Por que algumas pessoas não tiveram covid, mesmo após contato com vírus? Estudo finalmente explica


Resposta pode estar em gene específico que aumenta a capacidade do corpo em combater o SARS-CoV-2 ainda nas vias aéreas superiores

Por Layla Shasta

Em meio à pandemia de covid-19, um enigma intrigava muita gente: por que algumas pessoas nunca tiveram a doença, mesmo tendo contato com infectados, enquanto outras a contraíam, inclusive, múltiplas vezes?

A resposta, segundo um estudo britânico recente, pode estar em um gene protetor. Publicada na revista Nature, a pesquisa sugere que indivíduos com altos níveis desse gene específico possuem a capacidade de combater o vírus SARS-CoV-2 mais rapidamente. Essa resposta imune acontece ainda na região de revestimento do nariz e os torna mais resistentes à infecção.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores reuniram voluntários saudáveis e sem histórico prévio de covid-19, que foram expostos, por meio de um spray nasal, a uma dose extremamente baixa da cepa original do vírus.

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Gene protetor é provável explicação para aqueles que não manifestaram covid-19 Foto: Alex Silva/Estadão

O estudo, liderado pelo Instituto Wellcome Sanger, a University College London (UCL), Imperial College London, Netherlands Cancer Institute e outros, analisou amostras dos voluntários antes e imediatamente após a exposição ao vírus. Foi a primeira vez que cientistas conseguiram documentar as respostas imunológicas desde o momento exato da exposição.

Os pesquisadores realizaram um monitoramento detalhado no sangue e no revestimento do nariz de 16 participantes, rastreando toda a infecção e as respostas das suas células imunes. Em todos os participantes, a equipe descobriu respostas não relatadas anteriormente, como ativação de células especializadas da mucosa no nariz e alterações em glóbulos brancos.

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Eles perceberam, então, que o organismo dos voluntários reagia de diferentes formas ao vírus, apresentando infecções que poderiam ser classificadas de três maneiras diferentes: sustentadas, transitórias ou abortadas. Eles foram divididos da seguinte forma:

  • Seis desenvolveram uma infecção persistente e ficaram doentes, com sintomas de resfriado (infecção sustentada);
  • Três foram infectados, mas os resultados dos seus testes eram inconstantes (transitória);
  • Sete nunca testaram positivo no teste PCR padrão ouro, o que indicou que eles impediram com sucesso o início de uma infecção sustentada ou transitória (a esse tipo de contaminação os cientistas deram o nome de “infecção abortada”)

As pessoas que eliminaram o vírus imediatamente não mostraram uma resposta imune generalizada típica, mas, em vez disso, montaram respostas imunes inatas, sutis e nunca vistas antes no nariz. Os pesquisadores, então, sugerem que altos níveis de um gene chamado HLA-DQA2 antes da exposição ajudaram as pessoas a evitar que uma infecção sustentada se instalasse.

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As pessoas com altos níveis desse gene eliminaram o vírus de forma tão eficaz que não retornaram nenhum teste de PCR positivo e não apresentaram sintomas, enquanto o o grupo transitório testou positivo intermitentemente e apresentou sintomas leves. Em contraste, as seis pessoas que desenvolveram uma infecção sustentada por SARS-CoV-2 exibiram uma resposta imune rápida no sangue, mas uma resposta imune mais lenta no nariz, permitindo que o vírus se estabelecesse ali.

Segundo os autores do estudo, a descoberta possibilita uma compreensão muito maior de toda a gama de respostas imunológicas, o que pode fornecer uma base para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas potenciais que imitem essas respostas protetoras naturais.

Em meio à pandemia de covid-19, um enigma intrigava muita gente: por que algumas pessoas nunca tiveram a doença, mesmo tendo contato com infectados, enquanto outras a contraíam, inclusive, múltiplas vezes?

A resposta, segundo um estudo britânico recente, pode estar em um gene protetor. Publicada na revista Nature, a pesquisa sugere que indivíduos com altos níveis desse gene específico possuem a capacidade de combater o vírus SARS-CoV-2 mais rapidamente. Essa resposta imune acontece ainda na região de revestimento do nariz e os torna mais resistentes à infecção.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores reuniram voluntários saudáveis e sem histórico prévio de covid-19, que foram expostos, por meio de um spray nasal, a uma dose extremamente baixa da cepa original do vírus.

Gene protetor é provável explicação para aqueles que não manifestaram covid-19 Foto: Alex Silva/Estadão

O estudo, liderado pelo Instituto Wellcome Sanger, a University College London (UCL), Imperial College London, Netherlands Cancer Institute e outros, analisou amostras dos voluntários antes e imediatamente após a exposição ao vírus. Foi a primeira vez que cientistas conseguiram documentar as respostas imunológicas desde o momento exato da exposição.

Os pesquisadores realizaram um monitoramento detalhado no sangue e no revestimento do nariz de 16 participantes, rastreando toda a infecção e as respostas das suas células imunes. Em todos os participantes, a equipe descobriu respostas não relatadas anteriormente, como ativação de células especializadas da mucosa no nariz e alterações em glóbulos brancos.

Eles perceberam, então, que o organismo dos voluntários reagia de diferentes formas ao vírus, apresentando infecções que poderiam ser classificadas de três maneiras diferentes: sustentadas, transitórias ou abortadas. Eles foram divididos da seguinte forma:

  • Seis desenvolveram uma infecção persistente e ficaram doentes, com sintomas de resfriado (infecção sustentada);
  • Três foram infectados, mas os resultados dos seus testes eram inconstantes (transitória);
  • Sete nunca testaram positivo no teste PCR padrão ouro, o que indicou que eles impediram com sucesso o início de uma infecção sustentada ou transitória (a esse tipo de contaminação os cientistas deram o nome de “infecção abortada”)

As pessoas que eliminaram o vírus imediatamente não mostraram uma resposta imune generalizada típica, mas, em vez disso, montaram respostas imunes inatas, sutis e nunca vistas antes no nariz. Os pesquisadores, então, sugerem que altos níveis de um gene chamado HLA-DQA2 antes da exposição ajudaram as pessoas a evitar que uma infecção sustentada se instalasse.

As pessoas com altos níveis desse gene eliminaram o vírus de forma tão eficaz que não retornaram nenhum teste de PCR positivo e não apresentaram sintomas, enquanto o o grupo transitório testou positivo intermitentemente e apresentou sintomas leves. Em contraste, as seis pessoas que desenvolveram uma infecção sustentada por SARS-CoV-2 exibiram uma resposta imune rápida no sangue, mas uma resposta imune mais lenta no nariz, permitindo que o vírus se estabelecesse ali.

Segundo os autores do estudo, a descoberta possibilita uma compreensão muito maior de toda a gama de respostas imunológicas, o que pode fornecer uma base para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas potenciais que imitem essas respostas protetoras naturais.

Em meio à pandemia de covid-19, um enigma intrigava muita gente: por que algumas pessoas nunca tiveram a doença, mesmo tendo contato com infectados, enquanto outras a contraíam, inclusive, múltiplas vezes?

A resposta, segundo um estudo britânico recente, pode estar em um gene protetor. Publicada na revista Nature, a pesquisa sugere que indivíduos com altos níveis desse gene específico possuem a capacidade de combater o vírus SARS-CoV-2 mais rapidamente. Essa resposta imune acontece ainda na região de revestimento do nariz e os torna mais resistentes à infecção.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores reuniram voluntários saudáveis e sem histórico prévio de covid-19, que foram expostos, por meio de um spray nasal, a uma dose extremamente baixa da cepa original do vírus.

Gene protetor é provável explicação para aqueles que não manifestaram covid-19 Foto: Alex Silva/Estadão

O estudo, liderado pelo Instituto Wellcome Sanger, a University College London (UCL), Imperial College London, Netherlands Cancer Institute e outros, analisou amostras dos voluntários antes e imediatamente após a exposição ao vírus. Foi a primeira vez que cientistas conseguiram documentar as respostas imunológicas desde o momento exato da exposição.

Os pesquisadores realizaram um monitoramento detalhado no sangue e no revestimento do nariz de 16 participantes, rastreando toda a infecção e as respostas das suas células imunes. Em todos os participantes, a equipe descobriu respostas não relatadas anteriormente, como ativação de células especializadas da mucosa no nariz e alterações em glóbulos brancos.

Eles perceberam, então, que o organismo dos voluntários reagia de diferentes formas ao vírus, apresentando infecções que poderiam ser classificadas de três maneiras diferentes: sustentadas, transitórias ou abortadas. Eles foram divididos da seguinte forma:

  • Seis desenvolveram uma infecção persistente e ficaram doentes, com sintomas de resfriado (infecção sustentada);
  • Três foram infectados, mas os resultados dos seus testes eram inconstantes (transitória);
  • Sete nunca testaram positivo no teste PCR padrão ouro, o que indicou que eles impediram com sucesso o início de uma infecção sustentada ou transitória (a esse tipo de contaminação os cientistas deram o nome de “infecção abortada”)

As pessoas que eliminaram o vírus imediatamente não mostraram uma resposta imune generalizada típica, mas, em vez disso, montaram respostas imunes inatas, sutis e nunca vistas antes no nariz. Os pesquisadores, então, sugerem que altos níveis de um gene chamado HLA-DQA2 antes da exposição ajudaram as pessoas a evitar que uma infecção sustentada se instalasse.

As pessoas com altos níveis desse gene eliminaram o vírus de forma tão eficaz que não retornaram nenhum teste de PCR positivo e não apresentaram sintomas, enquanto o o grupo transitório testou positivo intermitentemente e apresentou sintomas leves. Em contraste, as seis pessoas que desenvolveram uma infecção sustentada por SARS-CoV-2 exibiram uma resposta imune rápida no sangue, mas uma resposta imune mais lenta no nariz, permitindo que o vírus se estabelecesse ali.

Segundo os autores do estudo, a descoberta possibilita uma compreensão muito maior de toda a gama de respostas imunológicas, o que pode fornecer uma base para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas potenciais que imitem essas respostas protetoras naturais.

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