Por que obesos têm mais facilidade para engordar de novo?


Estudo de Yale analisa diferença de resposta cerebral entre participantes mais gordos e os magros

Por Redação
Atualização:

Um novo estudo publicado na revista Nature Metabolism revela que as pessoas obesas apresentam uma resposta cerebral mais fraca aos nutrientes ingeridos do que aquelas com peso normal. E, para piorar, o mecanismo não volta ao normal mesmo depois de perda de peso significativa. Por isso, dizem os autores do estudo, os obesos têm mais dificuldade para perder peso e mais facilidade para engordar novamente.

Depois que comemos, o intestino dispara uma série de sinais para o cérebro, informando sobre a ingestão de alimentos. Esse fenômeno, acreditam os cientistas, ajuda a regular o mecanismo da saciedade e os hábitos alimentares. Um novo estudo, porém, liderado pela pesquisadora Mireille Serlie, da Universidade de Yale (EUA), revelou que embora isso seja verdade para magros, no caso dos obesos a resposta cerebral é bem reduzida.

Mais de quatro milhões de pessoas morrem a cada ano em todo o mundo em decorrência da obesidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por isso, explicam os pesquisadores, entender os mecanismos que contribuem para a obesidade é essencial para combater tamanho impacto global. Embora a maneira como o corpo responde aos nutrientes seja, provavelmente, fator-chave para o ganho de peso, os mecanismos ainda não são completamente compreendidos.

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Estudo afirma que pessoas com obesidade têm mais dificuldade para perder peso e mais facilidade para engordar novamente por apresentarem resposta cerebral mais fraca aos nutrientes ingeridos Foto: REUTERS/Lucas Jackson

No novo estudo, os pesquisadores injetaram glicose ou gordura diretamente dentro do estômago de 28 pessoas magras (com índice de massa corporal igual ou menor que 25) e em 30 obesos (com IMC igual ou maior que 30). Eles, então, monitoraram a resposta cerebral por meio de exames de ressonância magnética.

Entre os participantes magros, os cientistas constataram redução da atividade cerebral em várias regiões do cérebro após a infusão tanto de glicose quanto de gordura. No entanto, eles não observaram nenhuma mudança na atividade cerebral dos obesos.

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“Foi surpreendente”, afirmou Mireille Serlie, professora de endocrinologia da Escola de Medicina de Yale e principal autora do estudo. “Achávamos que as respostas seriam diferentes, mas não esperávamos a ausência total de resposta entre os obesos.”

Diante desse resultado, a endocrinologista e sua equipe se voltaram especificamente para uma região do cérebro chamada de striatum. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que essa região faz uma espécie de mediação entre a ingestão de alimentos e a sensação de bem-estar, tendo papel crucial na regulação dos hábitos alimentares. A dopamina é o principal neurotransmissor envolvido no processo.

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De volta ao equipamento de ressonância magnética, os cientistas constataram que tanto a glicose quanto a gordura levam à redução da atividade em duas partes do striatum em pessoas magras. Entre os obesos, no entanto, apenas a infusão de glicose leva à uma redução de atividade, mas em apenas uma parte do striatum. A gordura não tinha nenhum efeito nessa região. Os cientistas avaliaram, então, a liberação de dopamina e constataram que ela só ocorria entre os magros.

Os voluntários obesos que participaram da pesquisa foram, então, submetidos a um programa de perda de peso de 12 semanas, que levou a uma perda de pelo menos 10% do peso corporal. Mesmo assim, não houve mudança na resposta cerebral e na liberação da dopamina.

“Todo mundo come além da conta em alguns momentos. Mas não está claro ainda por que algumas pessoas continuam comendo e outras não”, explicou a pesquisadora. “Precisamos descobrir este ponto em que o cérebro começa a perder a sua capacidade de regular a ingestão de alimentos e o que exatamente determina essa mudança. Se soubermos quando e como isso acontece, seremos capazes de prevenir.”

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Da mesma forma, entender quando essa alteração se torna irreversível torna possível o desenvolvimento de tratamentos para os pacientes. E, no futuro, até mesmo desenvolver uma forma de restaurar esse mecanismo.

Um novo estudo publicado na revista Nature Metabolism revela que as pessoas obesas apresentam uma resposta cerebral mais fraca aos nutrientes ingeridos do que aquelas com peso normal. E, para piorar, o mecanismo não volta ao normal mesmo depois de perda de peso significativa. Por isso, dizem os autores do estudo, os obesos têm mais dificuldade para perder peso e mais facilidade para engordar novamente.

Depois que comemos, o intestino dispara uma série de sinais para o cérebro, informando sobre a ingestão de alimentos. Esse fenômeno, acreditam os cientistas, ajuda a regular o mecanismo da saciedade e os hábitos alimentares. Um novo estudo, porém, liderado pela pesquisadora Mireille Serlie, da Universidade de Yale (EUA), revelou que embora isso seja verdade para magros, no caso dos obesos a resposta cerebral é bem reduzida.

Mais de quatro milhões de pessoas morrem a cada ano em todo o mundo em decorrência da obesidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por isso, explicam os pesquisadores, entender os mecanismos que contribuem para a obesidade é essencial para combater tamanho impacto global. Embora a maneira como o corpo responde aos nutrientes seja, provavelmente, fator-chave para o ganho de peso, os mecanismos ainda não são completamente compreendidos.

Estudo afirma que pessoas com obesidade têm mais dificuldade para perder peso e mais facilidade para engordar novamente por apresentarem resposta cerebral mais fraca aos nutrientes ingeridos Foto: REUTERS/Lucas Jackson

No novo estudo, os pesquisadores injetaram glicose ou gordura diretamente dentro do estômago de 28 pessoas magras (com índice de massa corporal igual ou menor que 25) e em 30 obesos (com IMC igual ou maior que 30). Eles, então, monitoraram a resposta cerebral por meio de exames de ressonância magnética.

Entre os participantes magros, os cientistas constataram redução da atividade cerebral em várias regiões do cérebro após a infusão tanto de glicose quanto de gordura. No entanto, eles não observaram nenhuma mudança na atividade cerebral dos obesos.

“Foi surpreendente”, afirmou Mireille Serlie, professora de endocrinologia da Escola de Medicina de Yale e principal autora do estudo. “Achávamos que as respostas seriam diferentes, mas não esperávamos a ausência total de resposta entre os obesos.”

Diante desse resultado, a endocrinologista e sua equipe se voltaram especificamente para uma região do cérebro chamada de striatum. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que essa região faz uma espécie de mediação entre a ingestão de alimentos e a sensação de bem-estar, tendo papel crucial na regulação dos hábitos alimentares. A dopamina é o principal neurotransmissor envolvido no processo.

De volta ao equipamento de ressonância magnética, os cientistas constataram que tanto a glicose quanto a gordura levam à redução da atividade em duas partes do striatum em pessoas magras. Entre os obesos, no entanto, apenas a infusão de glicose leva à uma redução de atividade, mas em apenas uma parte do striatum. A gordura não tinha nenhum efeito nessa região. Os cientistas avaliaram, então, a liberação de dopamina e constataram que ela só ocorria entre os magros.

Os voluntários obesos que participaram da pesquisa foram, então, submetidos a um programa de perda de peso de 12 semanas, que levou a uma perda de pelo menos 10% do peso corporal. Mesmo assim, não houve mudança na resposta cerebral e na liberação da dopamina.

“Todo mundo come além da conta em alguns momentos. Mas não está claro ainda por que algumas pessoas continuam comendo e outras não”, explicou a pesquisadora. “Precisamos descobrir este ponto em que o cérebro começa a perder a sua capacidade de regular a ingestão de alimentos e o que exatamente determina essa mudança. Se soubermos quando e como isso acontece, seremos capazes de prevenir.”

Da mesma forma, entender quando essa alteração se torna irreversível torna possível o desenvolvimento de tratamentos para os pacientes. E, no futuro, até mesmo desenvolver uma forma de restaurar esse mecanismo.

Um novo estudo publicado na revista Nature Metabolism revela que as pessoas obesas apresentam uma resposta cerebral mais fraca aos nutrientes ingeridos do que aquelas com peso normal. E, para piorar, o mecanismo não volta ao normal mesmo depois de perda de peso significativa. Por isso, dizem os autores do estudo, os obesos têm mais dificuldade para perder peso e mais facilidade para engordar novamente.

Depois que comemos, o intestino dispara uma série de sinais para o cérebro, informando sobre a ingestão de alimentos. Esse fenômeno, acreditam os cientistas, ajuda a regular o mecanismo da saciedade e os hábitos alimentares. Um novo estudo, porém, liderado pela pesquisadora Mireille Serlie, da Universidade de Yale (EUA), revelou que embora isso seja verdade para magros, no caso dos obesos a resposta cerebral é bem reduzida.

Mais de quatro milhões de pessoas morrem a cada ano em todo o mundo em decorrência da obesidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Por isso, explicam os pesquisadores, entender os mecanismos que contribuem para a obesidade é essencial para combater tamanho impacto global. Embora a maneira como o corpo responde aos nutrientes seja, provavelmente, fator-chave para o ganho de peso, os mecanismos ainda não são completamente compreendidos.

Estudo afirma que pessoas com obesidade têm mais dificuldade para perder peso e mais facilidade para engordar novamente por apresentarem resposta cerebral mais fraca aos nutrientes ingeridos Foto: REUTERS/Lucas Jackson

No novo estudo, os pesquisadores injetaram glicose ou gordura diretamente dentro do estômago de 28 pessoas magras (com índice de massa corporal igual ou menor que 25) e em 30 obesos (com IMC igual ou maior que 30). Eles, então, monitoraram a resposta cerebral por meio de exames de ressonância magnética.

Entre os participantes magros, os cientistas constataram redução da atividade cerebral em várias regiões do cérebro após a infusão tanto de glicose quanto de gordura. No entanto, eles não observaram nenhuma mudança na atividade cerebral dos obesos.

“Foi surpreendente”, afirmou Mireille Serlie, professora de endocrinologia da Escola de Medicina de Yale e principal autora do estudo. “Achávamos que as respostas seriam diferentes, mas não esperávamos a ausência total de resposta entre os obesos.”

Diante desse resultado, a endocrinologista e sua equipe se voltaram especificamente para uma região do cérebro chamada de striatum. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que essa região faz uma espécie de mediação entre a ingestão de alimentos e a sensação de bem-estar, tendo papel crucial na regulação dos hábitos alimentares. A dopamina é o principal neurotransmissor envolvido no processo.

De volta ao equipamento de ressonância magnética, os cientistas constataram que tanto a glicose quanto a gordura levam à redução da atividade em duas partes do striatum em pessoas magras. Entre os obesos, no entanto, apenas a infusão de glicose leva à uma redução de atividade, mas em apenas uma parte do striatum. A gordura não tinha nenhum efeito nessa região. Os cientistas avaliaram, então, a liberação de dopamina e constataram que ela só ocorria entre os magros.

Os voluntários obesos que participaram da pesquisa foram, então, submetidos a um programa de perda de peso de 12 semanas, que levou a uma perda de pelo menos 10% do peso corporal. Mesmo assim, não houve mudança na resposta cerebral e na liberação da dopamina.

“Todo mundo come além da conta em alguns momentos. Mas não está claro ainda por que algumas pessoas continuam comendo e outras não”, explicou a pesquisadora. “Precisamos descobrir este ponto em que o cérebro começa a perder a sua capacidade de regular a ingestão de alimentos e o que exatamente determina essa mudança. Se soubermos quando e como isso acontece, seremos capazes de prevenir.”

Da mesma forma, entender quando essa alteração se torna irreversível torna possível o desenvolvimento de tratamentos para os pacientes. E, no futuro, até mesmo desenvolver uma forma de restaurar esse mecanismo.

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