Como se pega pneumonia? Veja quais os sintomas e tratamento de doença do presidente Lula


Doença pode passar de uma pessoa para outra? Há um grupo de risco? Como tratar? Tire as principais dúvidas

Por Ítalo Lo Re
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a viagem que faria à China, prevista inicialmente para este sábado, 25, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. A assessoria do petista informou que, apesar de melhora clínica, o serviço médico da Presidência recomendou o adiamento da ida ao país asiático até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão e que tem três principais agentes causadores: vírus, bactérias e, mais raramente, fungos. O diagnóstico da doença, segundo médicos ouvidos pelo Estadão, pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de testes laboratoriais. Os tratamentos variam de acordo com a complexidade de cada quadro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a complexo naval na região metropolitana do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 23. Foto: Pedro Kirilos/Estadão
continua após a publicidade

“Em geral, a pneumonia bacteriana é a mais comum, principalmente em adultos comunitários (que vivem em comunidade) e em pacientes hospitalizados”, diz o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, coordenador da equipe de Pneumologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“A pneumonia viral é comum em crianças e idosos. Já a pneumonia fúngica é a forma menos comum, ocorrendo preferencialmente em pacientes com algum grau de imunossupressão”, complementa. Os pacientes, explica, podem acumular mais de um tipo de agente causador da doença.

Conforme a assessoria da Presidência, Lula deu entrada no Hospital Sirio-Libanês, unidade de Brasília, no último dia 23 com sintomas gripais. O presidente foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. O tratamento foi iniciado após avaliação clínica.

continua após a publicidade

A broncopneumonia é um subtipo da doença que afeta as estruturas internas dos pulmões, como os brônquios e os alvéolos. A viagem para a China foi adiada para domingo, 26, em um primeiro momento. Mas, após reavaliação, foi cancelada até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia pode ‘passar’ de uma pessoa para outra?

Não exatamente. Na verdade, o que ocorre é que, a depender do agente envolvido na infecção, é possível haver a transmissão interpessoal do causador, segundo especialistas. A transmissão pode resultar em novos quadros de pneumonia, mas isso não significa exatamente passar a doença para outra pessoa. Conforme Costa, alguns dos principais modos de transmissão são:

continua após a publicidade
  • Pneumonia bacteriana: a transmissão ocorre por meio da inalação de gotículas respiratórias contendo as bactérias. Essas gotículas podem ser liberadas durante a tosse, espirro ou fala da pessoa infectada;
  • Pneumonia viral: a transmissão se dá principalmente por meio do contato com secreções respiratórias infectadas, como saliva, muco ou gotículas de tosse ou espirro. O contato pode ser direto (por exemplo, por meio de beijos) ou indireto (por objetos contaminados).

Como identificar uma pneumonia? Há um exame específico?

O diagnóstico de pneumonia pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de exames laboratoriais. “O exame físico pode incluir a ausculta dos pulmões, para detectar sons anormais, como crepitações ou estertores, que podem indicar a presença de fluido ou pus nos pulmões”, diz o pneumologista.

continua após a publicidade

Em paralelo, exames de imagem, como radiografias e tomografias computadorizadas, podem mostrar a presença de infiltrações ou áreas consolidadas nos pulmões, que podem ser indicativas da doença. Os exames laboratoriais, como hemograma completo e análise do muco ou escarro, também podem ajudar a identificar o agente causador.

Quais são os principais sintomas da pneumonia?

Os principais sintomas da pneumonia são:

continua após a publicidade
  • Tosse persistente, muitas vezes com muco ou escarro espesso;
  • Febre alta;
  • Dor no peito, especialmente ao respirar fundo ou tossir;
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
  • Fadiga e sensação geral de mal-estar.

Como diferenciar a pneumonia de outras doenças?

Os sintomas da pneumonia podem ser semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como resfriado comum, bronquite ou gripe. Porém, a pneumonia é considerada uma infecção mais grave, uma vez que afeta os pulmões. Isso porque ela pode levar a complicações, como insuficiência respiratória, principalmente se não for tratada adequadamente.

continua após a publicidade

Segundo médicos, o paciente de pneumonia geralmente apresenta febre alta e tosse com muco ou escarro, enquanto o resfriado comum geralmente é acompanhado de sintomas leves a moderados, como coriza, espirros e dor de garganta.

“A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que pode causar tosse com muco, mas geralmente não causa febre alta ou dor no peito”, diz Costa. “A gripe também pode apresentar febre alta e sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, mas os sintomas geralmente aparecem de forma mais abrupta e os pacientes podem apresentar outros sintomas, como dores musculares e de cabeça.”

Quais são os principais tratamentos para pneumonia?

O tratamento da pneumonia varia de acordo com a causa da infecção, a gravidade dos sintomas e a condição de saúde geral do paciente. Em geral, o tratamento da pneumonia pode envolver o uso de antibióticos, medicamentos para alívio dos sintomas, repouso e hidratação adequada.

O tempo de duração do tratamento da pneumonia pode variar de acordo com a causa da infecção e a gravidade dos sintomas. Em geral, os pacientes com pneumonia bacteriana apresentam melhora significativa nos primeiros dias de tratamento com antibióticos, e o tratamento completo pode durar entre 5 e 7 dias, na maioria dos casos.

“Já nos casos de pneumonia viral, o tratamento é mais direcionado para o alívio dos sintomas, e a duração pode variar de acordo com a gravidade da infecção e a resposta do paciente ao tratamento”, diz o pneumologista.

Há remédios específicos para a doença?

Em casos leves de pneumonia, é possível tratar em casa com medicamentos para alívio da febre e dor, antibiótico (em caso de pneumonia bacteriana), além de repouso e hidratação adequada. Especialistas alertam que a automedicação pode ser perigosa e deve ser evitada, especialmente em casos mais graves de pneumonia.

Qual pneumonia é considerada a mais grave?

Tanto a pneumonia bacteriana quanto a viral podem evoluir para formas graves de infecção, segundo especialistas. “A pneumonia bacteriana possui o potencial de cursar com complicações mais graves, como sepse, abscesso pulmonar e derrame pleural, enquanto a pneumonia viral pode eventualmente levar a complicações, como pneumonia secundária bacteriana”, diz Costa.

“Não tem isso de pneumonia (mais grave), porque são diversos agentes que causam pneumonia e diversos vírus diferentes”, diz o médico pneumologista André Nathan, do Hospital Sírio-Libanês. Como exemplos, ele cita a influenza e a covid-19, além da bactéria pneumococo, considerada a principal causadora da doença. “A gravidade da pneumonia está relacionada com o microrganismo, mas também com o tamanho do dano que esse microrganismo causou no pulmão.”

Quais são os grupos de risco da pneumonia?

Segundo o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as pneumonias bacterianas, que são as que normalmente mais trazem consequências aos pacientes, são mais comuns em três situações: “Nos mais novinhos, as crianças; no outro extremo da idade, os idosos; e em um terceiro grupo, independentemente da idade, que são aqueles que têm fatores de risco, comorbidades ou imunodeficiências.”

Esse terceiro grupo, segundo ele, concentra a maior parte dos casos graves da doença. “O risco de internação, adoecimento, hospitalização e morte é infinitamente superior para os indivíduos que têm fatores de risco”, diz o médico. E isso pode ser agravado com a idade: estudos indicam que pessoas com mais de 85 anos têm 13 vezes mais risco de serem hospitalizadas pela doença do que aqueles entre 18 e 44 anos. “São os grupos para os quais normalmente a gente recomenda a vacinação.”

Existe vacina para pneumonia? Para quem é indicada?

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina Pneumo 23, ou pneumocócica 23, protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. Ela faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação e é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado para crianças a partir dos 2 anos de idade e para adultos.

Quantas pessoas morrem de pneumonia por ano?

Levantamento do Every Breath Counts, parceria público-privada que apoia países de baixa e média renda com o objetivo de reduzir mortes por pneumonia nos próximos anos, indica que, somente em 2019, a doença custou a vida de 2,5 milhões de pessoas. Entre elas, 672 mil crianças. Ou seja, mais de 20% das vítimas.

Dados do Datasus, departamento de informática do Sistema Único de Saúde, publicados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que, no Brasil, houve 44,5 mil mortes por pneumonia de janeiro a agosto do último ano.

“A gente tem muita dificuldade no diagnóstico de pneumonia, porque no CID-10, aquela (tabela) em que a gente anota o diagnóstico das internações, entra muita pneumonia não especificada, pneumonia bacteriana, covid entrou muito como pneumonia”, diz Kfouri. “Então nem sempre os dados são muito precisos.”

Segundo ele, houve uma mudança no panorama das doenças infecciosas em função da covid-19, que desorganizou a sazonalidade da gripe e, consequentemente, a de muitas pneumonias secundárias a ela. As medidas adotadas por conta do coronavírus, como isolamento, teriam acarretado em uma diminuição das pneumonias não associadas à covid, mas elas voltaram a crescer no último ano. “Acredito que 45 mil casos (nesse recorte) é um número razoavelmente perto da média de antes.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a viagem que faria à China, prevista inicialmente para este sábado, 25, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. A assessoria do petista informou que, apesar de melhora clínica, o serviço médico da Presidência recomendou o adiamento da ida ao país asiático até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão e que tem três principais agentes causadores: vírus, bactérias e, mais raramente, fungos. O diagnóstico da doença, segundo médicos ouvidos pelo Estadão, pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de testes laboratoriais. Os tratamentos variam de acordo com a complexidade de cada quadro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a complexo naval na região metropolitana do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 23. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Em geral, a pneumonia bacteriana é a mais comum, principalmente em adultos comunitários (que vivem em comunidade) e em pacientes hospitalizados”, diz o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, coordenador da equipe de Pneumologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“A pneumonia viral é comum em crianças e idosos. Já a pneumonia fúngica é a forma menos comum, ocorrendo preferencialmente em pacientes com algum grau de imunossupressão”, complementa. Os pacientes, explica, podem acumular mais de um tipo de agente causador da doença.

Conforme a assessoria da Presidência, Lula deu entrada no Hospital Sirio-Libanês, unidade de Brasília, no último dia 23 com sintomas gripais. O presidente foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. O tratamento foi iniciado após avaliação clínica.

A broncopneumonia é um subtipo da doença que afeta as estruturas internas dos pulmões, como os brônquios e os alvéolos. A viagem para a China foi adiada para domingo, 26, em um primeiro momento. Mas, após reavaliação, foi cancelada até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia pode ‘passar’ de uma pessoa para outra?

Não exatamente. Na verdade, o que ocorre é que, a depender do agente envolvido na infecção, é possível haver a transmissão interpessoal do causador, segundo especialistas. A transmissão pode resultar em novos quadros de pneumonia, mas isso não significa exatamente passar a doença para outra pessoa. Conforme Costa, alguns dos principais modos de transmissão são:

  • Pneumonia bacteriana: a transmissão ocorre por meio da inalação de gotículas respiratórias contendo as bactérias. Essas gotículas podem ser liberadas durante a tosse, espirro ou fala da pessoa infectada;
  • Pneumonia viral: a transmissão se dá principalmente por meio do contato com secreções respiratórias infectadas, como saliva, muco ou gotículas de tosse ou espirro. O contato pode ser direto (por exemplo, por meio de beijos) ou indireto (por objetos contaminados).

Como identificar uma pneumonia? Há um exame específico?

O diagnóstico de pneumonia pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de exames laboratoriais. “O exame físico pode incluir a ausculta dos pulmões, para detectar sons anormais, como crepitações ou estertores, que podem indicar a presença de fluido ou pus nos pulmões”, diz o pneumologista.

Em paralelo, exames de imagem, como radiografias e tomografias computadorizadas, podem mostrar a presença de infiltrações ou áreas consolidadas nos pulmões, que podem ser indicativas da doença. Os exames laboratoriais, como hemograma completo e análise do muco ou escarro, também podem ajudar a identificar o agente causador.

Quais são os principais sintomas da pneumonia?

Os principais sintomas da pneumonia são:

  • Tosse persistente, muitas vezes com muco ou escarro espesso;
  • Febre alta;
  • Dor no peito, especialmente ao respirar fundo ou tossir;
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
  • Fadiga e sensação geral de mal-estar.

Como diferenciar a pneumonia de outras doenças?

Os sintomas da pneumonia podem ser semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como resfriado comum, bronquite ou gripe. Porém, a pneumonia é considerada uma infecção mais grave, uma vez que afeta os pulmões. Isso porque ela pode levar a complicações, como insuficiência respiratória, principalmente se não for tratada adequadamente.

Segundo médicos, o paciente de pneumonia geralmente apresenta febre alta e tosse com muco ou escarro, enquanto o resfriado comum geralmente é acompanhado de sintomas leves a moderados, como coriza, espirros e dor de garganta.

“A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que pode causar tosse com muco, mas geralmente não causa febre alta ou dor no peito”, diz Costa. “A gripe também pode apresentar febre alta e sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, mas os sintomas geralmente aparecem de forma mais abrupta e os pacientes podem apresentar outros sintomas, como dores musculares e de cabeça.”

Quais são os principais tratamentos para pneumonia?

O tratamento da pneumonia varia de acordo com a causa da infecção, a gravidade dos sintomas e a condição de saúde geral do paciente. Em geral, o tratamento da pneumonia pode envolver o uso de antibióticos, medicamentos para alívio dos sintomas, repouso e hidratação adequada.

O tempo de duração do tratamento da pneumonia pode variar de acordo com a causa da infecção e a gravidade dos sintomas. Em geral, os pacientes com pneumonia bacteriana apresentam melhora significativa nos primeiros dias de tratamento com antibióticos, e o tratamento completo pode durar entre 5 e 7 dias, na maioria dos casos.

“Já nos casos de pneumonia viral, o tratamento é mais direcionado para o alívio dos sintomas, e a duração pode variar de acordo com a gravidade da infecção e a resposta do paciente ao tratamento”, diz o pneumologista.

Há remédios específicos para a doença?

Em casos leves de pneumonia, é possível tratar em casa com medicamentos para alívio da febre e dor, antibiótico (em caso de pneumonia bacteriana), além de repouso e hidratação adequada. Especialistas alertam que a automedicação pode ser perigosa e deve ser evitada, especialmente em casos mais graves de pneumonia.

Qual pneumonia é considerada a mais grave?

Tanto a pneumonia bacteriana quanto a viral podem evoluir para formas graves de infecção, segundo especialistas. “A pneumonia bacteriana possui o potencial de cursar com complicações mais graves, como sepse, abscesso pulmonar e derrame pleural, enquanto a pneumonia viral pode eventualmente levar a complicações, como pneumonia secundária bacteriana”, diz Costa.

“Não tem isso de pneumonia (mais grave), porque são diversos agentes que causam pneumonia e diversos vírus diferentes”, diz o médico pneumologista André Nathan, do Hospital Sírio-Libanês. Como exemplos, ele cita a influenza e a covid-19, além da bactéria pneumococo, considerada a principal causadora da doença. “A gravidade da pneumonia está relacionada com o microrganismo, mas também com o tamanho do dano que esse microrganismo causou no pulmão.”

Quais são os grupos de risco da pneumonia?

Segundo o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as pneumonias bacterianas, que são as que normalmente mais trazem consequências aos pacientes, são mais comuns em três situações: “Nos mais novinhos, as crianças; no outro extremo da idade, os idosos; e em um terceiro grupo, independentemente da idade, que são aqueles que têm fatores de risco, comorbidades ou imunodeficiências.”

Esse terceiro grupo, segundo ele, concentra a maior parte dos casos graves da doença. “O risco de internação, adoecimento, hospitalização e morte é infinitamente superior para os indivíduos que têm fatores de risco”, diz o médico. E isso pode ser agravado com a idade: estudos indicam que pessoas com mais de 85 anos têm 13 vezes mais risco de serem hospitalizadas pela doença do que aqueles entre 18 e 44 anos. “São os grupos para os quais normalmente a gente recomenda a vacinação.”

Existe vacina para pneumonia? Para quem é indicada?

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina Pneumo 23, ou pneumocócica 23, protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. Ela faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação e é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado para crianças a partir dos 2 anos de idade e para adultos.

Quantas pessoas morrem de pneumonia por ano?

Levantamento do Every Breath Counts, parceria público-privada que apoia países de baixa e média renda com o objetivo de reduzir mortes por pneumonia nos próximos anos, indica que, somente em 2019, a doença custou a vida de 2,5 milhões de pessoas. Entre elas, 672 mil crianças. Ou seja, mais de 20% das vítimas.

Dados do Datasus, departamento de informática do Sistema Único de Saúde, publicados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que, no Brasil, houve 44,5 mil mortes por pneumonia de janeiro a agosto do último ano.

“A gente tem muita dificuldade no diagnóstico de pneumonia, porque no CID-10, aquela (tabela) em que a gente anota o diagnóstico das internações, entra muita pneumonia não especificada, pneumonia bacteriana, covid entrou muito como pneumonia”, diz Kfouri. “Então nem sempre os dados são muito precisos.”

Segundo ele, houve uma mudança no panorama das doenças infecciosas em função da covid-19, que desorganizou a sazonalidade da gripe e, consequentemente, a de muitas pneumonias secundárias a ela. As medidas adotadas por conta do coronavírus, como isolamento, teriam acarretado em uma diminuição das pneumonias não associadas à covid, mas elas voltaram a crescer no último ano. “Acredito que 45 mil casos (nesse recorte) é um número razoavelmente perto da média de antes.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a viagem que faria à China, prevista inicialmente para este sábado, 25, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. A assessoria do petista informou que, apesar de melhora clínica, o serviço médico da Presidência recomendou o adiamento da ida ao país asiático até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão e que tem três principais agentes causadores: vírus, bactérias e, mais raramente, fungos. O diagnóstico da doença, segundo médicos ouvidos pelo Estadão, pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de testes laboratoriais. Os tratamentos variam de acordo com a complexidade de cada quadro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a complexo naval na região metropolitana do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 23. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Em geral, a pneumonia bacteriana é a mais comum, principalmente em adultos comunitários (que vivem em comunidade) e em pacientes hospitalizados”, diz o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, coordenador da equipe de Pneumologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“A pneumonia viral é comum em crianças e idosos. Já a pneumonia fúngica é a forma menos comum, ocorrendo preferencialmente em pacientes com algum grau de imunossupressão”, complementa. Os pacientes, explica, podem acumular mais de um tipo de agente causador da doença.

Conforme a assessoria da Presidência, Lula deu entrada no Hospital Sirio-Libanês, unidade de Brasília, no último dia 23 com sintomas gripais. O presidente foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. O tratamento foi iniciado após avaliação clínica.

A broncopneumonia é um subtipo da doença que afeta as estruturas internas dos pulmões, como os brônquios e os alvéolos. A viagem para a China foi adiada para domingo, 26, em um primeiro momento. Mas, após reavaliação, foi cancelada até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia pode ‘passar’ de uma pessoa para outra?

Não exatamente. Na verdade, o que ocorre é que, a depender do agente envolvido na infecção, é possível haver a transmissão interpessoal do causador, segundo especialistas. A transmissão pode resultar em novos quadros de pneumonia, mas isso não significa exatamente passar a doença para outra pessoa. Conforme Costa, alguns dos principais modos de transmissão são:

  • Pneumonia bacteriana: a transmissão ocorre por meio da inalação de gotículas respiratórias contendo as bactérias. Essas gotículas podem ser liberadas durante a tosse, espirro ou fala da pessoa infectada;
  • Pneumonia viral: a transmissão se dá principalmente por meio do contato com secreções respiratórias infectadas, como saliva, muco ou gotículas de tosse ou espirro. O contato pode ser direto (por exemplo, por meio de beijos) ou indireto (por objetos contaminados).

Como identificar uma pneumonia? Há um exame específico?

O diagnóstico de pneumonia pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de exames laboratoriais. “O exame físico pode incluir a ausculta dos pulmões, para detectar sons anormais, como crepitações ou estertores, que podem indicar a presença de fluido ou pus nos pulmões”, diz o pneumologista.

Em paralelo, exames de imagem, como radiografias e tomografias computadorizadas, podem mostrar a presença de infiltrações ou áreas consolidadas nos pulmões, que podem ser indicativas da doença. Os exames laboratoriais, como hemograma completo e análise do muco ou escarro, também podem ajudar a identificar o agente causador.

Quais são os principais sintomas da pneumonia?

Os principais sintomas da pneumonia são:

  • Tosse persistente, muitas vezes com muco ou escarro espesso;
  • Febre alta;
  • Dor no peito, especialmente ao respirar fundo ou tossir;
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
  • Fadiga e sensação geral de mal-estar.

Como diferenciar a pneumonia de outras doenças?

Os sintomas da pneumonia podem ser semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como resfriado comum, bronquite ou gripe. Porém, a pneumonia é considerada uma infecção mais grave, uma vez que afeta os pulmões. Isso porque ela pode levar a complicações, como insuficiência respiratória, principalmente se não for tratada adequadamente.

Segundo médicos, o paciente de pneumonia geralmente apresenta febre alta e tosse com muco ou escarro, enquanto o resfriado comum geralmente é acompanhado de sintomas leves a moderados, como coriza, espirros e dor de garganta.

“A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que pode causar tosse com muco, mas geralmente não causa febre alta ou dor no peito”, diz Costa. “A gripe também pode apresentar febre alta e sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, mas os sintomas geralmente aparecem de forma mais abrupta e os pacientes podem apresentar outros sintomas, como dores musculares e de cabeça.”

Quais são os principais tratamentos para pneumonia?

O tratamento da pneumonia varia de acordo com a causa da infecção, a gravidade dos sintomas e a condição de saúde geral do paciente. Em geral, o tratamento da pneumonia pode envolver o uso de antibióticos, medicamentos para alívio dos sintomas, repouso e hidratação adequada.

O tempo de duração do tratamento da pneumonia pode variar de acordo com a causa da infecção e a gravidade dos sintomas. Em geral, os pacientes com pneumonia bacteriana apresentam melhora significativa nos primeiros dias de tratamento com antibióticos, e o tratamento completo pode durar entre 5 e 7 dias, na maioria dos casos.

“Já nos casos de pneumonia viral, o tratamento é mais direcionado para o alívio dos sintomas, e a duração pode variar de acordo com a gravidade da infecção e a resposta do paciente ao tratamento”, diz o pneumologista.

Há remédios específicos para a doença?

Em casos leves de pneumonia, é possível tratar em casa com medicamentos para alívio da febre e dor, antibiótico (em caso de pneumonia bacteriana), além de repouso e hidratação adequada. Especialistas alertam que a automedicação pode ser perigosa e deve ser evitada, especialmente em casos mais graves de pneumonia.

Qual pneumonia é considerada a mais grave?

Tanto a pneumonia bacteriana quanto a viral podem evoluir para formas graves de infecção, segundo especialistas. “A pneumonia bacteriana possui o potencial de cursar com complicações mais graves, como sepse, abscesso pulmonar e derrame pleural, enquanto a pneumonia viral pode eventualmente levar a complicações, como pneumonia secundária bacteriana”, diz Costa.

“Não tem isso de pneumonia (mais grave), porque são diversos agentes que causam pneumonia e diversos vírus diferentes”, diz o médico pneumologista André Nathan, do Hospital Sírio-Libanês. Como exemplos, ele cita a influenza e a covid-19, além da bactéria pneumococo, considerada a principal causadora da doença. “A gravidade da pneumonia está relacionada com o microrganismo, mas também com o tamanho do dano que esse microrganismo causou no pulmão.”

Quais são os grupos de risco da pneumonia?

Segundo o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as pneumonias bacterianas, que são as que normalmente mais trazem consequências aos pacientes, são mais comuns em três situações: “Nos mais novinhos, as crianças; no outro extremo da idade, os idosos; e em um terceiro grupo, independentemente da idade, que são aqueles que têm fatores de risco, comorbidades ou imunodeficiências.”

Esse terceiro grupo, segundo ele, concentra a maior parte dos casos graves da doença. “O risco de internação, adoecimento, hospitalização e morte é infinitamente superior para os indivíduos que têm fatores de risco”, diz o médico. E isso pode ser agravado com a idade: estudos indicam que pessoas com mais de 85 anos têm 13 vezes mais risco de serem hospitalizadas pela doença do que aqueles entre 18 e 44 anos. “São os grupos para os quais normalmente a gente recomenda a vacinação.”

Existe vacina para pneumonia? Para quem é indicada?

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina Pneumo 23, ou pneumocócica 23, protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. Ela faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação e é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado para crianças a partir dos 2 anos de idade e para adultos.

Quantas pessoas morrem de pneumonia por ano?

Levantamento do Every Breath Counts, parceria público-privada que apoia países de baixa e média renda com o objetivo de reduzir mortes por pneumonia nos próximos anos, indica que, somente em 2019, a doença custou a vida de 2,5 milhões de pessoas. Entre elas, 672 mil crianças. Ou seja, mais de 20% das vítimas.

Dados do Datasus, departamento de informática do Sistema Único de Saúde, publicados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que, no Brasil, houve 44,5 mil mortes por pneumonia de janeiro a agosto do último ano.

“A gente tem muita dificuldade no diagnóstico de pneumonia, porque no CID-10, aquela (tabela) em que a gente anota o diagnóstico das internações, entra muita pneumonia não especificada, pneumonia bacteriana, covid entrou muito como pneumonia”, diz Kfouri. “Então nem sempre os dados são muito precisos.”

Segundo ele, houve uma mudança no panorama das doenças infecciosas em função da covid-19, que desorganizou a sazonalidade da gripe e, consequentemente, a de muitas pneumonias secundárias a ela. As medidas adotadas por conta do coronavírus, como isolamento, teriam acarretado em uma diminuição das pneumonias não associadas à covid, mas elas voltaram a crescer no último ano. “Acredito que 45 mil casos (nesse recorte) é um número razoavelmente perto da média de antes.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou a viagem que faria à China, prevista inicialmente para este sábado, 25, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. A assessoria do petista informou que, apesar de melhora clínica, o serviço médico da Presidência recomendou o adiamento da ida ao país asiático até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão e que tem três principais agentes causadores: vírus, bactérias e, mais raramente, fungos. O diagnóstico da doença, segundo médicos ouvidos pelo Estadão, pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de testes laboratoriais. Os tratamentos variam de acordo com a complexidade de cada quadro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a complexo naval na região metropolitana do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 23. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“Em geral, a pneumonia bacteriana é a mais comum, principalmente em adultos comunitários (que vivem em comunidade) e em pacientes hospitalizados”, diz o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, coordenador da equipe de Pneumologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

“A pneumonia viral é comum em crianças e idosos. Já a pneumonia fúngica é a forma menos comum, ocorrendo preferencialmente em pacientes com algum grau de imunossupressão”, complementa. Os pacientes, explica, podem acumular mais de um tipo de agente causador da doença.

Conforme a assessoria da Presidência, Lula deu entrada no Hospital Sirio-Libanês, unidade de Brasília, no último dia 23 com sintomas gripais. O presidente foi diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A. O tratamento foi iniciado após avaliação clínica.

A broncopneumonia é um subtipo da doença que afeta as estruturas internas dos pulmões, como os brônquios e os alvéolos. A viagem para a China foi adiada para domingo, 26, em um primeiro momento. Mas, após reavaliação, foi cancelada até que se encerre o ciclo de transmissão viral.

A pneumonia pode ‘passar’ de uma pessoa para outra?

Não exatamente. Na verdade, o que ocorre é que, a depender do agente envolvido na infecção, é possível haver a transmissão interpessoal do causador, segundo especialistas. A transmissão pode resultar em novos quadros de pneumonia, mas isso não significa exatamente passar a doença para outra pessoa. Conforme Costa, alguns dos principais modos de transmissão são:

  • Pneumonia bacteriana: a transmissão ocorre por meio da inalação de gotículas respiratórias contendo as bactérias. Essas gotículas podem ser liberadas durante a tosse, espirro ou fala da pessoa infectada;
  • Pneumonia viral: a transmissão se dá principalmente por meio do contato com secreções respiratórias infectadas, como saliva, muco ou gotículas de tosse ou espirro. O contato pode ser direto (por exemplo, por meio de beijos) ou indireto (por objetos contaminados).

Como identificar uma pneumonia? Há um exame específico?

O diagnóstico de pneumonia pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de exames laboratoriais. “O exame físico pode incluir a ausculta dos pulmões, para detectar sons anormais, como crepitações ou estertores, que podem indicar a presença de fluido ou pus nos pulmões”, diz o pneumologista.

Em paralelo, exames de imagem, como radiografias e tomografias computadorizadas, podem mostrar a presença de infiltrações ou áreas consolidadas nos pulmões, que podem ser indicativas da doença. Os exames laboratoriais, como hemograma completo e análise do muco ou escarro, também podem ajudar a identificar o agente causador.

Quais são os principais sintomas da pneumonia?

Os principais sintomas da pneumonia são:

  • Tosse persistente, muitas vezes com muco ou escarro espesso;
  • Febre alta;
  • Dor no peito, especialmente ao respirar fundo ou tossir;
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
  • Fadiga e sensação geral de mal-estar.

Como diferenciar a pneumonia de outras doenças?

Os sintomas da pneumonia podem ser semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como resfriado comum, bronquite ou gripe. Porém, a pneumonia é considerada uma infecção mais grave, uma vez que afeta os pulmões. Isso porque ela pode levar a complicações, como insuficiência respiratória, principalmente se não for tratada adequadamente.

Segundo médicos, o paciente de pneumonia geralmente apresenta febre alta e tosse com muco ou escarro, enquanto o resfriado comum geralmente é acompanhado de sintomas leves a moderados, como coriza, espirros e dor de garganta.

“A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que pode causar tosse com muco, mas geralmente não causa febre alta ou dor no peito”, diz Costa. “A gripe também pode apresentar febre alta e sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, mas os sintomas geralmente aparecem de forma mais abrupta e os pacientes podem apresentar outros sintomas, como dores musculares e de cabeça.”

Quais são os principais tratamentos para pneumonia?

O tratamento da pneumonia varia de acordo com a causa da infecção, a gravidade dos sintomas e a condição de saúde geral do paciente. Em geral, o tratamento da pneumonia pode envolver o uso de antibióticos, medicamentos para alívio dos sintomas, repouso e hidratação adequada.

O tempo de duração do tratamento da pneumonia pode variar de acordo com a causa da infecção e a gravidade dos sintomas. Em geral, os pacientes com pneumonia bacteriana apresentam melhora significativa nos primeiros dias de tratamento com antibióticos, e o tratamento completo pode durar entre 5 e 7 dias, na maioria dos casos.

“Já nos casos de pneumonia viral, o tratamento é mais direcionado para o alívio dos sintomas, e a duração pode variar de acordo com a gravidade da infecção e a resposta do paciente ao tratamento”, diz o pneumologista.

Há remédios específicos para a doença?

Em casos leves de pneumonia, é possível tratar em casa com medicamentos para alívio da febre e dor, antibiótico (em caso de pneumonia bacteriana), além de repouso e hidratação adequada. Especialistas alertam que a automedicação pode ser perigosa e deve ser evitada, especialmente em casos mais graves de pneumonia.

Qual pneumonia é considerada a mais grave?

Tanto a pneumonia bacteriana quanto a viral podem evoluir para formas graves de infecção, segundo especialistas. “A pneumonia bacteriana possui o potencial de cursar com complicações mais graves, como sepse, abscesso pulmonar e derrame pleural, enquanto a pneumonia viral pode eventualmente levar a complicações, como pneumonia secundária bacteriana”, diz Costa.

“Não tem isso de pneumonia (mais grave), porque são diversos agentes que causam pneumonia e diversos vírus diferentes”, diz o médico pneumologista André Nathan, do Hospital Sírio-Libanês. Como exemplos, ele cita a influenza e a covid-19, além da bactéria pneumococo, considerada a principal causadora da doença. “A gravidade da pneumonia está relacionada com o microrganismo, mas também com o tamanho do dano que esse microrganismo causou no pulmão.”

Quais são os grupos de risco da pneumonia?

Segundo o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as pneumonias bacterianas, que são as que normalmente mais trazem consequências aos pacientes, são mais comuns em três situações: “Nos mais novinhos, as crianças; no outro extremo da idade, os idosos; e em um terceiro grupo, independentemente da idade, que são aqueles que têm fatores de risco, comorbidades ou imunodeficiências.”

Esse terceiro grupo, segundo ele, concentra a maior parte dos casos graves da doença. “O risco de internação, adoecimento, hospitalização e morte é infinitamente superior para os indivíduos que têm fatores de risco”, diz o médico. E isso pode ser agravado com a idade: estudos indicam que pessoas com mais de 85 anos têm 13 vezes mais risco de serem hospitalizadas pela doença do que aqueles entre 18 e 44 anos. “São os grupos para os quais normalmente a gente recomenda a vacinação.”

Existe vacina para pneumonia? Para quem é indicada?

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina Pneumo 23, ou pneumocócica 23, protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. Ela faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação e é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante é indicado para crianças a partir dos 2 anos de idade e para adultos.

Quantas pessoas morrem de pneumonia por ano?

Levantamento do Every Breath Counts, parceria público-privada que apoia países de baixa e média renda com o objetivo de reduzir mortes por pneumonia nos próximos anos, indica que, somente em 2019, a doença custou a vida de 2,5 milhões de pessoas. Entre elas, 672 mil crianças. Ou seja, mais de 20% das vítimas.

Dados do Datasus, departamento de informática do Sistema Único de Saúde, publicados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que, no Brasil, houve 44,5 mil mortes por pneumonia de janeiro a agosto do último ano.

“A gente tem muita dificuldade no diagnóstico de pneumonia, porque no CID-10, aquela (tabela) em que a gente anota o diagnóstico das internações, entra muita pneumonia não especificada, pneumonia bacteriana, covid entrou muito como pneumonia”, diz Kfouri. “Então nem sempre os dados são muito precisos.”

Segundo ele, houve uma mudança no panorama das doenças infecciosas em função da covid-19, que desorganizou a sazonalidade da gripe e, consequentemente, a de muitas pneumonias secundárias a ela. As medidas adotadas por conta do coronavírus, como isolamento, teriam acarretado em uma diminuição das pneumonias não associadas à covid, mas elas voltaram a crescer no último ano. “Acredito que 45 mil casos (nesse recorte) é um número razoavelmente perto da média de antes.”

Tudo Sobre

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.