para as especificidades de cada raça. Pugs e buldogs ingleses, por exemplo, têm maior risco de problemas respiratórios e de pele, enquanto o pastor alemão pode desenvolver displasia do quadril. Já gatos da raça persa têm tendência a problemas respiratórios e renais. Por isso, é interessante procurar um plano que cubra os tratamentos que são mais prevalentes na raça do seu animal.

Além disso, é preciso verificar as exigências de cada plano. Na Petlove, por exemplo, a microchipagem é obrigatória. “Isso ajuda a nossa rede a fazer o melhor atendimento ao pet, dispensa a necessidade de carteirinha ou identificação do tutor para o atendimento, além de ser extremamente importante em casos de perda do pet”, diz Fabiano Lima, CEO de saúde da empresa. De acordo com ele, todos os clientes do plano recebem o microchip (que é inserido por uma injeção subcutânea) gratuitamente.

Já na Dog Life, a microchipagem não é obrigatória, mas eles também oferecem o serviço gratuito. “Como isso gera desconforto em muito tutor, nós não obrigamos o uso, mas, se for desejo dele, é gratuito o procedimento. Para aqueles que não gostam da ideia, usamos uma carteirinha virtual que a pessoa faz quando fecha o plano”, conta Gomes.

Como saber se ter um plano vale a pena ou não?

“Cada vez mais municípios parecem interessados em oferecer serviços veterinários pela iniciativa pública de maneira gratuita para os tutores, mas existe uma diferença pois, no mundo animal, não existe um SUS como há para os humanos”, explica Soares, da CRMV-SP.

Em São Paulo, há alguns hospitais públicos veterinários, além de campanhas gratuitas de vacinação oferecidas pela prefeitura e até iniciativas de atendimentos gratuitos em universidades com hospital veterinário como a USP. Para saber se isso basta para o seu pet, leve em conta o deslocamento e as filas de espera que poderá enfrentar para conseguir o atendimento.

Para avaliar se a contratação do plano vale a pena, é importante colocar os possíveis custos no papel e avaliar vantagens e desvantagens das empresas que prestam o serviço. Essa conta não deve ser feita somente considerando a saúde atual do animal. “Para mim, o plano sempre vai ser benéfico pela segurança que eu tenho, mas, como sempre tem reajuste, em alguns anos, ele vale mais a pena financeiramente. Por exemplo, no ano passado, o Caju só tomou as vacinas - o que provavelmente seria mais barato se fosse particular. Mas, neste ano, ele teve de operar o olho, o que incluiu oftalmologista, cirurgia, exames e internação. Então saí no lucro”, explica Maria.

De acordo com os especialistas, os procedimentos mais usados hoje em dia são consultas de rotina, vacinas e exames. “Em cachorros, algumas das doenças mais comuns incluem as doenças dermatológicas e gastroentéricas, que levam aos quadros de vômito e diarreia”, conta a veterinária Renata. Já nos gatos, doenças como a leucemia felina, panleucopenia felina, rinotraqueíte e a Doença do Trato Urinário Inferior Felino (DTUIF) são bastante prevalentes. “A prevenção, especialmente através da vacinação e alimentação adequada, desempenha um papel crucial na saúde felina”, diz ela.

Evitar alimentação humana indevida, proporcionar passeios regulares para prevenir problemas comportamentais e manter uma higiene adequada reduzem o risco de problemas de saúde.

Antes de qualquer decisão, vale lembrar a importância da posse responsável. Será que você está pronto para ter esse nível de comprometimento na sua vida? “A escolha de ter um animal precisa ser algo muito pensado porque, quando se opta por adotar ou comprar um animal, você traz consigo toda uma responsabilidade que envolve o custo financeiro também”, alerta Soares.

Para muitos brasileiros, os animais de estimação são considerados integrantes da família, merecendo os mesmos cuidados de saúde e bem-estar de seus “parentes” humanos. Em alguns casos, isso pode incluir a contratação de um plano de saúde, serviço que vem se popularizando nos últimos anos no País. Somente na PetLove, uma das maiores empresas do segmento, houve aumento de 100% no número de pets segurados em relação a 2022. Hoje, a empresa tem em sua carteira de clientes 244 mil animais.

Embora o serviço esteja em crescimento, o índice de animais cobertos ainda é baixo. Pesquisa da PetLove estima que 350 mil animais tenham plano no Brasil, o equivalente a 0,4% da população de cães e gatos do País, estimada em 85,2 milhões, de acordo com o Instituto Pet Brasil. Essas são as duas únicas espécies cobertas por planos hoje. Ainda de acordo com a pesquisa da PetLove, o índice de animais cobertos no Brasil é bem inferior ao de outros países - 2,5% nos Estados Unidos, 25% no Reino Unido e 40% na Suécia.

Para os brasileiros que decidem contratar o serviço, o principal motivo é a segurança de ter procedimentos cobertos sem ter que desembolsar altas quantias. “Eu já deixei (o dinheiro de) um carro popular para curar meu antigo cachorro quando ele precisou. Quando vem a necessidade, a gente faz o que pode e até o que não pode, porque o cachorro vira família. Para não ter surpresas de novo, eu fiz o plano”, explica a engenheira Maria Manran Mangabeira, de 30 anos, tutora do beagle Caju.

“Ela é minha filha”, brinca a arquiteta Andressa Bofete, de 28 anos, sobre a cachorrinha Cacau, de 1 ano. Por ser da raça Shih-tzu, ela tem uma tendência maior de alergias e coceiras, por isso, desde que foi adotada, foi incluída em um plano de saúde. Já Apolo, golden retriever da engenheira ambiental Mayara Moura, tem dez anos e começou a apresentar problemas degenerativos, por isso ganhou um convênio.

Andressa Bofete com sua cachorra, Cacau, que tem plano de saúde desde que nasceu Foto: Felipe Rau/Estadão

No mundo pet, porém, não há agência reguladora (o equivalente à Agência Nacional de Saúde Suplementar para os planos de saúde humanos), por isso, não há rol de procedimentos obrigatórios, prazos de carência ou outros critérios mínimos para a prestação do serviço. Tudo varia de acordo com a empresa contratada. “O que existe e é obrigatório para a existência desse plano de saúde é ele estar registrado no nosso site vinculado a uma anotação de responsabilidade técnica de um médico veterinário”, conta Leonardo Burlini Soares, diretor técnico do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Pela falta de regulamentação, tutores relatam dificuldades na contratação e na utilização de alguns planos. “Tive experiências bem ruins com o primeiro plano que comprei para a Cacau. Paguei caro, o aplicativo era ruim e, quando mais precisei, quando ela não estava comendo e vomitando sangue, não conseguimos contato com ninguém para internar”, diz Andressa. Ela trocou de plano e diz que, hoje, tem uma experiência melhor. “Consigo ver tudo ao que tenho direito no aplicativo e a comunicação é rápida. Existe um site, um suporte”, conta.

Motivos para ter um plano de saúde para o seu pet

De acordo com a veterinária Renata Tolezano Pires, coordenadora clínica na Rede WeVets, as idas ao veterinário podem variar desde consultas de rotina que saem por volta de R$165 até a busca por assistência em casos mais complexos, como os que exigem procedimentos cirúrgicos, que chegam a custar até R$20 mil, dependendo da complexidade.

Por isso, para quem quer garantir a possibilidade de oferecer tratamentos médicos mais complexos ao seu animal, mas não teria condições de arcar com os custos, contratar um plano pode ser uma boa opção. É importante saber, porém, que as coberturas variam conforme o plano contratado.

No caso do beagle Caju, que é segurado desde que nasceu, a castração e as primeiras vacinas estavam cobertas. “Muda muito a nossa ação em relação à saúde do cachorro. Você não espera que ele passe mal para ver se no dia seguinte ele melhora. Qualquer sintoma diferente, eu já levo para o veterinário”, diz Maria.

Para os especialistas, a contratação do serviço também pode ser útil para monitoramento regular da saúde do animal e diagnóstico precoce de doenças. “Os planos de saúde para pet podem colaborar bastante na promoção da saúde preventiva. Eles incentivam os tutores a realizarem check-ups regulares, o que é fundamental para detectar problemas precocemente e garantir uma vida longa e saudável para os pets”, pontua Renata.

Não há seguradoras que permitam colocar o pet como dependente no plano de saúde do seu tutor, porém, várias oferecem opções de descontos para o caso de planos pets. É o caso da Porto Seguro, que, em parceria com a Petlove, garante 10% de desconto para o plano de saúde pet para quem é portador do cartão de crédito ou quem tem seguro residencial ou seguro de vida. O Bradesco e o Itaú também dão essa assistência para seus clientes.

Como funciona um plano de saúde pet?

A prestação de serviço do plano pet é semelhante ao de um convênio médico para humanos: o tutor paga um valor fixo mensal e tem acesso a uma rede credenciada com clínicas, hospitais e laboratórios. Em algumas, há coparticipação, ou seja, o contratante tem que pagar uma parte do custo do atendimento sempre que utilizar o plano. Em outras, o valor é só o da mensalidade.

Há ainda empresas que oferecem reembolso, caso a rede credenciada não atenda ao que o cliente precisa. “Caso seja uma emergência, oferecemos reembolso. Nosso foco é salvar a vida do pet. Para ter um suporte rápido e próximo, a gente libera o uso de veterinário que não seja da rede credenciada nessas situações”, conta João Gomes, diretor comercial da Dog Life, outra empresa que atua no setor.

Todas as companhias têm opções de planos que vão dos mais simples aos mais elaborados, com maior quantidade de serviços oferecidos, dependendo do que o tutor procura, e também oferecem desconto se o contrato for para mais de um animal.

Muitos planos também permitem que serviços extras sejam adicionados na próxima mensalidade, de acordo com a necessidade do animal - como é o caso da Petlove - ou que sejam feitos upgrades instantâneos para outro tipo de plano, como acontece na Dog Life. Assim, se o pet precisar de uma consulta que não estava incluída no seu plano original, como a de uma especialidade, ele pode ter a assistência.

Cachorro com plano de saúde é atendido por veterinária Foto: Arquivo Pessoal/Pet Love

No mercado, é possível encontrar planos a partir de R$19,90, que cobrem vacinas obrigatórias (raiva, polivalente e quádrupla), exames laboratoriais simples e clínico geral a domicílio, com retorno, até planos por R$299,90, que cobrem consultas 24 horas, atendimentos com especialistas, exames de imagem, cirurgias, internações e tartarectomia (remoção de tártaro).

Independentemente da escolha, recomenda-se que o cliente leia o contrato completo. É preciso ficar atento para o período de carência de cada plano (que pode variar de 15 a 240 dias), a proximidade das clínicas conveniadas e a qualidade delas, o limite de vezes que os serviços podem ser utilizados, se existe coparticipação e se há possibilidade de reembolsos. Alguns planos, por exemplo, fazem distinção de preços pela idade, raça, porte ou doenças/problemas de saúde pré-existentes; já em outros, animais idosos não são aceitos.

“Existe uma grande variedade de planos e, com isso, diferentes preços e condições, por isso é importante que o cliente realmente leia atentamente todas as condições para ele não pensar que está contratando um serviço e depois ser pego de surpresa”, indica Soares, do CRMV-SP.

De acordo com a veterinária Renata, também é importante ficar atento para as especificidades de cada raça. Pugs e buldogs ingleses, por exemplo, têm maior risco de problemas respiratórios e de pele, enquanto o pastor alemão pode desenvolver displasia do quadril. Já gatos da raça persa têm tendência a problemas respiratórios e renais. Por isso, é interessante procurar um plano que cubra os tratamentos que são mais prevalentes na raça do seu animal.

Além disso, é preciso verificar as exigências de cada plano. Na Petlove, por exemplo, a microchipagem é obrigatória. “Isso ajuda a nossa rede a fazer o melhor atendimento ao pet, dispensa a necessidade de carteirinha ou identificação do tutor para o atendimento, além de ser extremamente importante em casos de perda do pet”, diz Fabiano Lima, CEO de saúde da empresa. De acordo com ele, todos os clientes do plano recebem o microchip (que é inserido por uma injeção subcutânea) gratuitamente.

Já na Dog Life, a microchipagem não é obrigatória, mas eles também oferecem o serviço gratuito. “Como isso gera desconforto em muito tutor, nós não obrigamos o uso, mas, se for desejo dele, é gratuito o procedimento. Para aqueles que não gostam da ideia, usamos uma carteirinha virtual que a pessoa faz quando fecha o plano”, conta Gomes.

Como saber se ter um plano vale a pena ou não?

“Cada vez mais municípios parecem interessados em oferecer serviços veterinários pela iniciativa pública de maneira gratuita para os tutores, mas existe uma diferença pois, no mundo animal, não existe um SUS como há para os humanos”, explica Soares, da CRMV-SP.

Em São Paulo, há alguns hospitais públicos veterinários, além de campanhas gratuitas de vacinação oferecidas pela prefeitura e até iniciativas de atendimentos gratuitos em universidades com hospital veterinário como a USP. Para saber se isso basta para o seu pet, leve em conta o deslocamento e as filas de espera que poderá enfrentar para conseguir o atendimento.

Para avaliar se a contratação do plano vale a pena, é importante colocar os possíveis custos no papel e avaliar vantagens e desvantagens das empresas que prestam o serviço. Essa conta não deve ser feita somente considerando a saúde atual do animal. “Para mim, o plano sempre vai ser benéfico pela segurança que eu tenho, mas, como sempre tem reajuste, em alguns anos, ele vale mais a pena financeiramente. Por exemplo, no ano passado, o Caju só tomou as vacinas - o que provavelmente seria mais barato se fosse particular. Mas, neste ano, ele teve de operar o olho, o que incluiu oftalmologista, cirurgia, exames e internação. Então saí no lucro”, explica Maria.

De acordo com os especialistas, os procedimentos mais usados hoje em dia são consultas de rotina, vacinas e exames. “Em cachorros, algumas das doenças mais comuns incluem as doenças dermatológicas e gastroentéricas, que levam aos quadros de vômito e diarreia”, conta a veterinária Renata. Já nos gatos, doenças como a leucemia felina, panleucopenia felina, rinotraqueíte e a Doença do Trato Urinário Inferior Felino (DTUIF) são bastante prevalentes. “A prevenção, especialmente através da vacinação e alimentação adequada, desempenha um papel crucial na saúde felina”, diz ela.

Evitar alimentação humana indevida, proporcionar passeios regulares para prevenir problemas comportamentais e manter uma higiene adequada reduzem o risco de problemas de saúde.

Antes de qualquer decisão, vale lembrar a importância da posse responsável. Será que você está pronto para ter esse nível de comprometimento na sua vida? “A escolha de ter um animal precisa ser algo muito pensado porque, quando se opta por adotar ou comprar um animal, você traz consigo toda uma responsabilidade que envolve o custo financeiro também”, alerta Soares.

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