Por causa do coronavírus, voluntários suspendem contação de histórias em hospitais


Associação Viva e Deixa Viver cancelou atividades até 18 de abril, mas período de afastamento poderá ser estendido; entre os hospitais estão a Santa Casa de Misericórdia de SP e o Itaci

Por Renata Okumura

SÃO PAULO - O avanço do novo coronavírus no País já mudou a rotina de diversos hospitais e afetou também o trabalho de voluntários nas instituições de saúde. Momentos de descontração para crianças que estão internadas, as contações de histórias precisaram ser suspensas, como uma medida de prevenção. Em São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e o Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) interromperam as atividades temporariamente. Os voluntários lamentam por não poderem estar com os pacientes, mas afirmam entender a importância da medida.

Voluntária desde 2007 pela Associação Viva e Deixe Viver, a aposentada Márcia Pecoraro, de 61 anos, conta histórias para crianças na Santa Casa de São Paulo toda quarta-feira à noite. "Quando meus filhos eram pequenos, escutei na porta da escola deles sobre esse trabalho (contação de histórias). Fiquei interessada e aguardei uma oportunidade para fazer parte de um grupo. Há 13 anos, sou voluntária e procuro levar momentos de alegria para crianças que estão hospitalizadas".

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Márcia Pecoraro, contadora de histórias na Santa Casa de Misericórdia de SP Foto: Arquivo pessoal

Embora entenda a necessidade do isolamento social por causa do risco à saúde, ela lamenta pelas crianças. "É a primeira vez que acompanho a suspensão das atividades. Já aconteceu de eu não atuar por motivo de gripe ou filho doente. Mas, suspensão geral, é a primeira vez. Fico preocupada, mas entendo que as crianças precisam ser preservadas, assim como os voluntários, em especial os idosos que atuam em hospitais", disse.

Sobre retomar o voluntário após a situação ser normalizada, Márcia é enfática. "O voluntariado é uma das coisas mais importantes para mim. Nosso afastamento afeta muito a parte de pediatria. As crianças contam muito com a gente. Mas infelizmente aconteceu a pandemia. Vamos torcer para que passe logo, pra gente retomar nossa atuação e levar momentos de alegria para as crianças internadas que tanto precisam".

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Voluntária Márcia Pecoraro ao lado da turma de contadores de quarta-feira na Santa Casa de SP Foto: Arquivo pessoal

Para preservar voluntários e pacientes de hospitais atendidos, a Associação Viva e Deixe Viver suspendeu até 18 de abril os trabalhos em 90 hospitais de todo o Brasil. "Suspendemos temporariamente e o prazo de trinta dias poderá ser estendido, dependendo da situação. Oficializamos o afastamento total seguindo instruções da parceria com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e informações oficiais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde", disse Valdir Cimino, voluntário e fundador da associação.

Os contadores de histórias da entidade impactam em média mais de 250 mil crianças e adolescentes por ano. A entidade, que foi fundada em 1997, reúne hoje 1,4 mil voluntários. Eles doam mais de 130 horas em diversos âmbitos hospitalares como enfermaria, ambulatórios, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde há uma crianças ou adolescentes. Eles também acolhem as famílias e os profissionais da saúde.

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Valdir Cimino, voluntário e fundador da Associação Viva e Deixe Viver, contando histórias para criança hospitalizada. Foto: Arquivo pessoal

Cimino também se dedica ao voluntariado. Toda quinta-feira à tarde, há 13 anos, ele conta histórias para crianças no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). "O afastamento se faz necessário mesmo contra a nossa vontade. É para o bem de todos. Ele espera em breve retomar a atividade. 

A autônoma Suzana Mara de Carvalho Vernalha, de 63 anos, é voluntária no Itaci há cinco anos. Ela considera prudente a suspensão temporária do voluntariado para as crianças e também voluntários que atuam nos hospitais. "Avalio como corretíssima a medida, apesar de saber que nossos pacientes mirins estão sentindo falta daqueles minutos de fantasia que proporcionamos. Eles têm baixa imunidade e, por isso, é imprescindível que estejam seguros, isolados de qualquer ameaça", diz.

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Coronavírus pelo mundo

1 | 21

Vaticano, Itália

Foto: EFE/EPA/MAURIZIO BRAMBATTI
2 | 21

Xangai, China

Foto: Hector RETAMAL / AFP
3 | 21

Seul, Coreia do Sul

Foto: YONHAP / AFP
4 | 21

Teerão, Irã

Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi
5 | 21

Nova Orleans, EUA

Foto: Max Becherer/The Advocate via AP
6 | 21

Tóquio, Japão

Foto: EFE/EPA/KIMIMASA MAYAMA
7 | 21

Manila, Filipinas

Foto: REUTERS/Eloisa Lopez
8 | 21

Mangyongdae

Foto: AP Photo/Jon Chol Jin
9 | 21

Ilhas Riau, Indonésia

Foto: Indonesian National Armed Forces / Reuters
10 | 21

Kuwait, Kuwait

Foto: EFE/EPA/NOUFAL IBRAHIM
11 | 21

Herat, Afeganistão

Foto: EFE/EPA/JALIL REZAYEE
12 | 21

Tóquio, Japão

Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha
13 | 21

Gangelt, Alemanha

Foto: EFE/EPA/SASCHA STEINBACH
14 | 21

Ilhas Canárias, Espanha

Foto: AP Photo
15 | 21

Pyongyan, Coreia do Norte

Foto: AP Photo/Jon Chol Jin
16 | 21

Bangkok, Tailândia

Foto: EFE/EPA/RUNGROJ YONGRIT
17 | 21

Bangkok, Tailândia

Foto: Mladen ANTONOV / AFP
18 | 21

Milão, Itália

Foto: EFE/ Mourad Balti Touati
19 | 21

Quetta, Paquistão

Foto: EFE/EPA/JAMAL TARAKAI
20 | 21

Bassora, Iraque

21 | 21

Seul, Coreia do Sul

Foto: EFE/EPA/JEON HEON-KYUN

SÃO PAULO - O avanço do novo coronavírus no País já mudou a rotina de diversos hospitais e afetou também o trabalho de voluntários nas instituições de saúde. Momentos de descontração para crianças que estão internadas, as contações de histórias precisaram ser suspensas, como uma medida de prevenção. Em São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e o Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) interromperam as atividades temporariamente. Os voluntários lamentam por não poderem estar com os pacientes, mas afirmam entender a importância da medida.

Voluntária desde 2007 pela Associação Viva e Deixe Viver, a aposentada Márcia Pecoraro, de 61 anos, conta histórias para crianças na Santa Casa de São Paulo toda quarta-feira à noite. "Quando meus filhos eram pequenos, escutei na porta da escola deles sobre esse trabalho (contação de histórias). Fiquei interessada e aguardei uma oportunidade para fazer parte de um grupo. Há 13 anos, sou voluntária e procuro levar momentos de alegria para crianças que estão hospitalizadas".

Márcia Pecoraro, contadora de histórias na Santa Casa de Misericórdia de SP Foto: Arquivo pessoal

Embora entenda a necessidade do isolamento social por causa do risco à saúde, ela lamenta pelas crianças. "É a primeira vez que acompanho a suspensão das atividades. Já aconteceu de eu não atuar por motivo de gripe ou filho doente. Mas, suspensão geral, é a primeira vez. Fico preocupada, mas entendo que as crianças precisam ser preservadas, assim como os voluntários, em especial os idosos que atuam em hospitais", disse.

Sobre retomar o voluntário após a situação ser normalizada, Márcia é enfática. "O voluntariado é uma das coisas mais importantes para mim. Nosso afastamento afeta muito a parte de pediatria. As crianças contam muito com a gente. Mas infelizmente aconteceu a pandemia. Vamos torcer para que passe logo, pra gente retomar nossa atuação e levar momentos de alegria para as crianças internadas que tanto precisam".

Voluntária Márcia Pecoraro ao lado da turma de contadores de quarta-feira na Santa Casa de SP Foto: Arquivo pessoal

Para preservar voluntários e pacientes de hospitais atendidos, a Associação Viva e Deixe Viver suspendeu até 18 de abril os trabalhos em 90 hospitais de todo o Brasil. "Suspendemos temporariamente e o prazo de trinta dias poderá ser estendido, dependendo da situação. Oficializamos o afastamento total seguindo instruções da parceria com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e informações oficiais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde", disse Valdir Cimino, voluntário e fundador da associação.

Os contadores de histórias da entidade impactam em média mais de 250 mil crianças e adolescentes por ano. A entidade, que foi fundada em 1997, reúne hoje 1,4 mil voluntários. Eles doam mais de 130 horas em diversos âmbitos hospitalares como enfermaria, ambulatórios, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde há uma crianças ou adolescentes. Eles também acolhem as famílias e os profissionais da saúde.

Valdir Cimino, voluntário e fundador da Associação Viva e Deixe Viver, contando histórias para criança hospitalizada. Foto: Arquivo pessoal

Cimino também se dedica ao voluntariado. Toda quinta-feira à tarde, há 13 anos, ele conta histórias para crianças no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). "O afastamento se faz necessário mesmo contra a nossa vontade. É para o bem de todos. Ele espera em breve retomar a atividade. 

A autônoma Suzana Mara de Carvalho Vernalha, de 63 anos, é voluntária no Itaci há cinco anos. Ela considera prudente a suspensão temporária do voluntariado para as crianças e também voluntários que atuam nos hospitais. "Avalio como corretíssima a medida, apesar de saber que nossos pacientes mirins estão sentindo falta daqueles minutos de fantasia que proporcionamos. Eles têm baixa imunidade e, por isso, é imprescindível que estejam seguros, isolados de qualquer ameaça", diz.

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Voluntária desde 2007 pela Associação Viva e Deixe Viver, a aposentada Márcia Pecoraro, de 61 anos, conta histórias para crianças na Santa Casa de São Paulo toda quarta-feira à noite. "Quando meus filhos eram pequenos, escutei na porta da escola deles sobre esse trabalho (contação de histórias). Fiquei interessada e aguardei uma oportunidade para fazer parte de um grupo. Há 13 anos, sou voluntária e procuro levar momentos de alegria para crianças que estão hospitalizadas".

Márcia Pecoraro, contadora de histórias na Santa Casa de Misericórdia de SP Foto: Arquivo pessoal

Embora entenda a necessidade do isolamento social por causa do risco à saúde, ela lamenta pelas crianças. "É a primeira vez que acompanho a suspensão das atividades. Já aconteceu de eu não atuar por motivo de gripe ou filho doente. Mas, suspensão geral, é a primeira vez. Fico preocupada, mas entendo que as crianças precisam ser preservadas, assim como os voluntários, em especial os idosos que atuam em hospitais", disse.

Sobre retomar o voluntário após a situação ser normalizada, Márcia é enfática. "O voluntariado é uma das coisas mais importantes para mim. Nosso afastamento afeta muito a parte de pediatria. As crianças contam muito com a gente. Mas infelizmente aconteceu a pandemia. Vamos torcer para que passe logo, pra gente retomar nossa atuação e levar momentos de alegria para as crianças internadas que tanto precisam".

Voluntária Márcia Pecoraro ao lado da turma de contadores de quarta-feira na Santa Casa de SP Foto: Arquivo pessoal

Para preservar voluntários e pacientes de hospitais atendidos, a Associação Viva e Deixe Viver suspendeu até 18 de abril os trabalhos em 90 hospitais de todo o Brasil. "Suspendemos temporariamente e o prazo de trinta dias poderá ser estendido, dependendo da situação. Oficializamos o afastamento total seguindo instruções da parceria com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e informações oficiais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde", disse Valdir Cimino, voluntário e fundador da associação.

Os contadores de histórias da entidade impactam em média mais de 250 mil crianças e adolescentes por ano. A entidade, que foi fundada em 1997, reúne hoje 1,4 mil voluntários. Eles doam mais de 130 horas em diversos âmbitos hospitalares como enfermaria, ambulatórios, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde há uma crianças ou adolescentes. Eles também acolhem as famílias e os profissionais da saúde.

Valdir Cimino, voluntário e fundador da Associação Viva e Deixe Viver, contando histórias para criança hospitalizada. Foto: Arquivo pessoal

Cimino também se dedica ao voluntariado. Toda quinta-feira à tarde, há 13 anos, ele conta histórias para crianças no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). "O afastamento se faz necessário mesmo contra a nossa vontade. É para o bem de todos. Ele espera em breve retomar a atividade. 

A autônoma Suzana Mara de Carvalho Vernalha, de 63 anos, é voluntária no Itaci há cinco anos. Ela considera prudente a suspensão temporária do voluntariado para as crianças e também voluntários que atuam nos hospitais. "Avalio como corretíssima a medida, apesar de saber que nossos pacientes mirins estão sentindo falta daqueles minutos de fantasia que proporcionamos. Eles têm baixa imunidade e, por isso, é imprescindível que estejam seguros, isolados de qualquer ameaça", diz.

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Voluntária desde 2007 pela Associação Viva e Deixe Viver, a aposentada Márcia Pecoraro, de 61 anos, conta histórias para crianças na Santa Casa de São Paulo toda quarta-feira à noite. "Quando meus filhos eram pequenos, escutei na porta da escola deles sobre esse trabalho (contação de histórias). Fiquei interessada e aguardei uma oportunidade para fazer parte de um grupo. Há 13 anos, sou voluntária e procuro levar momentos de alegria para crianças que estão hospitalizadas".

Márcia Pecoraro, contadora de histórias na Santa Casa de Misericórdia de SP Foto: Arquivo pessoal

Embora entenda a necessidade do isolamento social por causa do risco à saúde, ela lamenta pelas crianças. "É a primeira vez que acompanho a suspensão das atividades. Já aconteceu de eu não atuar por motivo de gripe ou filho doente. Mas, suspensão geral, é a primeira vez. Fico preocupada, mas entendo que as crianças precisam ser preservadas, assim como os voluntários, em especial os idosos que atuam em hospitais", disse.

Sobre retomar o voluntário após a situação ser normalizada, Márcia é enfática. "O voluntariado é uma das coisas mais importantes para mim. Nosso afastamento afeta muito a parte de pediatria. As crianças contam muito com a gente. Mas infelizmente aconteceu a pandemia. Vamos torcer para que passe logo, pra gente retomar nossa atuação e levar momentos de alegria para as crianças internadas que tanto precisam".

Voluntária Márcia Pecoraro ao lado da turma de contadores de quarta-feira na Santa Casa de SP Foto: Arquivo pessoal

Para preservar voluntários e pacientes de hospitais atendidos, a Associação Viva e Deixe Viver suspendeu até 18 de abril os trabalhos em 90 hospitais de todo o Brasil. "Suspendemos temporariamente e o prazo de trinta dias poderá ser estendido, dependendo da situação. Oficializamos o afastamento total seguindo instruções da parceria com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e informações oficiais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde", disse Valdir Cimino, voluntário e fundador da associação.

Os contadores de histórias da entidade impactam em média mais de 250 mil crianças e adolescentes por ano. A entidade, que foi fundada em 1997, reúne hoje 1,4 mil voluntários. Eles doam mais de 130 horas em diversos âmbitos hospitalares como enfermaria, ambulatórios, Unidades de Terapia Intensiva (UTI), onde há uma crianças ou adolescentes. Eles também acolhem as famílias e os profissionais da saúde.

Valdir Cimino, voluntário e fundador da Associação Viva e Deixe Viver, contando histórias para criança hospitalizada. Foto: Arquivo pessoal

Cimino também se dedica ao voluntariado. Toda quinta-feira à tarde, há 13 anos, ele conta histórias para crianças no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). "O afastamento se faz necessário mesmo contra a nossa vontade. É para o bem de todos. Ele espera em breve retomar a atividade. 

A autônoma Suzana Mara de Carvalho Vernalha, de 63 anos, é voluntária no Itaci há cinco anos. Ela considera prudente a suspensão temporária do voluntariado para as crianças e também voluntários que atuam nos hospitais. "Avalio como corretíssima a medida, apesar de saber que nossos pacientes mirins estão sentindo falta daqueles minutos de fantasia que proporcionamos. Eles têm baixa imunidade e, por isso, é imprescindível que estejam seguros, isolados de qualquer ameaça", diz.

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