Preta Gil e histerectomia: como e por que é feita operação que remove o útero


Cantora divulgou nas redes sociais que passou por cirurgia ‘extensa e complexa’ de 14 horas e segue em recuperação no hospital. Intervenção tinha objetivo de remover tumor no intestino

Por Giovanna Castro
Atualização:

A cantora Preta Gil, de 49 anos, informou em suas redes sociais que passou por um novo procedimento cirúrgico para tratamento do seu quadro de câncer no intestino, diagnosticado no início do ano. No texto, disse que precisou passar por uma cirurgia “extensa e complexa” de 14 horas e que teve que retirar o útero, o que gerou dúvidas de internautas sobre um possível espalhamento da doença. A cantora disse que segue em recuperação no hospital e que está sendo “bem cuidada pelos médicos”.

Preta Gil passou por operação complexa de 14 horas, mas está bem, segundo seu relato divulgado em redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram: @pretagil

Apesar de o quadro clínico de Preta e os motivos para a retirada do útero (procedimento chamado de histerectomia) não terem sido divulgados, médicos consultados pelo Estadão explicam alguns dos possíveis motivos pelo qual a cantora teve que passar pelo procedimento de retirada do órgão:

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  • Proximidade do tumor cancerígeno do útero: o tumor de Preta estava no reto, porém, em toda cirurgia de retirada de tumor, é preciso retirar também alguns tecidos próximos como margem de segurança, para garantir que ele não se espalhe. Logo, se o tumor da cantora estava em um local próximo ao útero, os médicos podem ter optado pela retirada do órgão para garantir maior efetividade da cirurgia;
  • Prejuízo causado ao útero por conta da primeira cirurgia, retal: uma semana antes da cirurgia de retirada do útero, Preta passou pela cirurgia de retirada do tumor do reto. Caso esta primeira cirurgia tenha sido delicada e em um local muito próximo ao útero, o órgão pode ser sido machucado de alguma forma, o que pode ter levado os médicos a optarem pela remoção;
  • Para facilitar a visualização do tumor intestinal: em alguns casos, o útero pode atrapalhar a visualização de tumores no intestino em exames de imagem. Por isso, os médicos podem optar pela retirada do órgão para facilitar a visualização e consequentemente as tomadas de decisão sobre o tratamento do tumor colorretal.

De acordo com Cleydson Santos, oncologista que coordena o tratamento de câncer no Hospital Mater Dei Salvador, o útero não é um órgão vital e, por isso, a sua retirada não deve impactar a saúde de Preta, exceto pelo fato de ela não poder mais engravidar. Preta já tem um filho, o cantor Fran, de 28 anos.

O especialista enfatiza ainda que, até onde foi divulgado, o câncer de Preta não é metastático, conhecido como tumor de estágio 4. Ou seja, não desenvolveu metástases, o que indicaria um espalhamento da doença pelo sangue e para outros órgãos. “Como ela teve que fazer radioterapia antes da cirurgia, seu tumor não é de estágio 1 também. Ela provavelmente tem um câncer de estágio 2 ou 3″, comenta o médico.

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De acordo com o Comitê Conjunto Americano de Câncer (AJCC, na sigla em inglês), as chances de cura para esses tipos de câncer são de 88% e 71%, respectivamente.

Como funciona a cirurgia de retirada de tumor colorretal? E quais são as sequelas?

Rômulo Almeida, coloproctologista e coordenador desta área médica no Hospital Sírio-Libanês, explica que a complexidade e os riscos de uma cirurgia de tumor do intestino, do reto ou do ânus variam de acordo com o local em que ele está.

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Quando o tumor está no intestino grosso, a complexidade tende a ser menor. O médico faz cortes e retira a parte do intestino em que o tumor está e “remenda” as duas pontas. Na maioria dos casos, o paciente se recupera bem e leva uma vida normal depois disso.

Já quando o câncer está no reto, que é o reservatório que fica próximo ao ânus, a complexidade tende a ser maior à medida em que ele se aproxima do ânus. “Além de o reto ser uma região mais delicada, existem muitas estruturas nobres que ficam ao redor do reto”, explica o médico.

Caso seja necessário retirar o ânus, a pessoa terá que utilizar uma bolsa de colostomia definitiva, pois não conseguirá mais evacuar. Já se o reto for diminuído, pelo mesmo método feito no intestino, a pessoa poderá ter vontade de ir ao banheiro mais rápido, pois o reservatório ficará cheio com mais rapidez.

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“Também é possível que a pessoa tenha incontinência, que é a dificuldade para segurar as fezes”, afirma o especialista sobre a cirurgia de retirada de tumor do reto. No entanto, o médico garante que na maioria dos casos, a recuperação tende a ser completa.

Na maioria dos casos, o paciente tem alta cerca de três dias após a cirurgia, quando não há complicações.

Como prevenir o câncer de intestino?

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Para prevenir o câncer de intestino, é importante levar um estilo de vida saudável, com uma alimentação mais próxima do natural. Além disso, deve-se fazer exames de rotina e prestar atenção ao formato e conteúdo das fezes: quando estão muito achatadas, há quadros recorrentes de diarreia e/ou presença de sangue, é preciso procurar rapidamente um médico.

A recomendação padrão para rastreamento e diagnóstico precoce da doença é que todas as pessoas comecem a fazer exames rotineiros de colonoscopia a partir dos 45 anos. A frequência deve ser estabelecida por um médico, a partir da avaliação de risco individual.

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Se não houver sintomas da doença, o paciente deve pedir por um exame de fezes, caso a colonoscopia não seja uma opção.

A cantora Preta Gil, de 49 anos, informou em suas redes sociais que passou por um novo procedimento cirúrgico para tratamento do seu quadro de câncer no intestino, diagnosticado no início do ano. No texto, disse que precisou passar por uma cirurgia “extensa e complexa” de 14 horas e que teve que retirar o útero, o que gerou dúvidas de internautas sobre um possível espalhamento da doença. A cantora disse que segue em recuperação no hospital e que está sendo “bem cuidada pelos médicos”.

Preta Gil passou por operação complexa de 14 horas, mas está bem, segundo seu relato divulgado em redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram: @pretagil

Apesar de o quadro clínico de Preta e os motivos para a retirada do útero (procedimento chamado de histerectomia) não terem sido divulgados, médicos consultados pelo Estadão explicam alguns dos possíveis motivos pelo qual a cantora teve que passar pelo procedimento de retirada do órgão:

  • Proximidade do tumor cancerígeno do útero: o tumor de Preta estava no reto, porém, em toda cirurgia de retirada de tumor, é preciso retirar também alguns tecidos próximos como margem de segurança, para garantir que ele não se espalhe. Logo, se o tumor da cantora estava em um local próximo ao útero, os médicos podem ter optado pela retirada do órgão para garantir maior efetividade da cirurgia;
  • Prejuízo causado ao útero por conta da primeira cirurgia, retal: uma semana antes da cirurgia de retirada do útero, Preta passou pela cirurgia de retirada do tumor do reto. Caso esta primeira cirurgia tenha sido delicada e em um local muito próximo ao útero, o órgão pode ser sido machucado de alguma forma, o que pode ter levado os médicos a optarem pela remoção;
  • Para facilitar a visualização do tumor intestinal: em alguns casos, o útero pode atrapalhar a visualização de tumores no intestino em exames de imagem. Por isso, os médicos podem optar pela retirada do órgão para facilitar a visualização e consequentemente as tomadas de decisão sobre o tratamento do tumor colorretal.

De acordo com Cleydson Santos, oncologista que coordena o tratamento de câncer no Hospital Mater Dei Salvador, o útero não é um órgão vital e, por isso, a sua retirada não deve impactar a saúde de Preta, exceto pelo fato de ela não poder mais engravidar. Preta já tem um filho, o cantor Fran, de 28 anos.

O especialista enfatiza ainda que, até onde foi divulgado, o câncer de Preta não é metastático, conhecido como tumor de estágio 4. Ou seja, não desenvolveu metástases, o que indicaria um espalhamento da doença pelo sangue e para outros órgãos. “Como ela teve que fazer radioterapia antes da cirurgia, seu tumor não é de estágio 1 também. Ela provavelmente tem um câncer de estágio 2 ou 3″, comenta o médico.

De acordo com o Comitê Conjunto Americano de Câncer (AJCC, na sigla em inglês), as chances de cura para esses tipos de câncer são de 88% e 71%, respectivamente.

Como funciona a cirurgia de retirada de tumor colorretal? E quais são as sequelas?

Rômulo Almeida, coloproctologista e coordenador desta área médica no Hospital Sírio-Libanês, explica que a complexidade e os riscos de uma cirurgia de tumor do intestino, do reto ou do ânus variam de acordo com o local em que ele está.

Quando o tumor está no intestino grosso, a complexidade tende a ser menor. O médico faz cortes e retira a parte do intestino em que o tumor está e “remenda” as duas pontas. Na maioria dos casos, o paciente se recupera bem e leva uma vida normal depois disso.

Já quando o câncer está no reto, que é o reservatório que fica próximo ao ânus, a complexidade tende a ser maior à medida em que ele se aproxima do ânus. “Além de o reto ser uma região mais delicada, existem muitas estruturas nobres que ficam ao redor do reto”, explica o médico.

Caso seja necessário retirar o ânus, a pessoa terá que utilizar uma bolsa de colostomia definitiva, pois não conseguirá mais evacuar. Já se o reto for diminuído, pelo mesmo método feito no intestino, a pessoa poderá ter vontade de ir ao banheiro mais rápido, pois o reservatório ficará cheio com mais rapidez.

“Também é possível que a pessoa tenha incontinência, que é a dificuldade para segurar as fezes”, afirma o especialista sobre a cirurgia de retirada de tumor do reto. No entanto, o médico garante que na maioria dos casos, a recuperação tende a ser completa.

Na maioria dos casos, o paciente tem alta cerca de três dias após a cirurgia, quando não há complicações.

Como prevenir o câncer de intestino?

Para prevenir o câncer de intestino, é importante levar um estilo de vida saudável, com uma alimentação mais próxima do natural. Além disso, deve-se fazer exames de rotina e prestar atenção ao formato e conteúdo das fezes: quando estão muito achatadas, há quadros recorrentes de diarreia e/ou presença de sangue, é preciso procurar rapidamente um médico.

A recomendação padrão para rastreamento e diagnóstico precoce da doença é que todas as pessoas comecem a fazer exames rotineiros de colonoscopia a partir dos 45 anos. A frequência deve ser estabelecida por um médico, a partir da avaliação de risco individual.

Se não houver sintomas da doença, o paciente deve pedir por um exame de fezes, caso a colonoscopia não seja uma opção.

A cantora Preta Gil, de 49 anos, informou em suas redes sociais que passou por um novo procedimento cirúrgico para tratamento do seu quadro de câncer no intestino, diagnosticado no início do ano. No texto, disse que precisou passar por uma cirurgia “extensa e complexa” de 14 horas e que teve que retirar o útero, o que gerou dúvidas de internautas sobre um possível espalhamento da doença. A cantora disse que segue em recuperação no hospital e que está sendo “bem cuidada pelos médicos”.

Preta Gil passou por operação complexa de 14 horas, mas está bem, segundo seu relato divulgado em redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram: @pretagil

Apesar de o quadro clínico de Preta e os motivos para a retirada do útero (procedimento chamado de histerectomia) não terem sido divulgados, médicos consultados pelo Estadão explicam alguns dos possíveis motivos pelo qual a cantora teve que passar pelo procedimento de retirada do órgão:

  • Proximidade do tumor cancerígeno do útero: o tumor de Preta estava no reto, porém, em toda cirurgia de retirada de tumor, é preciso retirar também alguns tecidos próximos como margem de segurança, para garantir que ele não se espalhe. Logo, se o tumor da cantora estava em um local próximo ao útero, os médicos podem ter optado pela retirada do órgão para garantir maior efetividade da cirurgia;
  • Prejuízo causado ao útero por conta da primeira cirurgia, retal: uma semana antes da cirurgia de retirada do útero, Preta passou pela cirurgia de retirada do tumor do reto. Caso esta primeira cirurgia tenha sido delicada e em um local muito próximo ao útero, o órgão pode ser sido machucado de alguma forma, o que pode ter levado os médicos a optarem pela remoção;
  • Para facilitar a visualização do tumor intestinal: em alguns casos, o útero pode atrapalhar a visualização de tumores no intestino em exames de imagem. Por isso, os médicos podem optar pela retirada do órgão para facilitar a visualização e consequentemente as tomadas de decisão sobre o tratamento do tumor colorretal.

De acordo com Cleydson Santos, oncologista que coordena o tratamento de câncer no Hospital Mater Dei Salvador, o útero não é um órgão vital e, por isso, a sua retirada não deve impactar a saúde de Preta, exceto pelo fato de ela não poder mais engravidar. Preta já tem um filho, o cantor Fran, de 28 anos.

O especialista enfatiza ainda que, até onde foi divulgado, o câncer de Preta não é metastático, conhecido como tumor de estágio 4. Ou seja, não desenvolveu metástases, o que indicaria um espalhamento da doença pelo sangue e para outros órgãos. “Como ela teve que fazer radioterapia antes da cirurgia, seu tumor não é de estágio 1 também. Ela provavelmente tem um câncer de estágio 2 ou 3″, comenta o médico.

De acordo com o Comitê Conjunto Americano de Câncer (AJCC, na sigla em inglês), as chances de cura para esses tipos de câncer são de 88% e 71%, respectivamente.

Como funciona a cirurgia de retirada de tumor colorretal? E quais são as sequelas?

Rômulo Almeida, coloproctologista e coordenador desta área médica no Hospital Sírio-Libanês, explica que a complexidade e os riscos de uma cirurgia de tumor do intestino, do reto ou do ânus variam de acordo com o local em que ele está.

Quando o tumor está no intestino grosso, a complexidade tende a ser menor. O médico faz cortes e retira a parte do intestino em que o tumor está e “remenda” as duas pontas. Na maioria dos casos, o paciente se recupera bem e leva uma vida normal depois disso.

Já quando o câncer está no reto, que é o reservatório que fica próximo ao ânus, a complexidade tende a ser maior à medida em que ele se aproxima do ânus. “Além de o reto ser uma região mais delicada, existem muitas estruturas nobres que ficam ao redor do reto”, explica o médico.

Caso seja necessário retirar o ânus, a pessoa terá que utilizar uma bolsa de colostomia definitiva, pois não conseguirá mais evacuar. Já se o reto for diminuído, pelo mesmo método feito no intestino, a pessoa poderá ter vontade de ir ao banheiro mais rápido, pois o reservatório ficará cheio com mais rapidez.

“Também é possível que a pessoa tenha incontinência, que é a dificuldade para segurar as fezes”, afirma o especialista sobre a cirurgia de retirada de tumor do reto. No entanto, o médico garante que na maioria dos casos, a recuperação tende a ser completa.

Na maioria dos casos, o paciente tem alta cerca de três dias após a cirurgia, quando não há complicações.

Como prevenir o câncer de intestino?

Para prevenir o câncer de intestino, é importante levar um estilo de vida saudável, com uma alimentação mais próxima do natural. Além disso, deve-se fazer exames de rotina e prestar atenção ao formato e conteúdo das fezes: quando estão muito achatadas, há quadros recorrentes de diarreia e/ou presença de sangue, é preciso procurar rapidamente um médico.

A recomendação padrão para rastreamento e diagnóstico precoce da doença é que todas as pessoas comecem a fazer exames rotineiros de colonoscopia a partir dos 45 anos. A frequência deve ser estabelecida por um médico, a partir da avaliação de risco individual.

Se não houver sintomas da doença, o paciente deve pedir por um exame de fezes, caso a colonoscopia não seja uma opção.

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